Café Restaurante Jardim | Melgaço | Carapaus de Comida

Esta, meus caros, será posta breve e, ainda assim, dificílima de escrever, porque foi o culminar de uma manhã passada a comer e a beber, o que leva inevitavelmente à ideia (própria) de que as coisas poderiam ter sido apreciadas de outro modo (não necessariamente melhor ou pior, apenas outro), não fora a circunstância de estarmos já todos cheios que nem padres – embora não carecêssemos, obviamente, de apetite, como se verá.

Sucede pois que esta vossa criada, integrada em grupo avantajado de velhos e novos amigos, deslocou-se a Malgaço, por alturas da Páscoa, com o objetivo de ir a duas ou três adegas de Alvarinho (o rei dos vinhos verdes, para os mais distraídos) proceder às provas que antecederiam uma série de compras – tudo em nome individual, que ali éramos todos bons garfos e bons copos e só adquirimos para consumo próprio. Acresce que estas provas de vinho foram acompanhadas, nas duas primeiras adegas (aquelas em que marcáramos a visita e a que fomos antes do almoço) são sempre acompanhadas de mesa mais ou menos cheia de coisas boas: enchidos, queijos, pães, presunto, bolinhos e sei lá mais o quê – a tal ponto que, à hora de almoço, já a pessoa se sente almoçada (mas não desarma, isso é que nunca).

O grupo em me integrei é useiro e vezeiro nestas atividades lúdico-culturais, pelo que são belissimamente recebidos, circunstância de que desfrutei como caloira nestas coisas (das que regressa, assim me convidem e eu não falharei). Juntei-me a eles na comezaina e bebericagem, bem como na aquisição de bom vinho, a preços do produtor – o que, só por si, valeria a visita. Mas não, que esta malta não brinca em serviço: o culminar do enfardamento ocorreria no Café/Restaurante Jardim, em Penso, Melgaço.

Tudo havia sido planeado de antemão, porque éramos grupo de respeito: 18 adultos e 2 crianças, pelas minhas contas. Assim, a ementa fora decidida previamente, pelo que não pude estudar a oferta de outros pratos, mas pelo que fui observando, trata-se sobretudo de comida tradicional portuguesa de cariz minhoto. O Café/Restaurante Jardim é coisa de gestão familiar, sem grandes pretensões mas de qualidade, que também tem produção própria de vinhos, sendo que, ao almoço, degustámos o seu alvarinho e espumante Casa de Canhotos.

O espaço fica no piso térreo de uma casa típica, com paredes de granito e lustres de há algumas décadas, o que lhe aporta um ar castiço que não trocaria por nada. Esperavam-nos, à chegada, pão e pratinhos com uma grande novidade: paio, presunto e queijo, pois claro – e o mais-do-mesmo, quando é bom, jamais enjoa. Depois, em jeito de entrada e enquanto se esperava pelo prato principal, uma bela de uma feijoada com feijão branco (que não é, de todo, o meu favorito) e acompanhada com arroz, que soube muito bem (talvez dado o nosso estado de fraqueza) – tudo a anteceder umas travessas avantajadas de bacalhau à Braga, portadoras de umas postas tão grossas que aqui a esquisitóide (que gosta é de lascas e posta fininha) se viu à nora para escolher uma parte que lhe conviesse. As batatas fritas às rodelas e o apontamento de cebola, pimento e azeitonas deram a pincelada final de um quadro que já estava mais do que terminado.

Porque é tradição levar-se brigadeiros (a B.) e amêndoas (a E.), nem sequer olhámos para a carta de sobremesas, limitando-nos a brindar (à nossa, ao Alvarinho, e a mais passeios como aquele, que eu cá fiquei fã) com o espumante da casa, após o que passámos à esplanada para os cafés – que, estranhamente, têm de ser pedidos no estaminé ao lado (o Café), bem como a conta. Prolongámos este momento, a ver se as muitas digestões se encetavam, o que veio ser sabotado pela oferta de pão-de-ló por parte do sr. Fernando, que alguns descreveriam como sisudo e que eu até achei um simpático (sobretudo porque partilhou connosco um tesouro: uma lampreia fumada de 40€, feia como as coisas feias, mas aparentemente muito afamada).

E foi assim, cerca de 20€ mais leves (alguns só virtualmente, que o estaminé tem teminal de multibanco), que partimos para uma última adega, já capazes de rebolar até ao Porto, mas ainda cheios de moral para ir comprar mais vinho.

Foi, portanto, uma manhã mais do que plena de muitíssimos bons apetites, num espaço fora do comum.

Café Resturante Jardim | Melgaço
4 / 5 Carapaus
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Positivos
As entradas o vinho as postas de bacalhau
Negativos
Nada a apontar
Resumo
Uma boa opção para quem anda por terras do Alvarinho: no café Jardim come-se boa comida tradicional portuguesa, a preços sensatos.
Serviço4
Comida4.5
Preço/Qualidade4
Espaço3.5
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Café Restaurante Jardim | Melgaço

Morada: Lugar de Canhotos
Localidade: Penso, Melgaço

Telefone: 251 416 303
Horário: ND
Aceitam reservas? Sim

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