Sou suspeita: sempre adorei o Oporto (não apenas o restaurante como a localização) e tinha um fraquinho pelo Shis (sobretudo pela localização mas não só). Que os dois se tenham unido no espaço do primeiro (um charme absoluto, frente à igreja onde casou uma das minhas melhores amigas e foram baptizadas as filhas) com o savoir faire da cozinha do segundo só poderia dar bom resultado.
Na verdade, o local ficou mais airoso, mantendo a disposição das salas, embora me parece com outra luz, a que pode ajudar o facto de ser a primeira vez que o visito ao almoço: continua a haver a salinha mais recatada, o fundo e à esquerda de quem entra (infelizmente, demasiado pequena para o grupo avantajado de que fiz parte nesta visita) e toda a larga sala está pintada de um café-com-muito-leite que me agradou, assim como me pareceram bem os vários elementos decorativos que não pude fotografar, por se tratar de um almoço de trabalho e eu não gostar de o misturar com conhaque (ou o Cardume, vai dar no mesmo).
De resto, e antes que me esqueça, da circunstância extraordinária de me encontrar num almoço-de-Natal-de-trabalho decorre o facto de, também anormalmente, dispormos de um rol de fotografias minúsculo. Pelo mesmo motivo, o nosso conhecimento da carta não é de todo representativo, porque nos encontrávamos circunscritos ao que o menu de almoço do dia tinha para oferecer.
De todo o modo, podemos adiantar que, em termos gastronómicos, e a juntar ao tradicional português que era típico do Oporto (ali comi uns dos melhores filetes de pescada da minha vida!), a oferta inclui agora sushi. Por outro lado, a possibilidade de se almoçar por 16€ ou 18€ parece-me uma excelente oportunidade para conhecer este (quase) novo estaminé: o menu simples, com e entrada e prato, ou prato e sobremesa, fica por 16€; o menu completo, com entrada, prato e sobremesa, custa 18€ – sendo que ambos incluem o couvert, bebida e café.
Naquele dia (uma quinta-feira no início de Dezembro), como entrada (orçamentada em 2,50€) poderíamos optar entre Creme de Abóbora com Alho Francês e Chirashi Sushi (que me pareceu uma espécie de ceviche sem molho); eu escolhi o creme de abóbora e devo dizer que não me lembro de comer uma sopa tão boa (e eu nem sou de todo sopeira – ok, admirem o trocadilho e o modo como a pessoa se dispõe ao insulto). Os pratos principais (marcados a 12,50€) eram três: Bacalhau Gratinado com Gambas (gabadíssimo, mesmo por quem não apreciava natas), Lombinho de Veado com Risotto de Cogumelos e Molho Baunilha (que dividiu opiniões e foi apreciado por uns e desgostado por outros) e, finalmente, o meu prato de eleição (só porque sempre gostei do sushi do Shis), o Mix de Sushi e Sashimi de 15 unidades, que estava bom e fresquinho e com o arroz no ponto (em termos de cozedura e de quantidade por peça) e tudo e tudo. Para beber, fomos escolhendo vinho branco e tinto (servidosa copo) ou água – à vontade dos fregueses, que eram muitos.
Finalmente, a sobremesa, que era fixa: Cavaca de Resende , que poderia ser acompanhada por uma bola de gelado e peça de fruta e que todos, sem excepção (éramos 27,) gabámos, independentemente do acompanhamento, por estar muitíssimo boa e nada seca (antes pelo contrário).
Vieram os cafés e, infelizmente, era hora de partir (o trabalho não perdoa), mas não sem antes apreciarmos outra das marcas distintivas do Wish: o largo em frente, com um sol de meio da tarde, onde se trocaram os últimos beijos, abraços e palavras – e isto, meus caros, não tem preço (a par com os bons apetites).
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