Começo por dizer-vos que quando forem ao Restaurante A Grelha, em Guetim (irão com certeza), levem roupa que não se importem de sujar e bem almofadada: dali, sai-se a rebolar, prometo…
Artigos
Na verdade, a Cantina 32 só foi uma estreia para o AV: tanto esta vossa criada como a MAA e o TD (que compunham o ramalhete de quatro desta incursão) já lá haviam ido – curiosamente, todos em situações diferentes, tendo ficado com impressões algo heterogéneas – mas havia que fazê-lo de novo, por forma a registar a coisa como deve ser, aqui para o Cardume.
Recordo-me de que, quando estive na Cantina 32, tratava-se do estaminé-sensação do momento: estávamos no princípio de Agosto do ano passado, a coisa havia aberto ainda não há mês e, concomitantemente, não aceitava marcações (situação que entretanto se alterou: a marcação aconselha-se vivamente, sob pena de não se arranjar lugar, mesmo durante a semana), o que nos pôs a jantar quase às onze da noite e nos sujeitou a alguns inconvenientes, como uma gritante falta de pão ou a uma confusão com a faturação.
No entanto, a comida ficou-me na retina, porque já então me agradou muitíssimo.
À Chegada
Desta vez, a marcação foi feita com uns dias de antecedência, sendo que nessa altura a impressão não foi das melhores, uma vez que nos foi comunicado que, ao jantar, a Cantina 32 da Rua das Flores (artéria cada vez mais bonita, airosa e cosmopolita) recebe os comensais em dois turnos: o das 20h e o das 22h, sendo que, porque marcámos às 20h, teríamos de nos pôr a andar, por forma a que a mesa ficasse disponível para os comensais do turno seguinte, duas horas depois. Ora isto não é cartão-de-visita que se apresente a quem quer que seja, e nem sequer dispõe bem, pese embora saibamos de antemão que dificilmente ficaríamos mais tempo – mas é o princípio que não agrada e é pouco elegante (não se enganem: de “cantina” só há ali o nome – e isto é um elogio).
Poucos minutos depois da hora marcada, entrámos no espaço mais comprido do que largo, de paredes cinzentas e ar industrial, quebrado por uma decoração interessantíssima – não necessariamente original, porque já vários estaminés recorreram ao mesmo conceito de usar objetos inusitados (seja uma bicicleta pendurada na parede ou uma máquina de escrever pousada numa peça de mobiliário), mas certamente muito bem conseguida.
Também a luz quebra a estudada frieza das paredes, fazendo do Cantina 32 um local onde os contrastes caem bem e de forma natural (o que, infelizmente, nem sempre sucede).
O Menu
Na mesa para quatro, esperavam-nos já, para além do AV, que foi o primeiro a chegar, a deliciosa manteiga de banana com flor-de-sal (devo dizer que não agrada a todos, mas eu sou fã assumidíssima) bem como um cesto de delicioso pão caseiro fatiado, boas azeitonas e o belo do tremoço – coisa muito nacional e que, ao que parece, os turistas acham pitoresco (cfr. artigo do New York Times sobre o Cantina 32).
Trouxeram-nos o menu com celeridade e, enquanto picávamos do que havia, procedemos ao debate do costume e concluímos sobre o que nos forraria os estômagos e testaria as papilas gustativas nas horas seguintes (não mais do que duas, já se sabe).
As Nossas Escolhas
Optámos por quatro entradas e dois pratos principais, a saber: Chouriço Assado na Brasa, Bacalhau à Brás, Ovinhos de Codorniz com Bacon Panados e Croquetes de Alheira com Molho de Mel e Mostarda para entradas e, para depois, os dois pratos “Para Dois Com Alguma Fome” (não seria o caso, quando lá chegássemos, mas apetite temos sempre), Vitela na Brasa à Lafões com Batata a Murro e Salada Básica e Cachaço de Bísaro com Tripas e Feijocas (acompanhamento que podia ser trocado por Arroz de Cogumelos e Castanhas).
As Entradas

O Manjar
Encerradas estas hostilidades, a verdade é que, se ficássemos assim, já não saíamos com fome – a MAA (que não sai à filha – esta vossa criada) disse-se mesmo incapaz de deglutir o que quer que fosse a mais, mas acabou por fazer um pequeno esforço quando vieram os pratos principais.
Na verdade, que maravilha de petiscos ali tínhamos: o porco parecia manteiga e poderia comer-se à colher, apesar das fatias generosas de grossas (eram três), o tachinho com as tripas e as feijocas ficou a cargo da MAA (que nem um quarto comeu) e da carne não sobrou sequer uma lasca para contar a história; a vitela foi outro deleite: excelsamente cozinhada, apresentou-se em meia dúzia de fatias, também elas entusiasticamente saboreadas.
Faremos apenas um reparo negativo a uma das batatas que vieram como acompanhamento que, provavelmente por causa da sua dimensão mais avantajada, apresentou-se meio crua.
De resto, até a salada básica, que consistia num quarto de alface iceberg com um molho avinagrado delicioso, satisfez plenamente (a mim, que fui a única que a comeu).
As Sobremesas
No final de tudo isto, já mais para lá do que para cá, ainda tivemos forças para as sobremesas – eu jamais entrarei naquele restaurante sem que comer um cheesecake, isso é sagradinho.
Como estávamos com dificuldades em decidir, optámos por mandar vir três doces, que partilharíamos e comeríamos de acordo com os apetites de cada um. Vieram o Bolo de Bolacha com Nougat de Amêndoa (vendido ao centímetro, num mínimo de dois), o Cheesecake de Banana Caramelizada e Chocolate e a Terrina de Chocolate 32 – sendo que os primeiros, eram valores seguríssimos (já os prováramos) e o terceiro despertou a curiosidade do AV.
E confirmou-se: o bolo de bolacha satisfez bem, o cheesecake (servido num vasinho de barro, com cobertura de Oreos esfareladas, que se assemelham a terra) encantou e a terrina só desiludiu porque vinha com uma cobertura de menta que não é propriamente a nossa onda – mas deliciará aqueles que apreciam a junção dos sabores.
A Conta
No final de tudo isto, havíamos descoberto o mistério dos WCs (um marcado com um 6, outro com um 9 – qual deles o para mulheres e qual o reservado aos homens?), eram 22h03 e estava a conta pedida: 24€ a cada um parecem uma ninharia quando se come o que nós comemos, o que nos leva a afirmar a Cantina 32 como o local certo para quem está com sede de bons apetites.
Contacto para Reservas
Morada: Rua das Flores 32, Porto
Telefone: 222 039 069
Horário: Seg a Sáb – 12h30 às 22h30
Aceitam reservas? Sim
O Cantina 32 no Zomato
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Iniciemos esta posta com um esclarecimento: é sabido que apenas muito extraordinariamente aceitamos convites de restaurantes para os conhecer ou sequer damos a saber quem somos, quando os visitamos anonimamente – cremos que essa prática nos tolheria a isenção de quem quer dar a conhecer experiências do ponto de vista do cliente comum. Dito isto, não é a primeira exceção que abrimos, e os eventos promovidos pela Zomato, que desde sempre nos acolheu como parceiros, têm sido algumas delas.
Foi nesse contexto que visitámos o Mistu, espaço muito recentemente aberto na Rua do Comércio do Porto, na Ribeira: trata-se do irmão mais novo do já bem afamado Flow, pese embora o conceito se afirme como absolutamente original e independente. Éramos treze convivas, que incluíam o proprietário, Ricardo Graça Moura, que foi o anfitrião perfeito, três membros da equipa da Zomato, e nove bloggers/foodies, entre os quais esta vossa criada.
Fomos recebidos na zona do bar, onde os competentes funcionários nos prepararam cocktails de boas-vindas: eu optei por um Pisco Sour, que estava delicioso e foi a escolha certa para encetar hostilidades e acompanhar a observação do espaço, que é absolutamente magnífico – não só a decoração é de imenso bom-gosto, como a luz, intimista, convida a jantares tranquilos (embora não seja grande coisa para tirar fotografias, como observarão pelas nossas – mas, de todo o modo, não é nem deveria ser esse o objetivo). O pé direito, altíssimo, permite que haja um piso superior, tipo sacada, onde cabem umas quantas mesas e se exibe uma garrafeira de respeito, e a partir do qual a vista sobre todo o espaço é ainda mais encantadora. Uma vez sentados, neste piso, foi-nos introduzida a ementa, em jeito de banquete (dos muitíssimo generosos, como verão).
Em primeiro lugar, um couvert original e absolutamente delicioso, constituído por Tostas no Forno com Azeite (que não consegui parar de comer durante toda a refeição), Legumes em Cama de Gelo (sem qualquer tempero, estaladiços e fresquíssimos) e três molhos: de mascarpone e noz, de cenoura e mizo e de iogurte e lima – e não consegui decidir qual deles o melhor.
Depois, vieram dois ceviches: o Puro de Peixe Branco (que pode ser corvina ou robalo), que achei um dos reis da festa, por ser leve e cítrico, e o Crudo de Salmão e Maracujá, que adorei pela originalidade e combinação de sabores. Logo de seguida, a Salada de Pato, Romã, Maçã, Pinhões e Molho Hoisin, que se revelou um dos pratos preferidos de muitos dos convivas: de facto, a junção de sabores inesperada e o pato, extremamente bem cozinhado, está muito bem conseguida. Veio então um dos meus pratos preferidos da noite: a “Causa” de Caranguejo de Casca Mole e abacate: sou uma fã confessa do primeiro ingrediente e o resultado é algo de fresco e saboroso, que me veria a degustar recorrentemente, sem enjoar.
Era então altura dos quentes (a ementa está, originalmente, dividida apenas entre Pratos Quentes e Frios) e, depois do Polvo no Forno com Batata Doce, Edamame eOvo a Baixa Temperatura (um prazer para o palato e coisa mais tradicional, capaz de agradar aos menos aventureiros nesta coisa das gastronomias), chegaram-nos dois pratos de carne, ambas cozinhadas no formo a carvão. Primeiramente, o Cupim de Boi, Cerveja Preta, Puré de Abóbora, Manteiga e cogumelos, coisa intensa em termos de sabor mas perfeita para partilhar, mesmo porque esta parte do bovino não é facilmente encontrada por aí, já que o cupim costuma ser muitíssimo rijo – e aqui está muito bem conseguido, em forma de croquete gigante, sobretudo pelos sabores que a acompanham. Depois, o NY Strip Steak Maturado, uma delícia para quem gosta de carne de vaca de qualidade, atrelada a sabores de qualidade superior: a polenta foi a melhor que pude provar até hoje e a mescla de legumes estava muito bem confecionada.
Nesta altura, até um estômago tão elástico como o meu começava a dar sinais de exaustão, mas havia que ser resiliente, porque estavam prometidas três sobremesas que jamais poderia ignorar: a Pana Cota de Manga, Lima e Sorvete de Maracujá foi uma surpresa, porque nunca gostei de qualquer outra pana cota e esta estava uma delícia (perfeita para quem gosta de sobremesas leves); o Fontant de Dulche de Leche, Sorvete de Framboesa e Sopa Fria de Frutos Vermelhos é um deleite não só para o palato (sou doida por fondants) como também para o sentido estético; já a Semi Esfera de Caramelo e Flor de Sal, solo de Chocolate e Avelã e Suspiros de Lima foi inevitavelmente a minha preferida (é a mais intensa de todas e maravilhosa). Veio, ainda, de “brinde”, e a pedido de uma das convivas, a Tapioca de Gengibre e Gelado de Amendoim, que se revelou melhor do que eu esperava (é o tipo de sobremesa que não pediria, de moto proprio), mas foi a de que menos gostei – o que é uma questão de juízo de gosto e não de qualidade, como é óbvio.
Tudo foi acompanhado por vinho branco e/ou tinto (eu mantive-me no primeiro) e selado com cafés e descafeinado, para quem quis – e seguiram-se muitas horas de digestão.
Foi um prazer e um privilégio conhecer o Mistu tão aprofundadamente e, ainda assim, voltarei para alguns itens da ementa que ainda não provei, mas sobre os quais tenho muita curiosidade. Recomendo vivamente a visita.
Mistu Restaurante | Porto
4.5 / 5 Carapaus
PositivosO espaço A ementa O serviço
NegativosO estacionamento
Resumo
O Mistu, irmão mais novo do aclamado Flow, fica na zona da Ribeira mas não é para-turista-ver: trata-se de um espaço intimista, com uma ementa original e bem confecionada, que vale a pena visitar.
Serviço4.5
Comida4.5
Preço/Qualidade4.5
Espaço4.5
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Andava para visitar o Frankie, em Lisboa, há dois ou três anos: que diabo, não haveria de ser o estaminé mais bem cotado da capital, na Zomato, à época, por dá-cá-aquela-palha. Entretanto, sempre que vou lá a baixo, acabo por ter amigos e familiares a marcar refeições para todo o lado e nem com a abertura de uma segunda loja, este Verão, me foi possível matar a curiosidade. Felizmente, o conceito estendeu-se ao Porto e, muito recentemente, dei com ele instalado na Rua do Almada, pelo que aproveitei a primeira oportunidade para o ir visitar – e foi mesmo num sábado à hora do almoço, sem planeamento; felizmente, tivemos sorte e havia uma mesa à nossa espera.
À entrada, o espaço cativou-me imediatamente: gosto do ar contemporâneo, com toques de originalidade (as mesas suspensas do teto são uma preciosidade), do pé direito alto e das madeiras – o ambiente tem pinta e reúne um público eclético: havia famílias inteiras, grupos de turistas, casais, de tudo um pouco.
A escolha faz-se na caixa, logo à entrada, e a receção não poderia ter sido melhor: o serviço é assegurado por gente gira e despachada (a maioria, pareceu-me pelo sotaque, vinda lá de baixo, para assegurar a homogeneidade, certamente), de modo simpático e paciente – afinal, há uma catrefada de coisas que podemos escolher e a coisa não é fácil, numa primeira visita.
Acabámos por optar pelo Frankie 4 Fingers (para a Mãezinha, que foi a minha companhia), composto por pão, alface iceberg, rúcula, salsicha Frankfurt, aros de cebola frita, mostarda com mel, molho BBQ e bacon, e pelo Crispy Cheddar (para mim), com pão, mostarda com mel, salsicha Frankfurt, queijo Cheddar derretido e cebola crocante. Adicionámos-lhes uma Salada Simples (alface iceberg, cubos de tomate, molho de iogurte, queijo Cheddar ralado, cenoura em juliana e bacon em pedaços – e eu não li a lista de ingredientes, se não teria percebido que o meu conceito de “simples” não é o mesmo que o desta ementa) e as celebérrimas Batata Frankie, que consistem em batata frita aos palitos, queijo Cheddar derretido, bacon e cebolinho. Para acompanhar, duas limonadas.
Depois de paga a conta, que ficou em 8€ por pessoa, a ideia é passar ao balcão seguinte e levar logo as bebidas até à mesa que nos calhou em sorte (preferia ter ficado no piso da entrada mas já só havia lugar num recanto junto ao wc, para onde foi difícil entrar sem perturbar e fazer levantar todos quantos estavam sentados nas primeiras duas mesas). O resto iria lá ter e, na verdade, terão passado não mais do que dez minutos até termos tudo connosco.
E agora a parte mais difícil: cumpre-me esclarecer que não sou a maior fã de fast food em geral e de cachorros em particular, mas adoro de paixão os cachorrinhos dos The Dog e Gazela e também já fui muito feliz em roulottes de cachorros, daqueles onde vale fazer um monte de todos os ingredientes à disposição. Por isso, e dada a fama dos do Frankie, estava convicta de que iria apreciar grandemente a oferta – ora tal não se verificou, de todo, com grande pena minha.
Em primeiro lugar as batatas: a quantidade de cobertura era de tal ordem que as batatas parecias requentadas, moles e sem graça – nunca pensei que algum dia pudesse dizer, de queijo, que estava a mais, mas a verdade é que aqui é um exagero e abafa tudo o mais. Já quanto aos cachorros, a opinião foi unânime: os molhos são em excesso, a salsicha Frankfurt não é das melhores que já comi e a apreciação final foi um mero “meh”. Já a salada, mais uma vez, tinha as verduras abafadas pelo molho (que me pareceu mais maionese do que de iogurte) e toppings; a limonada é demasiado doce e não se adequa de todo àquilo que eu creio que deve ser uma limonada como deve ser.
Evidentemente, que tenho noção de que não se trata de um problema de qualidade: apreciadores deste tipo de sabores acharão as combinações fabulosas – mas não são, de todo, para mim. Ainda assim, achei muitíssimo positivo haver a possibilidade de diminuir, acrescentar ou trocar ingredientes em todos os cachorros, bem como a existência de três tipos de salsichas, para além da tradicional que escolhemos: frango, porco e a de feijão manteiga, adequada a vegans.
Enfim, creio que não há um único estaminé que possa agradar a todos os palatos e o Frankie não é para o meu, com grande pena minha.
Frankie Hot Dogs | Porto
4.1 / 5 Carapaus
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PositivosO espaço O serviço
NegativosExcesso de molhos Excesso de queijo Limonada muito doce
Resumo
Finalmente, os cachorros quentes mais famosos do país chegaram ao Porto e instalaram-se na Rua do Almada, para todos os amantes do género.
Serviço4.5
Comida3
Preço/Qualidade4
Espaço5
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Estava pensada há muitos meses, esta visita – mas, por uma razão ou por outra, só veio a concretizar-se num sábado de outono, antes de um concerto no Coliseu. A ideia era ir com tempo e desfrutar de uma noite amena, pelo que nem me incomodou sobremaneira o facto de que também no Cruel, tal como nos melhores restaurantes da cidade, as reservas se fazem agora por turnos, o que significa que quem, como nós, entrou às 20h, tem necessariamente de se pôr a andar antes das 22h, para que entrem os próximos. Ora isto, já o disse, desagrada-me porque comer por prazer há de ser sempre algo que gosto de fazer com tempo, sem ter um relógio a apressar-me – mas, como o Miguel Araújo cantaria às 22h, não foi um problema.
Depois de passada a pesada cortina de veludo que dá acesso ao restaurante, o acolhimento, bem como todo o serviço, foi afável e competente, se ser demasiado intrusivo (como por vezes acontece). Indicaram-nos uma mesa na primeira sala, mas acabei por, numa ida à casa de banho (que, curiosamente, não demarca os géneros, tendência já conhecida mas, ainda assim, original) espreitar a do fundo: na Rua da Picaria, os estaminés instalaram-se em antigas casas de habitação que têm este formato comprido, certamente com jardim ou pátio ao fundo, e respeitaram-lhes a morfologia.
A decoração e a iluminação (média, quase baixa) fazem pendant com tudo o mais: gosto de espaços com caráter, que não tentam ser senão si mesmos – e, nesse aspeto, o Porto está cada vez mais bem servido. Ora se há caraterística genuína no Cruel é a ementa: dividida em três menus, dirigidos a comensais mais arrojados (Cruel), os que estão dispostos a algo mais do que o normal (Cauteloso) e os mais conservadores (Medroso). Deu-se o caso de se juntarem à mesma mesa alguém sempre cheia de vontade de experimentar sabores e combinações novas (esta vossa criada) e alguém que nem por isso, pelo que acabámos por fazer uma mescla das três ofertas, que permitissem experimentar-se tudo, sem medos.
Antes dos pratos, veio o couvert, de que gostei particularmente: as azeitonas estavam sublimemente temperadas e os três tipos de manteiga caseira eram uma delícia, por apresentarem gostos diferentes, sendo que gostei particularmente da mais picante. O pão, de mistura, era igualmente bom e vinha em quantidade reduzida, o que é ótimo para quem, como eu, come pão até ele acabar.
Como entrada, veio um Rosbife de Porco Preto (Quase Cru) na Brasa, com Molho Tailandês (menu Cruel), que estava uma perfeita delícia, tenro e picante; quanto aos pratos principais, escolhemos apenas um: as Bochechas de Porco Coradas, Confitadas e Grelhadas, servidas com batata a murro e salada, igualmente gostosas e bem confecionadas (menu Cauteloso). Acompanhámos com um vinho de nome igualmente adequado: Infiel, um maduro tinto do Douro.
Nas sobremesas, catrapiscou-me a Torre de Chocolate, sobretudo pelo conceito: o preço é único (e puxadote: 8€) mas podemos escolhê-la na versão Cruel (gigantone), Cauteloso (média) ou Medroso; ora como me ia bater a ela sozinha, optei por esta última e, mesmo assim, asseguro que daria para três pessoas das não absolutamente glutonas, já que se trata de um bolo de chocolate bem alto e denso, entremeado com creme de chocolate, capaz de eliminar qualquer apetite por açúcar – tratei-lhe da saúde, mas com dificuldade. A outra sobremesa, Medrosa, foi uma Mousse de Chocolate com Crocante de Amêndoas, que foi igualmente muito gabada.
A conta saldou-se em 26€ por estômago, o que me parece absolutamente adequado e quero muito voltar para o tártaro, o risotto e o toucinho do inferno – e, paulatinamente, pelo resto da ementa também.
O Cruel é miminho bom, numa cidade com cada vez mais oferta, que nem sempre é proporcional à qualidade.
Cruel Restaurante | Porto
5 / 5 Carapaus
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PositivosO serviço O menu
NegativosNada a assinalar
Resumo
Não é por acaso que o Cruel está entre os restaurantes mais bem cotados do Porto: vale a pena a visita e os preços são bem mais amigos do que antecipáramos.
Serviço5
Comida5
Preço/Qualidade5
Espaço5
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Cruel Restaurante | Porto
Morada: Rua da Picaria, 86
Localidade: Porto
Localidade: Porto
Telefone: 924 400 259
Horário: Seg a Qui – 19:30 às 24:00 | Sex – 12:30 às 15:00 e 19:30 às 01:00 | Sáb – 13:00 às 15:00 e 19:30 às 01:00 | Dom – 13:00 às 15:00 e 19:30 às 24:00
Aceitam reservas? Sim
Data da Visita: 4 de novembro de 2017
No Zomato
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Nem vou tentar o suspense, para não fazer perder tempo ao amado Cardume: digamos que o brunch do Astoria, no Palácio das Cardosas (Hotel Intercontinental), mesmo ali ao fundo da Praça da Liberdade, com vista para os Aliados e a Câmara, mas também para São Bento, é demasiado gabado para aquilo que, de facto, oferece. Posto isto, adeus, ó malta que não tem tempo para mais e olá, ó gentes que quereis saber as razões do nosso ( muito relativo) descontentamento.
A verdade é que, quando lemos maravilhas sobre um determinado estaminé, as expectativas sobem exponencialmente: “mais de 50 pratos”, lia-se, numa publicação online muito badalada (e de mérito discutível, mas isso são contas de outro rosário), há um par de meses; um dos melhores brunches do Porto, aventava-se. Olhem, não é. Por 27€ esperava muito mais, porque o facto de estarmos num sítio belíssimo, onde o requinte é a palavra de ordem, não pode ser o único critério para o que se paga – para além de que o serviço, ao almoço e ao jantar, é de outro calibre, sem termo de comparação.
Explico-me: o serviço é atencioso e atento e simpático, mas depois chegou mais gente e já tivemos de estar à espera muito mais do que devíamos (para algo tão prosaico como pagar ou pedir um cappuccino), o que nem me incomoda per se (era fim de semana, a conversa estava boa, não tinha horas para chegar onde quer que fosse), mas tem de ser considerado num local como o Astoria (mesmo porque houve um outro problema, de que falarei adiante).
O espaço é, no Astoria, maravilhoso: a sala é requintada e elegante, os lustres dão-lhe uma aura aristocrática, e o facto de estarmos ali, numa câmara fresquinha (fazia um calor enorme, naquele dia do início de outubro) e a salvo da confusão da Baixa é, por si só, um trunfo. Todavia, não adorei o modo como está disposto o brunch, logo à entrada, como se fosse indigno de pertencer a uma sala que não foi com certeza pensada para refeição tão pouco formal.
Ainda assim, a apresentação é bonita e cuidada: não sei se ali moram “mais de 50 pratos”, como diziam os outros, ou se podemos falar, sequer, de pratos, quando nos referimos a queijos, carnes frias , salgadinhos, iogurtes e outras iguaria – mas não posso deixar de referir que os rissóis e afins estavam fritos de fresco, o pão apetitoso e estaladiço, os queijos, embora pouco variados, eram bons; não gostei tanto de algumas coisas aparentemente mais sofisticadas, como um tártaro ou uma salada com carne branca, que me pareceram sensaborões e sem graça.
É possível pedir, ainda, pratos de ovos (Benedict, escalfados, fritos, mexidos ou em omeleta): vieram três Benedict e uns escalfados e, mais uma vez, não rejubilei. Das meias de leite e do meu chá, nada a dizer, mas a MBC não conseguiu ingerir o seu cappuccino, que achou mauzinho. De resto, havia água e sumos à disposição (infelizmente, sumos de pacote) e também era possível pedir vinho, o que me parece simpático.
Gostei particularmente dos folhados doces, muitíssimo bons, mas não rejubilei com as sobremesas. Já os bolos secos (de chá, como lhes chamo) foram muito aclamados, bem como as panquecas, que eu achei banais mas ouvi serem gabadas pela SC. Creio que o que mais consenso gerou terá sido o mini-prego em bolo do caco, cuja carne se desfazia e estava francamente delicioso. Tudo o mais não arrancou, em mim, mais do que um suspiro de tédio – e não posso deixar de dizer que, por comparação, e a todos os níveis, o brunch do Poivron Rouge, 5€ mais barato, continua a ser, para mim, o melhor do Porto: também tem tudo incluído (mesmo os ovos que pedimos, à parte, e que não são nada de especial) mas tanto o serviço como a diversidade e qualidade são superiores, o que será, provavelmente, causa e efeito de terem a sala sempre cheia.
Uma nota para terminar: é anunciado que o Astoria paga duas horas de estacionamento no Parque das Cardosas, ali mesmo ao pé; infelizmente, os três talões que nos deram, e que seriam uma espécie de “vale” para a máquina de pagamento, não funcionaram, tornando a brincadeira 5,90€ mais cara. Não pude reportar isto ao restaurante, porque isso implicava voltar para trás e eu tinha de me vir embora, mas deixei a nota no parque – e é outro dos fatores por que atribuo nota mediana ao serviço.
Não fiquei deslumbrada, não senhores.
Astória-Intercontinental | Brunch | Porto
4 / 5 Carapaus
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PositivosO espaço
NegativosO estacionamento
Resumo
No chamado Palácio das Cardosas, o Astória oferece um afamado brunch, em regime de buffet – o espaço é maravilhoso.
Serviço3.5
Comida4
Preço/Qualidade3.5
Espaço5
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Astória-Intercontinental | Brunch | Porto
Morada: Intercontinental Porto, Praça da Liberdade, 25
Localidade: Porto
Localidade: Porto
Telefone: 220 035 600
Horário: Restaurante – Seg a Dom – 12:30 às 15:00 e 19:30 às 22:30 | Brunch – Sáb – 12h30 às 16h
Aceitam reservas? Sim
Data da Visita: 7 de outubro de 2017
No Zomato
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Já aqui tinha revelado a minha vontade de ir ao anunciado novo Panca (o original aconteceu no Parque da Cidade, e sempre foi dito como sendo sazonal), que o Chef Camilo Jaña abriu, já sem Ruy Leão mas com a mão de mestre de Vasco Mourão, responsável por tão bons estaminés na Invicta (para os mais distraídos: Cafeína, Terra, Casa Vasco e Portarossa). Reunidas as condições necessários (a saber: disponibilidade minha e da RV), lá fomos, numa noite chuvosa de Verão, com reserva de mesa prévia, que eu nunca brinco em serviço com estas coisas.
O Panca fica na Sá de Noronha, onde, nos últimos anos, têm aberto tantos espaços de restauração, e é um espaço de bom gosto, bem decorado e com um ambiente animado e convidativo; também tem meia dúzia de mesas cá fora, onde, mesmo num dia de chuva tola, dá para comer, porque são cobertas com guarda-sóis (sol e outras maleitas) dos resistentes. Lá dentro, uma primeira constatação: como é comum em restaurantes de inspiração sul-americana, a música está um nadinha alta de mais. E isto, per se, é só um apontamento – mas a verdade é que, quando a música está um bocadinho alta, num restaurante cheio, toda a gente começa a falar mais alto, o que acaba por desaguar numa barulheira que chega a incomodar, porque se não nos juntarmos à gritaria, mal conseguimos ouvir a vizinha da frente.
Ficámos sentadas numa mesa pouco simpática, porque imediatamente junta ao degrau que separa a parte de baixo da de cima – o que significa que o serviço para todo o restaurante passava por mim em particular, que estava de costas para o “corredor”.
Foi-nos trazida a ementa, que é composta por três tipos de empanadas, quatro de ceviches, quatro de grelhados na brasa, uma salada, um hambúrguer e quatro “diversos”, para além das sobremesas. Optámos, como é costume, por pedir coisas várias para partilhar: quisemos uma Maçaroca de Milho na Brasa com Manteiga de Miso, um ceviche Peixeirada e as Empanadas de Chili com Carne.
Entretanto, foi-nos trazido o couvert, que foi coisa que me dececionou bastante. Num baldezinho vinham os hidratos : a broa era boa (mas só tinha dois pedacinhos mínimos), os nachos (apenas dois. DOIS!) eram ofensivos de maus, moles e desenxabidos, e os restantes (creio que seriam os chips de banana, mas não posso jurar, porque a funcionária que nos calhou em sorte, ao contrário da da mesa do lado, não nos explicou nada) até bastantes simpáticos, pelo que tivemos de pedir mais, porque também só vinham dois. Para acompanhar, havia uma espécie de paté de frango, que achei absolutamente banal, e uma maionese picante que não deslumbra de todo.
Depois, começaram a chegar os pratos pedidos: a maçaroca tem uma apresentação genial e vem com uma faca espetada, o que nos agradou, já que queríamos parti-la a meio. Quando perguntámos ao empregado (agora outro) como devíamos fazê-lo, ele não sabia – e foi perguntar, o que me parece lindamente; o pior foi a resposta: “diz que têm de o fazer na vertical” – e foi embora. Depois de nos debatermos com a indignação pela falta de cuidado e com a própria maçaroca, que não dava sinal de querer partir, chamámo-lo e pedimos que o fizesse ele: acabou por parti-la em dois troços, de modo algo atabalhoado – mas que acabou por funcionar, vá. O sabor compensou o dislate: barrada com a manteiga de miso, a maçaroca de milho na brasa é mesmo muito boa.
Já o ceviche estava bom, como se esperava: o Peixeirada (que também permaneceu no Lucha Libre) tem leva peixe branco, batata doce, chulpi (um tipo de milho dos Andes), abacate e um marcante sabor a lima. Finalmente, as Empanadas acabaram por ser a estrela (inesperada, para mim) da companhia: a massa tenra estava sublime e o recheio de carne e feijão era mesmo muito saboroso.
Não podíamos vir embora sem experimentar as sobremesas, e da hipótese de dividirmos uma, depressa ficámos na certeza de mandar vir duas, para partilhar: a RV quis provar a I ❤️ Lima e Matcha (que não trazia qualquer descrição adicional) e eu a Mousse de Chocolate, Paçoca Toffee e Gelado de Amendoim. E permitam-me que vos diga que, de forma inesperada, foram as sobremesas que mais brilharam no Panca: a de mousse está muito bem conseguida, aconselho-a vivamente, mas a de Lima e Matcha, uma coisa dos deuses com suspiros, uma base de leite condensado e sorvete de lima, é uma combinação que nunca esquecerei e a que quererei regressar.
Mais uma vez, as sobremesas não nos foram apresentadas, como não o foram os demais pratos – e esse cuidado parece-me fundamental em geral, mas mais ainda quando se trata de um estaminé de cozinha internacional. O serviço foi, de resto, o que menos me agradou no Panca, a par com o barulho excessivo – não porque fosse deseducado (de todo!) mas porque me pareceu pouco preparado e, também, pouco conhecedor da ementa e suas caraterísticas.
No final, pagámos 21€ por pessoa, o que me pareceu justo para o espaço e para o que comemos.
Panca | Cevicheria e Pisco Bar | Porto
4.1 / 5 Carapaus
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PositivosAs empanadas As sobremesas
NegativosServiço desatento Os nachos
Resumo
Herdeiro do Panca original (no Parque da Cidade), o novo estaminé da baixa devolve-nos os sabores sul-americanos, num espaço cheio de cor e pinta.
Serviço3.5
Comida4.5
Preço/Qualidade4.5
Espaço4
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Assumo: o primeiro impacto com a Casa Serrão não foi, de todo, feliz: marcáramos lá um jantar de família, a um sábado à noite, para as 21h; infelizmente, porque estacionar na zona da “rua dos restaurantes” de Matosinhos (como eu lhe chamo) pode ser um perfeito pesadelo, eram já quase 21h15 quando chegámos ao restaurante e, depois de darmos o nome no sentido de nos indicarem mesa, esperámos mais uns 5 minutos, para que soubessem do que falávamos – após o que viemos a saber que haviam sentado cinco pessoas na mesa redonda para seis que reserváramos.
E não tenhamos ilusões, um estaminé como o Serrão, daqueles com esplanada a levar com a fumarada do grelhador de rua, não tem tempo para reclamações ou manifestações de indignação, apelando ao bom senso: ali alimenta-se muita gente por dia e as técnicas de marketing não são uma prioridade. Trata-se de duas salas bem grandes, mais um terraço no primeiro andar e a esplanada cá fora, capazes de albergar muitas dezenas de comensais. Os funcionários são daqueles que aprenderam praticando e o serviço despachado é a marca da casa. Ainda assim, há falhas de comunicação, esperas incompreensíveis e algumas lacunas no que toca à gestão – mas nem por isso o Serrão deixa de estar à pinha, ao contrário de outros estaminés na mesma rua.
A fome era muita, a paciência face à absoluta desorganização estava a chegar ao limite e valeu-nos a simpatia da proprietária, que se dispôs a sentar-nos aqui ou acolá – e nunca aceitámos, por serem mesas para 4 que ela queria transformar em para 6 (mais uma criança). Mas era missão quase impossível, em meados de agosto e àquela hora, arranjar outro restaurante que servisse com peixe grelhado, sem marcação. Por isso, esperámos, e deviam ser umas 22h30 quando nos sentámos, já com os pedidos preparadíssimos (tivemos mais do que tempo para estudar a ementa, como se imagina).
Felizmente, a partir do momento em que nos sentámos, tudo correu maravilhosamente. O funcionário que nos calhou em sorte era competente e educado, soube lidar com alguma desinformação chegada da cozinha (houve pelo menos quatro pratos que quisemos e que só soubemos uns dez minutos depois que não os havia: polvo na brasa, lombinhos de pescada, petinga e peixe espada) e, mais importante do que tudo, optou por alimentar-nos, mesmo sem pedirmos: veio uma ótima broa de milho com centeio, salada mista, salada de ovas, umas das melhores pataniscas que já comi e salada de polvo – e só se ouviram suspiros e elogios, sobretudo por parte dos familiares estrangeiros, que nunca haviam provado algumas das iguarias.
Como pratos principais, optámos por pedir cinco (éramos seis e uma mini de quase 2 anos), para dividir – mais uma vez a conselho do funcionário e mesmo sabendo que 3 de nós são reconhecidas enfardadeiras – e a verdade é que não só chegou como foi penoso não deixar nada por comer. Vieram os Jaquinzinhos com Arroz Malandro, o arroz de Marisco (1/2 dose), as Lulas, uma Dourada e um robalo grelhados, tudo acompanhado de batatas a murro (deliciosas). Estava tudo absolutamente delicioso, não houve sequer um de nós que ficasse desagradado com o que quer que fosse. Acompanhámos tudo com vinho da casa à pressão, em honra dos nossos convidados, que adoram a beberagem (e eu, devo confessar, também).
Mas não ficámos por aqui, porque as sobremesas esperavam por nós: veio um Leite-creme acabadinho de sair do tacho, bem queimado, um Folhado à Braga (com creme de ovos) fresquíssimo, uma Tarte de Amêndoa tão boa como a que a minha mãe fazia em tempos, e um Bolo Brigadeiro, que foi o que menos elogios obteve, por ser assim mais para o seco e banal.
No final, cafés e a conta, que se saldou em cerca de 22€ por estômago, o que me parece valor muito satisfatório, para a qualidade do que nos foi dado a provar. Não me vou esquecer da espera nem da desorganização, também não adorei o espaço, mas tenho de dar a mão à palmatória: na Casa Serrão, os bons apetites são uma certeza.
Casa Serrão | Matosinhos
4.5 / 5 Carapaus
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Positivos
O peixe grelhado, As pataniscas, O leite-creme, As entradas
Negativos
A espera inicial, Alguma desorganização
Resumo
Especialista em peixes grelhados, a Casa Serrão é estaminé de renome em Matosinhos, capaz de servir pratos simples mas muitíssimo bem confecionados, a saber a mar.
Serviço4.5
Comida5
Preço/Qualidade5
Espaço3.5
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Há já semanas que queríamos ir ao Mito: mal lhe conheci a ementa, houve um par de pratos por que salivei, só a partir da descrição. Ora sucede que houve duas tentativas prévias, que resultaram em nada: o Mito, ao menos até à data da nossa visita, nunca abriu à hora de almoço – e nós andamos numa fase em que a Baixa tem sido palco mais de almoços do que de jantares. Tratámos, por isso, de abrir uma exceção à regra, marcámos mesa e lá fomos, a meio de uma semana ainda de trabalho, para quebrar rotinas.
À chegada, pouco depois das 20h, tivemos a sorte de ter o espaço sito na Rua José Falcão todo para nós, o que nos permitiu apreciar a decoração minimalista, mas com muitos apontamentos de bom gosto: o chão, as mesas e cadeiras vintage, a iluminação industrial-chic (se o termo não existia, passou a existir), o faqueiro a mimetizar o que era uso há umas décadas. Gostei sobretudo da fachada toda em vidro: são janelas que nos dão a sensação, quando abertas, que a rua também mora ali – ou que nós mesmas estávamos também na rua.
Tratámos de analisar a ementa mais como um pró-forma, uma vez que levávamos o trabalho de casa feito; também sabíamos que queríamos dividir pratos, para saborearmos o máximo que pudéssemos. Assim sendo, pedimos o Tártaro de Alcatra, os Croquetes de Boi Velho e a Salada de Mexilhões Fumados. Para beber, um fino, que veio a ser Estrella Damn – longe de ser uma das minhas cervejas favoritas, continuo a conseguir bebê-la bem.
Entretanto, nos poucos minutos em que esperávamos, fomos debicando os pãezinhos de centeio com a manteiga do dia, caseiríssima, de coentros e lima – e que coisa tão boa, só apetecia trazer meio quilo e não se falava mais nisso.
Meu querido Cardume, o que se seguiu foi a continuação de um festim de sabores: não houve rigorosamente nada que se revelasse menos bom: o Tártaro, servido com gema curada em soja, caldo de cogumelos fumados e lâminas de cogumelos, estava tão bom como eu o imaginara; os Croquetes eram, no dizer da RV, “comme il faut”: sem farinhas, com carne da boa e tenra; a Salada de Mexilhões, com cevada, cebola roxa marinada, coentros, rúcula e citrinos (laranja e toranja) acompanhou os croquetes tão bem que poderiam sempre ser servidos assim.
Dávamos já o caso por encerrado quando, da cozinha, o F. (que foi meu aluno, há já muitas luas) surgiu com um pratinho de Croquetes de Peixe que, segundo ele, não poderíamos deixar de provar – e estavam mesmo muito bons: distinguia-se o bacalhau e o camarão, como é raro acontecer (bem sei que deveria ser regra, mas é exceção) e estavam acabadinhos de sair da fritura, o que os tornou ainda melhores.
Já muito satisfeitas, mas ainda não derrotadas, não poderíamos deixar de experimentar as sobremesas que foram a cereja em cima do bolo e vieram confirmar que, no Mito, é difícil haver o que quer que seja de menos bom: a Pavlova é mais “suspirenta” do que antecipámos e, ainda assim, ótima, e a calda de frutos vermelhos macerados valeria por si só; o cheesecake NY Style, de que pensei que não gostaria, por ter rum na sua composição, era, afinal, uma delícia de lamber a beiçola: bolo de queijo como deve ser, de forno, não os semifrios que se servem para aí, muitos deles sem sequer o aroma de queijo.
Contas feitas, este magnífico repasto quedou-se pelos 17€, o que me parece não apenas justo como até surpreendentemente barato para os bons apetites que nos proporcionou. Quando saímos, a casa estava cheia, numa mescla de turistas e locais constituindo uma ajuntamento eclético e agradável.
Mito Restaurante | Porto
5 / 5 Carapaus
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Positivos
A comida, O serviço, O espaço, O preço
Negativos
Não estar aberto ao almoço
Resumo
Adoro ser surpreendida por restaurantes sobre que tinha já expectativas altas. O Mito é uma novidade, no Porto, e o chef Pedro Braga (e equipa) faz com que a visita valha a pena: a qualidade é magnífica e o preço é simpático.
Serviço5
Comida5
Preço/Qualidade5
Espaço5
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Evidentemente, não foi a minha primeira ida ao Tripeiro, sito em Passos Manuel (escrevemos sobre a experiência há pouco mais de dois anos), mas foi a primeira incursão no novo Tripeiro, que mudou de mãos e está de cara lavada – e é uma satisfação verificar que não se deixou morrer um dos restaurantes mais tradicionais e clássicos do Porto, que sempre serviu comida tradicional, mas estava, de facto a precisar urgentemente de renovação, sobretudo no que toca ao espaço, mas também, admito, no modo como se apresenta às novas gerações de locais e de turistas, que serão a clientela do presente e do futuro.
E foi há pouco tempo, no início do Verão, que um punhado de gente que já dava cartas na (boa) restauração da Invicta (falamos dos responsáveis pelo LSD, Cantina 32 ou Puro 4050) agarrou no Tripeiro e o tornou mais apelativo, até do lado de fora: lembro-me de ter vontade de lá ir quando passei à porta, no dia da reabertura, e tudo me pareceu moderníssimo e sofisticado, pese embora se tenha mantido o letreiro original, que constitui já um toque vintage.
Recentemente, num dos nossos almoços mais ou menos mensais, eu, a JSS e a RV optámos por marcar mesa para lá e foi com muito agrado que apreciámos a elegância do novo espaço, que manteve muito do que anteriormente existia, mas com um toque contemporâneo (mas rústico) e, sobretudo, muito mais acolhedor e confortável: ficámos numa mesa que incluía um “sofá” de madeira com almofadas. A luz, que a JSS achou excessivamente baixa, agradou-me também – num dia de sol e calor, soube-me muito bem.
O couvert é constituído por um cestinho de pão (broa de Avintes, pão rústico e regueifa) e uma taça com manteiga, que creio só eu ter degustado (não resisto a manteiga, há que admiti-lo). Não pedimos entradas, porque nenhuma de nós gosta de comer muito ao almoço, e partimos desde logo para os pratos principais, sendo que para além dos da lista, existe também a oferta do dia que, no caso, era Caldeirada de Bacalhau e Costeletas Panadas com Arroz de Chouriço. Eu optei por estas, a RV foi para os Panados de Vitela com Arroz de Tomate e a JSS para os Filetes de Pescada com Salada Russa. Para beber, eu e a JSS quisemos a limonada que, a pedido, pode vir sem açúcar (porque nenhuma de nós gosta dela doce), enquanto a RV se manteve fiel ao seu hábito de não ingerir líquidos (por nada de especial, só porque não lhe sabe bem).
E só temos a dizer bem de tudo quanto comemos: a qualidade do Tripeiro, que sempre foi um marco na gastronomia da Invita, mantem-se, o respeito pela cozinha tradicional portuguesa também, e o empratamento é mais bonito e cuidado. No entanto, não posso mentir: não gostei do serviço, que achei blasé e em chocante contraste com o anteriormente existente, muito mais próximo e diligente. Por outro lado, a não existência de doses e meias doses (só permanecem as doses) parte do princípio de que todos temos os mesmos apetites – o que não acontece, de todo, e acabei por comer uma grande parte do segundo panado da RV.
Mas a comida é francamente boa: a carne era tenra e bem temperada, a fritura estava ótima, a salada russa era pejadinha de ervilhas e cenoura (e não apenas batata, como tantas vezes se vê), os filetes foram muito gabados e os arrozes, cada qual no seu estilo (o de tomate malandrinho, o de chouriço seco e maravilhoso), estavam perfeitos.
Não quisemos sobremesa, embora a oferta seja agradável, para quem se delicia pelos sabores tradicionais, terminámos com um café e pagámos 13€ cada uma, o que me parece bastante bem, para um estaminé do gabarito do Tripeiro. Obviamente que, ao jantar, com vinhos, entradas e sobremesas, a conta atirar-se-á para os vinte e qualquer coisa euros por estômago, mas ainda assim aconselho vivamente a visita – embora recomende uma revisão do serviço às mesas, que só ganharia em ser mais caloroso e presente.
Restaurante Tripeiro | Porto
4.1 / 5 Carapaus
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PositivosA decoração a comida
NegativosO serviço
Resumo
O renovado Tripeiro soube manter a qualidade da comida tradicional portuguesa, com um toque de autor, e renovar um espaço que estava absolutamente ultrapassado. É um valor seguro, na Baixa do Porto.
Serviço3.5
Comida4.5
Preço/Qualidade4
Espaço4.5
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