Kanpai | Sushi Domingueiro

O que sucede é isto: o Cardume não pode ouvir falar de estaminé onde se sirva sushi em modelo festival ou buffet (basicamente, difere este daquele porque enquanto no primeiro somos servidos, no segundo somos convidados a desalapar a barbatana da cadeira e servirmo-nos) que não vá lá meter o nariz. Desta feita, coube a vez ao Kanpai Fusion Sushi (ali mesmo ao lado da Avenida da Boavista, no Aviz, ao fundo da Rua Pedro Homem de Mello), onde sabíamos de antemão que o valor do festival de sushi ao domingo à noite era de 15,90€ por pessoa (o mesmo preço dos almoços; já nos outros dias da semana, a mesma refeição da noite fica por 22,90€). Não precisávamos de mais para sermos convencidos: reunimos uma tropa amiga, marcámos mesa e ansiámos pela hora.

Uma vez chegada à sala, a que se acede por um lance de escadas visível do exterior (a fachada é toda envidraçada), desagradou-me imediatamente a mesa que nos estava reservada: a um canto, e sendo composta predominantemente por assentos fixos (sofá em U), impediria meia dúzia de nós de nos movimentarmos quando nos aprouvesse (por exemplo para ir ao wc), sem que incomodássemos todos os que estivessem do nosso lado da mesa. Aproveitando o facto de ter sido a primeira a chegar, coloquei o problema à empregada que me recebeu, o que levou a que o responsável (proprietário ou gerente) se acercasse, na tentativa de perceber se poderia resolver o assunto; e se sugeriu que se juntassem as mesas (para dois) a meio da sala, fê-lo acrescentando imediatamente que “não era costume”, o que me levou a não insistir: sei, por experiência própria (ossos do ofício…!) que as crenças baseadas no dogma do “porque é assim” ou “porque nunca fiz de outro modo” são as mais arreigadas e, por isso, difíceis de combater. Ora estando eu ao serviço dos Carapaus e não do pensamento crítico (como se fosse possível desligar o interruptor…), não me senti na obrigação de explicar que o melhor profissional é aquele que resolve os problemas que vão surgindo, adaptando-se às circunstâncias e necessidades, e jamais pretendendo aplicar a mesma solução a questiúnculas (e pessoas!) diversas. Adiante (mas ficou registado).

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Estando alguns de nós atrasados e apercebendo-nos do ritmo do serviço, optámos por pedir mesmo antes de estarmos todos reunidos, o que veio a verificar-se boa solução. Quando o AV chegou, acompanhado pelo RC, a DB e os minis L. e J. (que já por duas vezes se juntaram a nós em situação de sushi e vão ficando cada vez mais fãs), já eu, a RV, a AB (habituée, nos últimos tempos) e os estreantes NM e SV havíamos solicitado o banquete, pelo que pouco esperámos para ver servidas as entradas.

A verdade é que a sala, onde chegámos às 20h30, rapidamente encheu (chegou a haver, inclusivamente, pessoas à espera) e os três sushi-men que preparavam as iguarias não tinham mãos a medir para tanta solicitação.
As entradas foram a primeira boa notícia: das espetadinhas de frango com molho agri-doce à tempura de camarão, estava tudo tão saboroso que, devoradas as delícias, acabámos a comer a couve que servia de base com os restos de molho que ficaram na travessa.
Recolhidos os pratos, não tardou muito até que nos trouxessem os primeiros três grandes (mas não gigantes, havia-os bem maiores a circular pela sala, com destino às mesas de dois ou quatro, o que nos causou perplexidade) pratos de sushi e sashimi, porque pedimo-los mesmo antes de termos terminado o prato inicial.

E aqui o Kanpai não brinca em serviço: o sushi de fusão não é tão de fusão que nos constranja o apetite (por vezes, a busca pela originalidade sobrepõe-se ao que é verdadeiramente essencial para um amante de sushi, o que é manifesto no uso quase consensual de morangos, este ano) e a qualidade das matérias-primas é superior: não me lembro de ter comido um sashimi de atum (também o havia de salmão e robalo) tão soberbo, em termos de consistência e frescura. Tudo o resto é, igualmente, de assinalável frescura e bom gosto.

A verdade é que, perante aquelas maravilhas e acompanhados já entusiasticamente pelos nossos mini-Carapaus, os primeiros pratos voaram em minutos – e foi justamente a partir daqui que a experiência no Kanpai se tornou menos positiva. Pedimos à empregada, com toda a clareza, igual dose como repetição (uma vez que o conceito de festival implica isso mesmo, sendo que ali fica claro que as peças podem mudar em função do gosto do chef), esperámos uma eternidade e acabámos por ser mal servidos: em vez de três pratos, trouxeram-nos dois (para dez pessoas!), de tamanho muito inferior aos anteriormente servidos.

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Evidentemente que esta atitude, por parte de quem servia, levou a que, mal foram pousados os pratos na mesa, pedíssemos imediatamente nova repetição e foi quando no-la trouxeram (ao cabo de muitos minutos de espera após a ingestão das poucas peças que nos haviam posto à frente) que, já tementes de novo período a olhar uns para os outros, pedimos com assertividade que nos fosse servida uma terceira repetição mas em quantidade que se visse. Fomos atendidos (vieram dois pratos maiores) e não deixámos que sobrasse nada, para não se achar que tínhamos mais olhos do que barriga – ainda assim, este último esforço foi feito apenas por quatro de nós, já que todos os outros haviam desistido.

Satisfeitos, pedimos os cafés e a conta: €22,00 (arredondados) a cada um dos oito adultos (nada foi cobrado pelos petizes, à excepção das bebidas) pareceu-nos um excelente valor, tanto mais que não poupámos no pedido de bebidas (entre finos Super Bock, um chá e refrigerantes) e pese embora não tenhamos pedido sobremesas.

Registe-se ainda que este festival de sushi ao jantar de domingo é modalidade estival e termina (segundo informação que nos foi dada in loco) no final de Setembro, pelo que é correr, minha gente, antes que se faça tarde.

E, entretanto, no Kanpai ou noutro lado qualquer, tenham muito bons apetites, sim?

Kanpai Fusion Sushi (Aviz)

Morada: Rua Pedro Homem de Mello 244A, Porto
Telefone: 226 169 060
Horário: Ter a Sáb – 12h30 às 15h00 / 20h00 às 23h00 | Dom – 20h00 Às 23h00
Aceitam reservas? Sim

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