Lareira | Petiscos | Porto | Carapaus de Comida

No dia em que a seleção nacional de futebol jogou o apuramento para os quartos-de-final do Europeu (que terá acabado, quando bosselências se encontrarem a ler esta posta mas que, quando esta vossa criada escreve, está ainda na fase de jogos para aferir os países que disputarão as meias-finais), eu e a MJ, como mocinhas quase completamente alienadas do que se passa dentro das quatro linhas que somos, tratámos de ir pôr a conversa em dia à mesa (como deve ser), justamente à hora do jogo. (Note-se: batemos palminhas e rejubilamos com as vitórias, mas não sofremos com as derrotas nem condicionamos os nossos planos com os jogos.)

Ora terá sido justamente por esse facto que conseguimos, num sábado às nove da noite, uma mesa no Lareira, afamado estaminé de petiscos, que sabemos estar comummente cheio até ao teto – sobretudo aos fins-de-semana. Naquele dia, os aficionados da bola terão escolhido outras paragens para torcerem por Portugal (e muitos outros países, imagino, se as horas fossem outras, já que o Porto está afortunadamente inundado de gentes de muitas nacionalidades), o que permitiu que, à nossa chegada, nos fosse possível escolher mesa e tudo, já que apenas uma outra estava ocupada. Optámos, por isso, por uma pequenina junto à estrutura de pedra que dá nome à Casa – e ali ficámos, durante toda a refeição, a ver a maltosa a chegar, barriga cheia de nervos e vazia de comida. Na verdade, quando saímos, a chafarica estava cheia e havia gente em espera.

Estou para ir ao Lareira desde o final do ano passado e, por artes de berliques e berloques (ou porque era tarde, ou porque era cedo, ou porque chovia e o teatro era longe, ou porque o caraças), acabei por combinar e descombinar uma série de idas, até que surgiu esta, mal combinada e bem concluída: fomos, estivemos, comemos e podemos contar como foi.

Fomos muitíssimo bem recebida, por uma equipa jovem e bem-humorada, que acumula uma forma de estar descontraída com uma eficácia a toda a prova: bastava uma troca de olhares ou um sinal para que fôssemos imediatamente abordadas. Claro que o espaço não é grande (e é menos aconchegadinho do que eu estava à espera, não sei se sugestionada pelo nome), mas isso não é correlato necessário do bom atendimento – e aqui há-o, o que é meio caminho andado para eu ficar agradada.

A ementa é como eu gosto: curta e coesa (desconfio sempre de emantas magnânimas, porque ninguém sabe fazer bem muita coisa, santa paciência), adequada ao tamanho do Lareira e à tasca-moderna-e-petisqueira que faz as delícias de muitos. Creio que o ideal é reunir-se um grupo de quatro pessoas, para que se consiga cobrir a maior parte da oferta e provar de tudo um pouco; nós, sendo só duas, pedimos um cesto de pão, a tábua mista de queijos e enchidos e o pica-pau (que vem com outro cesto de pão).

Começámos pela tábua: havia ali vários tipos de queijos (só não peçam para os nomear: sou muito forte na degustação mas péssima na teoria), todos francamente bons, bem como paio, presunto e chouriço, tudo de qualidade e saborosíssimo. Vinha também uma tacinha com um molho de azeite, pimento e cebola, que degluti sozinha (e muito agradada). Uma palavra para o pão, que é absolutamente bestial: um, tipo pão-da-avó, cortado em fatias grossas, e outro, que me pareceu de mistura (ou talvez pão de lenha), às fatias – tudo fresco e muito bom.

E, depois, foi o pica-pau, prato que há de sempre fazer-me lembrar os fins de ano letivo nos tempos de faculdade, quando a malta se reunia, lá para a meia-noite, num dos muitos cafés de Coimbra, para fazer um intervalinho no estudo que, muitas vezes, acabava mesmo ali – que o calor era muito, a exaustão também e estar com os amigos é sempre melhor do que estudar. Este, do Lareira, em nada desilude: as carnes (vaca, linguiça e salsicha fresca) são boas e o molho é tão saboroso que marchou todo, embebido no pão. A acompanhar, os belos dos finos Super Bock: a noite estava quente, haveria GNR nos Aliados, e a cerveja é sempre a melhor companhia da petiscada.

A melhor notícia de todas é que este repasto ficou por apenas 10,25€ a cada uma de nós, pelo que o Lareira é dos sítios que mais me convencem, em termos de relação qualidade/preço: os petisqueiros que nem hesitem, que ali terão sempre bons apetites.

Lareira | Porto
4.8 / 5 Carapaus
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Positivos
  • O serviço
  • o pica-pau
  • o pão
  • a qualidade das carnes e queijos
  • Resumo
    Para quem gosta de petiscos descomplicados e à portuguesa, o Lareira é o estaminé a visitar, sem hesitações: os pratos não são muitos mas são muito bons e o serviço é descontraído e eficaz.
    Serviço5
    Comida5
    Preço/Qualidade5
    Espaço4
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    Lareira | Porto

    Morada: Rua das Oliveiras, 8,
    Localidade: Porto

    Telefone: 222 080 917
    Horário: Seg a Qui – 12h00 às 23h00 | Sex e Sáb – 12h00 à 01h00
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