Era o almoço do sábado que se sucedia aos dois dias natalícios e a ideia era aproveitar o sol e ir trincar qualquer coisa nas proximidades do mar, desfrutando do bom tempo (sol aberto e temperatura amena) que ainda se fazia sentir. Escolhemos o Cufra Grill, no topo do Edifício Transparente, não apenas porque havia gentes com desejos de francesinhas (sim, sim, as tainadas natalícias não nos encantam por aí além e ninguém se sentia especialmente farto de comida, na altura), mas também porque acaba por não ser muito complicado estacionar por ali e a oferta, em termos de ementa é vasta o suficiente para agradar a gregos, troianos e os que mais vierem (há comida tradicional portuguesa, bons bifes, as famigeradas francesinhas, peixe fresco e por aí vai).
Pelo sim, pelo não, marquei mesa para as 13h30, o que quase me foi negado, com a justificação de que, depois das 13h, sobretudo ao fim-de-semana, é difícil manter mesas sem gente, já que a afluência é muita. Insisti com voz de quem pede misericórdia e a verdade é que lá tínhamos o nosso espaço para cinco (éramos seis, mas uma não contava, como perceberão já), no topo do restaurante que acaba por ter dois andares, que levam uma infinidade de gente.
Uma das primeiras coisas que reparei foi a quantidade de famílias com crianças pequenas que escolhem o Cufra Grill para os seus repastos – o que me agradou, porque, para além de mim, do TD e da SD, tinha o privilégio de ter comigo o mano PA e a cunhada MK, mais a mini-AA, a minha sobrinha-mai’-linda, nessa altura a dois dias de fazer quatro meses. Ora a mini-AA, não sei se por coisa que lhe advenha do nome ou o camandro, mas é menina para ser um nadinha irrequieta, e de precisar de algum espaço para ser passeada (ou ver mundo, é o que lhe digo) – e nisso o Cufra do Transparente não poderia ter sido melhor escolha, para além de que miudagem a ser passeada ou a passear-se não é coisa que por ali rareie. Ou seja, bestial naquelas circunstâncias, má escolha para quem queira o seu sossego e, sobretudo, baixos decibéis, algo quase impossível quando o espaço entra.
O restaurante em si em nada se assemelha ao mano mais velho, sito um punhado de quilómetros acima, na Avenida da Boavista: aqui tudo é mais modernaço e as madeiras mesclam-se com os metais, num resultado que a mim, particularmente, agrada. O que é comum é a tipologia do staff: senhores de meia-idade, despachadíssimos, com alguma heterogeneidade em termos de afabilidade – e nós tivemos sorte, calhou-nos certamente o empregado mais simpático (educado e eficiente) de sempre.
Em termos de escolhas, fomos nada originais: vieram duas francesinhas tradicionais (com lombo de porco), uma com bife e outra com bife e ovo, tudo com batatas e muita molhanga; para a MK, que se encontra a meio de um corajoso regime para recuperar o corpo que a gravidez lhe levou, veio uma dourada – muitíssimo bem servida e arranjada, escalada e, ao que percebi, muito saborosa. Para beber, houve finos, panachés e água.
E vai que estava tudo muito bom, e vai que foi um almoço simpático e descontraído, onde a minha única queixa foi não terem escancarado os estores, borrifando-se no mal que o sol faz à cabeça da maioria e dando privilégio ao que eu gosto de o sentir a atestar no corpo todo e a aquecer o ambiente.
A conta não chegou aos 14€ por estômago (perdemos a cabeça em geral e passámos a sobremesa – e eu devia estar desvairada, porque prescindi do Gâteau Au Chocolat, que considero o melhor bolo de chocolate que já provei), já depois dos cafés, o que nos pareceu muitíssimo adequado aos bons apetites que nos foram proporcionados, sem surpresas.
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