Não me lembro de há quanto tempo foi. Sei que andámos semanas para nos organizarmos até que, por sugestão do NM, visitámos A Grelha, em Guetim, pela primeira vez, não sei se há três ou quatro anos.

Fui conquistada, como todos os que, entretanto, lá foram comigo, à primeira garfada. Não poderei dissertar sobre a ementa do restaurante, confesso: a única coisa que comi, desde sempre, foram as afamadíssimas espetadas mistas de marisco e juro que, enquanto for portadora de uma sanidade mental considerada mediana, não variarei, porque em equipa que ganha, só o louco mexe (e não, não é piada futebolística, não tenho arte nem engenho para tanto, mesmo em dia de clássico nacional). A qualidade dos camarões (tigre?! gambas geneticamente modificadas?!) é reconhecida e unânime: são rijinhos, fáceis de descascar, muitíssimo bem grelhados e imersos (por nossa vontade) naquela molhaca indescritível de boa (manteiga, limão e toneladas de alho), que aproveito para estender às batatas (caseiras, sempre servidas quentes e estaladiças, com sal no ponto). Até a salada é distinta, de tão bem temperada.

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Já no que toca às sobremesas (de que sou confessa amante, não sendo raro deitar-lhes o olho mal entro num restaurante), não tenho tão boas esperiências: já provei os profiteroles (recheados com gelado e não com natas, como gosto, e sem rios de chocolate quente), o folhado de morangos (que não me aquece nem arrefece), o bolo de bolacha (e faço minhas as palavras do AV, no post anterior) e o pão de ló de Ovar (a transbordar ló, parece-me fresquinho e de boa qualidade, mas merece ser apreciado por quem goste do género, que não é, definitivamente, o meu caso), que me recorde. Desta feita, optei pelo leite creme, apesar de me ter sido comunicado, em resposta a interpelação minha, que era servido frio (e eu gosto dele morno ou à temperatura ambiente) e não era queimado na altura. Não fora a falha destes dois pormenores e era menina para ter ficado freguesa, dada a cremosidade e ponto certo de açúcar do creme.

Sobre este restaurante, e ainda que na passada quarta-feira não tenhamos tido qualquer problema para arranjar mesa, devo adir que, ao fim de semana, e sobretudo se se tratar de um grupo grande (a minha experiência é a de, no limite, 14 pessoas), a espera será longa, tanto mais que A Grelha não aceita reservas e, por vezes (dependendo do rebuliço que lá vai dentro) exigem que estejam presentes todos os elementos para sermos considerados em lista de espera. Concomitantemente, e porque a cozinha fecha, sem condescendências nem perda de simpatia (creio que, nas últimas cinco ou seis vezes, fui sempre servida pelo mesmo empregado, que nos reconhece e já interage, com alguma piada), às 22h, convém chegar cedinho, mesmo porque o parque exterior enche com facilidade. Uma vez considerados em espera e informados do tempo estimado que demoraria até termos mesa e cadeiras, já nos aconteceu, no passado, ir matar tempo e sede para a o estaminé da sociedade desportiva lá do burgo, na mesma rua, logo acima.

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Tendo em conta que, desta vez, cinco pessoas comeram o que normalmente comeriam oito (!), na medida em que cada dose dá para duas pessoas e nós demos conta de quatro, temo que tenhamos saído de lá com formas perfeitamente redondas. E, o que não é de somenos, perfeitamente satisfeitos, mesmo com os 27€ que cada um lá deixou (pagos em notas e moedas, porque a casa não tem multibanco – valha-nos a destreza da instituição bancária que já lá montou um terminal à porta, há coisa de um ano; pelo sim, pelo não, é de levar dinheiro vivo) .

Só não aconselho a visita porque A Grelha não é meramente para se visitar, é para se desfrutar, em grande, por todos aqueles que têm o prazer da boa mesa.

Desfrutem-na mal possam, portanto, e levem fome. Da boa.

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