
Era dia de eu e a RP pormos a conversa em dia à mesa e, quando se tratou de escolher o estaminé, as opções eram mais ou menos limitada: teria de ser próximo do emprego dela (que calha de ser muito perto do meu), para que se perdesse menos tempo em deslocações, sendo que duas hipóteses afiguravam-se-nos como simpáticas o Kanpai ou o Baixa Burguer, ambos no Aviz (Boavista, perto da Foz). Ora como sobre o Kanpai já tínhamos para aqui um registo, acabei por sugerir que fôssemos para os hambúrgueres, mesmo porque a oferta do género não para de crescer e o meu ensejo é conhecer tantos quantos consiga.
É que a verdade é uma: nunca entrei na casa-mãe do Baixa Burguer, na Rua da Picaria – que foi, se não estou em erro, uma das primeiras hamburguerias gourmet do Porto, quando começou esta loucura (contra a qual nada tenho, acrescente-se – muito pelo contrário) de se abrir uma em cada esquina. Abriu no Verão de 2013, seguindo-se-lhe, dois anos e picos depois, este estaminé noutra ponta da cidade. Assim, juntava-se à fome à vontade de comer (nunca um adágio popular fez tanto sentido): experimentava algo novo e ainda haveria direito a posta, que Carapau que se preza nunca deixa de pensar no Cardume.
O Baixa Burguer fica mesmo no seguimento da Tasca do Aviz, Kanpai e Pizzaria Uau (que desconheço) e tem uma esplanada onde, às 13h da tarde, se tivermos sorte com o tempo (e nós tivemos imensa), apetece estar – pelo menos para quem gosta tanto de sol como eu e já não pode ver chuva e tempo mais-ou-menos à frente. Assim, tratámos de nos dirigir lá dentro, ao primeiro andar, onde o balcão de atendimento coexiste com os lugares sentados (e abrigados) que se disponibilizam, e fomos fazer o pedido – de resto, esta foi uma das coisas que menos me agradou no Baixa: embora levem a comida à mesa, os pedidos têm de se fazer ao balcão (o que não é inédito, acontece o mesmo no Munchie, por exemplo).
A conselho da RP, escolhi o #12, um hambúrguer que, ao que apurei, foi criado especialmente para a Rota dos Hambúrgueres Helmann’s, no Verão passado (lembro-me de que conhecemos o do Peebz, nessa altura), e que é composto 170gr de carne de novilho, alface iceberg, queijo cheddar, bacon, gema de ovo gratinada, cebola e maionese de paprika fumada. Já a RP foi para o vegetariano, o #7, que contém falafel de aipo e cenoura, cogumelo Portobello, alface, tomate, guacamole e maionese. Os dois, como todas as outras opções (são doze, ao todo), são servidos com batata frita caseira (e muitíssimo boa, a lembrar os palitos que a minha avó M. tão bem cozinhava) e um molho que me pareceu de maionese e queijo – de que não gostei tanto como de outros, porque o achei um nadinha enjoativo. De resto, tudo bom: tanto a carne, como a combinação de ingredientes, como o próprio pão (que, para mim, não é pormenor de somenos).
De assinalar que o serviço foi rapidinho e simpático, tanto quando nos trouxeram o pedido (que acompanhámos por Coca-Cola Zero, pois claro) como quando o vieram levantar e perguntar se queríamos sobremesa e/ou café. Prescindimos da primeira (tinha estado a coscuvilhar as fotografias na Zomato e o tipo de doces pré-embalados não me cativam minimamente, por melhores que sejam) e optámos pelo segundo, enquanto tentávamos enfiar naquelas duas horitas a conversa de meses sem estarmos juntas.
A verdade é que fomos muito mal sucedidas nessa arte (pelo que me parece que temos de marcar outra coisa brevemente) mas não deixámos de ter os bons apetites do costume, por um preço muito razoável e sensato: oito euros e qualquer coisa.
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