A Burguesa | Hamburgueria | Porto | Carapaus de Comida

Foi assim uma coisa a modos que espontânea: era hora de almoço, sabia que tinha de ir à Baixa tratar de um assunto e que era necessário que passasse no meu local de trabalho, que tenho a sorte que se situe na Foz; por outro lado, o sol brilhava com algum fulgor, pelo que tratei de encontrar nestes factos conjugados o pretexto de que precisava para ir conhecer a relativamente recente hamburgueria A Burguesa, no Edifício Transparente, ali mesmo paredes meia com Matosinhos. Já a tinha espreitado quando, há umas semanas, fôramos almoçar ao Picaba e, desta vez, não me escaparia, mesmo porque tenho sempre muita curiosidade em conhecer sítios que despertam impressões muito diferentes em quem lá vai e, quando a esta, li apreciações francamente boas e, outras, muito fraquinhas.

Quando chegámos, e depois de “inspecionarmos” o interior, bastante agradável, embora sem rasgos de genialidade criativa, rapidamente nos decidimos pela esplanada: apesar do vento tão tipicamente nortenho, os resguardos de acrílico sempre protegem qualquer coisa  (embora não completamente) – e, para quem não gosta de sol, há sombras garantidas pelos enormes guarda-sóis.

Escolhemos uma mesa a meio da esplanada, mais próxima da porta do estaminé do que do mar, porque pretendíamos que o serviço fosse rápido – e, na verdade, esse é um dos calcanhares de Aquiles d’A Burguesa: os jovens funcionários (incluindo aquele que julgo ser o gerente) são simpatiquíssimos e atenciosos, mas são de uma eficácia um pouco errática, sendo que aconteceu por mais do que uma vez termos terminado determinada etapa e querermos passar para a próxima e estarem os três à conversa, a uns quatro passos de nós, sem darem por isso. Não é nada de gritante, mas creio que é fator onde este estaminé pode melhorar consideravelmente, mesmo porque o espaço estava longe de estar cheio.

Quanto aos comes e bebes, optámos por uma limonada (eu) e um fino; a este respeito, só posso dizer que a minha bebida tinha açúcar a mais, o que, quanto a mim, pode estragá-la. O mais engraçado é que perguntei, antes de pedir, se era adicionado açúcar e responderam-me que “sim, mas muito pouco” – devia saber que há conceitos que são mesmo muito relativos. Quanto aos hambúrgueres, eu decidi-me, à bruta, por uma Burguesa Americana, que é coisinha para trazer dois hambúrgueres (240gr de carne do acém), tomate, alface, abacate, queijo cheddar, philadelphia, bacon e cebola caramelizada, em pão de sementes. A minha companhia optou por uma Burguesa d’Aves, que traz um bife de frango grelhado, alface, bacon, tomate seco e mostarda caseira, também em pão de sementes. E devo dizer que, pesem embora os magníficos recheios em ambos os pratos, o pão de sementes é mesmo muito fraquinho: seco, agarra-se aos dentes e ao céu-da-boca – é coisa sem gracinha alguma, que o restaurante só ganharia em fazer substituir. Sei que há outros dois tipos de pão (negro e bolo do caco), mas não os provei. De assinalar ainda que as Burguesas vêm servidas numa lousa, o que é bastante original e visualmente apelativo – e isto nunca é mau.

Já as batatas fritas são de outro campeonato e não tenho dificuldades em elegê-las como o que de melhor nos foi dado a comer: em palitos, caseiras, estaladiças, com casca e polvilhadas com sal de especiarias (sendo que me pareceu que o açafrão era uma delas e a pimenta outra), e acompanhadas com molho aioli (que, francamente, achei servido em quantidade forreta) eram de facto uma especialidade. Infelizmente, nem da ementa constavam alternativas nem nos foi dito que as havia – mas, ao que li, há-as, nomeadamente batata-doce, que teria ensejo em provar.

Também com as sobremesas houve confusão do género: não havia todas as do menu (embora nada o indicasse) e senti-me ligeiramente ougada, porque estava filada no Nutelíssima. Verbalmente, deram-nos conta do que havia à disposição (eram três doces), sendo que escolhemos a Delícia de Pêssego, por indicação de uma das funcionárias, e Cheesecake de Frutos Vermelhos. A primeira, uma espécie de doce com pudim e fruta, foi aprovadíssima; a segunda, um doce em camadas de bolacha ralada, creme de queijo e compota de frutos, tudo servido em frasco, estava francamente bom, mas não conseguiu fazer-me esquecer o quanto me apetecia o doce de Nutella.

No final, depois dos cafés, a despesa ultrapassou ligeiramente os 14€ por pessoa, o que, não sendo um disparate em termos absolutos, é um nadinha caro, ao menos por comparação a outros estaminés do género, de onde saímos bem mais felizes.

A Burguesa | Porto
3.9 / 5 Carapaus
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Positivos
  • As batatas fritas
  • as sobremesas
  • Negativos
  • O pão do hambúrguer
  • o vento (em dias dele)
  • o serviço (às vezes)
  • Resumo
    Mais uma vez, temos um estaminé que parte de um patamar superior por se situar frente ao mar, mesmo ali, na Foz. Para quem gosta de hambúrgueres “artesanais” e alinha em rotas-de-hambúrgueres, este é sítio a visitar: os hambúrgueres são muito decentes (se excetuarmos o pão de sementes), as batatas fritas são extraordinárias e o serviço é esforçado.
    Serviço3.5
    Comida4
    Preço/Qualidade4
    Espaço4
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    A Burguesa | Porto

    Morada: Edifício Transparente, Via do Castelo do Queijo, 395
    Localidade: Porto

    Telefone: 224 967 328
    Horário: Dom a Qui – 10h00 às 24h00 | Sex e Sáb – 10h00 às 02h00
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