Temos de começar por confessar que marcámos o Kai Kou com uma ou duas semanas de antecedência (esta vossa criada é um nadinha maníaca do controlo, vá), armados em competentes, e “só” falhámos em duas coisinhas menores: em primeiro lugar, não era ao Kai Kou que queríamos ir, mas baralhámo-nos todos e achámos que sim (o que tem como consequência a necessidade de irmos, em breve, ao outro sítio onde queríamos ir, antes de mais); em segundo lugar, aqui a menina achou que festival de sushi e rodízio de sushi eram uma e a mesma coisa, pelo que tratou de reservar cinco festivais, quando na verdade o que se pretendia era cinco rodízios.
E isto é grave, perguntam bosselências? Olhem, acabou por não ser. Desde logo porque foi mais um sítio que conhecemos, sendo que já ali passáramos bastas vezes sem qualquer intenção de parar. Depois, porque o festival de sushi, composto por duas entradas e 22 peças (por estômago), à escolha do chefe, acabou por ser suficiente. Claro que, se tivéssemos optado pelo rodízio, as peças continuariam a vir e nós continuaríamos a comê-las, como boas enfardadeiras que somos, mesmo porque a diferença de preços (16,90€ o festival, 19,90€ o rodízio) justificá-lo-ia plenamente. Mas assim ficámos satisfeitos (embora um nadinha contrariados, quando demos pelo erro) e, por uma vez, não saímos a rebolar violentamente porta fora.
Mas voltemos um nadinha atrás: marcado que estava o repasto para uma véspera de feriado, não deixámos de comparecer cedinho, às 20h00. Ainda assim, não é de todo fácil arranjar lugar para o carro ali no jardim do Carregal (e imediações), pelo que acabei por deixar o meu no parque pago ali a dois passos, o que me custou uns ultrajantes 5,60€ por pouco mais de três horas. A RV e o DQ deixaram o deles um bocado mais longe (junto a Cedofeita) mas em lugar gratuito e o AG e a JS também tiveram de pagar – e essa é uma das contrariedades da ida ao Kai Kou.
O espaço em si, não sendo horrível, também não me cativou de todo: apesar de ter uma área com mesas baixinhas e almofadas, com vista para o jardim, basta que fiquemos de costas para ela (como eu fiquei) para que nos sintamos num snack-bar algo frio e descaracterizado. A ajudar à festa, a música, que estava demasiado alta (e era de qualidade duvidosa, ao menos para o meu sentido de gosto); ainda assim, o volume foi prontamente (que não suficientemente, devo acrescentar) diminuído, a nosso pedido. Também nos mudaram a mesa, que era excessivamente comprida, o que foi muito simpático.
Uma vez sentados, limitámos-nos a escolher o vinho (um maduro branco do Douro, de que bebemos duas garrafas) e esperar pelo que havia de vir. E vieram entradas quentes: uns crepes de legumes bastante simpáticos e gyosas muito originais, porque a massa, em vez de cozida e mole, vinha estaladiça e frita – algo que me agradou bastante. Depois, do naipe de peças de sushi e sashimi que nos foi servido, tenho de salientar duas coisas: por um lado, os gunkan com ovo de codorniz, que nos foi apresentado como sendo um dos ex libris da casa e, na realidade, merece o epíteto (a combinação é maravilhosa); por outro, o famosérrimo (no Kai Kou) salmão selvagem do Alasca, que (segundo nos foi dito) só é servido ali, na região do Porto. Ora a experiência de saborear este salmão e, ao lado, o salmão a que nos habituámos, é de nos deixar boquiabertos, pela diferença de sabores (e cheiinhos de vontade de voltar a comer o tradicional salmão, que foi, ao que parece, tão deturpado, em termos de sabor e de cor). Saliento ainda a frescura dos peixes diversos e a presença de tilápia, que me era inteiramente desconhecido. Gostámos também muito dos nigiris (com pouco arroz, como se quer) e dos quentes, servidos ora com queijo Philadélphia, ora com queijo da Serra.
No final, e pese embora a vontade quase geral de deglutirmos mais umas peças, ficámos absolutamente satisfeitos e saciados – e com espaço para a bela da sobremesa. Vieram três mousses de chocolate e Oreo, um petit fondant com gelado e uma mousse de limão, sendo que a mais aclamada foi a primeira, por ser densa e muito saborosa, como se quer.
Café pedido e contas feitas, o jantar ficou-nos por 26,25€ a cada um, o que, não sendo propriamente uma bagatela, também não foi caro. Claro que para a próxima atiramo-nos ao rodízio – e aí sim, ficará tudo ainda mais simpático.
Be the first to leave a review.