Começo por dizer-vos que quando forem ao Restaurante A Grelha, em Guetim (irão com certeza), levem roupa que não se importem de sujar e bem almofadada: dali, sai-se a rebolar, prometo…
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Caro Cardume, esta será, ao contrário do que acontece sempre por aqui, uma posta rápida e indolor, para vos dar conta de que já não é preciso ir à Baixa (ou à Foz, ou à Baixa outra vez) para comer os melhores cachorros do Porto: abriu mais ou menos recentemente, pela mão de alguém que trabalhou diretamente na casa-mãe de todo o cachorrame, um estaminé que no-los dá a comer, bem como outras delícias – não aconselháveis a quem faz contagem de calorias para efeitos não recreativos, na 5 de outubro, já mesmo junto à Casa da Música, na Boavista.
Infelizmente, o espaço é tão diminuto como o do Gazela e só tem lugares ao balcão (uns vinte, diria), pelo que tivemos de esperar que vagassem três lugares, para apaziguar a fome, que era já muita – claro que o facto de se tratar de comida rápida ajuda a que a rotatividade seja maior, ao menos se a maioria das pessoas não for como nós, que nos alapámos e não nos despachámos senão quanto era tempo do concerto a que assistiríamos às 22h.
Antes de mais nada, nota muito alta para o serviço, que não só é simpático e bem-disposto, como é de uma eficácia altíssima: tudo funciona como numa linha de montagem, bem ali à frente dos nossos olhos, cada um conhece o seu papel e a comida chega-nos depressa (e bem).
Uma vez sentadas, escolhemos depressinha: seria um Cachorrinho The Dog (pão fininho, salsicha fresca, queijo e vai a torrar) para partilhar, Pregos Em Pão Especial The Dog (carne da vazia, queijo Brie e mel, compota de cebola em vinho do Porto), batatas fritas (duas doses) e finos para as três. Tudo é servido com celeridade e uns minutos depois encontrávamo-nos a aniquilar a fome e a deliciar as papilas gustativas.
Não há o que quer que seja que não seja bom, no The Dog: o cachorrinho corresponde inteiramente às expectativas e é coisa gulosa, que apetece comer sem parar, as batatas são caseiras, a fritura está no ponto e não há ali gota de óleo a mais, e os finos são Super Bock e bem tirados. Mas tenho de salientar a excelência dos pregos especiais: a carne é mal passada e macia, o queijo e a cebola são notórios e saborosíssimos. Para terminar, tivemos de pedir mais um cachorro, que partilhámos, antes de partir.
Os bons apetites saldaram-se em pouco mais de 11€, o que nos pareceu perfeito.
The Dog – Casa do Cachorro | Porto
4.4 / 5 Carapaus
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PositivosA rapidez do serviço Os pregos
NegativosO espaço exíguo
Resumo
Excelente opção para uma refeição rápida e calórica, na zona da Boavista, paredes-meias com a Casa da Música.
Serviço4.5
Comida4.5
Preço/Qualidade4.5
Espaço4
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Há um bom par de meses que queria ir ao Ikeda: o mais recente japonês da Invicta estava a dar brado mas, ainda assim, decidi esperar, já que as primeiras críticas que aparecem na internet são sempre de quem foi convidado para provar o menu – e eu tendo a relativizar quase sempre as experiências que não correspondem a um débito na carteira dos “críticos”, porque raros são os casos em que a isenção é a mesma (e daí nós só em casos muito excecionais aceitarmos os convites que nos endereçam, porque sentimo-nos condicionados quando assim não é). De todo o modo, fui recebendo recomendações por parte de amigos e lendo boas apreciações na comunicação social e chegámos a acordo: iríamos provar a coisa e não se falava mais nisso.
Marcámos mesa (faço-o sempre que os restaurantes aceitam reserva) e certificámo-nos de que havia estacionamento, já que a Rua do Campo Alegre não é a mais rica em lugares para os carros – e, pelo telefone, informaram-nos que podíamos estacionar no parque em frente, que é pago, que no Ikeda logo nos trocariam o talão (a expressão foi mesmo esta, “trocar”) por outro, que nos isentaria do pagamento. Perceberemos à frente a relevância desta informação.
À chegada, uma primeira constatação: o espaço é agradabilíssimo, desde logo no rés do chão, com um balcão imenso e bonito, mas o primeiro andar é quase mágico, graças à média luz e aos muitos origamis pendurados no teto – e isto, queiramo-lo ou não, é cartão de visita irrepreensível, que não substitui a qualidade do que se come, mas conforta e dispõe bem.
Uma vez instalados, colocou-se a questão de saber o que pediríamos; eu, o AG, o RFM e o DQ estávamos dispostos a deixar os pedidos nas mãos da RV e da JSS, mas, entretanto, outra hipótese se colocou: uma vez que era a nossa estreia no Ikeda e que não dominamos propriamente a nomenclatura da gastronomia nipónica, por que não deixar, a exemplo do que fazemos sempre no Shiko e do que fizemos no Michizaki (com excelentes resultados), que o chef ou a funcionária responsável pela nossa mesa nos trouxesse os pratos mais icónicos do estaminé, em jeito de degustação? Todos concordámos e assim foi. Para beber, aceitámos o conselho da casa e escolhemos a sangria de vinagre balsâmico. Entretanto, deixámos uma única exigência, que foi introduzida por mim: que as peças, quaisquer que fossem, viessem sempre em número múltiplo de seis, ou divididas em seis partes. Só isto – não haveria de ser difícil, não é?
Entretanto começou o banquete: vieram as Espetadas de Vieiras, deliciosas; as Guiosas foram “só” as melhores que já comi, mas entretanto começou o disparate com os múltiplos: trouxeram duas doses, de 4 peças cada, e tivemos de pedir mais uma – sendo que demorou uma eternidade. Trouxeram a Okonomiaki, uma omeleta japonesa que adorámos no RO, e que aqui é medíocre, constituindo a maior deceção da refeição (depois houve um susto, ainda maior do que a deceção, mas já lá vamos), por ser seca, farinhenta e pouco gostosa. Mas rapidamente a ordem foi reposta: o ceviche e a barriga de salmão com molho ponzu (uma dose de cada, para os seis) estavam bastante bons, e o edamame com flor de sal jamais falha. Depois, vieram dois King Prawns, camarão salteado em alho e saké, que agradou a todos (e não deixámos sequer o interior da cabeça) e um tártaro de atum com ovo de codorniz (bom, mas não extraordinário). Logo em seguida, duas doses (para que houvesse um pedaço de cada peixe para todos) do New Style Sashimi, um sashimi de vieira, salmão, lírio e atum, de corte muito fininho, num molho especial do chefe – e todos adorámos.
Veio igualmente um Gunkan Freestyle, um prato com seis peças de sushi, de três qualidades diferentes. Naturalmente, para que todos pudessem provar cada um dos tipos, insisti para que viessem mais dois pratos iguais – o que durou uma eternidade e não foi cumprido, porque um dos pratos era diferente (e a funcionária nem sequer soube explicar porquê). Mal sabíamos que, só por essas 18 peças, estávamos a pagar 60 euros. Sessenta, redondinhos. Também desfrutámos de um prato de 12 peças de sushi e 12 de sashimi, mais uma vez sem que se respeitasse o critério dos múltiplos de seis, por peça, nem explicação condizente.
Finalmente, dois pratos que me pareceram menos contextualizados: do Wagyu, um naco de carne de vaca de sabor soberbo, todos gostámos – embora as batatas fritas de pacote surjam como um quase insulto (e, depois de chegada a conta, mais ainda); já o Black Cod (não sei por que diabo não lhe chamam “bacalhau negro”), achei-o desnecessário e podia ter sido perfeitamente grelhado na casa de qualquer um de nós – e ainda não tinha visto o preço dele (nota-se que estou traumatizada?).
Achámos por bem encerrar hostilidades por aqui: tínhamos comido de tudo um pouco (eu dispensaria os pratos finais, mas vá) e era tempo de passar aos doces, que também haviam sido muito elogiados: escolhemos uma Tarte de Lima, um Fondant de Chocolate e Caramelo Salgado e um Tiramisú – todos bons, nenhum extraordinário.
Infelizmente, o pior estava para vir: comemos bem, estávamos à espera de pagar em conformidade. Mas não mais do que uns 50€, que é o que pagamos no Shiko (onde comemos pelo menos o mesmo, normalmente mais, e bebemos vinho) e bem mais do que o que pagamos no Michizaki – sendo que estes dois são estaminés de categoria similar, em termos de qualidade. Que cada um tenha sido depauperado em 75€ parece-me desadequado e sobranceiro: esse é o preço de uma refeição de luxo e o Ikeda não é um restaurante de luxo. Claro que poderíamos pensar e voltar e comer menos – mas eu não saio de casa para ficar com fome ou apetite, pelo que só aconselho este estaminé a apetites modestos e pouco curiosos.
O golpe final foi o estacionamento: num sítio onde uma conta de quase 500€ nem deu direito à oferta do café (um dos poucos artigos de preço decente, a 1€, já que meio litro de água custa 3€), tivemos de pagar 2€ de estacionamento por carro, porque Suas Excelências só oferecem 2 horas no parque em frente – ou seja, o jantar acabou por ficar ainda mais caro. E são estes pequenos pormaiores que mudam tudo. Ou nada, como foi o caso, porque os bons apetites não justificam tudo.
Ikeda | Porto
4 / 5 Carapaus
{{ reviewsOverall }} / 5 (0 votos) Cardume
PositivosOs sabores. A originalidade dos pratos. O 1.º andar.
NegativosO okonomiaki. O preço. O estacionamento.
Resumo
Restaurante de bons sabores japoneses, no Campo Alegre, mas apenas para as carteiras mais abastadas ou apetites modestos.
Serviço3.5
Comida5
Preço/Qualidade2.5
Espaço5
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Dia 1 – quarta feira, 2 de agosto de 2017
No primeiro dia, cheguei já depois de almoço (mas sem ter almoçado) e, depois da minha boleia do Oriente para o Chiado (onde ficaria nos próximos quatro dias), achei por bem tratar de repor calorias até à hora do jantar – a única coisa que havia marcado para aquele dia. Antes mesmo de ir deixar as bagagens ao alojamento, entrei no Botequim Brasil, um “boteco” com a melhor limonada de sempre (feita na liquidificadora, e com limão inteiro, não apenas o sumo), que pedi sem açúcar – um copo grande custa 2€. Também tem produção própria de pasteis salgados à moda brasileira (que ouvi serem bons, aos vizinhos de outras mesas), pão de queijo e boas saladas. A decoração mantém as madeiras antigas e é charmosa, os donos são simpáticos e vale a pena a visita, também pela possibilidade de provar os sabores do Brasil, que nem sempre são fáceis de encontrar por cá.
Quando viajo para onde quer que seja, nunca planeio grande coisa de antemão, com uma exceção: os sítios onde quero ir comer. Antes desta estada em Lisboa, fiz o TPC da ordem e decidi de imediato que a Bottega Piadina seria um dos sítios a visitar, tanto mais que ficava pertíssimo da rua onde estava alojada. Confesso que este estaminé de comida de rua italiana (assim se apresenta) superou as minhas expectativas e proporcionou-me um almoço à hora do lanche absolutamente maravilhoso. Gostei muito do espaço, que é charmoso e tem várias mesas (e bancos) altas, para além de uma esplanada, de onde se observa a movimentação da rua, o serviço é competente, simpático e merece aplauso, e minha piadina (a Mare, por conselho competente de quem me atendeu, porque não queria nada de muito pesado) estava de comer e desejar muito mais: quente, a escorrer queijo e carregada de salmão. A limonada é servida sem açúcar, como deveria ser em todo o lado (quem pretender, pode sempre adicioná-lo), tudo é rápido e eficiente e não prometo ir embora sem cá voltar. Do melhor que já vi, em estabelecimentos desta linha.
Tendo a não adorar cafés e restaurantes nos sítios mais turísticos da cidade e o Café Gelo, em pleno Rossio, acaba por ser daqueles sítios para-turista-ver. Passo para comprar uma água e, sobretudo, os copos com fruta cortada ou os sumos de fruta frescos do dia, que são muito bons. Os bolos têm bom ar, mas nem sempre estão frescos e o pão, que nunca comprei, será do mesmo género. Vale pela esplanada (gosto de ver quem passa, quando estou com tempo), pelos sumos e pela fruta.
O jantar já estava marcado há meses, com duas amigas que me levaram ao Italy Café – Lisbona: come-se muitíssimo bem neste espaço sito no Saldanha, que é dos melhores e mais genuínos que me foram dados a conhecer fora de Itália. Começámos com uma Burrata, para entrada, servida com pão de massa de pizza e presuntos cortados em fatias fininhas (coisa deliciosa!), e depois nenhuma de nós conseguiu não pedir a Pasta Alla Forma, uma maravilha de um esparguete envolvido num parmesão gigante, com presunto e cogumelos, feito mesmo ali à nossa frente, o que atiça ainda mais o apetite. Para sobremesa, aconselho vivamente o Semifredo Altorroncino com Cioccolato Caldo, se bem que os Cannoli também são boníssimos. Os preços não são baixos, mas são perfeitamente justos para o que se come e para a mestria do serviço. Só achei o espaço demasiado barulhento, o que me incomoda.
Dia 2 – quinta feira, 3 de agosto de 2017
Começamos a ter concorrência para a Padaria Portuguesa, tanto na oferta como na qualidade, com a diferença de que a Padaria do Bairro do Chiado (há mais três, pela cidade), a meia dúzia de passos da concorrente, tem um ar mais bonito e um ambiente mais tranquilo (ainda que igualmente atarefado.
O pão de deus é um sonho (fresquinho, quase húmido, por causa do doce de ovos) e a padaria tem muitíssimo bom aspeto, para além de uma imensa variedade. Depois deste primeiro dia, em que comi só um pão de deus, bebi um café e comprei uma água, haveria de voltar no sábado, com a família, para um pequeno almoço mais completo: o pão de alfarroba e o de mistura são muito bons, e a merenda também se aconselham. Sumo de laranja como deve ser, serviço simpático e uma sala enorme, que acomoda muita gente.
O almoço deste dia foi num dos mais badalados e consensuais restaurantes de Lisboa: o Pistola y Corazón Taqueria apresenta uma excelente relação qualidade/preço para um restaurante mexicano cheio de pinta. Ao almoço, o menu com as entradas (quesadillas), três tacos à escolha, uma água aromatizada e café fica por 9€. Claro que nos juntámo-lhes uns cocktails (comia mexicana sem marguerita nem sequer sabe bem, na minha humilde opinião) e o bolo de três leites (divino e bem doce, não será para todos os palatos), e a conta foi mais puxada, mas não tem de ser. Palminhas para o serviço cordial e rápido e para a decoração de bom gosto. Único senão: quando cheio (o seu estado normal), é mesmo muito barulhento, o que me deixa com os nervos em franja.
No início da tarde, já na subida para o Príncipe Real, entrámos no The Decadent, um bar de hotel simpático, num patiozinho tão tipicamente lisboeta, numa zona de que gosto particularmente, onde fomos apenas para nos refrescarmos com uma água, numa tarde das bem quentes. Também serve refeições rápidas (devíamos ser as únicas nacionais e as únicas que não estavam a almoçar tardiamente) e apeteceu-me voltar para o brunch.
Acho que nunca entrei num estaminé que cheirasse tão bem como a chocolataria Bettina e Niccòlo Corallo: as tabletes de chocolate e outras iguarias são ali fabricadas e o aroma não engana – estamos no paraíso. Pude provar, graças à simpatia de quem mos ofereceu, o de leite com avelãs, o de sésamo e o de pimenta com flor de sal, e embora tenha um fraquinho por este último, devido às minhas preferências pessoais, todos são do melhor que já me foi dado a provar. O espaço também é bonito e intimista, com a luz de Lisboa e entrar pelas montras grandes. Uma delícia, nem que seja só para tomar café.
Dia 3 – sexta feira, 4 de agosto de 2017
Numa das ruas mais turísticas de Portugal, a Rua Augusta, o Paul, pastelaria de inspiração francesa (e com preços a fazer lembrar os que se praticam em Paris) tem pão e bolos com muitíssimo bom aspeto, melhor inclusivamente do que os sabores. Percebo, mas irrita-me que os valores cobrados sejam mais altos para quem escolhe ficar (a alternativa é comer de pé, na rua, ou enquanto se caminha, o que não adoro). Creio que um espaço destes beneficiaria de uma localização mais sossegada. Ainda assim, e apesar da profusão de gente a entrar e a sair, apreciei a minha tarte de morangos e o café duplo.
Parece que o Boa-Bao é relativamente recente em Lisboa e só tenho a agradecer a quem me levou lá: que estaminé absolutamente delicioso! Fica no Chiado mas ligeiramente afastado da confusão, tem uma decoração fantástica, um ambiente muito agradável, o serviço é lesto e conhecedor (gosto quando peço conselho e mo sabem dar), e a comida… adoro boa comida asiática e devo dizer que tudo o que aqui provei é fantasticamente cozinhado, saboroso, surpreendente e original, e, pesem embora todos os outros do género já visitados, em Portugal e no estrangeiro, não tenho dúvidas em ele ver o Boa-Bao como sendo do melhor onde já entrei. Recomendo vivamente, tanto aos locais como aos visitantes.
Tinha muita curiosidade em conhecer aqueles que muitos dizem ser os melhores hambúrgueres de sempre – e já percebi a fama do Ground Burger: fomos passear aos jardins da Gulbenkian e aproveitámos a hora para ir jantar sem chatices (depois das 20h é difícil, e eles não fazem marcação, pelo que seriam umas 19h40 quando assentámos arraiais). Os ingredientes são fantásticos, a carne (de Angus, como é anunciado à porta) é mesmo muito boa, mas não gostei do pão (demasiado “abriochado” para o meu gosto, embora fresco e ali fabricado). A quantidade é normal, mas não mata a fome a apetites mais vorazes. As batatas fritas são ótimas, bem como a salada. Preços puxadotes, que são justificados certamente pela qualidade, mas não pela quantidade. Têm cuidado e atenção para com crianças pequenas, o que é sempre de louvar.
Já o disse várias relativamente a todas as Padarias Portuguesas que visitei e o mesmo digo em relação ao estaminé de Alvalade: não faço parte da equipa que as acha uma coisa sem alma e, pese embora continue a achar estranho ter uma em cada esquina, aprecio que, quando tudo falha, haja uma em cada esquina. Aqui, perante uma fila insuportável numa geladaria vizinha (a Conchanata, a que acabámos por não ir), valeu-nos o brigadeiro (algo seco, às nove da noite) e a maravilhosa tarde de lima com base de Oreo, para acompanhar os cafés e matar o desejo de doce.
Dia 4 – sábado, 5 de agosto de 2017
Gostei infinitamente mais deste Príncipe Real, restaurante/café à beira-mar plantado, na Lagoa de Albufeira (Sesimbra) do que estava à espera: muito bem que a fome ajudou, mas a conveniência de sair da praia e ir comer um choco frito (que estava mesmo muito bom) com excelente batata frita e mais uns petiscos (omeleta bem servida, bitoque tenro), terminando a experiência com uma bola de Berlim com recheio de chocolate, é impagável. O creme de legumes é surpreendentemente bom. O serviço é um bocado demorado a todos os níveis (o pagamento foi dos mais lentos de sempre), mas é simpático e voltarei por certo, sempre que regressar à Lagoa de Albufeira (mesmo porque não há muita concorrência, mas de todo o modo, gostei).
Comemos muitíssimo bem no Alcochetano, o único dos vários estaminés de Alcochete que pôde receber quatro almas esfaimadas, mas nada previdentes (não marcámos mesa, esquecendo-boa de que a espontaneidade está démodé), depois de um dia de praia. Atacámos os percebes mais frescos que comi nos últimos tempos (embora trouxessem muita rocha agarrada, que também se paga), o entrecosto grelhado estava ótimo, bem como o peixe-espada e os linguadinhos (queria lulas, mas já não havia, assim como as conquilhas). Surpresa também constituíram as sobremesas: quer o bolo de bolacha de chocolate quer o cheesecake de frutos vermelhos eram caseiros e muito recomendáveis. O serviço é típico de um restaurante do género: sem salamaleques, mas despachado, e até havia música ao vivo (que eu, pessoalmente, dispenso quase sempre).
Dia 5 – domingo, 6 de agosto de 2017
Quem conhece a Pastelaria Alcoa original, em Alcobaça, só se sente defraudado pelo tamanho deste estaminé no Chiado e, no entanto, absolutamente agradecido por ter os bolinhos e pasteis que me faziam parar, de cada vez que por ali passava, de Coimbra para as Caldas da Rainha. Chateia-me que não haja mesas e cadeiras (a modernice do comer-em-pé ou on-the-go nunca me convencerá) mas os doces conventuais (e outros) merecem sempre a pena, ainda assim.
O brunch do Museu do Oriente é muitíssimo simpático, num espaço com vista privilegiada para o rio Tejo (contentores incluídos): as opções gastronómicas são inúmeras e (algumas) originais, a reposição é constante e o serviço incansável, apesar da lotação esgotada constante. Há escolha para vegetarianos, para a malta do fit e para quem gosta de enfardar como deve ser. Adorei os ovos mexidos, as chamuças verdes, os queijos e os mexilhões, e gostei de tudo o mais. As bebidas variam entre a água, a limonada, a sangria e o vinho (refrigerantes são pagos à parte). Para quem tem crianças, há um espaço que os entretém. Só não tem cotação máxima porque, em vez de abrir ao meio dia, como deveria ser, abriu 35 minutos depois, e não houve sequer direito a uma explicação.
Na Artisani de Alcântara, sita nas Docas, os gelados são bons (e têm opções para diabéticos e celíacos, o que nunca é de somenos) mas, nesta localização em particular, junto ao Tejo, tudo me sabe particularmente bem, nem que seja só um café e uma água. Em dias de calor, a sombra das palmeiras dá um imenso jeito – e deixam-nos sentar nos confortáveis sofás de verga da República da Cerveja, em vez de nas cadeiras de plástico da geladaria.
Já mesmo na iminência do regresso, o Ardina Caffé, em plena Gare do Oriente, foi o último estaminé que me matou a sede – e longe vai o tempo em que os “cafés de estação” eram sítios tétricos e tristonhos: hoje em dia é possível esperar por um comboio com conforto estético e, até, do palato. Aqui, para além das bebidas comuns, há bolos com bom ar, tostas, sandes e saladas que matam a fome a quem vai ou vem de viajar. O serviço não é muito simpático, mas é despachado e o nome deve-se ao facto de no mesmo espaço morar um quiosque de venda de jornais e revistas.
Data da Visita: 2 a 6 de Agosto de 2017
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Este estaminé ficara-me marcado na retina mal vi uma publicação patrocinada a seu respeito, no meu feed de Facebook: adoro mexilhões à belga (servidos com batata frita), tal como já disse noutra publicação onde me deliciei com eles, sendo que, no presente caso, a ementa parecia ser mais abrangente, na medida em que oferecia os moluscos mas também hambúrgueres – o que chega a uma clientela mais vasta.
A porta, sita nas arcadas da Rua de Miragaia, convida a entrar: as mesas da pequena esplanada, os dizeres e as flores são de quem gosta de bem receber. Uma vez lá dentro, a primeira coisa que salta à vista é o granito e os pilares unidos por arcadas, tão tipicamente portuenses – aconchega perceber que houve preocupação em manter o espaço, acrescentando-lhe pormenores únicos, como as garrafas de vinho que pendem do teto, junto à parede, presas por uma corda, ou o placard onde consta a password para a internet (“biboportocarago”), a melhor de todas as chafaricas que este Cardume já visitou.
A ementa é tão variada como o nome sugere – e não vou mentir que me causou alguma espécie que este estaminé se propusesse a servir coisas tão diferentes como mexilhões e hambúrgueres, para além de entradas tão diversas que só sob a égide da cozinha internacional fazem sentido; a razão do meu temor prende-se com o facto de eu achar que a dispersão pode ser inimiga da qualidade, enquanto que a especialização tende a ser meio caminho andado para o sucesso – mas não há como experimentar para julgar. Vai daí, decidimos ir com a maré e pedimos: Guacamole Com Nachos para entrada, o Backson’s Ultra Burger (hambúrguer da casa com cheddar, bacon, ovo estrelado, cebola frita, alface, tomate e molho caseiro, servido com batatas fritas) para a MAA e os Mexilhões Meunière (600g de mexilhões com vinho branco, nata e alho francês, acompanhados com batatas fritas e molho branco) para mim.
Enquanto esperávamos, pedimos as bebidas: queríamos cerveja de pressão mas a funcionária que nos estava a atender era nova (de resto, era o seu primeiro dia de trabalho) e não fazia ideia de havia ou não – o que me pareceu estranho, porque é informação básica. Veio aquele que julgo ser o dono explicar que havia, sim, cerveja de pressão, mas artesanal, pelo que acabámos por escolher uma pilsener (em formato de fino) e uma ruivinha (em formato de pint), sendo que a primeira agradou, mas a segunda nem por isso: achei-a demasiado agreste e amarga e bebi pouco mais de metade (mais valia ter pedido um fino).
O guacamole, não sendo dos melhores que já comi (prefiro-o com pedacinhos de cebola e tomate), estava muito bom, embora creia que a quantidade de nachos que o acompanham não é proporcional e peca por defeito. Os pratos principais chegaram logo depois e estavam ambos belíssimos: o hambúrguer veio muito bem-apresentado e a carne é saborosa e suculenta, e os mexilhões eram gordos e tenros. O único defeito a apontar não é menor: as batatas fritas são das pré-fritas e este é um requisito que, quanto a mim, pode influenciar toda a minha apreciação de qualquer estaminé – pelo que deve ser revisto pelos responsáveis.
Para encerrar hostilidades, para além de fruta (que jamais escolho como sobremesa), havia um bolo brigadeiro designado de Sublime de Chocolate a que não consegui resistir e que estava especialmente bom: tendo a achar que a maioria dos bolos de brigadeiro são apenas uma reles imitação, mas este sabia de facto a cacau, era húmido e muito fresco, pelo que mereceu o meu aplauso.
Os bons apetites são um facto, nesta casa em Miragaia plantada – e ficou a vontade de regressar para experimentar os hambúrgueres gigantes e os mexilhões de cerveja.
Backson’s Fine Burgers and Mussels | Porto
4.1 / 5 Carapaus
{{ reviewsOverall }} / 5 Cardume (1 voto)
PositivosO espaço Os mexilhões O hambúrguer A simpatia
NegativosAlguma demora no serviço As batatas pré-fritas
Resumo
Espaço muito interessante e bem situado, que faz cruzar uma ementa internacional e bem confecionada, com o granito tipicamente portuense e uma decoração minimalista, com apontamentos de humor e bom gosto.
Serviço4
Comida4
Preço/Qualidade4
Espaço4.5
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Esta, meus caros, será posta breve e, ainda assim, dificílima de escrever, porque foi o culminar de uma manhã passada a comer e a beber, o que leva inevitavelmente à ideia (própria) de que as coisas poderiam ter sido apreciadas de outro modo (não necessariamente melhor ou pior, apenas outro), não fora a circunstância de estarmos já todos cheios que nem padres – embora não carecêssemos, obviamente, de apetite, como se verá.
Sucede pois que esta vossa criada, integrada em grupo avantajado de velhos e novos amigos, deslocou-se a Malgaço, por alturas da Páscoa, com o objetivo de ir a duas ou três adegas de Alvarinho (o rei dos vinhos verdes, para os mais distraídos) proceder às provas que antecederiam uma série de compras – tudo em nome individual, que ali éramos todos bons garfos e bons copos e só adquirimos para consumo próprio. Acresce que estas provas de vinho foram acompanhadas, nas duas primeiras adegas (aquelas em que marcáramos a visita e a que fomos antes do almoço) são sempre acompanhadas de mesa mais ou menos cheia de coisas boas: enchidos, queijos, pães, presunto, bolinhos e sei lá mais o quê – a tal ponto que, à hora de almoço, já a pessoa se sente almoçada (mas não desarma, isso é que nunca).
O grupo em me integrei é useiro e vezeiro nestas atividades lúdico-culturais, pelo que são belissimamente recebidos, circunstância de que desfrutei como caloira nestas coisas (das que regressa, assim me convidem e eu não falharei). Juntei-me a eles na comezaina e bebericagem, bem como na aquisição de bom vinho, a preços do produtor – o que, só por si, valeria a visita. Mas não, que esta malta não brinca em serviço: o culminar do enfardamento ocorreria no Café/Restaurante Jardim, em Penso, Melgaço.
Tudo havia sido planeado de antemão, porque éramos grupo de respeito: 18 adultos e 2 crianças, pelas minhas contas. Assim, a ementa fora decidida previamente, pelo que não pude estudar a oferta de outros pratos, mas pelo que fui observando, trata-se sobretudo de comida tradicional portuguesa de cariz minhoto. O Café/Restaurante Jardim é coisa de gestão familiar, sem grandes pretensões mas de qualidade, que também tem produção própria de vinhos, sendo que, ao almoço, degustámos o seu alvarinho e espumante Casa de Canhotos.
O espaço fica no piso térreo de uma casa típica, com paredes de granito e lustres de há algumas décadas, o que lhe aporta um ar castiço que não trocaria por nada. Esperavam-nos, à chegada, pão e pratinhos com uma grande novidade: paio, presunto e queijo, pois claro – e o mais-do-mesmo, quando é bom, jamais enjoa. Depois, em jeito de entrada e enquanto se esperava pelo prato principal, uma bela de uma feijoada com feijão branco (que não é, de todo, o meu favorito) e acompanhada com arroz, que soube muito bem (talvez dado o nosso estado de fraqueza) – tudo a anteceder umas travessas avantajadas de bacalhau à Braga, portadoras de umas postas tão grossas que aqui a esquisitóide (que gosta é de lascas e posta fininha) se viu à nora para escolher uma parte que lhe conviesse. As batatas fritas às rodelas e o apontamento de cebola, pimento e azeitonas deram a pincelada final de um quadro que já estava mais do que terminado.
Porque é tradição levar-se brigadeiros (a B.) e amêndoas (a E.), nem sequer olhámos para a carta de sobremesas, limitando-nos a brindar (à nossa, ao Alvarinho, e a mais passeios como aquele, que eu cá fiquei fã) com o espumante da casa, após o que passámos à esplanada para os cafés – que, estranhamente, têm de ser pedidos no estaminé ao lado (o Café), bem como a conta. Prolongámos este momento, a ver se as muitas digestões se encetavam, o que veio ser sabotado pela oferta de pão-de-ló por parte do sr. Fernando, que alguns descreveriam como sisudo e que eu até achei um simpático (sobretudo porque partilhou connosco um tesouro: uma lampreia fumada de 40€, feia como as coisas feias, mas aparentemente muito afamada).
E foi assim, cerca de 20€ mais leves (alguns só virtualmente, que o estaminé tem teminal de multibanco), que partimos para uma última adega, já capazes de rebolar até ao Porto, mas ainda cheios de moral para ir comprar mais vinho.
Foi, portanto, uma manhã mais do que plena de muitíssimos bons apetites, num espaço fora do comum.
Café Resturante Jardim | Melgaço
4 / 5 Carapaus
{{ reviewsOverall }} / 5 Cardume (0 votos)
Positivos
As entradas
o vinho
as postas de bacalhau
Negativos
Nada a apontar
Resumo
Uma boa opção para quem anda por terras do Alvarinho: no café Jardim come-se boa comida tradicional portuguesa, a preços sensatos.
Serviço4
Comida4.5
Preço/Qualidade4
Espaço3.5
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Café Restaurante Jardim | Melgaço
Morada: Lugar de Canhotos
Localidade: Penso, Melgaço
Localidade: Penso, Melgaço
Telefone: 251 416 303
Horário: ND
Aceitam reservas? Sim
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Já tinha lido coisas bem simpáticas acerca desta hamburgueria que se assume de inspiração norte-americana, mas confesso que a sua localização tinha sido o fator que me impedira de a visitar – não que não goste da zona, entre a Maternidade Júlio Dinis e a Rua D. Manuel II, ali perto de Miguel Bombarda e de outros estaminés bem interessantes, mas tenho de lá ir de propósito, o que ainda não sucedera, sobretudo porque o estacionamento pode ser um pesadelo.
Mas acontece que era dia de uma visita histórica pela cidade, sendo que o seu término foi à porta dos jardins do Palácio de Cristal, pelo que se tratou de passar praticamente à porta da Boulevard Burger House, quando foi hora de regressar ao local onde tinha deixado o carro, mais para a Baixa – e achei que não poderia deixar escapar a oportunidade, mesmo não tendo feito reserva. Felizmente, não eram ainda 13h de um sábado e facilmente arranjámos mesa, sendo que o espaço, relativamente pequeno, mas com mesas de tamanho diverso (há inclusivamente uma a pensar em jantares de grupo, onde caberão 8 pessoas), nunca chegou a encher.
A decoração sóbria revela uma inspiração mista, entre os diners norte-americanos e pormenores que homenageiam o Porto, como o painel pintado, ao fundo. O pé-direito alto dá ao local um ar arejado e despojado, que me agrada pelo minimalismo nada assoberbante, com uns poucos apontamentos que lhe conferem caráter e originalidade. O balcão, embora de grandes dimensões, está recuado, como se não quisesse roubar protagonismo à sala, e as montras que dão para a rua fornecem toda a luz necessária, durante o dia (de noite, imagino que os candeeiros de teto, com abajours vermelhos, deem um toque giro).
Uma vez instaladas, tratámos de escolher o que haveríamos de degustar, sendo que não levávamos qualquer recomendação. Passámos a parte das entradas (embora me apetecesse as Onion Rings e as Bufallo Wings), com receio de que fosse comida a mais (eu tinha uma atividade física marcada, dali a horas), e quedámo-nos por dois hambúrgueres, sendo que todos são anunciados como vindo acompanhados de batata frita; podemos escolher o tipo de pão, entre pão-brioche (tipicamente americano) e pão de centeio com sementes, sendo que foi este o selecionado. Também poderíamos pedir que fosse servido no prato, mas acho sempre que a mística se perde, assim. Para beber, dois fininhos, pois claro, que ali são Super Bock (eu gosto de saber estas coisas, por isso as partilho, também).
Escolhemos o Bacon (carne de novilho, queijo cheddar, bacon, cebola caramelizada, alface, maionese e tomate) e o Setas (carne de novilho, queijo cheddar vermelho, tomate grelhado, bacon grelhado, setas, cebola crocante, azeite e alho) e ambos estavam mesmo muito bons, embora o primeiro viesse ainda mais loucamente recheado: são hambúrgueres altos, cheios de coisas, e confesso ter recorrido aos talheres disponibilizados, para não dar um espetáculo triste – mas são perfeitamente possíveis de comer com a mão.
Não posso, contudo deixar de dizer que o que mais me surpreendeu foi as batatas fritas aos palitos, ainda com casca e de soberbo sabor; como se não bastasse, a simpática funcionária (exemplar, devo dizer: não sou servida com tanta delicadeza e educação em sítios onde se cobra muito mais por um almoço) ofereceu-se para trazer as duas maioneses que a Boulevard Burger House disponibiliza, e a coisa ficou ainda melhor – não sei dizer se foi a de alho se a de manjericão que mais me agradou, mas garanto que ambas sabem a caseiro e são deliciosas.
Nesta altura, estava já muito bem impressionada: a comida é muito boa, o serviço é fantástico e já viria embora feliz – mas havia ainda um golpe final: os doces. Confesso que tive dificuldade em escolher, porque gosto muito das típicas sobremesas norte-americanas. Escolhida que estava a Apple Pie para a outra metade, estive muito indecisa entre o New York Cheesecake (de forno, como deve ser, e não como os semifrios que por aí se servem, alguns dos quais sem ponta de queijo) e o Brownie de Chocolate; pedi ajuda ao outro funcionário (igualmente gentil e competente) e, pela descrição dele, acabei por escolher o brownie, que foi descrito como estando “muito guloso”, nesta sua última formulação – e eu adoro casas que não deixa, de procurar melhorar os pratos que servem.
Bom, o que aí veio foi um deleite para os sentidos de quem não tem medo de coisas doces: a Apple Pie, alta e com passas, estava deliciosa, mas o Brownie… agarrem-me para não voltar lá tão cedo, só por causa dele: não é denso nem demasiado achocolatado, inclina-se um bocadinho para o caramelo, tem pedacinhos de suspiro e é de agradecer aos deuses das gentes gulosas. O meu veio com uma bola de gelado, também bom, de frutos vermelhos (sabor que nunca peço), mas passaria bem só com o bolo.
No final, os 15€ por estômago soaram-nos a mais do que justos, numa casa que nos proporcionou tão bons apetites. De referir, ainda, que ao almoço, durante a semana, há menus que tornam a refeição mais barata.
Boulevard Burger House | Porto
4.8 / 5 Carapaus
{{ reviewsOverall }} / 5 (0 votos) Cardume
PositivosO serviço O pão de centeio As batatas fritas As sobremesas
NegativosO estacionamento
Resumo
Embora um nadinha fora de mão, esta hamburgueria merece em absoluto a visita pelos apreciadores do género, não só pela oferta de pratos tipicamente americanos, como pelo serviço, irrepreensível.
Serviço5
Comida4.5
Preço/Qualidade4.5
Espaço5
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Permitam-me iniciar com uma declaração de interesses: pese embora eu seja do rock, nunca liguei nenhuma ao conceito Hard Rock Café enquanto estaminé de frequência. Explico-me: acho graça entrar, dar uma voltinha para apreciar as relíquias usadas por gente de quem gosto muito (e de quem nem por isso, por que não?), queixar-me do disparate dos preços praticados e sair com a mesma destreza com que entrei, seja em que cidade for.
Só que depois o Hard Rock abriu (finalmente) no Porto – o que não acho que seja propriamente magnífico para o turismo, como se diz, porque não é isso que distingue a Invicta e atrai os visitantes (vejam lá se o Bourdain vai a estas chafaricas globalizadas ou se prefere ir enfiar-se nos nossos tascos preferidos), mas pronto, abriu. E está num edifício lindíssimo, ali entre a Rua do Almada e a Avenida dos Aliados. E era sábado e a pessoa estava ali a dois passos e a morrer de fome e a pensar onde é que havia de ir picar qualquer coisa – e olhou para o lado e pronto, estava feito.
Entrar no Hard Rock do Porto é particularmente agradável, porque o interior daquilo que anteriormente foi um hotel em nada foi vilipendiado: o contraste entre a decoração e o requinte de outrora dá origem ao casamento perfeito; são três andares amplos, com temas diversos, em que se destaca este ou aquele apontamento referente a um cantor em particular, sem que se perca a noção de que estamos numa construção grandiosa e clássica, com janelas e um pé direito alto.
Há mesas do tipo diner americano, há mesas altas (tipo balcão), há cores e materiais diversos, há azulejos hidráulicos lindíssimos e escadarias bem restauradas, há balcões modernaços e ecrãs planos que passam videoclips e concertos ininterruptamente. E também há uma das maiores valências do Hard Rock portuense, o staff: são simpáticos, apresentam-se pelo nome, dão a conhecer, explicam, têm sentido de humor, bom ar, sugerem, são rápidos e eficazes. Fomos atendidas por uma meia dúzia de pessoas, tudo malta nova, desde o empregado de sala ao chefe de turno, passando por quem nos recebeu e só temos coisas boas a dizer – sendo que o fator humano é um dos critérios que pode fazer-me nunca mais voltar a um estaminé ou regressar com prazer.
Agora o menos bom: os preços. São caros. Tudo no Hard rock é caro. Bem sei que o “caro” é sempre relativo e que estamos a pagar a experiência e a decoração e a proximidade das relíquias e tal. Mas pouco menos de 20€ por um hambúrguer ou uma salada continua a ser uma pipa de massa, sobretudo quando temos coisas de igual qualidade (e superior) na proximidade. Claro que só ali vai quem quer e nós quisemos, pelo que tratámos de minimizar a dor pedindo uma entrada que mataria dois coelhos de uma só cajadada: permitir-nos-ia provar uma carrada de pratos da lista e não ficaria assim tão cara – refiro-me ao Jumbo Combo que, por menos de 19€, nos traz todas as entradas da carta, com exceção dos Classic Nachos.
Pareceu-nos a melhor das hipóteses e pedimos, também, para beber, o belo do fino: uma Heineken e uma Sagres (porque a Super Bock não mora ali – o que será coisa para incomodar muitos, mas eu nunca fui uma fundamentalista cervejeira). Entretanto, nos minutos que tínhamos entre o pedido e o serviço (menos de dez, creio, foi tudo bastante rápido), tratei de ir conhecer e fotografar o espaço – e conheci melhor do que fotografei, como aferirão pelo registo abaixo: o meu telefone estava sem bateria, tive de usar um emprestado e alguns retratos ficaram assaz pobrezinhos, pelo que apelamos para a vossa compreensão.
Servido o pedido, depressa antecipámos que iríamos ficar de barriga cheia: vêm 3 bruschettas (com tomate e queixo curado de cabra), umas sete ou oito rodelas de cebola panadas, três enormes pedaços de peito de frango panado, 3 rolinhos Primavera (muito bem recheados), uma meia dúzia de asas de frango bem picantes e 3 tipos de molhos (mostarda, barbecue e queijo azul). Também há para lá uma amostra de salada, junto aos rolos Primavera, mas é mais para enfeitar do que outra coisa.
Nota importante: tudo estava imaculadamente cozinhado e saboroso, acabadinho de fritar. Ou seja, o género gastronómico não agradará a todos, mas a qualidade é irrepreensível. Também vimos passar enormes hambúrgueres (que se mantêm na vertical porque levam uma faca espetada, o que achei genial), generosos pedaços de entrecosto, batatas fritas apetecíveis – de resto o espaço é enorme e, cerca das 14h, estava cheio. Cheio que nem um ovo, entre turistas (muitos) e locais (diria que pelo menos metade, o que me surpreendeu).
Não poderíamos vir embora sem eu dar a conhecer às minhas papilas gustativas o Cheesecake de Oreo: pousei-lhe o olho mal cheguei e nem os ultrajantes mais de 8€ que custa foram capazes de me demover. Foram minutos de rara felicidade e juro que nem um cêntimo chorei (apesar de continuar a achar um disparate de preço): foi dos melhores cheesecakes que comi em toda a minha vida de enfardadeira e agradará a todos os que, como eu, entendem que um cheesecake tem mesmo de saber a queijo, deixem-se lá de natinhas e semifrios da treta.
No final, uma conta de pouco mais de 16€ por estômago acabou por se revelar bem menos dolorosa do que previamente antecipara: a experiência foi absolutamente positiva, e não apenas no que toca aos (bons) apetites.
Hard Rock Café | Porto
4.3 / 5 Carapaus
{{ reviewsOverall }} / 5 Cardume (0 votos)
PositivosLocalização Espaço Serviço
NegativosPreços
Resumo
Finalmente, o Porto tem um Hard Rock Café. A visitar por todos aqueles que apreciem o conceito e que estejam dispostos a abrir os cordões à bolsa pela gastronomia de terras do Tio Sam (muito bem confecionada, por sinal).
Serviço4.5
Comida4.5
Preço/Qualidade3
Espaço5
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Façamos cumprir a tradição de há já alguns anos (embora não sucessivos, porque nem sempre se proporciona): trazemo-vos o estaminé onde jantámos na última noite de 2016, que tem em comum com os outros o facto de ser na Baixa e, normalmente, naquele eixo Picaria/Almada, por uma razão muito simples: o que estamos (sempre) a comemorar é o aniversário da MJ, que calha de ser a 31 de dezembro, e aproveitamos a circunstância para o entrar no ano novo como gosta a natalícia – a ver o fogo de artifício, à meia-noite. Ora eu não gosto de fogo e muito menos de ajuntamentos, pelo que tenho de partilhar (com a meia dúzia de pessoas que, no Porto, não foi para a Baixa no fim de ano, porque as demais sabem-no tão bem como eu) que este ano a coisa chegou a ser assustadora, tal era a quantidade de gente e as ambulâncias a quererem furar com relativa dificuldade e tal. Se tudo correr bem, para o ano, pela primeira vez talvez desde 2009, o programa será outro.
Mas estou a tergiversar, que a malta vem aqui é para ler sobre comes e bebes e não sobre as minhas considerações sobre os festejos portuenses. É sempre um filme arranjar onde sentar entre meia dúzia a uma dúzia de pessoas, naquela noite: há estaminés que estão fechados, há outros que se esticam no preço e há ainda aqueles que só valeriam a pena se ficássemos até depois da meia-noite – e, pelas razões clarificadas supra, isso jamais acontece. Durante um punhado de anos, havia sempre o Chien Qui fume, mas este ano até esse estava fechado (e por tempo indeterminado, esperamos que tudo se resolva).
A MJ, depois de muita pesquisa e algumas visitas, acabou por escolher uma coisa relativamente nova e de que jamais me lembraria, o BaixóPito, na Rua da Picaria – por falar nisso, é impressão minha ou na referida artéria há mais restaurantes do que números de polícia? (Nunca hei de perceber as “tendências”…)
Trata-se de um estaminé de decoração moderna (i.e, industrial-meets-pormenores-com-graça), de serviço descontraído e competente (afinal há tendências de que gosto muito) e especializadíssimo, já que o que ali se come é frango, frango e mais frango. E não me interpretem mal: adoro um bom galináceo, de mil e uma maneiras, tal como gosto muito de especialização (e a posta da semana passada foi exemplo disso), mas nunca entraria num local como o BaixóPito senão para uma refeição rápida; tendo a escolher outro tipo de espaços para um jantar com os amigos. De todo o modo, foi ótimo que não houvesse opção, porque pude conhecer mais uma chafarica, para vos vir contar como foi.
Como éramos dez, tinha-nos sido oferecida a oportunidade de optarmos pela versão-menu, ou seja: por 17,50€ poderíamos escolher uma entrada, um prato principal, uma sobremesa, café e duas bebidas, para além do belo do espumantezinho à meia-noite (de que não desfrutaríamos, já sabemos porquê) – o que me pareceu bem em teoria, mas não achei grande negócio depois de olhar para os preços, já que as entradas e as sobremesas rondam os 2€ e os pratos principais não fogem dos 7€. Mudámos de ideias porque o funcionário que nos atendeu teve a gentileza de alterar o “negócio” e de nos servir as bebidas que nos aprouve (finos e sangria), sem cobrar mais por isso, e porque também percebeu que não estávamos ali propriamente para usufruir de bar aberto.
Começámos então por mandar vir as entradas, que variaram entre o Taco (dois tacos de frango com tomate, cebola e coentros), o Panko (mini burguer de frango), o Panko Vegetariano (cogumelos, cebola e mozarela) e as Asinhas (asas de frango fritas com molho barbecue). Tudo foi bastante gabado (e ferozmente deglutido, porque já eram umas 22h); eu gostei mesmo muito do Panko Vegetariano e creio que daria um ótimo prato principal, se fosse feito em tamanho normal.
Quanto aos pratos principais, foi quase toda a gente no Pito Gostoso (e muito haveria a dizer sobre a nomenclatura, mas não temos tempo), que é basicamente frango assado a que se junta batata frita ou salada; eu e mais dois quisemos antes o BPFC, frango frito com maionese de paprica e citrinos e a bela da batata ou da salada. O funcionário-simpático-e-competente (Rafael de seu nome) trouxe-nos também todos os molhos da casa (e havia de tudo, desde o agridoce ao muito picante), para que pudéssemos prová-los. Mais uma vez, o BaixóPito faz bem aquilo que se propõe fazer: ambos os pratos estavam muito saborosos, o frango frito era quase tão bom como o da Mãezinha e as batatas fritas (aos palitos, com casca) são uma especialidade. É que até a salada, de tomate, cebola e orégãos, é coisa particularmente boa, para além de ser servida num tachinho (como outras entradas) muito mimoso.
Acabámos por estar a um quarto de hora da meia noite e ainda lá dentro, pelo que acabámos por prescindir das sobremesas (que não me entusiasmaram particularmente, e eram só duas ou três), porque havia bolo de aniversário – e pareceu-nos justo, já que havíamos bebido o que nos apeteceu. Ficámos muito agradados pelo facto de, por não podermos ficar para beber a chapanhota da meia-noite com eles, nos terem dado uma garrafa e meia para que pudéssemos brindar na rua – isto porque a MJ nunca falha e trouxera flutes descartáveis de casa -, o que só mostra uma atenção ao cliente que nem todos os estaminés por onde temos passado (mesmo os de gama bem superior) teriam.
Pagámos, portanto, os 17,50€ que eram devidos e viemos satisfeitos: o BaixóPito provou-nos que o preconceito raramente acerta e que foi possível despedirmo-nos muito simpaticamente de 2016 num restaurante que dificilmente teríamos escolhido, se pudéssemos escolher.
BaixóPito | Porto
4 / 5 Carapaus
PositivosO serviço. As entradas. As batatas fritas.
NegativosMenu pouco diversificado. Poucas sobremesas.
Resumo
No coração da Baixa e no centro da movida portuense, um estaminé baratinho e especializado em frango serve bem e barato. Excelente para uma refeição rápida.
Serviço4.5
Comida3.5
Preço/Qualidade4
Espaço4
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A minha primeira ida ao Honorato foi absolutamente fortuita: depois de passar meses e meses a ver fotografias e apreciações sobre o estaminé em Lisboa (Sei que há mais do que um mas ouvia falar, sobretudo, do do Chiado), eis que uma bela tarde de finais de Agosto, numa ida espontânea à Baixa, dei de caras com ele, ali mesmo, onde antes morava o Twins-Baixa, junto aos Clérigos e perto de tudo. Eram umas três da tarde, tinha tomado um segundo pequeno-almoço (dos reforçados) umas duas horas antes, mas não consegui resistir: fui dar as voltas que tinha de dar e, ainda não eram 16h00 e já lá estava: sem fome mas com muito apetite.
Daí a pouco mais de uma hora, tinha treino, pelo que sabia que não me podia esticar, mas macacos me mordessem se não sairia dali com uma perceção sobre o mérito da fama do Honorato. Vai daí, entrei no espaço, belissimamente decorado, com sofás fixos, numa mescla entre o diner de meados do século passado e um estilo contemporâneo bem interessante. O espelho a todo o comprimento, à esquerda, dá uma sensação de grandeza que a sala (comprida mas estreita) não tem. O imenso bar é a coqueluche de um sítio onde apetece estar.
Naquela tarde, não me foi difícil arranjar mesa, porque ninguém almoça às quatro da tarde, mas ainda assim havia várias mesas preenchidas, com locais e turistas – o que terá confundido o funcionário que me atendeu, já que me falou em castelhano desde que me recebeu, à porta, até ao momento em que me sentou numa mesa e me entregou a ementa no mesmo idioma. Juro que lhe falei sempre em português, mas convenci-me enfim de que falo mesmo muito depressa. Aproveitei a passagem de outra funcionária para desfazer a confusão mas ainda hoje estou para perceber o que ali se passou.
Porque estava limitada, tanto em termos de fome como de tempo, aproveitei a prerrogativa que a ementa do Honorato oferece: a possibilidade de escolhermos mini-hambúrgueres, que são um nadinha mais baratos do que os normais (e caríssimos, em termos relativos), para quando a gula (ou os constrangimentos, no meu caso) não permitem que nos afiambremos a eles. A escolha não foi difícil: de entre os 14 hambúrgueres artesanais oferecidos, não tinha como não escolher o que dá nome à casa. O Honorato vem com maionese, milho, alface, tomate, ovo, bacon e queijo cheddar, para além, obviamente, do tradicional (e bom) pão de hambúrguer em três fatias, intercaladas com os ingredientes mencionados e a belíssima carne picada, de qualidade superior. As batatas fritas são caseiras e quentinhas mas o ponto alto é mesmo a molhaca de maioneses com que são servidas: sabe a pickles, acho, ou então a outra coisa igualmente (muito) boa.
Nesta primeira visita, não fui capaz de comer mais nada (sabia que sofreria mais tarde, se o fizesse, na aula de Attack), mas sabia que regressaria em breve. Meu dito, meu feito: aproveitei o dia do concerto dos Ujos (Miguel Araújo e António Zambujo, para os 5% da população nacional que não foram a uma das noites dos Coliseus), a meio de Setembro e lá voltei eu, desta vez com mais fome e disponibilidade. Felizmente, chegámos cerca das 19h30: meia hora mais tarde, já se fazia fila à porta e a casa estava cheia que nem um ovo. À noite, o espaço torna-se ainda mais bonito e a presença de um DJ assegurava música-ambiente, ainda por cima de bom gosto. No balcão e fora dele, uma boa quantidade de funcionários (entre os quais a T., uma “velha” conhecida que adorei encontrar ali) assegurava que tudo decorria sobre carris, tanto na receção como nas mesas e conceção dos cocktais e paparoca.
Desta feita, deixei a Coca-Cola de lado e fui mesmo para os cocktails, no que fui acompanhada por Mãezinha, que foi comigo: ela optou pelo Berry Good, a conselho da simpática funcionária, e deliciou-se com a bebida sem álcool, composta de limão, puré de frutos vermelhos, hortelã, sumo de arando e amora fresca. Já eu, também depois de consultada a menina que nos atendia, fui no Melodream (adoro nomes inteligentes), com gin, meloa, manjericão e pepino, que adorei com paixão. De resto, não me passara pela cabeça acompanhar hambúrgueres senão com um fino bem tirado (e há ali simpática quantidade de cervejas de pressão) ou a coca-colinha da praxe, mas adorei a combinação.
Para pratos principais, e depois de saboreados os croquetes de entrada, escolhemos o Falcão (a mãezinha) e o Capitão Fausto (eu, confesso que muito pelo nome, mesmo porque tudo me parecia bem). O primeiro, para além da carnucha e do pão em três fatias, tem agrião, tomate, bacon, cebola e cheddar; o meu tem agrião, tomate, pickles, molho barbecue, cheddar e cebola – e ambos agradaram muitíssimo, apesar de, à primeira vista, parecer quase impossível ter ângulo de abertura dos maxilares para abarcar tamanha quantidade de comida. Reitera-se o elogio ao molho das batatas fritas, que é do melhor.
No fim, já estávamos a modos que cheias-até-cima, mas quando percebemos não só que havia sobremesa, mas também que só havia uma sobremesa, imediatamente decidimos que tínhamos de provar a Mousse de Chocolate: afinal, que estaminé tem tanta segurança num prato, qualquer que ele seja, para que o assuma como único, sem pretender agradar a gregos e troianos? O Honorato. E com toda a propriedade, devo acrescentar: a mousse, que é anunciada como sendo feita sem ovos (hmmm, mousse sem ovos? – desconfiou Mãezinha, que é uma clássica) e servida em frasquinho (como agora é costume disseminado), basta-se a si mesma e é das melhores que já comi na vida (e olhem que já fiz a folha a muita mousse). Tem consistência que faz lembrar a de brigadeiro, um crocante por cima e um sabor de comer e carpir por muito mais.
Se gostei do Honorato? Olhem, gostei tanto que considero os 20€ por estômago que pagámos adequados (embora elevados, face à concorrência) e elegi-o, à segunda visita, a minha hamburgueria preferida e pronto.
Honorato Hamburgueria | Porto
4.9 / 5 Carapaus
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PositivosO espaço a música a qualidade das matérias-primas os cocktails a mousse o serviço
NegativosPode ser difícil arranjar mesa estacionamento na área
Resumo
O Honorato veio, finalmente, de Lisboa para o Porto e ainda bem: a comida é boa, os cocktails são uma maravilha, a mousse é de chorar por mais e o ambiente recomenda-se. Passou “só” a ser a minha hamburgueria favorita.
Serviço5
Comida5
Preço/Qualidade4.5
Espaço5
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