Ele há restaurantes que são assim uma espécie de porto seguro. Ora, quando a ideia é não arriscar e saber antecipadamente que se será bem servido, é por eles que se opta, sem hesitações. A Marisqueira Majára, na Rua Roberto Ivens (a mesma do Gaveto e do Marujo e da Marisqueira Antiga), em Matosinhos, é um deles: sabíamos ao que íamos e, por isso, fomos com vontade redobrada.

A ideia, a cada Quinta-feira, é comemorarmo-nos: aos Carapaus como um todo, a cada um de nós como indivíduo, aos amigos que alinham nos nossos repastos, às conversas que só acabam quando os restaurantes fecham, às ligações inter-pessoais que a mesa, inevitavelmente, fortalece – e evidentemente, com tudo isto, ter a inspiração necessária para que cada posta de pescada seja do agrado dos que nos lêem. Assim foi.

Marisqueira Majára | A lagosta
A matéria-prima

Chegámos à Marisqueira Majára (eu e o AV), onde já nos aguardavam os comensais quase residentes RC e DB,  a repetente BC e os jaquinzinhos LC e JC, pelas 20h, e havia ainda muito espaço por preencher: este estaminé possui uma primeira sala (para umas 30 pessoas), para fumadores, que coabita com o imenso aquário onde navegam alguns dos bichos que nos virão parar ao prato, a posteriori. Logo depois, uma grande sala, com o balcão inevitável em qualquer marisqueira que se preze (e aqui cabem 24 ao balcão mais uns 50 sentados), destinada a não fumadores, onde ficámos; para além desta, estava fechada uma outra divisão, imensa, provavelmente destinada a banquetes (com capacidade para 150 pessoas), de mesas redondas, por onde tínhamos de passar se pretendêssemos deslocar-nos à casa de banho.

Há ainda, no piso de cima, uma sala para um máximo de 30 pessoas, destinada a reuniões de negócios, conferências ou similares, o que, a juntar às suas três entradas (que podem funcionar isoladamente), faz da Marisqueira Majára um espaço extremamente versátil: se a intenção é comer bem, está no sítio certo; tudo o resto se arranja, naquele edifício com três andares e mais de 40 anos de história na restauração.

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Mas vamos ao que ali nos levou: a paparoca. Começámos pelos pedidos para os nossos jaquinzinhos LC e JC: um prego no prato para cada um, o que no Majára equivale a bife de qualidade a com batata frita e arroz, mais ovo a cavalo. Estava tudo com um ar tão apetitoso que a todos apeteceu espetar o dente naquela carne mediamente passada, rosada, ou nas batatas caseiras, cortadas em palito grosso. Vinha tudo salpicado de pickles e azeitonas, comm’il faut.

Marisqueira Majára | As torradas
As torradas

Já os adultos passaram logo ao que ali os trazia, enquanto devoravam as belíssimas torradas que nos foram postas à frente ininterruptamente durante toda a refeição (pão cortado fininho ou fatia grossa de pão de forma aparada e tripartida, tudo a escorrer manteiga a sério, nada de substitutos margarinosos): veio um misto de marisco para três, a conselho do empregado (homem sábio e conhecedor, tanto da casa que serve, como dos clientes que lhe aparecem – ou reaparecem, como a BC), segundo quem a quantidade seria mais do que suficiente, já que alguns de nós tencionavam complementar a entrada com algo mais.

E foi um sem fim de coisas boas: camarão tigre grelhado e cortado a meio no sentido do comprimento, salada de lagosta (o picante bem puxadinho dava-lhe o extra necessário), sapateira aos pedaços, mais um recheio de comer e chorar por mais, amêijoas à Bulhão Pato, camarão da costa, gambas e percebes. Um festival de marisco fresco e bem preparado, como Carapau gosta.

Limpa a travessa (não sobrou nadinha, já se sabe), importava decidir o próximo passo: os minis já estavam arrumados, as meninas DB e BC estavam capazes de ficar por ali e pediram só cremes de marisco (que estavam óptimos, segundo elas, e carregadinhos de pão torrado) e restavam os dois Carapaus e o RC, que não se sentiam ainda compostos.

Marisqueira Marája | A Francesinha com ovo
A francesinha com ovo

Vieram assim, para aconchegar, três francesinhas: uma normal para o RC, uma com batata para esta vossa criada e uma com batata e ovo para o AV. Sobre as francesinhas do Marája não haverá muito a dizer para além de que cumprem a sua ‘função de francesinha’: o molho é simpático mas não extraordinário, embora nos tenha agradado a dose de picante (a puxar os belos dos príncipes Super Bock, que fomos ingerindo loiros e morenos); as carnes são as comuns (fiambre, salsicha fresca, mortadela), à excepção do bife, que é substituído por uma fatia fininha de lombo de porco – o que é da preferência de alguns mas não da minha, confesso. Ainda assim, missão mais do que cumprida: só não digo que ficámos mais cheios do que o bom senso permite porque não fomos capazes de prescindir da fase da sobremesa.

Nesta fase, já não era bem o apetite quem nos dirigia as escolhas, mas a mera gula. Ainda assim, os ponderados DB e LC optaram por abacaxi e salada de frutas, respectivamente, enquanto o RC e o JC declinaram a hipótese do doce; a BC escolheu algo que é costume comer, quando vai ao Majára: delícia de chila, uma espécie de folhado muito fininho, com pouquíssima massa, e recheado de chila, ideal para acompanhar o café. Já o vosso Cardume preferido portou-se como de costume: leite-creme queimado na hora para mim (excelente, a camada de açúcar na espessura ideal e o creme muito agradável) e a habitual mousse de chocolate para o AV (que, na verdade, não ficou muito convencido com o seu doce de eleição, que se apresentou, nas suas palavras, demasiado aguado).

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E a partir daqui foram os cafés, os ‘digestivos’ (água com gás, pois então, que a coisa não estava fácil). Quanto a esta, as contas não serão tão evidentes como de costume, pelo que passo à explicação: se ao total que nos foi apresentado retirarmos os 31€ relativos à despesa dos nossos jaquinzinhos preferidos, LC e JC (dois pregos, três 7Up e uma salada de frutas), ficamos com um total de 245,50€, o que a dividir pelas cinco enfardadeiras restantes, dá lugar a um total de 49,10€ por estômago – o que, não sendo barato, pareceu, dadas as magníficas sensações gastronómicas que ali aconteceram.

Obrigada, em nome dos Carapaus, aos convivas deste jantar de marajás: foi uma refeição e pêras (ou outro fruto qualquer)!

E quanto à nossa estimada freguesia… tenham tão bons apetites como nós, sim?

Majára

Morada: Rua Roberto Ivens 603, Matosinhos
Telefone: 229 382 352
Horário: Seg a Dom – 12h00 às 01h00
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