Desde que saiu a Time Out de Maio que o Cardume anda a dizer que tem de marcar um mês temático de brunches, tamanha é a oferta, na Invicta, de restaurantes a oferecer esta recente hábito, (bem) importado dos países anglo-saxónicos. Felizmente, a MSS antecipou-se (já temos meses temáticos agendados até Outubro!), escolheu a Casa de Chá Verde Tília, na Alameda Eça de Queirós (Antas), convidou os Carapaus e o RF e não tivemos de adiar mais a vontade: pouco passava das 13h quando, no sábado, ainda de estômago a recordar o jantar comemorativo dos 500 seguidores no Facebook, dois terços de nós compareceram à chamada – apesar de, e temos de o confessar, algo desconfiados com o que nos esperava, já que havíamos feito os TPC’s e sabíamos que quase tudo, no menú, era composto por chá, dos doces aos salgados.

Verde Tília | Entrada
A Entrada

O Verde Tília está localizado numa zona residencial, calma e pacata, e mal se destaca, do exterior, se entrarmos pelo lado da Alameda; já as traseiras saltam à vista de quem passa: uma esplanada bonita, tranquila, confortável e protegida, no meio de prédios e vivendas, tem um quê de oásis urbano. Adivinho-lhe as condições essenciais para, durante a semana, em horário laboral, ali ir corrigir provas, fazer umas leituras, redigir umas linhas – ou tão só ser: trata-se de um belíssimo sítio para se estar. O interior também não desilude: decoração harmoniosa sem ser enfadonha, um sofá deliciosamente colorido e mesas de cor verde-alface, a contrastar com a sobriedade adequada do serviço de chá.

O atendimento é, igualmente, um dos pontos a salientar: ambos os empregados que nos calharam em sorte eram absolutamente conhecedores dos produtos que nos serviam, explicando com detalhe ingredientes, modos de confecção e, inclusivamente, apresentando alternativas céleres quando o RF comunicou ser vegetariano (mais: não só não lhe ofereceram “um fiambrinho ou um belo salmão fumado”, fenómeno a que ele está por demais habituado, como sabiam a diferença entre um vegetariano e um vegan, sendo que o Verde Tília possui menus para ambos.

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Passemos, portanto, ao que compõe o brunch aqui servido, aos fins de semana e feriados, entre as 12h e as 16h, ao preço pré-estabelecido de 16€. Para encetar a degustação, é-nos facultada a escolha entre café com leite (com a opção de leite de soja, o que muito agradou à MSS, que é intolerante à lactose) e chá quente, de entre as muitas variações de chá preto, branco, verde, roiboos ou de flores – a boa notícia é que os mais indecisos (como o AV) pura e simplesmente não têm de optar e podem ficar com os dois. O tempo de infusão de cada chá é criteriosamente controlado pelos empregados, por meio de uma ampulheta que colocam sobre a mesa (felizmente, a tarefa não fica a nosso cargo já que, passado um primeiro momento de divertida curiosidade com o aparelho, que poderão observar na galeria de fotografias que disponibilizamos abaixo, como é uso, nunca mais nos lembraríamos de retirar o infusor dos bules).

De seguida, é-nos trazida a bebida oficial do brunch, um delicioso chá Muralhas de Varsóvia com laranja (francamente, só nos apercebemos de que não se tratava de sumo puro quando a informação nos foi dada pelo empregado), bem como  os primeiros “comes”: iogurte grego (natural e de consistência óptima) com cereais (tipo Fitness, da Nestlé), cestos de pão com scones, croissants folhados e tostas de chá verde, bem como uma primeira torre de três pratos, com fruta laminada (fresca, saborosíssima) acompanhada de doce de violeta (uma espécie de gelatina que primeiramente olhámos de lado e à qual aderimos incondicionalmente depois), fiambre de perú e queijo, doces (de ovos, morango e frutos silvestres) e manteiga. Salientem-se os scones, de tamanho perfeito, já não quentes mas acabados de fazer, ligeiramente estaladiços por fora, fofos por dentro e ausentes de açúcar ou farinhas em excesso, bem como as tostas de chá verde: formato de pão de forma cortado em triângulos, com visíveis partículas de chá e muito agradáveis ao palato, sobretudo quando acompanhadas de uns dos melhores ovos mexidos que me foram dados a provar na vida (e eu até tenho a mania que domino a arte de os cozinhar), algo mal passados e servidos com três pedacinhos de presunto ibérico laminado, por cima (o que facilitou a vida ao RF, a quem bastou extrair a carne).

Verde Tília | Salgados
Os Salgados

E eis que nos chegam mais duas torres, desta feita exclusivamente de salgados: numa, quiche de frango marinado, cogumelos e espinafres, bem como almôndegas de soja (para o nosso vegetariano); na outra, para além de uma salada mista, empada de ave com chá fumado, filo de alheira de caça com grelos, pastel DeRose (vegetariano, com queijo e alecrim) e folhado de bacalhau. Desta segunda volta, onde tudo estava bom, salientaria apenas, pela negativa (mas não muito), a massa filo dos pasteis de alheira e DeRose, algo dura e nada estaladiça (em contraste com a massa dos folhados de aves e bacalhau). Nesta altura, e para acompanhar os salgados, optámos todos pelo flûte de champanhe com chá de frutos silvestres, tão agradável que os rapazes ainda repetiram (a alternativa consistia num copo de vinho Vegia 2008, tinto ou branco): o chá mal se sente mas está lá e é o primeiro a ser servido.

Verde Tília | Bolos
Os Bolos

Foi com alguma perplexidade que, chegados a este ponto, notámos que nos sentíamos já satisfeitos (proeza que nem todos os estaminés a que vamos conseguem, com tão “pouco”), ainda que nem nos passasse pela cabeça descurar o que aí vinha: as sobremesas. Mais uma vez servidos numa torre com três andares (cada uma delas com quatro fatias de bolo), foram-nos oferecidos: bolo de laranja com chá Muralhas de Varsóvia, bolo de tília com sementes de papoila e, em substituição do bolo de maçã com nozes e canela anunciado quer no Facebook quer na Time Out, bolo de chocolate com recheio de queijo fresco. Nesta matéria, os gostos divergiram: houve quem tivesse gostado de tudo por igual, quem não apreciasse o bolo de chocolate (o meu preferido, com o recheio e cobertura de queijo fresco a fazer lembrar cheesecake) mas creio que, se tivéssemos de votar (felizmente não temos) o consenso recairia sobre o bolo de laranja.

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Nesta altura, absolutamente regalados e assoberbados pela moleza típica do período pós-refeição ao fim de semana, ansiávamos por um café, que pedimos e que acabou por revelar-se, quando da verificação da conta, o único ponto negativo que temos a assinalar à Casa de Chá Verde Tília: cobrar 1,50€ por um Nespresso é quase um abuso e fez aumentar a conta individual para 17,50€ (ou 17,60€, para um de nós, já que o Verde Tília é um dos estabelecimentos credenciados para sugerir aos clientes, e por mesa, um donativo de dez cêntimos para uma obra social, a que acedemos).

Ainda assim, e pese embora a ausência de termos de comparação (porque se tratou do nosso primeiro brunch embora, seguramente, não tenha sido o último), recomendamos vivamente o Verde Tília para este cruzamento entre pequeno-almoço tardio e almoço (brunch = breakfast + lunch).

Os nossos desejos de continuação de boa semana e, já se sabe, bons apetites, freguesia!

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