Começo por dizer-vos que quando forem ao Restaurante A Grelha, em Guetim (irão com certeza), levem roupa que não se importem de sujar e bem almofadada: dali, sai-se a rebolar, prometo…
Artigos
Eis mais um estaminé que estava na lista dos “a visitar com urgência” praticamente desde que abriu, pois que não oiço senão dizer muito bem: o Terminal 4450, sito ali mesmo, no antigo terminal de passageiros do Porto de Leixões, do lado de Leça da Palmeira (onde, uma vez por outra, ainda é possível ver um navio “descarregar” passageiros), não só se encontra numa localização privilegiada como tem uma luz espetacular, daquelas que tornam tudo mais simpático.
À Chegada
Depois de estacionar o carro nas redondezas, o que se revela tarefa mais simples do que à primeira vista se pensa (baste enveredar pelas ruelas do outro lado da Avenida Antunes Guimarães), a entrada no Terminal 4450 é a primeira experiência engraçada: sobe-se de elevador (ou pelas escadas, para quem gosta de se massacrar para além do ginásio) e, depois, caminha-se por um corredor que faz lembrar as mangas que conduzem aos aviões, com vista para o rio.
A Entrada
Uma vez chegados ao Terminal, toda a grandiosidade (que se mantém na zona da receção e casas de banho, toda amadeirada e com elementos decorativos de um bom gosto despojado) torna-se aconchegante, apesar do pé direito alto: um grande balcão de madeira rústica, onde se servem os cocktails que fazem do Terminal 4450 também um bar, convive com bancos altos e uns sofás, para quem espera e gosta de ir bebericando; uma mesa de mistura anuncia noites musicais, em harmonia com as traves de madeira que remetem inevitavelmente para as construções náuticas.
A Sala do Terminal 4450
A sala principal não é enorme e estava cheia que nem um ovo, o que parecia trágico para quem até tinha feito uma reserva, uma semana antes. Fomos convidadas por um dos funcionários (delicadíssimo e profissional, como todos os que passaram pela nossa mesa) a ficar numa sala mais pequena – e se o convite parecia indiciar uma experiência menor, pelo cuidado com que foi feito, veio a revelar-se uma coisa muito boa: a sala “ao lado” tem exatamente a mesma vista privilegiada, mas é bastante mais tranquila, o que é ótimo para quem, como eu, detesta ter de (e ouvir) falar alto às refeições.
O Menu e as Entradas
Uma vez instaladas, e ainda antes de nos ser trazida a ementa, foi-nos apresentado o menu do dia, uma pechincha que, por 8,50€, nos serve o couvert, sopa, o prato do dia e uma bebida. Aceitámos imediatamente: bem sei que a especialidade da casa são as carnes puras (e não tardarei a voltar para um bife dos muito bons), mas é impossível não aceitar um negócio destes. Assim, começámos por trincar o pão (entre broa com chouriço e pão de mistura) com a manteiga de linguiça (coisa mesmo muito boa) e umas pipocas salgadas com orégãos que fizeram as nossas delícias. Passados uns minutos, veio um creme de brócolos irrepreensível (e eu nem sequer sou grande fã de sopa, a não ser daquelas que são para lá de boas, como esta).
O Prato Principal
O prato principal era Secretos de Porco Preto com Castanhas e Cogumelos, servidos com Arroz de Frutos Secos (num balde de alumínio) e devo dizer que a coisa estava uma especialidade, de tão boa. As quantidades servidas são sensatas e mais do que suficientes mesmo para gente de (bastante) alimento, como eu.
As Sobremesas
Inevitavelmente, não pudemos sair sem fazer uma incursão pela oferta de sobremesas, que parece ser outra das grandes forças do Terminal 4450, a aferir pela quantidade de sugestões que tive, mal artilhei uma fotografia do sítio onde estava, no meu Instagram: da Bola de Berlim (que passei por ser recheada com o tradicional creme de pasteleiro, que dispenso) ao Petit Gateau de abóbora com Gelado de Queijo da Serra, os conselhos eram muitos, mas acabei por seguir o meu instinto, que é muito chocolateiro, e decidi-me pelo Decadente de Chocolate, uma deliciosa fatia de bolo de chocolate em três texturas, que rivaliza com o que de melhor já comi, dentro do género. Para a mesa vieram ainda uma Mousse de Chocolate (o doce daquele dia) e uma Tarte de Limão Merengada que, apesar de gostosa e belíssima, só dececionou (em parte) porque o “merengue” era, na verdade, pedaços de suspiros (e a ideia não seria exatamente essa).
Café e a Conta
Finalmente, os cafés e a conta: uma refeição deste calibre, com vinho e sobremesas, ficou por um pouco menos de 18€ por estômago, o que me parece muitíssimo razoável e justo. Claro que, porque não satisfiz toda a minha curiosidade, pretendo voltar em breve, para os bifes e mais sobremesas, de preferência ao jantar – isto porque a busca por bons apetites jamais cessa, por aqui.
Os Contactos
Telefone: 919 851 933
Horário: Dom a Qui – 12:30 às 15:00 e 19:30 às 23:00 | Sex e Sáb – 12:30 às 15:00 e 19:30 às 02:00
Aceitam reservas? Sim
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O Terminal 4450 no Zomato
Na verdade, a Cantina 32 só foi uma estreia para o AV: tanto esta vossa criada como a MAA e o TD (que compunham o ramalhete de quatro desta incursão) já lá haviam ido – curiosamente, todos em situações diferentes, tendo ficado com impressões algo heterogéneas – mas havia que fazê-lo de novo, por forma a registar a coisa como deve ser, aqui para o Cardume.
Recordo-me de que, quando estive na Cantina 32, tratava-se do estaminé-sensação do momento: estávamos no princípio de Agosto do ano passado, a coisa havia aberto ainda não há mês e, concomitantemente, não aceitava marcações (situação que entretanto se alterou: a marcação aconselha-se vivamente, sob pena de não se arranjar lugar, mesmo durante a semana), o que nos pôs a jantar quase às onze da noite e nos sujeitou a alguns inconvenientes, como uma gritante falta de pão ou a uma confusão com a faturação.
No entanto, a comida ficou-me na retina, porque já então me agradou muitíssimo.
À Chegada
Desta vez, a marcação foi feita com uns dias de antecedência, sendo que nessa altura a impressão não foi das melhores, uma vez que nos foi comunicado que, ao jantar, a Cantina 32 da Rua das Flores (artéria cada vez mais bonita, airosa e cosmopolita) recebe os comensais em dois turnos: o das 20h e o das 22h, sendo que, porque marcámos às 20h, teríamos de nos pôr a andar, por forma a que a mesa ficasse disponível para os comensais do turno seguinte, duas horas depois. Ora isto não é cartão-de-visita que se apresente a quem quer que seja, e nem sequer dispõe bem, pese embora saibamos de antemão que dificilmente ficaríamos mais tempo – mas é o princípio que não agrada e é pouco elegante (não se enganem: de “cantina” só há ali o nome – e isto é um elogio).
Poucos minutos depois da hora marcada, entrámos no espaço mais comprido do que largo, de paredes cinzentas e ar industrial, quebrado por uma decoração interessantíssima – não necessariamente original, porque já vários estaminés recorreram ao mesmo conceito de usar objetos inusitados (seja uma bicicleta pendurada na parede ou uma máquina de escrever pousada numa peça de mobiliário), mas certamente muito bem conseguida.
Também a luz quebra a estudada frieza das paredes, fazendo do Cantina 32 um local onde os contrastes caem bem e de forma natural (o que, infelizmente, nem sempre sucede).
O Menu
Na mesa para quatro, esperavam-nos já, para além do AV, que foi o primeiro a chegar, a deliciosa manteiga de banana com flor-de-sal (devo dizer que não agrada a todos, mas eu sou fã assumidíssima) bem como um cesto de delicioso pão caseiro fatiado, boas azeitonas e o belo do tremoço – coisa muito nacional e que, ao que parece, os turistas acham pitoresco (cfr. artigo do New York Times sobre o Cantina 32).
Trouxeram-nos o menu com celeridade e, enquanto picávamos do que havia, procedemos ao debate do costume e concluímos sobre o que nos forraria os estômagos e testaria as papilas gustativas nas horas seguintes (não mais do que duas, já se sabe).
As Nossas Escolhas
Optámos por quatro entradas e dois pratos principais, a saber: Chouriço Assado na Brasa, Bacalhau à Brás, Ovinhos de Codorniz com Bacon Panados e Croquetes de Alheira com Molho de Mel e Mostarda para entradas e, para depois, os dois pratos “Para Dois Com Alguma Fome” (não seria o caso, quando lá chegássemos, mas apetite temos sempre), Vitela na Brasa à Lafões com Batata a Murro e Salada Básica e Cachaço de Bísaro com Tripas e Feijocas (acompanhamento que podia ser trocado por Arroz de Cogumelos e Castanhas).
As Entradas

O Manjar
Encerradas estas hostilidades, a verdade é que, se ficássemos assim, já não saíamos com fome – a MAA (que não sai à filha – esta vossa criada) disse-se mesmo incapaz de deglutir o que quer que fosse a mais, mas acabou por fazer um pequeno esforço quando vieram os pratos principais.
Na verdade, que maravilha de petiscos ali tínhamos: o porco parecia manteiga e poderia comer-se à colher, apesar das fatias generosas de grossas (eram três), o tachinho com as tripas e as feijocas ficou a cargo da MAA (que nem um quarto comeu) e da carne não sobrou sequer uma lasca para contar a história; a vitela foi outro deleite: excelsamente cozinhada, apresentou-se em meia dúzia de fatias, também elas entusiasticamente saboreadas.
Faremos apenas um reparo negativo a uma das batatas que vieram como acompanhamento que, provavelmente por causa da sua dimensão mais avantajada, apresentou-se meio crua.
De resto, até a salada básica, que consistia num quarto de alface iceberg com um molho avinagrado delicioso, satisfez plenamente (a mim, que fui a única que a comeu).
As Sobremesas
No final de tudo isto, já mais para lá do que para cá, ainda tivemos forças para as sobremesas – eu jamais entrarei naquele restaurante sem que comer um cheesecake, isso é sagradinho.
Como estávamos com dificuldades em decidir, optámos por mandar vir três doces, que partilharíamos e comeríamos de acordo com os apetites de cada um. Vieram o Bolo de Bolacha com Nougat de Amêndoa (vendido ao centímetro, num mínimo de dois), o Cheesecake de Banana Caramelizada e Chocolate e a Terrina de Chocolate 32 – sendo que os primeiros, eram valores seguríssimos (já os prováramos) e o terceiro despertou a curiosidade do AV.
E confirmou-se: o bolo de bolacha satisfez bem, o cheesecake (servido num vasinho de barro, com cobertura de Oreos esfareladas, que se assemelham a terra) encantou e a terrina só desiludiu porque vinha com uma cobertura de menta que não é propriamente a nossa onda – mas deliciará aqueles que apreciam a junção dos sabores.
A Conta
No final de tudo isto, havíamos descoberto o mistério dos WCs (um marcado com um 6, outro com um 9 – qual deles o para mulheres e qual o reservado aos homens?), eram 22h03 e estava a conta pedida: 24€ a cada um parecem uma ninharia quando se come o que nós comemos, o que nos leva a afirmar a Cantina 32 como o local certo para quem está com sede de bons apetites.
Contacto para Reservas
Morada: Rua das Flores 32, Porto
Telefone: 222 039 069
Horário: Seg a Sáb – 12h30 às 22h30
Aceitam reservas? Sim
O Cantina 32 no Zomato
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Iniciemos esta posta com um esclarecimento: é sabido que apenas muito extraordinariamente aceitamos convites de restaurantes para os conhecer ou sequer damos a saber quem somos, quando os visitamos anonimamente – cremos que essa prática nos tolheria a isenção de quem quer dar a conhecer experiências do ponto de vista do cliente comum. Dito isto, não é a primeira exceção que abrimos, e os eventos promovidos pela Zomato, que desde sempre nos acolheu como parceiros, têm sido algumas delas.
Foi nesse contexto que visitámos o Mistu, espaço muito recentemente aberto na Rua do Comércio do Porto, na Ribeira: trata-se do irmão mais novo do já bem afamado Flow, pese embora o conceito se afirme como absolutamente original e independente. Éramos treze convivas, que incluíam o proprietário, Ricardo Graça Moura, que foi o anfitrião perfeito, três membros da equipa da Zomato, e nove bloggers/foodies, entre os quais esta vossa criada.
Fomos recebidos na zona do bar, onde os competentes funcionários nos prepararam cocktails de boas-vindas: eu optei por um Pisco Sour, que estava delicioso e foi a escolha certa para encetar hostilidades e acompanhar a observação do espaço, que é absolutamente magnífico – não só a decoração é de imenso bom-gosto, como a luz, intimista, convida a jantares tranquilos (embora não seja grande coisa para tirar fotografias, como observarão pelas nossas – mas, de todo o modo, não é nem deveria ser esse o objetivo). O pé direito, altíssimo, permite que haja um piso superior, tipo sacada, onde cabem umas quantas mesas e se exibe uma garrafeira de respeito, e a partir do qual a vista sobre todo o espaço é ainda mais encantadora. Uma vez sentados, neste piso, foi-nos introduzida a ementa, em jeito de banquete (dos muitíssimo generosos, como verão).
Em primeiro lugar, um couvert original e absolutamente delicioso, constituído por Tostas no Forno com Azeite (que não consegui parar de comer durante toda a refeição), Legumes em Cama de Gelo (sem qualquer tempero, estaladiços e fresquíssimos) e três molhos: de mascarpone e noz, de cenoura e mizo e de iogurte e lima – e não consegui decidir qual deles o melhor.
Depois, vieram dois ceviches: o Puro de Peixe Branco (que pode ser corvina ou robalo), que achei um dos reis da festa, por ser leve e cítrico, e o Crudo de Salmão e Maracujá, que adorei pela originalidade e combinação de sabores. Logo de seguida, a Salada de Pato, Romã, Maçã, Pinhões e Molho Hoisin, que se revelou um dos pratos preferidos de muitos dos convivas: de facto, a junção de sabores inesperada e o pato, extremamente bem cozinhado, está muito bem conseguida. Veio então um dos meus pratos preferidos da noite: a “Causa” de Caranguejo de Casca Mole e abacate: sou uma fã confessa do primeiro ingrediente e o resultado é algo de fresco e saboroso, que me veria a degustar recorrentemente, sem enjoar.
Era então altura dos quentes (a ementa está, originalmente, dividida apenas entre Pratos Quentes e Frios) e, depois do Polvo no Forno com Batata Doce, Edamame eOvo a Baixa Temperatura (um prazer para o palato e coisa mais tradicional, capaz de agradar aos menos aventureiros nesta coisa das gastronomias), chegaram-nos dois pratos de carne, ambas cozinhadas no formo a carvão. Primeiramente, o Cupim de Boi, Cerveja Preta, Puré de Abóbora, Manteiga e cogumelos, coisa intensa em termos de sabor mas perfeita para partilhar, mesmo porque esta parte do bovino não é facilmente encontrada por aí, já que o cupim costuma ser muitíssimo rijo – e aqui está muito bem conseguido, em forma de croquete gigante, sobretudo pelos sabores que a acompanham. Depois, o NY Strip Steak Maturado, uma delícia para quem gosta de carne de vaca de qualidade, atrelada a sabores de qualidade superior: a polenta foi a melhor que pude provar até hoje e a mescla de legumes estava muito bem confecionada.
Nesta altura, até um estômago tão elástico como o meu começava a dar sinais de exaustão, mas havia que ser resiliente, porque estavam prometidas três sobremesas que jamais poderia ignorar: a Pana Cota de Manga, Lima e Sorvete de Maracujá foi uma surpresa, porque nunca gostei de qualquer outra pana cota e esta estava uma delícia (perfeita para quem gosta de sobremesas leves); o Fontant de Dulche de Leche, Sorvete de Framboesa e Sopa Fria de Frutos Vermelhos é um deleite não só para o palato (sou doida por fondants) como também para o sentido estético; já a Semi Esfera de Caramelo e Flor de Sal, solo de Chocolate e Avelã e Suspiros de Lima foi inevitavelmente a minha preferida (é a mais intensa de todas e maravilhosa). Veio, ainda, de “brinde”, e a pedido de uma das convivas, a Tapioca de Gengibre e Gelado de Amendoim, que se revelou melhor do que eu esperava (é o tipo de sobremesa que não pediria, de moto proprio), mas foi a de que menos gostei – o que é uma questão de juízo de gosto e não de qualidade, como é óbvio.
Tudo foi acompanhado por vinho branco e/ou tinto (eu mantive-me no primeiro) e selado com cafés e descafeinado, para quem quis – e seguiram-se muitas horas de digestão.
Foi um prazer e um privilégio conhecer o Mistu tão aprofundadamente e, ainda assim, voltarei para alguns itens da ementa que ainda não provei, mas sobre os quais tenho muita curiosidade. Recomendo vivamente a visita.
Visitámos este restaurante, que se anuncia como praticante da gastronomia israelita koshner, um dia depois do Natal, ainda no espírito da troca de presentes e das milhentas refeições que se fazem com amigos, por esta altura (eu cá ainda acho que o melhor era juntar todos, todos, e fazer tudo ao mesmo tempo, saía muito mais barato). Reservámos mesa, ainda que, na verdade, constatámo-lo depois, não houvesse necessidade: a 26 de dezembro poucos são os que decidem almoçar fora, ainda convalescentes dos enfardanços dos dias transatos.
Já andávamos de olho no Bola Falafel há algum tempo, pesassem embora as apreciações muito heterogéneas que lhe líamos tecidas – e, nestas coisas, não há como experimentar e decidir pelo próprio palato e impressões.
Devo dizer que o espaço me conquistou à primeira vista: quando se entra, o ambiente é simpático, com a madeira branca, o teto original e o pé direito alto a destacarem-se, para além de elementos decorativos de bom gosto; evidentemente que, ao fundo, o balcão/montra de vidro, menos requintado, lhe retira um pouco do charme – mas, que diabo, também temos de perceber que não estamos num estabelecimento candidato a estrelas de qualquer ordem.
Uma vez instaladas, foi-nos apresentada a ementa, da qual estávamos decididas a escolher tudo o que o palato exigisse e o estômago comportasse. Optámos por um Hummus Mushrooms, uma Shakshuka Israeli (a alternativa era a picante e não quisemos arriscar) e uma Aubergine Tahini. Para beber, veio o chá quente de menta, pois claro.
A beringela estava uma coisa absolutamente deliciosa: servida com grão (algo que parece intervir em todo e qualquer prato) e um molho picante, fez as nossas delícias. A Shakshuka (prato típico do Médio Oriente, descobri quando o googlei, normalmente servido ao pequeno almoço) consiste, basicamente, em ovos escalfados num molho de tomate maravilhoso, e estava muito boa. Do Hummus, o que gostei menos foi mesmo os cogumelos, servidos ligeiramente gordurosos – mas o hummus, em si, estava perfeito, e foi devorado, juntamente com o pão pita, acabadinho de fazer.
Também nos trouxeram uma tijela com legumes crus (que normalmente não comemos assim, por cá), como sendo couve flor ou couve e, para nossa surpresa, talvez imbuídos ainda do espírito natalício, veio, de oferta, a Bruschetta de Legumes da casa, muito saborosa.
De sobremesa, não tivemos opção: só havia uma espécie de pudim de coco com água de rosas, polvilhado com coco e bolacha ralados, que partilhámos e, embora estivesse longe de me encher as medidas, não era tão sensaborão como pareceu à primeira colherada – mas não repetiria.
O serviço, partilhado por duas jovens simpáticas, foi afável e competente, embora pontuado por momentos de espera incompreensíveis, dado estarmos praticamente sozinhas no estaminé. Ainda assim, foi toda uma experiência agradável, que nos ficou por 16€ a cada uma, o que nos pareceu justo, para os bons apetites.
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Nesta altura do ano, as refeições de Natal multiplicam-se – e não falo necessariamente de grandes grupos ou de jantares lá do sítio onde se trabalha, mas tão só aquela coisa de termos de nos encontrar com amigos para trocar presentes de Natal e optarmos por fazê-lo à mesa, enquanto se degustam novos ou velhos sabores, que é sempre a melhor forma de se fazer a maioria das coisas.
Eu e a ES fomos ao Pisca num dia de sol do quentinho: o rio estava lindo e nada mais apetecia do que tratarmos da fome num espaço com vista para a água – e porque o prevíamos, tratámos de escolher o Pisca, que o AG me recomendara há séculos e que trazia na minha infinita lista dos “a visitar” desde então (não há probabilidade alguma de um dia acabar com a dita lista, dada a miríade de novos e convidativos espaços que abrem por aí). Obviamente, fizemos a reserva com alguns dias de antecedência – prática que aconselhamos por regra, mas reforçamos em épocas festivas.
Esperava-nos uma mesa com vista para o Douro (conforme nos fora prometido ao telefone, aquando da reserva), no primeiro andar, que preferimos à esplanada – não porque esta não pareça convidativa, mas porque, no Inverno, não gosto de arriscar, mesmo com sol. Ao redor, grupos maiores ou mais pequenos antecipavam o dia de Natal, entre trocas de presentes e comemorações, quem sabe anuais, em que se festeja a vida e a amizade – e tudo aquilo para que o Natal serve como (bom) pretexto.
Uma vez instaladas, foi-nos trazido o couvert, constituído por pão de água fofo e uma mistura de bom azeite com belíssimo molho pesto – combinação simples mas sempre vencedora, se os ingredientes forem de boa qualidade, como eram. Depois tratámos de escolher o vinho (Evel branco, fresquinho e mantido em balde de gelo – coisa sempre segura) e os petiscos que nos aprouve, como se segue.
Abrimos hostilidades com uma Tábua de Queijos, acompanhada por tostinhas caseiras e doce de abóbora, que nos soube pela vida, já que, ambas queijeiras assumidas, apreciamos todos os tipos que se nos ofereceram, a saber: gorgonzola, queijo da Ilha e queijo de ovelha amanteigado. Logo de seguida, degustámos um Pisto, que consiste numa espécie de refogado de ovo, tomate e pimento, novamente com queijo, que é coisa que nunca enjoa, e acompanhado pelas mesmas tostas caseiras. Em terceiro lugar, uns Ovos Rotos, combinação sempre ganhadora. Finalmente, uma Tempura de Gambas e Cebola (em tamanho mini), que só me desgostou porque os pedaços de gambas eram pouquíssimos e os de cebola de qualidade menos que mediana.
Não querendo terminar nesta nota menos positiva, atirámo-nos à sobremesa, sendo que desprezámos as da carta (não porque nos pareceram más, ressalve-se) e aceitámos a sugestão das do dia, que pareciam ótimas, mas não nos encantaram. Por um lado, uma Tarte de Chocolate Crocante, de pouca crocância e pouco sabor e, por outro, um Crumble de Banana, a priori arriscado, porque eu não sou grande apreciadora do fruto – e que se revelou entre o enjoativo e o sensaborão ( o que parece contraditório mas garanto que não).
Ainda assim, o cômputo geral foi muito positivo e o Pisca caiu-me no goto, ficando registado para as muitas vezes em que me apetece comer qualquer coisa para aqueles lados. Depois do café, a coisa ficou em cerca de 25€ por estômago, o que me parece muito razoável, tendo em conta os bons apetites e a vista (que também se paga).
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O Mundo era mais um na imensa lista de estaminés que vai abrindo pelo Porto e que queria muito visitar: pese embora tenha tido acesso a opiniões heterogéneas, gosto sempre de comer para crer e, por isso, andava à procura da oportunidade para lá ir – o que quase não aconteceu, visto ter-se tratado de um jantar combinado em cima da hora e não foi fácil fazer a reserva (porque só se encontra aberto à hora de jantar, houve uns desencontros telefónicos que acabaram por ter um final feliz).
Tivemos de optar pelo turno das 22h (esta tendência de só se poder jantar entre as 20h e as 22h ou daí em diante irrita-me, mas não há como escapar-lhe, nas chafaricas-tendência) e, depois de um copo nas redondezas (ali na zona da Rua da Picaria o que não falta é oferta), foi amor ao primeiro olhar: adorei o espaço (todo ele, casas de banho incluídas) e mesmo o conceito de bar/restaurante, que a priori não me seduziria, não me incomodou de todo, mesmo porque o estaminé estava tão cheio que nem a música se ouvia (os jantares junto ao Natal têm sempre estes “problemas” logísticos).
Aguardava-nos uma mesa para duas pessoas, quase recatada no meio da barafunda especialmente provinda da mesa comprida, a meio do espaço aberto, própria para grupos de envergadura, e a partir dali tratou-se de navegar na ementa e optar pelos sabores de que queríamos que fosse feito o nosso prazer gustativo. O menu é constituído por entradas quentes e frias e a panóplia de pratos principais, representativos de todo o planeta mas, pareceu-me, sobretudo de inspiração asiática.
Optámos por nos quedar pelas entradas, para podermos provar sabores diversos e devo dizer que nada desiludiu: adorámos o Carpaccio Mexicano (o toque de abacate é fantástico), o Tataki de Presa de Porco Ibérico (o crocante do arroz frito dá-lhe charme, embora o PR tenha achado a coisa estranha), os Dumplings ao Vapor de Galinha, Fois Gras e Porcini estavam muito bons, mas os de Vieira, Camarão e Chouriço estavam ainda melhores (só é pena não adaptarem o número de peças aos convivas: vêm em número de três, o que não é necessariamente mau e é expresso na carta, mas irrita-me que não se façam pequenas adaptações, a pedido dos clientes) e os Wontons Fritos de Camarão e Molho de Ostra são uma perfeita delícia (empatados, quanto a mim, com o maravilhoso Carpaccio, no primeiro lugar de um pódio cheio de qualidade).
Acompanhámos com vinho maduro branco fresquinho e terminámos com o Bolo ao Vapor de Açúcar Mascavado, uma delicia com centro de chocolate líquido, gelado de amendoim e caramelo – que dividimos, por já estarmos assaz arredondados.
Achámos o serviço competente e descontraído (talvez um nadinha em demasia, devo confessar) e o ambiente simpático e cosmopolita, entre locais e os muitos turistas que nos visitam.
A regressar, para dissecar aquela ementa toda!
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Há já uns meses que o Il Fornaio 178 estava na minha lista: uma amiga gabou-o imensamente, ainda mal tinha aberto e eu gosto sempre de ir bem recomendada. Infelizmente, uma das suas grandes atrações, quanto a mim (o facto de se situar na zona do Bessa, bem afastado da Baixa), foi o que me afastou dele até agora: não sei porquê, mas quase tudo se combina para o centro do Porto, onde é difícil estacionar e reservar mesa com menos de duas semanas de antecedência, pelo menos nos estaminés mais em voga.
Finalmente, a coisa proporcionou-se: Mãezinha chegara de viagem e era preciso ir comemorar o seu aniversário (acontecido há já mais de quinze dias) comm’il faut, ou seja: à mesa, pelo que tratei de marcar um almoço de sábado. Não é difícil estacionar naquela zona residencial, o que é algo que me apraz muitíssimo, e foi ainda com o restaurante meio vazio (o que se alterou, em meia hora) que chegámos.
O espaço é muito bonito, original e bem decorado, contemporâneo, e todo o staff, vestido de modo descontraído mas profissional, ajuda à estética. Fomos dirigidas para uma mesa perto da janela, de onde se via toda a sala, bem como o bar; para observar a cozinha, aberta, basta uma deslocação à casa de banho, que é igualmente um requinte.
Hesitámos um pouco no que tocou à escolha dos pratos principais, mas só porque a oferta é vasta e toda ela muito apetecível, mas a opção acabou por recair em duas pizzas, ambas especialidades da casa (porque também há meia dúzia das conjugações mais tradicionais): a Apollonia (molho de tomate, mozzarella, pepperoni, bacon, pimento, cebola e orégãos) e a Bresaola (molho de tomate, mozzarella, bresaola, rúcula, tomate cherry confitado e parmesão) – mas devo dizer que qualquer outra me agradaria igualmente, já que estamos a falar de combinações típicas da gastronomia italiana e não daquelas tretas de “fusão” com ananases e quejandos que, perdoem-me, jamais farão as minhas delícias.
Para beber, hesitámos, mas eu pelo-me por uma boa sangria e, visto que mámãe alinhou, tratei de perguntar, ao simpático funcionário responsável pela nossa mesa, qual nos aconselhava, já que todas me pareciam apetitosas: acabámos por escolher a Mandarinello, uma mescla de espumante, licor de tangerina e lima, que é qualquer coisa de delicioso e aconselho vivamente aos apreciadores do género de beberagem.
Entretanto, veio o couvert, composto por azeitonas verdes temperadas, e um belíssimo azeite temperado com vinagre balsâmico, onde ensopei todo o pãozinho caseiro e fofo que nos foi oferecido. Também nos foi trazida a tábua do chef, com três tigelinhas com picante, parmesão e orégãos, para que pudéssemos customizar as pizzas de acordo com as nossas preferências – algo de que não senti qualquer necessidade, por ter achado perfeitas as combinações de sabores.
As pizzas, essas, são claramente caseiras, feitas de massa fofa (daquela que “cresce” no rebordo), que nem sequer é a minha preferida (prefiro-a fininha e estaladiça, mas é mesmo só uma questão de juízo de gosto) e fresquinha. O meu destaque vai para os ingredientes, de excelsa qualidade, e em quantidade perfeita: a minha bresaola era gostosíssima, seria capaz de comer fatias infinitas daquilo sem me cansar (sobretudo com o delicioso Mandarinello a acompanhar). Gostámos muito, excetuando o pormenor da massa que, reitero, é muito boa – só não é do tipo de que que mais gosto.
Faltavam as sobremesas, pois concetêza, que a pessoa não perderia a oportunidade de adoçar o bico. Mãezinha, que tem sempre receio de ficar enjoada com “demasiado doce” (sentimento que me é totalmente alheio), optou pela Crostata (tarte de amêndoa, fruta da época, no caso maçã, e chantilly de Amaretto) e eu, evidentemente, fui pelo Tartuffo de Cioccolato (trufa de chocolate negro, ganache de chocolate branco e mascarpone). O meu Tartuffo era uma bomba divina de bons sabores, que recomendo vivamente a quem gosta de chocolate(s); já a Mãe não ficou muito agradada com a sua escolha, mas só porque decidiu pedir algo com Amaretto quando não sabia se gostava de Amaretto – e afinal não gosta.
O cômputo geral é excelente: o Il Fornaio está entre os melhores restaurantes do Porto e proporcionará belíssimos apetites a todos os apreciadores da gastronomia italiana. O nosso repasto ficou por 30€ por estômago – não é baratíssimo, mas vale cada cêntimo. Aconselha-se sobretudo em ocasiões especiais.
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Estava pensada há muitos meses, esta visita – mas, por uma razão ou por outra, só veio a concretizar-se num sábado de outono, antes de um concerto no Coliseu. A ideia era ir com tempo e desfrutar de uma noite amena, pelo que nem me incomodou sobremaneira o facto de que também no Cruel, tal como nos melhores restaurantes da cidade, as reservas se fazem agora por turnos, o que significa que quem, como nós, entrou às 20h, tem necessariamente de se pôr a andar antes das 22h, para que entrem os próximos. Ora isto, já o disse, desagrada-me porque comer por prazer há de ser sempre algo que gosto de fazer com tempo, sem ter um relógio a apressar-me – mas, como o Miguel Araújo cantaria às 22h, não foi um problema.
Depois de passada a pesada cortina de veludo que dá acesso ao restaurante, o acolhimento, bem como todo o serviço, foi afável e competente, se ser demasiado intrusivo (como por vezes acontece). Indicaram-nos uma mesa na primeira sala, mas acabei por, numa ida à casa de banho (que, curiosamente, não demarca os géneros, tendência já conhecida mas, ainda assim, original) espreitar a do fundo: na Rua da Picaria, os estaminés instalaram-se em antigas casas de habitação que têm este formato comprido, certamente com jardim ou pátio ao fundo, e respeitaram-lhes a morfologia.
A decoração e a iluminação (média, quase baixa) fazem pendant com tudo o mais: gosto de espaços com caráter, que não tentam ser senão si mesmos – e, nesse aspeto, o Porto está cada vez mais bem servido. Ora se há caraterística genuína no Cruel é a ementa: dividida em três menus, dirigidos a comensais mais arrojados (Cruel), os que estão dispostos a algo mais do que o normal (Cauteloso) e os mais conservadores (Medroso). Deu-se o caso de se juntarem à mesma mesa alguém sempre cheia de vontade de experimentar sabores e combinações novas (esta vossa criada) e alguém que nem por isso, pelo que acabámos por fazer uma mescla das três ofertas, que permitissem experimentar-se tudo, sem medos.
Antes dos pratos, veio o couvert, de que gostei particularmente: as azeitonas estavam sublimemente temperadas e os três tipos de manteiga caseira eram uma delícia, por apresentarem gostos diferentes, sendo que gostei particularmente da mais picante. O pão, de mistura, era igualmente bom e vinha em quantidade reduzida, o que é ótimo para quem, como eu, come pão até ele acabar.
Como entrada, veio um Rosbife de Porco Preto (Quase Cru) na Brasa, com Molho Tailandês (menu Cruel), que estava uma perfeita delícia, tenro e picante; quanto aos pratos principais, escolhemos apenas um: as Bochechas de Porco Coradas, Confitadas e Grelhadas, servidas com batata a murro e salada, igualmente gostosas e bem confecionadas (menu Cauteloso). Acompanhámos com um vinho de nome igualmente adequado: Infiel, um maduro tinto do Douro.
Nas sobremesas, catrapiscou-me a Torre de Chocolate, sobretudo pelo conceito: o preço é único (e puxadote: 8€) mas podemos escolhê-la na versão Cruel (gigantone), Cauteloso (média) ou Medroso; ora como me ia bater a ela sozinha, optei por esta última e, mesmo assim, asseguro que daria para três pessoas das não absolutamente glutonas, já que se trata de um bolo de chocolate bem alto e denso, entremeado com creme de chocolate, capaz de eliminar qualquer apetite por açúcar – tratei-lhe da saúde, mas com dificuldade. A outra sobremesa, Medrosa, foi uma Mousse de Chocolate com Crocante de Amêndoas, que foi igualmente muito gabada.
A conta saldou-se em 26€ por estômago, o que me parece absolutamente adequado e quero muito voltar para o tártaro, o risotto e o toucinho do inferno – e, paulatinamente, pelo resto da ementa também.
O Cruel é miminho bom, numa cidade com cada vez mais oferta, que nem sempre é proporcional à qualidade.
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Cruel Restaurante | Porto
Localidade: Porto
Telefone: 924 400 259
Horário: Seg a Qui – 19:30 às 24:00 | Sex – 12:30 às 15:00 e 19:30 às 01:00 | Sáb – 13:00 às 15:00 e 19:30 às 01:00 | Dom – 13:00 às 15:00 e 19:30 às 24:00
Aceitam reservas? Sim
Data da Visita: 4 de novembro de 2017
No Zomato
Nem vou tentar o suspense, para não fazer perder tempo ao amado Cardume: digamos que o brunch do Astoria, no Palácio das Cardosas (Hotel Intercontinental), mesmo ali ao fundo da Praça da Liberdade, com vista para os Aliados e a Câmara, mas também para São Bento, é demasiado gabado para aquilo que, de facto, oferece. Posto isto, adeus, ó malta que não tem tempo para mais e olá, ó gentes que quereis saber as razões do nosso ( muito relativo) descontentamento.
A verdade é que, quando lemos maravilhas sobre um determinado estaminé, as expectativas sobem exponencialmente: “mais de 50 pratos”, lia-se, numa publicação online muito badalada (e de mérito discutível, mas isso são contas de outro rosário), há um par de meses; um dos melhores brunches do Porto, aventava-se. Olhem, não é. Por 27€ esperava muito mais, porque o facto de estarmos num sítio belíssimo, onde o requinte é a palavra de ordem, não pode ser o único critério para o que se paga – para além de que o serviço, ao almoço e ao jantar, é de outro calibre, sem termo de comparação.
Explico-me: o serviço é atencioso e atento e simpático, mas depois chegou mais gente e já tivemos de estar à espera muito mais do que devíamos (para algo tão prosaico como pagar ou pedir um cappuccino), o que nem me incomoda per se (era fim de semana, a conversa estava boa, não tinha horas para chegar onde quer que fosse), mas tem de ser considerado num local como o Astoria (mesmo porque houve um outro problema, de que falarei adiante).
O espaço é, no Astoria, maravilhoso: a sala é requintada e elegante, os lustres dão-lhe uma aura aristocrática, e o facto de estarmos ali, numa câmara fresquinha (fazia um calor enorme, naquele dia do início de outubro) e a salvo da confusão da Baixa é, por si só, um trunfo. Todavia, não adorei o modo como está disposto o brunch, logo à entrada, como se fosse indigno de pertencer a uma sala que não foi com certeza pensada para refeição tão pouco formal.
Ainda assim, a apresentação é bonita e cuidada: não sei se ali moram “mais de 50 pratos”, como diziam os outros, ou se podemos falar, sequer, de pratos, quando nos referimos a queijos, carnes frias , salgadinhos, iogurtes e outras iguaria – mas não posso deixar de referir que os rissóis e afins estavam fritos de fresco, o pão apetitoso e estaladiço, os queijos, embora pouco variados, eram bons; não gostei tanto de algumas coisas aparentemente mais sofisticadas, como um tártaro ou uma salada com carne branca, que me pareceram sensaborões e sem graça.
É possível pedir, ainda, pratos de ovos (Benedict, escalfados, fritos, mexidos ou em omeleta): vieram três Benedict e uns escalfados e, mais uma vez, não rejubilei. Das meias de leite e do meu chá, nada a dizer, mas a MBC não conseguiu ingerir o seu cappuccino, que achou mauzinho. De resto, havia água e sumos à disposição (infelizmente, sumos de pacote) e também era possível pedir vinho, o que me parece simpático.
Gostei particularmente dos folhados doces, muitíssimo bons, mas não rejubilei com as sobremesas. Já os bolos secos (de chá, como lhes chamo) foram muito aclamados, bem como as panquecas, que eu achei banais mas ouvi serem gabadas pela SC. Creio que o que mais consenso gerou terá sido o mini-prego em bolo do caco, cuja carne se desfazia e estava francamente delicioso. Tudo o mais não arrancou, em mim, mais do que um suspiro de tédio – e não posso deixar de dizer que, por comparação, e a todos os níveis, o brunch do Poivron Rouge, 5€ mais barato, continua a ser, para mim, o melhor do Porto: também tem tudo incluído (mesmo os ovos que pedimos, à parte, e que não são nada de especial) mas tanto o serviço como a diversidade e qualidade são superiores, o que será, provavelmente, causa e efeito de terem a sala sempre cheia.
Uma nota para terminar: é anunciado que o Astoria paga duas horas de estacionamento no Parque das Cardosas, ali mesmo ao pé; infelizmente, os três talões que nos deram, e que seriam uma espécie de “vale” para a máquina de pagamento, não funcionaram, tornando a brincadeira 5,90€ mais cara. Não pude reportar isto ao restaurante, porque isso implicava voltar para trás e eu tinha de me vir embora, mas deixei a nota no parque – e é outro dos fatores por que atribuo nota mediana ao serviço.
Não fiquei deslumbrada, não senhores.
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Astória-Intercontinental | Brunch | Porto
Localidade: Porto
Telefone: 220 035 600
Horário: Restaurante – Seg a Dom – 12:30 às 15:00 e 19:30 às 22:30 | Brunch – Sáb – 12h30 às 16h
Aceitam reservas? Sim
Data da Visita: 7 de outubro de 2017
No Zomato
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Carapaus de Comida
“O Comer e o Beber é o que se leva desta vida.”