Antes de mais, o ser humano é bicho que gosta de deixar umas palavrinhas em momentos de inauguração (muito provavelmente, o resto da bicharada também, a malta é que não os percebe), pelo que não poderia deixar de dizer que é um prazer pertencer a este cardume que se predispôs, à mesa, a encetar este projecto – o que implica continuar à mesa, coisa que nunca é de somenos.
Vai daí, sejam bem vindos os que nos lêem. Nós prometemos comer, beber e contar-vos como foi.
A génese aqui do estaminé aconteceu na quarta-feira passada, dia da semana em que, palpita-me, oficializaremos estes encontros informais, motivados apenas pelo prazer da gula e da convivência que, quando juntos, nunca falham, mesmo que falhe o resto. E já que falo em falhanços, avancemos para o Bufete Fase que, quanto mais não seja, há-de ter sempre o mérito de ter servido de pontapé de saída.
[adrotate banner=”11″]Andávamos, a RV e esta vossa criada, a combinar uma ida às (consideradas por muitos) melhores francesinhas do Porto vai para quatro anos, pelo menos. Mas ou porque era demasiado tarde, ou porque outras coisas se lhe sobrepunham, só agora se concretizou: lançámos o isco a mais dois apreciadores da mais famosa sandes portuguesa e aqui foi disto.
Sendo eu a única estreante, não pude estabelecer comparações entres o antes e o depois do Fase, na Rua de Santa Catarina (ao Marquês). O estacionamento foi fácil, mas em cima do passeio (que não haja nenhum elemento da autoridade a ler-nos), a recepção nada calorosa e apressada e a espera pelas francesinhas quase nula, uma vez pedidas (tentámos esperar pelo MS, que fora desmoer a gula, antes dela acontecer, numa corridinha, mas pairava-nos sobre as cabeças a ameaça de sermos enviados para uma mesa mais pequena, se o fizéssemos). A simpatia não é prato forte da casa e o espaço uma desgraça, mas não era por isso que lá estávamos: o repasto, se bom, satisfazer-nos-ia. Mas não satisfez, embora por nada de gritante: talvez pelas batatas (pré-fritas) provavelmente pelo tamanho das francesinhas (ínfimo, para gente de muito alimento, como nós), pelo pouco marcante molho (quem sabe?!) ou pela pressão de ter de comer depressa (o que maça duas pastelonas como a RV e eu), renovado a cada visita da dona/empregada. Palminhas para a consistência do pão, do melhor que já apreciei. Serviço lesto (para nos pôr a mexer depressa) e café já ao balcão, para arranjar espaço para os fiéis que faziam fila à porta.
Depois, e porque ainda a noite ia no adro (20h30, talvez), resolvemos passar a um digestivo: na Gelataria Sincelo, na Rua de Ceuta, o frio afastara os portuenses da sobremesa, longe das enchentes regulares das noites de Verão (ou, se calhar, ainda à mesa, em restaurantes menos acelerados). Apreciei particularmente a diligência do senhor que nos serviu: tendo eu pedido um quente e frio (uma bola de gelado, chocolate quente e chantilly) fui aconselhada a, por mais dez cêntimos, optar pela composição que tem o nome da casa (três bolas de gelado, chocolate quente e chantilly) e não me arrependi. Os sabores noz e iogurte são cremosíssimos, o chocolate divinal e as natas não muito doces.
[adrotate banner=”11″]Estacionamento fácil (vivam as idas à baixa durante a semana!) e estômagos mais compostos, depois da desilusão (geral, embora em diferentes gradações, que lerão nos posts dos restantes carapaus) do Fase, era tempo de rumar a outras paragens, que Carapau que se preze não sai de casa se não para ir bater a várias capelinhas.
A próxima (e última, que parecendo que não, quinta-feira ainda é dia de trabalho) paragem deu-se no Bonaparte, na Foz. No andar de cima (reservado a fumadores) fizemos uma incursão pela cervejaria europeia: eu, que sou muito mais uma apreciadora do prazer de beber uma Super Bock fresquinha (ou ‘estupidamente gelada’, como pediu o MS, sendo correspondido pela simpatia do empregado que nos calhou em sorte), depressa regressei à lourinha lusa, mas os rapazes ficaram satisfeitos com as escolhas que fizeram. As pipocas salgadas que acompanham qualquer serviço são fracas mas o milho frito sabe que nem ginjas (ou, se calhar, ainda não estávamos de barriga cheia).
Creio que só no Bonaparte decidimos oficializar esta coisa dos Carapaus, pelo que não houve anotações nem olhares atentos pelos menus (que, no Fase, foi inexistente).
De qualquer modo, não estamos aqui para fornecer informações técnicas, apenas para partilhar impressões. Voltaremos em breve, com outros sabores, cores e mais postas de pescada, emanadas por carapaus muito opinativos.
Morada: Rua de Santa Catarina 1147, Porto
Telefone: 22 205 2118
Horário: Seg a Sáb – 12h00 às 16h00 – 18h00 às 21h30
Aceitam reservas? Sim