Depois de duas incursões em que investimos alguns quilómetros e euros, decidimos desta vez nadar até bem perto. O Cardume apanhou a corrente menos fria que encontrou e desaguou no centro da cidade Invicta, mesmo ao lado do Túnel de Ceuta, na Praça Dona Filipa de Lencastre.

Como nenhum de nós conhecia o estaminé, decidimos marcar mesa antecipadamente, o que revelou ser uma boa decisão. Havia poucas mesas livres e mesmo as exteriores estavam completas, pouco depois de chegarmos. Lembro que a visita ao Lagostim foi feita a meio da semana e que ainda não é Verão. A capacidade que estas casas têm de aproveitar o rejuvenescimento do centro da cidade continua a surpreender-me. Se há crise, garanto-vos que não chegou ali ao Crustáceo, como nos confirmou a simpatiquíssima proprietária. De referir que o dia de descanso semanal é o Sábado e que é dos poucos restaurantes abertos ao Domingo, o que lhe dá alguma vantagem, na feroz competição do sector da restauração.

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O espaço é bastante agradável e acolhedor, as paredes, em pedra, dão-lhe um aspecto rústico e transpiram os sabores da cozinha tradicional portuguesa, não enganando quem por ali passa, quanto ao tipo de gastronomia praticada naquele restaurante.

Desta feita, tivemos companhia de honra. Juntaram-se a nós o RC e as manas DB e LB. Fomos brindados com uma mesa redonda, ao fundo da sala, com vista para o Santiago Bernabéu, através da janela que mudou o Mundo. Enquanto esperávamos que o Cardume ficasse completo, fomos bebendo uns copos de cerveja, acompanhados por uns bolinhos de bacalhau que nos amansaram a fome e facilitou a espera. Estes acepipes são muitíssimo bem feitos: têm mesmo bacalhau e não vêm de todo ensopados em óleo. A primeira dose (sim, repetimos a dose) estava perfeita. A segunda, apenas pecou por alguns destes bolinhos terem algumas espinhas (eu apanhei quatro(!!) num deles).

Passámos os olhos pela ementa e ficaram-nos algumas dúvidas, que foram imediatamente desfeitas pela senhora que nos recebeu e serviu. Ficámos a saber que o peixe é fresco e varia diariamente. A escolha definitiva não demorou e as vontades distribuiram-se assim:

  • a AA escolheu o Folhadinho de Alheira com Esparregado
  • o AV optou pelo Lombinho de Bife Recheado em Massa Folhada
  • a DB rendeu-se aos Bifinhos Gratinados com Queijo e Batata Palha
  • a LB não resistiu às Lulas Grelhadas com Batata a Murro
  • a RV inclinou-se para o Arroz de Pato (que não estava na lista mas foi-nos aconselhada a última dose)
  • o RC decidiu-se pelo Bife do Lombo com Natas e Molho Três Pimentas

A comida, embora não deslumbre, é caseira e muito bem confeccionada, e no nosso caso, foi acompanhada por duas garrafas de vinho branco Muralhas, bem fresco, como se quer. Houve alguns reparos ao repasto: o esparregado era industrial e bastante empapado (vimo-lo ser levado para a “sala de cirurgia” numa caixa duma conhecida cadeia de hipermercados) e o Arroz de Pato, embora tivesse bastante pato e pedaços grandes, era algo gorduroso. Todos os outros comensais pareceram satisfeitos com as suas opções embora nenhum me pareça ter ficado maravilhado.

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Chegada a altura de adoçar a boca, o nosso pedido, para ver ao perto as sobremesas, que aguardavam pela sua hora de abate no mostrador tradiconal, foi prontamente acedido. Decidimo-nos por uma Salada de Frutas, duas fatias de Bolo de Laranja e um Cheesecake de Framboesa. O único reparo feito, foi à referida salada que, embora a fruta fosse fresca e natural, poderia ter um pouco menos de água gaseificada. Podemos adiantar-vos que o Bolo de Laranja era divinal: calda de açúcar que fazia com que o fundo ficasse molhado, massa fofa e geleia de Laranja a cobri-lo.

Após algumas horas de tertúlia (estávamos tão distraídos que só nos apercebemos que éramos, mais uma vez, os últimos clientes do estaminé, quando se apagaram as luzes da cozinha) pedimos finalmente a conta, a qual não doeu tanto como em outras ocasiões: cada um dos Carapaus pagou 16,50€ e pareceu-nos adequado à refeição que tivemos. De referir que, embora o “sistema já estivesse fechado”, nos foi emitida a factura, a pedido.

Em jeito de conclusão, o Lagostim serve comida saborosa e honesta, sem requinte e sem ambicionar a prémios gastronómicos (e diga-se que não precisa), que nos deixa com um calorzinho no estômago e na alma, complementada pela extrema simpatia de quem nos serve e recebe. Uma incursão a repetir!

Obrigado por este bocadinho.

Abreijos para todos.

Restaurante Lagostim

Morada: Praça Dona Filipa de Lencastre 201, Porto
Telefone: 222 056 141
Horário: Dom a Sex – das 08h30 às 24h00
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2 Comments

  1. Este tipo de serviço publico é digno de merecer subsidio do Estado (ele há-os para tudo).
    Só pecam por defeito na divulgação das opções vínicas. É importante saber se só tem vinhos 6 tetas (3 Marias para quem não domina a coisa) ou néctares dos deuses…

    1. Hihihi!!! Verdade, AP. O grande problema é que nós somos mais pela Super Bock do que por outro néctar qualquer e não nos aventuramos por aí além no mundo vinícola. Mas registamos a crítica (construtivíssima) e prometemos fazer um esforço, doravante, assim a Super Bock (e o consensual Muralhas) não nos tente. :)

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