Avanço, desde já, que esta foi uma visita que fizemos a convite da Zomato, como aconteceu já outras vezes (duas, para ser exacta, e só uma deu lugar a posta aqui na chafarica) – e se o faço é para que se perceba que, quando assim é, os constrangimentos são outros: desde logo, o menu é pré-estabelecido, o que não nos permite viajar por ele como é nosso costume; por outro lado, o facto de os restaurantes saberem que ali estamos com o objectivo de tornar pública a nossa opinião sobre eles condiciona certamente o modo como nos servem e tratam (o que de modo nenhum significa que não nos servissem belissimamente, se assim não fosse); finalmente, e porque este é o único caso em que visitamos estaminés a convite, cumpre-nos deixá-lo claro.
De todo o modo, o Sempr’Assar, ali na Rua Heróis de França, frente à lota de Matosinhos, estava-nos nos planos há já algum tempo (para ser franca, desde que acrescentou o sushi à sua reconhecida carta de peixes), pelo que se juntou a fome à vontade de comer.
Escolhemos uma quinta-feira já do Outono frio que se tem feito sentir e, uma vez chegados, fomos agradavelmente surpreendidos com uma sala de estar/espera muitíssimo elegante e apelativa – que, felizmente, não tivemos de experimentar: havíamos feito reserva e imediatamente fomos conduzidos a uma mesa na sala de fumadores, isto porque a de baixo, onde está o balcão dos peixes, nos pareceu um nadinha fria (boa para almoços, se é que me faço entender, mas não para um jantar aconchegado), e a de não-fumadores estava esgotada com aquilo que nos pareceram ser jantares de Natal precoces (mas podiam ser de aniversário, eu é que gosto de tirar estar conclusões, do nada). A circunstância não nos incomodou nadinha, mesmo porque, nas três outras mesas preenchidas, ninguém puxou do belo do cigarro (e, se tivesse puxado, não nos estragaria o repasto).
A ementa oferecida pela Zomato consistia numa entrada (dez peças de sushi ou uma salada de petinga, sendo que escolhemos, sem surpresas, a primeira) e num prato principal (dourada com batata a murro) – bebidas e sobremesas ficariam a nosso cargo, pelo que começámos por pedir uma sangria branca, que se apresentou honesta, cumpridora e fresquinha, sem no entanto deslumbrar.
O sushi (as tais dez peças, sem sashimi) apareceu numa tábua e só então nos apercebemos que a entrada seria dividida pelos dois, o que é bastante adequado, sob pena de não termos barriga para o resto (as if…). Gostámos da frescura e da composição da maioria das peças, bastante variadas, embora uma delas, encimada por aquilo que me pareceram tiras de milho picantes, e com demasiado queijo-creme, não tenha caído no goto do TD – eu não odiei, mas também não a destaco como sendo uma das melhores.
Já a dourada veio em todo o seu esplendor, acompanhada por batatas assadas (mas não “a murro”, que estas precisam de levar um sopapo bem assente – e não era o caso) e grelos, e foi-nos magnificamente servida, por uma funcionária que a arranjou e colocou à frente, quase sem espinhas. Estava saborosíssima, bem como as batatas, o azeite e os grelos.
Não sei como é com o restante Cardume que nos lê, mas eu cá acho que comer peixe sem um docinho a rematar sabe a coisa incompleta, o que nos levou a escolher, de entre as ofertas de doces, um cheesecake de framboesa (para o TD) e uma tarte de lima e Oreo (para esta vossa criada). Estavam ambos muito saborosos, embora o cheesecake se tenha revelado melhor escolha, porque a tarte de lima estava semi-gelada e houve que a deixar ambientar-se um bocadinho, antes de lhe fincar o dente com fulgor – e isso não lhe estragou de todo o sabor, já que a base de Oreo é um feliz complemento para o recheio cremoso e mais ácido da lima, mas tornou a experiência menos satisfatória.
No final, pagámos cerca de 12€ cada um, pela sangria, água e sobremesas – e viemos de lá muito agradados com os bons apetites que a sempre simpática Zomato, em parceria com o Sempr’Assar nos proporcionou – e aqui fica o nosso agradecimento, uma vez mais.
Uma nota final para o facto de o restaurante oferecer o estacionamento num parque da vizinhança – algo de que não desfrutámos, por desconhecimento, mas que nos pareceu assaz simpático, numa zona em que parar-em-cima-do-passeio-e-temer-ver-o-carro-rebocado parece ser mais comum.
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