Já lá iam uns meses valentes desde que tivéramos o privilégio de conhecer um sítio novo, a convite da Zomato, pelo que, mal nos chegou às mãos e hipótese de ir ao RT-Bom Sucesso, agarrámos no telefone e tentámos proceder à reserva normalmente requerida. Foi nessa altura que ficámos a saber que não só não seria necessária a marcação, por se tratar de um estabelecimento-tipo-shopping, como também de que estávamos perante o irmão mais novo (e menos quitado – estava a ver que nunca teria oportunidade de usar esta expressão, por aqui) do Reitoria, na Baixa, de que já aqui falámos.
Aproveitámos o facto de estarmos perante um estaminé sem horários, como o são todos os do Mercado do Bom Sucesso, para proceder a um jantar arraçado de lanche, o que não só nos facilitou a busca de estacionamento (mesmo à porta, do lado de trás), como nos permitiu ser atendidas sem filas nem grandes tempos de espera.
A funcionária que nos recebeu foi inexcedível em todas as circunstâncias: não sabia de que convite se tratava mas foi saber (apesar de estar sozinha), sem descurar o atendimento dos outros clientes, aconselhou com segurança quando lhe pedimos a opinião, quis saber se estava tudo bem, despediu-se com afabilidade – e bem sei que este deveria ser o comportamento de todos os que lidam com o público, mas infelizmente é cada vez mais uma exceção (e um gostinho) encontrar quem tenha nascido para lidar com pessoas e o faça com prazer e sapiência.
Este Reitoria (RT, para os amigos) oferece o que, no Reitoria da Baixa, terá mais saída: as (re)conhecidas focaccias; para além disso, também há saladas, pré-embaladas, que imagino que sejam do agrado de quem, à hora do almoço, quer uma refeição rápida e leve. Nós cá nem hesitámos: focaccias seria, mesmo porque eu já as degustara e lambera os beiços.
Para os mais distraídos, a focaccia é petisco tipicamente italiano, que consiste numa base de pão de azeite e orégãos, semelhante à massa de pizza (e que ali é especialmente bom, porque leve e nada massudo), com os recheios que nos apetecer – e o RT/Reitoria tem combinações diversas, todas elas apetecíveis, o que também dificulta a escolha.
Nós, podendo escolher dois menus, optámos dividir duas focaccias: a de Rosbife II (com rosbife, tomate seco, pecorino picante e rúcula) e a de Salame Picante (com salame picante, creme de ricotta com chalotas e cebolinho e rúcula), sendo que ambas viriam acompanhadas por batata frita ou palitos de cenoura e por uma bebida à escolha (de entre refrigerantes diversos, sumos naturais e vinho). Quisemos as batatas, porque eu já as conhecera e gabara, e fomos nos sumos: um de ananás, o outro de melancia e lima, sendo que ambos estavam ótimos, levezinhos e sem açúcar. A limonada também não era má (permitiram-me que a provasse) mas estava um nadinha açucarada demais para o meu gosto (só porque a prefiro sem doce algum).
E pronto, tratou-se depois apenas de confirmar o que já sabia: o segredo do Reitoria e do Rt está mesmo nos ingredientes, que são de suprema qualidade, fresquíssimos e carregados de sabor – e, quando assim é, até a confeção se torna fácil. Ainda assim, há que gabar a combinação (simples mas ganhadora) de sabores, que torna a degustação qualquer coisa de muito bom. Por uma questão de gosto pessoal, preferimos a focaccia de rosbife, só porque estava mais picantezinha – mas ambas são de aplaudir.
Evidentemente que, para uma refeição com amigos, prefiro largamente o estaminé da baixa, mas este tem a enorme vantagem de estar próximo de casa e do trabalho, e longe da confusão do centro, pelo que se me afigura como sítio onde voltarei mais do que uma vez.
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