
O Mundo era mais um na imensa lista de estaminés que vai abrindo pelo Porto e que queria muito visitar: pese embora tenha tido acesso a opiniões heterogéneas, gosto sempre de comer para crer e, por isso, andava à procura da oportunidade para lá ir – o que quase não aconteceu, visto ter-se tratado de um jantar combinado em cima da hora e não foi fácil fazer a reserva (porque só se encontra aberto à hora de jantar, houve uns desencontros telefónicos que acabaram por ter um final feliz).
Tivemos de optar pelo turno das 22h (esta tendência de só se poder jantar entre as 20h e as 22h ou daí em diante irrita-me, mas não há como escapar-lhe, nas chafaricas-tendência) e, depois de um copo nas redondezas (ali na zona da Rua da Picaria o que não falta é oferta), foi amor ao primeiro olhar: adorei o espaço (todo ele, casas de banho incluídas) e mesmo o conceito de bar/restaurante, que a priori não me seduziria, não me incomodou de todo, mesmo porque o estaminé estava tão cheio que nem a música se ouvia (os jantares junto ao Natal têm sempre estes “problemas” logísticos).
Aguardava-nos uma mesa para duas pessoas, quase recatada no meio da barafunda especialmente provinda da mesa comprida, a meio do espaço aberto, própria para grupos de envergadura, e a partir dali tratou-se de navegar na ementa e optar pelos sabores de que queríamos que fosse feito o nosso prazer gustativo. O menu é constituído por entradas quentes e frias e a panóplia de pratos principais, representativos de todo o planeta mas, pareceu-me, sobretudo de inspiração asiática.
Optámos por nos quedar pelas entradas, para podermos provar sabores diversos e devo dizer que nada desiludiu: adorámos o Carpaccio Mexicano (o toque de abacate é fantástico), o Tataki de Presa de Porco Ibérico (o crocante do arroz frito dá-lhe charme, embora o PR tenha achado a coisa estranha), os Dumplings ao Vapor de Galinha, Fois Gras e Porcini estavam muito bons, mas os de Vieira, Camarão e Chouriço estavam ainda melhores (só é pena não adaptarem o número de peças aos convivas: vêm em número de três, o que não é necessariamente mau e é expresso na carta, mas irrita-me que não se façam pequenas adaptações, a pedido dos clientes) e os Wontons Fritos de Camarão e Molho de Ostra são uma perfeita delícia (empatados, quanto a mim, com o maravilhoso Carpaccio, no primeiro lugar de um pódio cheio de qualidade).
Acompanhámos com vinho maduro branco fresquinho e terminámos com o Bolo ao Vapor de Açúcar Mascavado, uma delicia com centro de chocolate líquido, gelado de amendoim e caramelo – que dividimos, por já estarmos assaz arredondados.
Achámos o serviço competente e descontraído (talvez um nadinha em demasia, devo confessar) e o ambiente simpático e cosmopolita, entre locais e os muitos turistas que nos visitam.
A regressar, para dissecar aquela ementa toda!
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