Rota das Tapas 2015 | Porto | Carapaus de Comida

Já no ano passado, quando tínhamos este estaminé em pousio, alinhámos na edição outonal da Rota das Tapas no Porto; de resto, essa foi a primeira vez que a coisa se fez na Invicta (começara em Lisboa, tempos antes) e nós adoramos estreias. Depois deixámos passar a versão primaveril (não me lembro exactamente porquê, mas não dava jeito) e agora regressámos, de equipa reforçada (éramos cinco) e muita vontade de conhecer estaminés novos e as criações de cada um para acompanhar a pela da cervejola.

Para os mais distraídos, a Rota das Tapas nacional é uma réplica da catalã e foi introduzida no nosso país com o alto patrocínio da cerveja barcelonense Estrella Damm que, naturalmente, acompanha cada tapa; o preço de 3€ é fixo e justo, embora haja restaurantes/bares que os merecem muitíssimo mais do que outros. Esta edição começou no passado dia 15 e prolonga-se até ao próximo dia 1, pelo que, com jeitinho, ainda conseguem alinhar na coisa (embora ao fim-de-semana deva ser mais difícil e populoso) – o ideal é fazer isto com amigos, embora desaconselhemos vivamente grupos grandes, sob pena de tudo se tornar uma imensa confusão.

De modo a tornar a experiência mais organizada, as entidades responsáveis disponibilizam uns “passaportes”, que podem e devem ser carimbados em cada estaminé visitado (mesmo para que cada um se habilite aos prémios prometidos) e que trazem a informação da localização de todas as chafaricas participantes (por cá, entre a Ribeira, a Baixa e a zona de Cedofeita) e a descrição e fotografia de cada petisco servido. Por norma, negociamos entre todos e estabelecemos o nosso percurso de antemão, para que a noite corra melhor e não haja hesitações (sempre são 29 restaurantes, de que escolhemos entre 5 e 6 para visitar) – e assim fizemos naquela quinta-feira ainda de Outono brando e seco.

Começámos pelo Canelas de Coelho, só por uma questão geográfica (deixáramos o carro no Parque das Cardosas) e foi com prazer que saboreámos o Mexilhão 3.0 (mexilhão em caril e leite de coco) que, curiosamente, eu e o TD tínhamos provado uma semana antes, aquando de um jantar ali mesmo, sendo que nos souberam ainda melhor nessa primeira experiência (o molho era tão divino que não resistimos a pedir pão para acabar com ele). Desta vez, cada dose incluía dois moluscos de tamanho bom, regados com o respectivo molho (o tal que nos pareceu melhor anteriormente) – e esta foi uma das tapas mais gabadas da noite. De menos bom, apenas a nota de que, se se levar menores ou maiores que não apreciem cerveja, o Canelas de Coelho não troca a cerveja por outra bebida.

Depois, teríamos seguido para o Tataki de Atum da Creperia da Baixa, mas as galerias Lumière vive, de porta fechada desde as 19H00, durante a semana (algo em que não reparámos aquando da planificação), pelo que tratámos de avançar para o Zé do Prego, que não fazia parte do percurso traçado – mas nós somos gente muito fácil e, quando passámos à porta e por sugestão da SD, entrámos e abancámos. Aqui, o que havia para nos oferecer era o Prego da Rota (barriga de porco, pimento “piquillo”, rúcula e molho romesco) que, sendo bom, esteve de longe de apresentar a riqueza da fotografia divulgada. De salientar a boa vontade da equipa em trocar a cerveja por água, a pedido.

A próxima paragem era obrigatória: um ano antes, o Portus Bar ofereceu-nos uma das tapas que mais nos marcou (uma bôla absolutamente excepcional) e, por isso, não poderíamos deixar de experimentar a Tapa’Ralho (pão torrado, pasta de azeitona, cavala, azeite e queijo braseado) que, curiosamente, foi mesmo eleita pelas damas (esta vossa criada, a SD e a RV) a melhor experiência da noite; já os cavalheiros acharam a coisa um bocadinho “forte” (se bem me lembro, foi este o termo) forte demais. Adorei a combinação de sabores e o facto de os petiscos serem braseados na mesa, com uma espécie de maçarico, o que fez derreter o queijo e tornar tudo ainda melhor. Ressalve-se também a simpatia de quem nos atendeu, que facilmente trocou a cerveja da mais nova por um sumo (e a dos adultos fartos de cerveja também).

O estaminé seguinte mora a pouca distância e, pese embora tenhamos pensado em deixá-lo para último lugar, porque incluía chocolate, tivemos de trocar de planos, meramente por uma questão geográfica (o nosso último paradeiro ficava mais perto do estacionamento). Estacionámos, portanto, no Oporto GT Baixa, onde o menu oferecia a Oporto Trilogia (três tapas compostas por: a) micro-alheira em pão alentejano, b) beringela recheada com cogumelos em pão alentejano e c) segredo oporto com chocolate). Gostámos unanimemente mais do petisco de beringela, que soubemos ser prato fixo da casa (em versão completa), não apreciámos a de alheira porque o enchido era dos que tinha muito pão e pouca carne (e pão em cima de pão é pouco interessante) e ficámos satisfeitos com a miniatura de chocolate, que consistia numa espécie de um pedacinho de musse em cima de uma micro-bolacha-maria. Sublinhe-se a imensa simpatia de quem nos serviu (mais uma vez, foi possível a troca de bebidas e o DA até pôde, para além do café que bebeu em substituição, levar a sua Estrella Damm para casa). O espaço interior (nós ficámos na esplanada) é diminuto mas acolhedor e ficou a vontade de regressar.

Finalmente, visitámos o Horta do Pombo, com o intuito de comer a Sandoca da Horta (mini-sandes de rosbife e rúcula, com molho de alcaparras e mostarda), que foi preparada na hora e cujos sabores estavam muitíssimo bem conseguidos; quanto a nós, o problema era apenas a pouca quantidade do recheio, que tornou a experiência menos marcante do que poderia ter sido, mesmo porque o espaço é giro e bem decorado (pleno de curiosidades alusivas à cidade) e o pessoal era simpático.

E assim foi a nossa Rota das Tapas: carregadinha de bons apetites e capaz de nos certificar de que não falharemos a próxima.

Não Se Esqueçam de Deixar os Vossos Comentários
E vocês, de que estaminés mais gostaram na Rota das Tapas 2015 no Porto? Deixem-nos os vossos comentários no fundo da página. Obrigado!

Similar Posts