Real Hamburgueria Portuguesa | Carapaus de Comida

Hoje começamos pelo fim, só para afastar desde já qualquer mal-entendido: a Real Hamburgueria Portuguesa, na Rua da Torrinha (onde abriu há um ano e picos), sofre de um único mal, que é o de estar quase sempre à pinha, pelo menos nas horas de refeições ditas normais. O que acontece é que essa circunstância, negativa para quem tem de virar costas quando a fila chega cá fora, decorre da sua inegável excelsa qualidade, que atrai tanta gente a uma zona que não é de passagem, nem é a dos bares que fazem a noite do Porto (apesar de não ser distante: fica a dois passos de Cedofeita e daí à Baixa é um pulinho) – quem lá vai, não entra porque passa à porta e acha que talvez, entra porque o passa-palavra é a melhor publicidade do mundo e não conheço ninguém que não fique encantado com o que se come, com o espaço, com o serviço e com o preço.

Mas voltemos ao início. A Real Hamburgueria é um dos muito restaurantes que pululam pelas cidades deste país, sob a égide na renovação da ideia do hambúrguer, que transformam em algo gourmet, sendo elevado de fast a slow food. E nós, que só somos de apanhar as ondas que nos apetece mas que não temos rigorosamente nada (muito pelo contrário) contra a saudável “invasão” da cozinha internacional , aplaudimos os casos de sucesso como são os da chafarica que hoje vos trazemos – porque nisto das “ondas” há-as normalmente das boas, das assim-assim e das nem por isso.

Tudo na Real Hamburgueria funciona bem: desde o balcão da sala entrada (onde tomamos contacto com a ementa do que se come e do que se bebe), a que se segue uma pequena zona de estar (onde se poderão sentar meia dúzia de esfomeados, enquanto esperam), até à zona de refeições, da qual se avista o labor dos cozinheiros e o vai-vem das muitas funcionárias que prestam um magnífico serviço a quem ali vai: cordial sem ser excessivo, simpático sem ser chato e em absoluto eficaz.

Foram duas as vezes em que tive o prazer de ali ir, no espaço de duas semanas: uma, na antevéspera de Natal, agendada para as 22h15 e, a segunda, semana e meia depois, após um dia mau, para um lancha arraçado de jantar. Da primeira esperámos mais meia hora (que não custou a passar: fomos escolhendo entretanto e trocando presentes), porque a coisa estava à pinha (e, como nós, esperavam mais quatro grupos de pessoas); da segunda, entrámos directas para a sala de refeições e estávamos a comer pouco depois.

A sala da Real Hamburgueria não é a mais confortável do mundo: o pé direito é alto, a construção é antiga (restaurada) e há ali correntes de ar. Por isso, cada mesa tem duas ou três mantas polares que sabem que nem ginjas, para além de que a comida aquece qualquer um. Estreei-me com a M., frequentadora habitual, que me orientou na escolha do primeiro prato: optei pelo Real, que pedi mal passado, que traz, entre duas metades de pão de hambúrguer do bom, para além da carne de bovino de altura generosa, agrião, tomate, cebola confitada, queijo da ilha, bacon, piclkes e molho da casa, tudo acompanhado por generosa dose de batatas fritas caseiras, das melhores que já comi em toda a minha vida (desculpa, mãezinha, mas é verdade). A M. escolheu um Ovo a Cavalo, a que aludirei adiante. Como sobremesa não resisti a um dos shots da casa (versão miniatura da sobremesa, servida em copo de shot, por 1€), um cheesecake com doce de tomate, que só não repeti para não abusar. Ah, e acompanhámos tudo a Super Bock, porque somos simplórias, embora este estaminé tenha um leque de cervejas janota, para apreciadores (tudo em garrafa, nada de pressão).

Passados dez ou onze dias, voltei, num sábado à tarde – e levei a mãezinha. Tínhamos tido um dia bera, que até os Carapaus sofrem percalços, e era tempo de reabastecer: às cinco da tarde, a Real Hamburgueria tinha apenas quatro mesas ocupadas e foi tempo de retomar os bons sabores. Desta feita, optei pelo Careto, também com agrião, queijo de cabra transmontano, tomate, cogumelos Portobello e cebola – e nem sei se vos diga se vos conte. A mesma carne saborosíssima, a mesma combinação feliz de sabores e a certeza de estar a comer queijos e carnes DOP (denominação de origem protegida) fizeram daquele lanche qualquer coisa de estupendo. A mãezinha escolheu o Ovo a Cavalo, que consiste no hambúrguer, agrião, tomate, queijo Alavão, bacon, cebola e ovo – e gostou tanto como eu, embora inicialmente se tenha assustado com o tamanho da empreitada e tenha demorado a aceitar que não, aquilo não se poderia comer à mão e que também não, se lhe espetasse a faca e o garfo a coisa não se desconjuntaria (um palito forte, espetado a meio do pão, assegura a manutenção da dignidade do hambúrguer quase até ao fim). Escolhemos trincar uma salada para disfarçar e bebemos igualmente cerveja, terminando o repasto com cheesecake de morango (ela) e um semi-frio de maracujá (eu), ambos em formato de shot – e mais uma vez, ambas pensámos em repetir, mas contivemo-nos.

De ambas as vezes paguei entre 10€ e 11€ e não posso recomendar mais esta Real Hamburgueria Portuguesa (preferencialmente fora das horas de ponta, porque não se fazem marcações, mesmo porque têm entre o meio dia e as 23h00, de segunda a sábado para desfrutar da coisa): vão, levem fome e um agasalho – e preparem-se para ser muito felizes.

Bons apetites, nosso Cardume de estimação.

Real Hamburgueria Portuguesa
4.8 / 5 Carapaus
{{ reviewsOverall }} / 5 Cardume (2 votos)
Positivos
  • a suculência das carnes
  • a qualidade dos produtos
  • as sobremesas em shot
  • Negativos
  • o estacionamento na área
  • as filas em "hora de ponta"
  • Resumo
    É, até ver (e para nós), a melhor hamburgueria "gourmet" da cidade.
    Serviço4.5
    Comida4.5
    Preço/Qualidade5
    Espaço5
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    Real Hamburgueria Portuguesa

    Morada: Rua da Torrinha, 134
    Localidade: Porto

    Telefone: 222 011 930
    Horário: Seg a Sáb – 12h às 23h
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    7 Comments

    1. Eu fã assumida do Munchie, tenho que dar a mão à palmatória e reconhecer que estes são melhores. Sem desmerecer o Munchie, que gosto e continuarei a ir, porque há sempre espaço para ambos, fui à Real hoje é adorei.
      Claúdia

      1. Não são?
        Eu não desgosto do Munchie, onde fui justamente contigo, mas a Real Hamburgueria joga noutro campeonato… Ainda bem que gostaste! :)

        1. Adorei! Mas aquilo deve ser horrível para arranjar mesa… Eu fui ontem, Sábado, e ainda não eram 19 e já tinha poucas mesas. Saí de lá e ainda não eram 20h e estava tudo cheio e só gente à espera!
          Por isso é um sítio a ir, mas de preferência fora de horas.
          Claúdia

          1. Voltei lá hoje, eram já dez da noite, e só jantámos junto às 11h00.
            Mas valeu bem a pena! :)

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