Começo por dizer-vos que quando forem ao Restaurante A Grelha, em Guetim (irão com certeza), levem roupa que não se importem de sujar e bem almofadada: dali, sai-se a rebolar, prometo…
Artigos
Eis mais um estaminé que estava na lista dos “a visitar com urgência” praticamente desde que abriu, pois que não oiço senão dizer muito bem: o Terminal 4450, sito ali mesmo, no antigo terminal de passageiros do Porto de Leixões, do lado de Leça da Palmeira (onde, uma vez por outra, ainda é possível ver um navio “descarregar” passageiros), não só se encontra numa localização privilegiada como tem uma luz espetacular, daquelas que tornam tudo mais simpático.
À Chegada
Depois de estacionar o carro nas redondezas, o que se revela tarefa mais simples do que à primeira vista se pensa (baste enveredar pelas ruelas do outro lado da Avenida Antunes Guimarães), a entrada no Terminal 4450 é a primeira experiência engraçada: sobe-se de elevador (ou pelas escadas, para quem gosta de se massacrar para além do ginásio) e, depois, caminha-se por um corredor que faz lembrar as mangas que conduzem aos aviões, com vista para o rio.
A Entrada
Uma vez chegados ao Terminal, toda a grandiosidade (que se mantém na zona da receção e casas de banho, toda amadeirada e com elementos decorativos de um bom gosto despojado) torna-se aconchegante, apesar do pé direito alto: um grande balcão de madeira rústica, onde se servem os cocktails que fazem do Terminal 4450 também um bar, convive com bancos altos e uns sofás, para quem espera e gosta de ir bebericando; uma mesa de mistura anuncia noites musicais, em harmonia com as traves de madeira que remetem inevitavelmente para as construções náuticas.
A Sala do Terminal 4450
A sala principal não é enorme e estava cheia que nem um ovo, o que parecia trágico para quem até tinha feito uma reserva, uma semana antes. Fomos convidadas por um dos funcionários (delicadíssimo e profissional, como todos os que passaram pela nossa mesa) a ficar numa sala mais pequena – e se o convite parecia indiciar uma experiência menor, pelo cuidado com que foi feito, veio a revelar-se uma coisa muito boa: a sala “ao lado” tem exatamente a mesma vista privilegiada, mas é bastante mais tranquila, o que é ótimo para quem, como eu, detesta ter de (e ouvir) falar alto às refeições.
O Menu e as Entradas
Uma vez instaladas, e ainda antes de nos ser trazida a ementa, foi-nos apresentado o menu do dia, uma pechincha que, por 8,50€, nos serve o couvert, sopa, o prato do dia e uma bebida. Aceitámos imediatamente: bem sei que a especialidade da casa são as carnes puras (e não tardarei a voltar para um bife dos muito bons), mas é impossível não aceitar um negócio destes. Assim, começámos por trincar o pão (entre broa com chouriço e pão de mistura) com a manteiga de linguiça (coisa mesmo muito boa) e umas pipocas salgadas com orégãos que fizeram as nossas delícias. Passados uns minutos, veio um creme de brócolos irrepreensível (e eu nem sequer sou grande fã de sopa, a não ser daquelas que são para lá de boas, como esta).
O Prato Principal
O prato principal era Secretos de Porco Preto com Castanhas e Cogumelos, servidos com Arroz de Frutos Secos (num balde de alumínio) e devo dizer que a coisa estava uma especialidade, de tão boa. As quantidades servidas são sensatas e mais do que suficientes mesmo para gente de (bastante) alimento, como eu.
As Sobremesas
Inevitavelmente, não pudemos sair sem fazer uma incursão pela oferta de sobremesas, que parece ser outra das grandes forças do Terminal 4450, a aferir pela quantidade de sugestões que tive, mal artilhei uma fotografia do sítio onde estava, no meu Instagram: da Bola de Berlim (que passei por ser recheada com o tradicional creme de pasteleiro, que dispenso) ao Petit Gateau de abóbora com Gelado de Queijo da Serra, os conselhos eram muitos, mas acabei por seguir o meu instinto, que é muito chocolateiro, e decidi-me pelo Decadente de Chocolate, uma deliciosa fatia de bolo de chocolate em três texturas, que rivaliza com o que de melhor já comi, dentro do género. Para a mesa vieram ainda uma Mousse de Chocolate (o doce daquele dia) e uma Tarte de Limão Merengada que, apesar de gostosa e belíssima, só dececionou (em parte) porque o “merengue” era, na verdade, pedaços de suspiros (e a ideia não seria exatamente essa).
Café e a Conta
Finalmente, os cafés e a conta: uma refeição deste calibre, com vinho e sobremesas, ficou por um pouco menos de 18€ por estômago, o que me parece muitíssimo razoável e justo. Claro que, porque não satisfiz toda a minha curiosidade, pretendo voltar em breve, para os bifes e mais sobremesas, de preferência ao jantar – isto porque a busca por bons apetites jamais cessa, por aqui.
Os Contactos
Morada: Avenida Doutor Antunes Guimarães, Terminal dos Passageiros
Localidade: Leça da Palmeira
Telefone: 919 851 933
Horário: Dom a Qui – 12:30 às 15:00 e 19:30 às 23:00 | Sex e Sáb – 12:30 às 15:00 e 19:30 às 02:00
Aceitam reservas? Sim
Terminal 4450, Leça da Palmeira
4.8 / 5 Carapaus
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Positivos
o serviço, a ementa, o menu de almoço, as sobremesas
Negativos
o estacionamento pode não ser fácil
Resumo
No antigo terminal de Passageiros do Porto de Leixões, ergue-se o Terminal 4450, onde a carne é rainha (mas há opções vegetarianas), a vista e a luz são magníficas e as sobremesas são uma tentação.
Serviço5
Comida4.5
Preço/Qualidade4.5
Espaço5
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O Terminal 4450 no Zomato
Na verdade, a Cantina 32 só foi uma estreia para o AV: tanto esta vossa criada como a MAA e o TD (que compunham o ramalhete de quatro desta incursão) já lá haviam ido – curiosamente, todos em situações diferentes, tendo ficado com impressões algo heterogéneas – mas havia que fazê-lo de novo, por forma a registar a coisa como deve ser, aqui para o Cardume.
Recordo-me de que, quando estive na Cantina 32, tratava-se do estaminé-sensação do momento: estávamos no princípio de Agosto do ano passado, a coisa havia aberto ainda não há mês e, concomitantemente, não aceitava marcações (situação que entretanto se alterou: a marcação aconselha-se vivamente, sob pena de não se arranjar lugar, mesmo durante a semana), o que nos pôs a jantar quase às onze da noite e nos sujeitou a alguns inconvenientes, como uma gritante falta de pão ou a uma confusão com a faturação.
No entanto, a comida ficou-me na retina, porque já então me agradou muitíssimo.
À Chegada
Desta vez, a marcação foi feita com uns dias de antecedência, sendo que nessa altura a impressão não foi das melhores, uma vez que nos foi comunicado que, ao jantar, a Cantina 32 da Rua das Flores (artéria cada vez mais bonita, airosa e cosmopolita) recebe os comensais em dois turnos: o das 20h e o das 22h, sendo que, porque marcámos às 20h, teríamos de nos pôr a andar, por forma a que a mesa ficasse disponível para os comensais do turno seguinte, duas horas depois. Ora isto não é cartão-de-visita que se apresente a quem quer que seja, e nem sequer dispõe bem, pese embora saibamos de antemão que dificilmente ficaríamos mais tempo – mas é o princípio que não agrada e é pouco elegante (não se enganem: de “cantina” só há ali o nome – e isto é um elogio).
Poucos minutos depois da hora marcada, entrámos no espaço mais comprido do que largo, de paredes cinzentas e ar industrial, quebrado por uma decoração interessantíssima – não necessariamente original, porque já vários estaminés recorreram ao mesmo conceito de usar objetos inusitados (seja uma bicicleta pendurada na parede ou uma máquina de escrever pousada numa peça de mobiliário), mas certamente muito bem conseguida.
Também a luz quebra a estudada frieza das paredes, fazendo do Cantina 32 um local onde os contrastes caem bem e de forma natural (o que, infelizmente, nem sempre sucede).
O Menu
Na mesa para quatro, esperavam-nos já, para além do AV, que foi o primeiro a chegar, a deliciosa manteiga de banana com flor-de-sal (devo dizer que não agrada a todos, mas eu sou fã assumidíssima) bem como um cesto de delicioso pão caseiro fatiado, boas azeitonas e o belo do tremoço – coisa muito nacional e que, ao que parece, os turistas acham pitoresco (cfr. artigo do New York Times sobre o Cantina 32).
Trouxeram-nos o menu com celeridade e, enquanto picávamos do que havia, procedemos ao debate do costume e concluímos sobre o que nos forraria os estômagos e testaria as papilas gustativas nas horas seguintes (não mais do que duas, já se sabe).
As Nossas Escolhas
Optámos por quatro entradas e dois pratos principais, a saber: Chouriço Assado na Brasa, Bacalhau à Brás, Ovinhos de Codorniz com Bacon Panados e Croquetes de Alheira com Molho de Mel e Mostarda para entradas e, para depois, os dois pratos “Para Dois Com Alguma Fome” (não seria o caso, quando lá chegássemos, mas apetite temos sempre), Vitela na Brasa à Lafões com Batata a Murro e Salada Básica e Cachaço de Bísaro com Tripas e Feijocas (acompanhamento que podia ser trocado por Arroz de Cogumelos e Castanhas).
As Entradas

O Manjar
Encerradas estas hostilidades, a verdade é que, se ficássemos assim, já não saíamos com fome – a MAA (que não sai à filha – esta vossa criada) disse-se mesmo incapaz de deglutir o que quer que fosse a mais, mas acabou por fazer um pequeno esforço quando vieram os pratos principais.
Na verdade, que maravilha de petiscos ali tínhamos: o porco parecia manteiga e poderia comer-se à colher, apesar das fatias generosas de grossas (eram três), o tachinho com as tripas e as feijocas ficou a cargo da MAA (que nem um quarto comeu) e da carne não sobrou sequer uma lasca para contar a história; a vitela foi outro deleite: excelsamente cozinhada, apresentou-se em meia dúzia de fatias, também elas entusiasticamente saboreadas.
Faremos apenas um reparo negativo a uma das batatas que vieram como acompanhamento que, provavelmente por causa da sua dimensão mais avantajada, apresentou-se meio crua.
De resto, até a salada básica, que consistia num quarto de alface iceberg com um molho avinagrado delicioso, satisfez plenamente (a mim, que fui a única que a comeu).
As Sobremesas
No final de tudo isto, já mais para lá do que para cá, ainda tivemos forças para as sobremesas – eu jamais entrarei naquele restaurante sem que comer um cheesecake, isso é sagradinho.
Como estávamos com dificuldades em decidir, optámos por mandar vir três doces, que partilharíamos e comeríamos de acordo com os apetites de cada um. Vieram o Bolo de Bolacha com Nougat de Amêndoa (vendido ao centímetro, num mínimo de dois), o Cheesecake de Banana Caramelizada e Chocolate e a Terrina de Chocolate 32 – sendo que os primeiros, eram valores seguríssimos (já os prováramos) e o terceiro despertou a curiosidade do AV.
E confirmou-se: o bolo de bolacha satisfez bem, o cheesecake (servido num vasinho de barro, com cobertura de Oreos esfareladas, que se assemelham a terra) encantou e a terrina só desiludiu porque vinha com uma cobertura de menta que não é propriamente a nossa onda – mas deliciará aqueles que apreciam a junção dos sabores.
A Conta
No final de tudo isto, havíamos descoberto o mistério dos WCs (um marcado com um 6, outro com um 9 – qual deles o para mulheres e qual o reservado aos homens?), eram 22h03 e estava a conta pedida: 24€ a cada um parecem uma ninharia quando se come o que nós comemos, o que nos leva a afirmar a Cantina 32 como o local certo para quem está com sede de bons apetites.
Contacto para Reservas
Morada: Rua das Flores 32, Porto
Telefone: 222 039 069
Horário: Seg a Sáb – 12h30 às 22h30
Aceitam reservas? Sim
O Cantina 32 no Zomato
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Andava para visitar o Frankie, em Lisboa, há dois ou três anos: que diabo, não haveria de ser o estaminé mais bem cotado da capital, na Zomato, à época, por dá-cá-aquela-palha. Entretanto, sempre que vou lá a baixo, acabo por ter amigos e familiares a marcar refeições para todo o lado e nem com a abertura de uma segunda loja, este Verão, me foi possível matar a curiosidade. Felizmente, o conceito estendeu-se ao Porto e, muito recentemente, dei com ele instalado na Rua do Almada, pelo que aproveitei a primeira oportunidade para o ir visitar – e foi mesmo num sábado à hora do almoço, sem planeamento; felizmente, tivemos sorte e havia uma mesa à nossa espera.
À entrada, o espaço cativou-me imediatamente: gosto do ar contemporâneo, com toques de originalidade (as mesas suspensas do teto são uma preciosidade), do pé direito alto e das madeiras – o ambiente tem pinta e reúne um público eclético: havia famílias inteiras, grupos de turistas, casais, de tudo um pouco.
A escolha faz-se na caixa, logo à entrada, e a receção não poderia ter sido melhor: o serviço é assegurado por gente gira e despachada (a maioria, pareceu-me pelo sotaque, vinda lá de baixo, para assegurar a homogeneidade, certamente), de modo simpático e paciente – afinal, há uma catrefada de coisas que podemos escolher e a coisa não é fácil, numa primeira visita.
Acabámos por optar pelo Frankie 4 Fingers (para a Mãezinha, que foi a minha companhia), composto por pão, alface iceberg, rúcula, salsicha Frankfurt, aros de cebola frita, mostarda com mel, molho BBQ e bacon, e pelo Crispy Cheddar (para mim), com pão, mostarda com mel, salsicha Frankfurt, queijo Cheddar derretido e cebola crocante. Adicionámos-lhes uma Salada Simples (alface iceberg, cubos de tomate, molho de iogurte, queijo Cheddar ralado, cenoura em juliana e bacon em pedaços – e eu não li a lista de ingredientes, se não teria percebido que o meu conceito de “simples” não é o mesmo que o desta ementa) e as celebérrimas Batata Frankie, que consistem em batata frita aos palitos, queijo Cheddar derretido, bacon e cebolinho. Para acompanhar, duas limonadas.
Depois de paga a conta, que ficou em 8€ por pessoa, a ideia é passar ao balcão seguinte e levar logo as bebidas até à mesa que nos calhou em sorte (preferia ter ficado no piso da entrada mas já só havia lugar num recanto junto ao wc, para onde foi difícil entrar sem perturbar e fazer levantar todos quantos estavam sentados nas primeiras duas mesas). O resto iria lá ter e, na verdade, terão passado não mais do que dez minutos até termos tudo connosco.
E agora a parte mais difícil: cumpre-me esclarecer que não sou a maior fã de fast food em geral e de cachorros em particular, mas adoro de paixão os cachorrinhos dos The Dog e Gazela e também já fui muito feliz em roulottes de cachorros, daqueles onde vale fazer um monte de todos os ingredientes à disposição. Por isso, e dada a fama dos do Frankie, estava convicta de que iria apreciar grandemente a oferta – ora tal não se verificou, de todo, com grande pena minha.
Em primeiro lugar as batatas: a quantidade de cobertura era de tal ordem que as batatas parecias requentadas, moles e sem graça – nunca pensei que algum dia pudesse dizer, de queijo, que estava a mais, mas a verdade é que aqui é um exagero e abafa tudo o mais. Já quanto aos cachorros, a opinião foi unânime: os molhos são em excesso, a salsicha Frankfurt não é das melhores que já comi e a apreciação final foi um mero “meh”. Já a salada, mais uma vez, tinha as verduras abafadas pelo molho (que me pareceu mais maionese do que de iogurte) e toppings; a limonada é demasiado doce e não se adequa de todo àquilo que eu creio que deve ser uma limonada como deve ser.
Evidentemente, que tenho noção de que não se trata de um problema de qualidade: apreciadores deste tipo de sabores acharão as combinações fabulosas – mas não são, de todo, para mim. Ainda assim, achei muitíssimo positivo haver a possibilidade de diminuir, acrescentar ou trocar ingredientes em todos os cachorros, bem como a existência de três tipos de salsichas, para além da tradicional que escolhemos: frango, porco e a de feijão manteiga, adequada a vegans.
Enfim, creio que não há um único estaminé que possa agradar a todos os palatos e o Frankie não é para o meu, com grande pena minha.
Frankie Hot Dogs | Porto
4.1 / 5 Carapaus
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PositivosO espaço O serviço
NegativosExcesso de molhos Excesso de queijo Limonada muito doce
Resumo
Finalmente, os cachorros quentes mais famosos do país chegaram ao Porto e instalaram-se na Rua do Almada, para todos os amantes do género.
Serviço4.5
Comida3
Preço/Qualidade4
Espaço5
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Nem vou tentar o suspense, para não fazer perder tempo ao amado Cardume: digamos que o brunch do Astoria, no Palácio das Cardosas (Hotel Intercontinental), mesmo ali ao fundo da Praça da Liberdade, com vista para os Aliados e a Câmara, mas também para São Bento, é demasiado gabado para aquilo que, de facto, oferece. Posto isto, adeus, ó malta que não tem tempo para mais e olá, ó gentes que quereis saber as razões do nosso ( muito relativo) descontentamento.
A verdade é que, quando lemos maravilhas sobre um determinado estaminé, as expectativas sobem exponencialmente: “mais de 50 pratos”, lia-se, numa publicação online muito badalada (e de mérito discutível, mas isso são contas de outro rosário), há um par de meses; um dos melhores brunches do Porto, aventava-se. Olhem, não é. Por 27€ esperava muito mais, porque o facto de estarmos num sítio belíssimo, onde o requinte é a palavra de ordem, não pode ser o único critério para o que se paga – para além de que o serviço, ao almoço e ao jantar, é de outro calibre, sem termo de comparação.
Explico-me: o serviço é atencioso e atento e simpático, mas depois chegou mais gente e já tivemos de estar à espera muito mais do que devíamos (para algo tão prosaico como pagar ou pedir um cappuccino), o que nem me incomoda per se (era fim de semana, a conversa estava boa, não tinha horas para chegar onde quer que fosse), mas tem de ser considerado num local como o Astoria (mesmo porque houve um outro problema, de que falarei adiante).
O espaço é, no Astoria, maravilhoso: a sala é requintada e elegante, os lustres dão-lhe uma aura aristocrática, e o facto de estarmos ali, numa câmara fresquinha (fazia um calor enorme, naquele dia do início de outubro) e a salvo da confusão da Baixa é, por si só, um trunfo. Todavia, não adorei o modo como está disposto o brunch, logo à entrada, como se fosse indigno de pertencer a uma sala que não foi com certeza pensada para refeição tão pouco formal.
Ainda assim, a apresentação é bonita e cuidada: não sei se ali moram “mais de 50 pratos”, como diziam os outros, ou se podemos falar, sequer, de pratos, quando nos referimos a queijos, carnes frias , salgadinhos, iogurtes e outras iguaria – mas não posso deixar de referir que os rissóis e afins estavam fritos de fresco, o pão apetitoso e estaladiço, os queijos, embora pouco variados, eram bons; não gostei tanto de algumas coisas aparentemente mais sofisticadas, como um tártaro ou uma salada com carne branca, que me pareceram sensaborões e sem graça.
É possível pedir, ainda, pratos de ovos (Benedict, escalfados, fritos, mexidos ou em omeleta): vieram três Benedict e uns escalfados e, mais uma vez, não rejubilei. Das meias de leite e do meu chá, nada a dizer, mas a MBC não conseguiu ingerir o seu cappuccino, que achou mauzinho. De resto, havia água e sumos à disposição (infelizmente, sumos de pacote) e também era possível pedir vinho, o que me parece simpático.
Gostei particularmente dos folhados doces, muitíssimo bons, mas não rejubilei com as sobremesas. Já os bolos secos (de chá, como lhes chamo) foram muito aclamados, bem como as panquecas, que eu achei banais mas ouvi serem gabadas pela SC. Creio que o que mais consenso gerou terá sido o mini-prego em bolo do caco, cuja carne se desfazia e estava francamente delicioso. Tudo o mais não arrancou, em mim, mais do que um suspiro de tédio – e não posso deixar de dizer que, por comparação, e a todos os níveis, o brunch do Poivron Rouge, 5€ mais barato, continua a ser, para mim, o melhor do Porto: também tem tudo incluído (mesmo os ovos que pedimos, à parte, e que não são nada de especial) mas tanto o serviço como a diversidade e qualidade são superiores, o que será, provavelmente, causa e efeito de terem a sala sempre cheia.
Uma nota para terminar: é anunciado que o Astoria paga duas horas de estacionamento no Parque das Cardosas, ali mesmo ao pé; infelizmente, os três talões que nos deram, e que seriam uma espécie de “vale” para a máquina de pagamento, não funcionaram, tornando a brincadeira 5,90€ mais cara. Não pude reportar isto ao restaurante, porque isso implicava voltar para trás e eu tinha de me vir embora, mas deixei a nota no parque – e é outro dos fatores por que atribuo nota mediana ao serviço.
Não fiquei deslumbrada, não senhores.
Astória-Intercontinental | Brunch | Porto
4 / 5 Carapaus
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PositivosO espaço
NegativosO estacionamento
Resumo
No chamado Palácio das Cardosas, o Astória oferece um afamado brunch, em regime de buffet – o espaço é maravilhoso.
Serviço3.5
Comida4
Preço/Qualidade3.5
Espaço5
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Astória-Intercontinental | Brunch | Porto
Morada: Intercontinental Porto, Praça da Liberdade, 25
Localidade: Porto
Localidade: Porto
Telefone: 220 035 600
Horário: Restaurante – Seg a Dom – 12:30 às 15:00 e 19:30 às 22:30 | Brunch – Sáb – 12h30 às 16h
Aceitam reservas? Sim
Data da Visita: 7 de outubro de 2017
No Zomato
Não Se Esqueçam de Deixar os Vossos Comentários
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Caro Cardume, esta será, ao contrário do que acontece sempre por aqui, uma posta rápida e indolor, para vos dar conta de que já não é preciso ir à Baixa (ou à Foz, ou à Baixa outra vez) para comer os melhores cachorros do Porto: abriu mais ou menos recentemente, pela mão de alguém que trabalhou diretamente na casa-mãe de todo o cachorrame, um estaminé que no-los dá a comer, bem como outras delícias – não aconselháveis a quem faz contagem de calorias para efeitos não recreativos, na 5 de outubro, já mesmo junto à Casa da Música, na Boavista.
Infelizmente, o espaço é tão diminuto como o do Gazela e só tem lugares ao balcão (uns vinte, diria), pelo que tivemos de esperar que vagassem três lugares, para apaziguar a fome, que era já muita – claro que o facto de se tratar de comida rápida ajuda a que a rotatividade seja maior, ao menos se a maioria das pessoas não for como nós, que nos alapámos e não nos despachámos senão quanto era tempo do concerto a que assistiríamos às 22h.
Antes de mais nada, nota muito alta para o serviço, que não só é simpático e bem-disposto, como é de uma eficácia altíssima: tudo funciona como numa linha de montagem, bem ali à frente dos nossos olhos, cada um conhece o seu papel e a comida chega-nos depressa (e bem).
Uma vez sentadas, escolhemos depressinha: seria um Cachorrinho The Dog (pão fininho, salsicha fresca, queijo e vai a torrar) para partilhar, Pregos Em Pão Especial The Dog (carne da vazia, queijo Brie e mel, compota de cebola em vinho do Porto), batatas fritas (duas doses) e finos para as três. Tudo é servido com celeridade e uns minutos depois encontrávamo-nos a aniquilar a fome e a deliciar as papilas gustativas.
Não há o que quer que seja que não seja bom, no The Dog: o cachorrinho corresponde inteiramente às expectativas e é coisa gulosa, que apetece comer sem parar, as batatas são caseiras, a fritura está no ponto e não há ali gota de óleo a mais, e os finos são Super Bock e bem tirados. Mas tenho de salientar a excelência dos pregos especiais: a carne é mal passada e macia, o queijo e a cebola são notórios e saborosíssimos. Para terminar, tivemos de pedir mais um cachorro, que partilhámos, antes de partir.
Os bons apetites saldaram-se em pouco mais de 11€, o que nos pareceu perfeito.
The Dog – Casa do Cachorro | Porto
4.4 / 5 Carapaus
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PositivosA rapidez do serviço Os pregos
NegativosO espaço exíguo
Resumo
Excelente opção para uma refeição rápida e calórica, na zona da Boavista, paredes-meias com a Casa da Música.
Serviço4.5
Comida4.5
Preço/Qualidade4.5
Espaço4
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Há já muito tempo que me perguntava o que teria o Santo Burga de especial: todas as apreciações que lia, nomeadamente na Zomato, teciam-lhe rasgados elogios, o que despertava a gula, para além da curiosidade; depois, abriu um Santo Burga ali na zona da Constituição, onde passo amiúde, mas fui-lhe resistindo: a ideia era visitar o original, porque era o que me parecia justo. O problema é que eu raramente vou para Leça, a não ser quando se trata de fazer praia, pelo que a coisa não estava a dar-se, até que o encerramento inesperado do Bar Azul, num dia em que lá íamos aos caracóis, acabou por espoletar a visita – seria naquele dia e não se falava mais nisso.
Chegámos cerca das 13h20 e o estaminé, que tem uma dimensão acanhada (embora muito simpática por ter vidro em três frentes, uma das quais viradas para o mar de Leça), estava cheiíssimo, já com meia dúzia de pessoas à espera. Felizmente, não estávamos com muita pressa, pelo que nos dispusemos a esperar (mesmo tendo percebido que as pessoas que ocupavam o restaurante não estavam propriamente preocupados com as horas que levavam a comer) – para o que também contribuiu a simpatia de quem nos atendeu, que até nos indicou onde devíamos aguardar sem apanhar com a ventania que se fazia sentir naquele dia.
Passados, talvez, uns vinte minutos, já perto das 14h, lá nos sentámos, numa mesinha para duas pessoas, tão gira como o resto da decoração, que alinha numa tendência que não é propriamente original em chafaricas do mesmo calibre, mas que tem alguns toques únicos que são de louvar. A partir daqui, as coisas correram de forma bem lesta, apesar da casa ainda cheia.
Como se tratava de um almoço-com-tudo-aquilo-a-que-temos-direito, começámos por pedir entradas, optando por um Santo Azeiteiro (azeitonas pretas e gordas, em marinada de alho e ervas, servido com o belo pãozinho de água que nos acompanhou sempre) e um Santo Caramelo (pão de alho com cebola caramelizada e mozarela) – e se adorámos o primeiro, não fiquei fã do segundo, senti que algo falhava, e estou convencida de teria gostado mais se o queijo viesse derretido e o pão ligeiramente tostado. Entretanto, decidíramos hidratar a refeição com uma nova cerveja artesanal portuense, a Nortada (a fábrica fica mesmo no centro da cidade, e Sá da Bandeira), sendo que aceitámos a sugestão de quem nos atendeu e fomos para a Bonfim, uma Vienna lager, de que gostei bastante (nada como a Super Bock ou a Sagres, tenho de confessar, mas coisa simpática).
Depois, os pratos principais: o TR foi para o Santo Gema (160g de novilho, queijo cheddar, presunto serrano, ovo estrelado, tomate, alface e mostarda do burga) e eu optei pelo Santo Assunção (160g de novilho, cebola caramelizada, bacon grelhado, queijo da serra amanteigado, tomate e molho burga), sendo que pedimos um com batatas às rodelas e outro com batatas aos palitos, para desfrutarmos de ambas. E que dizer do monte de comida que nos puseram à frente? Uma maravilha, tudo. Claro que, se soubesse o que sei hoje, teria prescindido das entradas, porque tinha as sobremesas em mente e ficámos cheiíssimos.
Não posso deixar de referir o pão: não sou de todo apreciadora do tradicional pão-de-hambúrguer, demasiado refinado e nada saboroso, e aqui o pão (cozido no local) é tipo pão de água, o que valorizo imensamente. Depois, há a torre de ingredientes, de muitíssima qualidade, mas que é impossível comer com dignidade – não aconselhável, portanto, para primeiros encontros e/ou refeições de trabalho com quem não se conhece bem: tentei os talheres, continuei com as mãos e não há hipótese de parecer refinada a comer tamanha delícia. As batatas também são especialmente boas, em qualquer dos formatos, assim como a Nortada na versão Massarelos, que dividimos, só para empurrar o resto.
Evidentemente, não poderíamos sair sem experimentar as sobremesas, sobretudo depois de termos conhecimento de que tudo se faz ali mesmo. Assim, das três possibilidades existentes, optámos pela Tarte de Lima e pela Tarte de Mousse, que dividimos, mais uma vez: a primeira estava mesmo muito boa; da segunda não gostei tanto, porque não apreciei a base, que parecia uma espécie de pão desajustado, mas adorei a mousse, em si.
Contas feitas, a dolorosa não chegou aos 20€ por estômago, mas não esqueçamos as entradas, a opção por cerveja artesanal, e as sobremesas – normalmente, não seria tão glutona, numa hamburgueria, o que desceria imenso a conta. Vale, por isso, a pena, a deslocação a Leça, para juntar a magnífica vista de mar aos bons apetites; agora já me sinto com legitimidade para conhecer o estaminé da Constituição, que fica bem mais perto de mim.
Santo Burga | Leça da Palmeira
4.5 / 5 Carapaus
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Positivos
O pão, Os ingredientes, A tarte de lima
Negativos
O Santo Caramelo, O espaço diminuto para a afluência
Resumo
Vale a pena a deslocação a Leça para degustar belíssimos hambúrgueres com vista para o mar.
Serviço4.5
Comida4.5
Preço/Qualidade4.5
Espaço4.5
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Não Se Esqueçam de Deixar os Vossos Comentários
E vocês, já experimentaram o Santo Burga? Deixem-nos os vossos comentários no fundo da página. Obrigado!
Já aqui tinha revelado a minha vontade de ir ao anunciado novo Panca (o original aconteceu no Parque da Cidade, e sempre foi dito como sendo sazonal), que o Chef Camilo Jaña abriu, já sem Ruy Leão mas com a mão de mestre de Vasco Mourão, responsável por tão bons estaminés na Invicta (para os mais distraídos: Cafeína, Terra, Casa Vasco e Portarossa). Reunidas as condições necessários (a saber: disponibilidade minha e da RV), lá fomos, numa noite chuvosa de Verão, com reserva de mesa prévia, que eu nunca brinco em serviço com estas coisas.
O Panca fica na Sá de Noronha, onde, nos últimos anos, têm aberto tantos espaços de restauração, e é um espaço de bom gosto, bem decorado e com um ambiente animado e convidativo; também tem meia dúzia de mesas cá fora, onde, mesmo num dia de chuva tola, dá para comer, porque são cobertas com guarda-sóis (sol e outras maleitas) dos resistentes. Lá dentro, uma primeira constatação: como é comum em restaurantes de inspiração sul-americana, a música está um nadinha alta de mais. E isto, per se, é só um apontamento – mas a verdade é que, quando a música está um bocadinho alta, num restaurante cheio, toda a gente começa a falar mais alto, o que acaba por desaguar numa barulheira que chega a incomodar, porque se não nos juntarmos à gritaria, mal conseguimos ouvir a vizinha da frente.
Ficámos sentadas numa mesa pouco simpática, porque imediatamente junta ao degrau que separa a parte de baixo da de cima – o que significa que o serviço para todo o restaurante passava por mim em particular, que estava de costas para o “corredor”.
Foi-nos trazida a ementa, que é composta por três tipos de empanadas, quatro de ceviches, quatro de grelhados na brasa, uma salada, um hambúrguer e quatro “diversos”, para além das sobremesas. Optámos, como é costume, por pedir coisas várias para partilhar: quisemos uma Maçaroca de Milho na Brasa com Manteiga de Miso, um ceviche Peixeirada e as Empanadas de Chili com Carne.
Entretanto, foi-nos trazido o couvert, que foi coisa que me dececionou bastante. Num baldezinho vinham os hidratos : a broa era boa (mas só tinha dois pedacinhos mínimos), os nachos (apenas dois. DOIS!) eram ofensivos de maus, moles e desenxabidos, e os restantes (creio que seriam os chips de banana, mas não posso jurar, porque a funcionária que nos calhou em sorte, ao contrário da da mesa do lado, não nos explicou nada) até bastantes simpáticos, pelo que tivemos de pedir mais, porque também só vinham dois. Para acompanhar, havia uma espécie de paté de frango, que achei absolutamente banal, e uma maionese picante que não deslumbra de todo.
Depois, começaram a chegar os pratos pedidos: a maçaroca tem uma apresentação genial e vem com uma faca espetada, o que nos agradou, já que queríamos parti-la a meio. Quando perguntámos ao empregado (agora outro) como devíamos fazê-lo, ele não sabia – e foi perguntar, o que me parece lindamente; o pior foi a resposta: “diz que têm de o fazer na vertical” – e foi embora. Depois de nos debatermos com a indignação pela falta de cuidado e com a própria maçaroca, que não dava sinal de querer partir, chamámo-lo e pedimos que o fizesse ele: acabou por parti-la em dois troços, de modo algo atabalhoado – mas que acabou por funcionar, vá. O sabor compensou o dislate: barrada com a manteiga de miso, a maçaroca de milho na brasa é mesmo muito boa.
Já o ceviche estava bom, como se esperava: o Peixeirada (que também permaneceu no Lucha Libre) tem leva peixe branco, batata doce, chulpi (um tipo de milho dos Andes), abacate e um marcante sabor a lima. Finalmente, as Empanadas acabaram por ser a estrela (inesperada, para mim) da companhia: a massa tenra estava sublime e o recheio de carne e feijão era mesmo muito saboroso.
Não podíamos vir embora sem experimentar as sobremesas, e da hipótese de dividirmos uma, depressa ficámos na certeza de mandar vir duas, para partilhar: a RV quis provar a I ❤️ Lima e Matcha (que não trazia qualquer descrição adicional) e eu a Mousse de Chocolate, Paçoca Toffee e Gelado de Amendoim. E permitam-me que vos diga que, de forma inesperada, foram as sobremesas que mais brilharam no Panca: a de mousse está muito bem conseguida, aconselho-a vivamente, mas a de Lima e Matcha, uma coisa dos deuses com suspiros, uma base de leite condensado e sorvete de lima, é uma combinação que nunca esquecerei e a que quererei regressar.
Mais uma vez, as sobremesas não nos foram apresentadas, como não o foram os demais pratos – e esse cuidado parece-me fundamental em geral, mas mais ainda quando se trata de um estaminé de cozinha internacional. O serviço foi, de resto, o que menos me agradou no Panca, a par com o barulho excessivo – não porque fosse deseducado (de todo!) mas porque me pareceu pouco preparado e, também, pouco conhecedor da ementa e suas caraterísticas.
No final, pagámos 21€ por pessoa, o que me pareceu justo para o espaço e para o que comemos.
Panca | Cevicheria e Pisco Bar | Porto
4.1 / 5 Carapaus
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PositivosAs empanadas As sobremesas
NegativosServiço desatento Os nachos
Resumo
Herdeiro do Panca original (no Parque da Cidade), o novo estaminé da baixa devolve-nos os sabores sul-americanos, num espaço cheio de cor e pinta.
Serviço3.5
Comida4.5
Preço/Qualidade4.5
Espaço4
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E vocês, já experimentaram o Panca – Cevicheria e Pisco Bar? Deixem-nos os vossos comentários no fundo da página. Obrigado!
Há um bom par de meses que queria ir ao Ikeda: o mais recente japonês da Invicta estava a dar brado mas, ainda assim, decidi esperar, já que as primeiras críticas que aparecem na internet são sempre de quem foi convidado para provar o menu – e eu tendo a relativizar quase sempre as experiências que não correspondem a um débito na carteira dos “críticos”, porque raros são os casos em que a isenção é a mesma (e daí nós só em casos muito excecionais aceitarmos os convites que nos endereçam, porque sentimo-nos condicionados quando assim não é). De todo o modo, fui recebendo recomendações por parte de amigos e lendo boas apreciações na comunicação social e chegámos a acordo: iríamos provar a coisa e não se falava mais nisso.
Marcámos mesa (faço-o sempre que os restaurantes aceitam reserva) e certificámo-nos de que havia estacionamento, já que a Rua do Campo Alegre não é a mais rica em lugares para os carros – e, pelo telefone, informaram-nos que podíamos estacionar no parque em frente, que é pago, que no Ikeda logo nos trocariam o talão (a expressão foi mesmo esta, “trocar”) por outro, que nos isentaria do pagamento. Perceberemos à frente a relevância desta informação.
À chegada, uma primeira constatação: o espaço é agradabilíssimo, desde logo no rés do chão, com um balcão imenso e bonito, mas o primeiro andar é quase mágico, graças à média luz e aos muitos origamis pendurados no teto – e isto, queiramo-lo ou não, é cartão de visita irrepreensível, que não substitui a qualidade do que se come, mas conforta e dispõe bem.
Uma vez instalados, colocou-se a questão de saber o que pediríamos; eu, o AG, o RFM e o DQ estávamos dispostos a deixar os pedidos nas mãos da RV e da JSS, mas, entretanto, outra hipótese se colocou: uma vez que era a nossa estreia no Ikeda e que não dominamos propriamente a nomenclatura da gastronomia nipónica, por que não deixar, a exemplo do que fazemos sempre no Shiko e do que fizemos no Michizaki (com excelentes resultados), que o chef ou a funcionária responsável pela nossa mesa nos trouxesse os pratos mais icónicos do estaminé, em jeito de degustação? Todos concordámos e assim foi. Para beber, aceitámos o conselho da casa e escolhemos a sangria de vinagre balsâmico. Entretanto, deixámos uma única exigência, que foi introduzida por mim: que as peças, quaisquer que fossem, viessem sempre em número múltiplo de seis, ou divididas em seis partes. Só isto – não haveria de ser difícil, não é?
Entretanto começou o banquete: vieram as Espetadas de Vieiras, deliciosas; as Guiosas foram “só” as melhores que já comi, mas entretanto começou o disparate com os múltiplos: trouxeram duas doses, de 4 peças cada, e tivemos de pedir mais uma – sendo que demorou uma eternidade. Trouxeram a Okonomiaki, uma omeleta japonesa que adorámos no RO, e que aqui é medíocre, constituindo a maior deceção da refeição (depois houve um susto, ainda maior do que a deceção, mas já lá vamos), por ser seca, farinhenta e pouco gostosa. Mas rapidamente a ordem foi reposta: o ceviche e a barriga de salmão com molho ponzu (uma dose de cada, para os seis) estavam bastante bons, e o edamame com flor de sal jamais falha. Depois, vieram dois King Prawns, camarão salteado em alho e saké, que agradou a todos (e não deixámos sequer o interior da cabeça) e um tártaro de atum com ovo de codorniz (bom, mas não extraordinário). Logo em seguida, duas doses (para que houvesse um pedaço de cada peixe para todos) do New Style Sashimi, um sashimi de vieira, salmão, lírio e atum, de corte muito fininho, num molho especial do chefe – e todos adorámos.
Veio igualmente um Gunkan Freestyle, um prato com seis peças de sushi, de três qualidades diferentes. Naturalmente, para que todos pudessem provar cada um dos tipos, insisti para que viessem mais dois pratos iguais – o que durou uma eternidade e não foi cumprido, porque um dos pratos era diferente (e a funcionária nem sequer soube explicar porquê). Mal sabíamos que, só por essas 18 peças, estávamos a pagar 60 euros. Sessenta, redondinhos. Também desfrutámos de um prato de 12 peças de sushi e 12 de sashimi, mais uma vez sem que se respeitasse o critério dos múltiplos de seis, por peça, nem explicação condizente.
Finalmente, dois pratos que me pareceram menos contextualizados: do Wagyu, um naco de carne de vaca de sabor soberbo, todos gostámos – embora as batatas fritas de pacote surjam como um quase insulto (e, depois de chegada a conta, mais ainda); já o Black Cod (não sei por que diabo não lhe chamam “bacalhau negro”), achei-o desnecessário e podia ter sido perfeitamente grelhado na casa de qualquer um de nós – e ainda não tinha visto o preço dele (nota-se que estou traumatizada?).
Achámos por bem encerrar hostilidades por aqui: tínhamos comido de tudo um pouco (eu dispensaria os pratos finais, mas vá) e era tempo de passar aos doces, que também haviam sido muito elogiados: escolhemos uma Tarte de Lima, um Fondant de Chocolate e Caramelo Salgado e um Tiramisú – todos bons, nenhum extraordinário.
Infelizmente, o pior estava para vir: comemos bem, estávamos à espera de pagar em conformidade. Mas não mais do que uns 50€, que é o que pagamos no Shiko (onde comemos pelo menos o mesmo, normalmente mais, e bebemos vinho) e bem mais do que o que pagamos no Michizaki – sendo que estes dois são estaminés de categoria similar, em termos de qualidade. Que cada um tenha sido depauperado em 75€ parece-me desadequado e sobranceiro: esse é o preço de uma refeição de luxo e o Ikeda não é um restaurante de luxo. Claro que poderíamos pensar e voltar e comer menos – mas eu não saio de casa para ficar com fome ou apetite, pelo que só aconselho este estaminé a apetites modestos e pouco curiosos.
O golpe final foi o estacionamento: num sítio onde uma conta de quase 500€ nem deu direito à oferta do café (um dos poucos artigos de preço decente, a 1€, já que meio litro de água custa 3€), tivemos de pagar 2€ de estacionamento por carro, porque Suas Excelências só oferecem 2 horas no parque em frente – ou seja, o jantar acabou por ficar ainda mais caro. E são estes pequenos pormaiores que mudam tudo. Ou nada, como foi o caso, porque os bons apetites não justificam tudo.
Ikeda | Porto
4 / 5 Carapaus
{{ reviewsOverall }} / 5 (0 votos) Cardume
PositivosOs sabores. A originalidade dos pratos. O 1.º andar.
NegativosO okonomiaki. O preço. O estacionamento.
Resumo
Restaurante de bons sabores japoneses, no Campo Alegre, mas apenas para as carteiras mais abastadas ou apetites modestos.
Serviço3.5
Comida5
Preço/Qualidade2.5
Espaço5
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Evidentemente, não foi a minha primeira ida ao Tripeiro, sito em Passos Manuel (escrevemos sobre a experiência há pouco mais de dois anos), mas foi a primeira incursão no novo Tripeiro, que mudou de mãos e está de cara lavada – e é uma satisfação verificar que não se deixou morrer um dos restaurantes mais tradicionais e clássicos do Porto, que sempre serviu comida tradicional, mas estava, de facto a precisar urgentemente de renovação, sobretudo no que toca ao espaço, mas também, admito, no modo como se apresenta às novas gerações de locais e de turistas, que serão a clientela do presente e do futuro.
E foi há pouco tempo, no início do Verão, que um punhado de gente que já dava cartas na (boa) restauração da Invicta (falamos dos responsáveis pelo LSD, Cantina 32 ou Puro 4050) agarrou no Tripeiro e o tornou mais apelativo, até do lado de fora: lembro-me de ter vontade de lá ir quando passei à porta, no dia da reabertura, e tudo me pareceu moderníssimo e sofisticado, pese embora se tenha mantido o letreiro original, que constitui já um toque vintage.
Recentemente, num dos nossos almoços mais ou menos mensais, eu, a JSS e a RV optámos por marcar mesa para lá e foi com muito agrado que apreciámos a elegância do novo espaço, que manteve muito do que anteriormente existia, mas com um toque contemporâneo (mas rústico) e, sobretudo, muito mais acolhedor e confortável: ficámos numa mesa que incluía um “sofá” de madeira com almofadas. A luz, que a JSS achou excessivamente baixa, agradou-me também – num dia de sol e calor, soube-me muito bem.
O couvert é constituído por um cestinho de pão (broa de Avintes, pão rústico e regueifa) e uma taça com manteiga, que creio só eu ter degustado (não resisto a manteiga, há que admiti-lo). Não pedimos entradas, porque nenhuma de nós gosta de comer muito ao almoço, e partimos desde logo para os pratos principais, sendo que para além dos da lista, existe também a oferta do dia que, no caso, era Caldeirada de Bacalhau e Costeletas Panadas com Arroz de Chouriço. Eu optei por estas, a RV foi para os Panados de Vitela com Arroz de Tomate e a JSS para os Filetes de Pescada com Salada Russa. Para beber, eu e a JSS quisemos a limonada que, a pedido, pode vir sem açúcar (porque nenhuma de nós gosta dela doce), enquanto a RV se manteve fiel ao seu hábito de não ingerir líquidos (por nada de especial, só porque não lhe sabe bem).
E só temos a dizer bem de tudo quanto comemos: a qualidade do Tripeiro, que sempre foi um marco na gastronomia da Invita, mantem-se, o respeito pela cozinha tradicional portuguesa também, e o empratamento é mais bonito e cuidado. No entanto, não posso mentir: não gostei do serviço, que achei blasé e em chocante contraste com o anteriormente existente, muito mais próximo e diligente. Por outro lado, a não existência de doses e meias doses (só permanecem as doses) parte do princípio de que todos temos os mesmos apetites – o que não acontece, de todo, e acabei por comer uma grande parte do segundo panado da RV.
Mas a comida é francamente boa: a carne era tenra e bem temperada, a fritura estava ótima, a salada russa era pejadinha de ervilhas e cenoura (e não apenas batata, como tantas vezes se vê), os filetes foram muito gabados e os arrozes, cada qual no seu estilo (o de tomate malandrinho, o de chouriço seco e maravilhoso), estavam perfeitos.
Não quisemos sobremesa, embora a oferta seja agradável, para quem se delicia pelos sabores tradicionais, terminámos com um café e pagámos 13€ cada uma, o que me parece bastante bem, para um estaminé do gabarito do Tripeiro. Obviamente que, ao jantar, com vinhos, entradas e sobremesas, a conta atirar-se-á para os vinte e qualquer coisa euros por estômago, mas ainda assim aconselho vivamente a visita – embora recomende uma revisão do serviço às mesas, que só ganharia em ser mais caloroso e presente.
Restaurante Tripeiro | Porto
4.1 / 5 Carapaus
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PositivosA decoração a comida
NegativosO serviço
Resumo
O renovado Tripeiro soube manter a qualidade da comida tradicional portuguesa, com um toque de autor, e renovar um espaço que estava absolutamente ultrapassado. É um valor seguro, na Baixa do Porto.
Serviço3.5
Comida4.5
Preço/Qualidade4
Espaço4.5
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