Andava para visitar o Frankie, em Lisboa, há dois ou três anos: que diabo, não haveria de ser o estaminé mais bem cotado da capital, na Zomato, à época, por dá-cá-aquela-palha. Entretanto, sempre que vou lá a baixo, acabo por ter amigos e familiares a marcar refeições para todo o lado e nem com a abertura de uma segunda loja, este Verão, me foi possível matar a curiosidade. Felizmente, o conceito estendeu-se ao Porto e, muito recentemente, dei com ele instalado na Rua do Almada, pelo que aproveitei a primeira oportunidade para o ir visitar – e foi mesmo num sábado à hora do almoço, sem planeamento; felizmente, tivemos sorte e havia uma mesa à nossa espera.
À entrada, o espaço cativou-me imediatamente: gosto do ar contemporâneo, com toques de originalidade (as mesas suspensas do teto são uma preciosidade), do pé direito alto e das madeiras – o ambiente tem pinta e reúne um público eclético: havia famílias inteiras, grupos de turistas, casais, de tudo um pouco.
A escolha faz-se na caixa, logo à entrada, e a receção não poderia ter sido melhor: o serviço é assegurado por gente gira e despachada (a maioria, pareceu-me pelo sotaque, vinda lá de baixo, para assegurar a homogeneidade, certamente), de modo simpático e paciente – afinal, há uma catrefada de coisas que podemos escolher e a coisa não é fácil, numa primeira visita.
Acabámos por optar pelo Frankie 4 Fingers (para a Mãezinha, que foi a minha companhia), composto por pão, alface iceberg, rúcula, salsicha Frankfurt, aros de cebola frita, mostarda com mel, molho BBQ e bacon, e pelo Crispy Cheddar (para mim), com pão, mostarda com mel, salsicha Frankfurt, queijo Cheddar derretido e cebola crocante. Adicionámos-lhes uma Salada Simples (alface iceberg, cubos de tomate, molho de iogurte, queijo Cheddar ralado, cenoura em juliana e bacon em pedaços – e eu não li a lista de ingredientes, se não teria percebido que o meu conceito de “simples” não é o mesmo que o desta ementa) e as celebérrimas Batata Frankie, que consistem em batata frita aos palitos, queijo Cheddar derretido, bacon e cebolinho. Para acompanhar, duas limonadas.
Depois de paga a conta, que ficou em 8€ por pessoa, a ideia é passar ao balcão seguinte e levar logo as bebidas até à mesa que nos calhou em sorte (preferia ter ficado no piso da entrada mas já só havia lugar num recanto junto ao wc, para onde foi difícil entrar sem perturbar e fazer levantar todos quantos estavam sentados nas primeiras duas mesas). O resto iria lá ter e, na verdade, terão passado não mais do que dez minutos até termos tudo connosco.
E agora a parte mais difícil: cumpre-me esclarecer que não sou a maior fã de fast food em geral e de cachorros em particular, mas adoro de paixão os cachorrinhos dos The Dog e Gazela e também já fui muito feliz em roulottes de cachorros, daqueles onde vale fazer um monte de todos os ingredientes à disposição. Por isso, e dada a fama dos do Frankie, estava convicta de que iria apreciar grandemente a oferta – ora tal não se verificou, de todo, com grande pena minha.
Em primeiro lugar as batatas: a quantidade de cobertura era de tal ordem que as batatas parecias requentadas, moles e sem graça – nunca pensei que algum dia pudesse dizer, de queijo, que estava a mais, mas a verdade é que aqui é um exagero e abafa tudo o mais. Já quanto aos cachorros, a opinião foi unânime: os molhos são em excesso, a salsicha Frankfurt não é das melhores que já comi e a apreciação final foi um mero “meh”. Já a salada, mais uma vez, tinha as verduras abafadas pelo molho (que me pareceu mais maionese do que de iogurte) e toppings; a limonada é demasiado doce e não se adequa de todo àquilo que eu creio que deve ser uma limonada como deve ser.
Evidentemente, que tenho noção de que não se trata de um problema de qualidade: apreciadores deste tipo de sabores acharão as combinações fabulosas – mas não são, de todo, para mim. Ainda assim, achei muitíssimo positivo haver a possibilidade de diminuir, acrescentar ou trocar ingredientes em todos os cachorros, bem como a existência de três tipos de salsichas, para além da tradicional que escolhemos: frango, porco e a de feijão manteiga, adequada a vegans.
Enfim, creio que não há um único estaminé que possa agradar a todos os palatos e o Frankie não é para o meu, com grande pena minha.
Frankie Hot Dogs | Porto
4.1 / 5Carapaus
{{ reviewsOverall }} / 5Cardume(0 votos)
Positivos
O espaço
O serviço
Negativos
Excesso de molhos
Excesso de queijo
Limonada muito doce
Resumo
Finalmente, os cachorros quentes mais famosos do país chegaram ao Porto e instalaram-se na Rua do Almada, para todos os amantes do género.
Caro Cardume, esta será, ao contrário do que acontece sempre por aqui, uma posta rápida e indolor, para vos dar conta de que já não é preciso ir à Baixa (ou à Foz, ou à Baixa outra vez) para comer os melhores cachorros do Porto: abriu mais ou menos recentemente, pela mão de alguém que trabalhou diretamente na casa-mãe de todo o cachorrame, um estaminé que no-los dá a comer, bem como outras delícias – não aconselháveis a quem faz contagem de calorias para efeitos não recreativos, na 5 de outubro, já mesmo junto à Casa da Música, na Boavista.
Infelizmente, o espaço é tão diminuto como o do Gazela e só tem lugares ao balcão (uns vinte, diria), pelo que tivemos de esperar que vagassem três lugares, para apaziguar a fome, que era já muita – claro que o facto de se tratar de comida rápida ajuda a que a rotatividade seja maior, ao menos se a maioria das pessoas não for como nós, que nos alapámos e não nos despachámos senão quanto era tempo do concerto a que assistiríamos às 22h.
Antes de mais nada, nota muito alta para o serviço, que não só é simpático e bem-disposto, como é de uma eficácia altíssima: tudo funciona como numa linha de montagem, bem ali à frente dos nossos olhos, cada um conhece o seu papel e a comida chega-nos depressa (e bem).
Uma vez sentadas, escolhemos depressinha: seria um Cachorrinho The Dog (pão fininho, salsicha fresca, queijo e vai a torrar) para partilhar, Pregos Em Pão Especial The Dog (carne da vazia, queijo Brie e mel, compota de cebola em vinho do Porto), batatas fritas (duas doses) e finos para as três. Tudo é servido com celeridade e uns minutos depois encontrávamo-nos a aniquilar a fome e a deliciar as papilas gustativas.
Não há o que quer que seja que não seja bom, no The Dog: o cachorrinho corresponde inteiramente às expectativas e é coisa gulosa, que apetece comer sem parar, as batatas são caseiras, a fritura está no ponto e não há ali gota de óleo a mais, e os finos são Super Bock e bem tirados. Mas tenho de salientar a excelência dos pregos especiais: a carne é mal passada e macia, o queijo e a cebola são notórios e saborosíssimos. Para terminar, tivemos de pedir mais um cachorro, que partilhámos, antes de partir.
Os bons apetites saldaram-se em pouco mais de 11€, o que nos pareceu perfeito.
The Dog – Casa do Cachorro | Porto
4.4 / 5Carapaus
{{ reviewsOverall }} / 5Cardume(0 votos)
Positivos
A rapidez do serviço
Os pregos
Negativos
O espaço exíguo
Resumo
Excelente opção para uma refeição rápida e calórica, na zona da Boavista, paredes-meias com a Casa da Música.
Embora tenha sido uma decisão espontânea, não posso afirmar que não tenha sido pensada uma dúzia de vezes: quase todos os dias fico parada no semáforo da Avenida da Boavista, frente ao Nook e, desde que dei pela sua existência, penso em ir conhecer esta hamburgueria e pregaria, já que fica tão próxima do meu local de trabalho – ainda assim, ir a pé levaria muito tempo, o que é um inconveniente, por não ser de todo fácil estacionar ali nas redondezas (consegui lugar na São João de Brito mas já quase no cruzamento oposto).
Quando cheguei, num dia em que não combinara almoço com qualquer colega e a ocasião o proporcionou, já passaria um bom quarto de hora das 13h e o espaço encontrava-se praticamente lotado: aliás, grupos maiores (o que não era difícil, já que fui sozinha) tinham de aguardar até que uma mesa que os pudesse acolher fosse libertada – o que é de relevo, se pensarmos que o Nook não fica propriamente numa zona turística ou de passeio, para além de que tem uma boa área (levará umas 30 a 40 pessoas, se o meu cálculo retroativo não me falha) e, em dias bons, uma esplanada cá fora que alberga mais doze clientes.
A sala é mais interessante do que imaginava de fora, e tem alguns elementos singulares, que lhe outorgam carisma: não posso deixar de nomear a placa indicadora dos lavabos como uma das mais giras que vi até hoje. A sensação principal é a de contemporaneidade (as paredes, em cimento, dão-lhe o ar minimalista, despojado e quase industrial, tão em voga), conjugada com apontamentos que tornam tudo mais aconchegante, como sendo o balcão de madeira ou as molduras de talha dourada ou os individuais, na mesa, aos quadrados de cores vivas.
Uma vez sentada (foi-me indicada uma das mesas pequenas junto à janela/montra, o que apreciei), rapidamente me foi trazida a ementa por uma das funcionárias (reparei que, ao menos naquele dia e àquela hora, a equipa de sala era constituída apenas de mulheres) – e a tarefa não foi fácil: estando sozinha, queria escolher algo de verdadeiramente emblemático. Há hambúrgueres (treze, com três opções vegetarianas e uma de frango), pregos (sete), saladas (três), a sopa do dia e um menu de criança. Acabei por achar que, dada a prevalência, deveria escolher de entre a oferta de hambúrgueres e, assente na mesma ótica, optei pelo que dá nome à casa – acho sempre que uma boa chafarica jamais escolherá como homónimo um prato que seja menos do que espetacular.
Enquanto esperava pelo meu Nook (hambúrguer, alface, tomate grelhado, cebola caramelizada, queijo de cabra, cogumelos salteados e molho barbecue), foi-me trazido o chá frio de manga e pêssego (sem açúcar) que pedira e, para ir picando, o paté de atum com pão e tostinhas caseiras, de que gostei particularmente porque não era de todo enjoativo (pareceu-me ter um nadinha de pickles picados, como eu gosto).
O hambúrguer chegou ainda não havia terminado o paté – o que faz do Nook um estaminé com timings perfeitos, para quem tem tempo contado para almoçar (categoria a que pertence, parecendo que não, a grande maioria dos comuns mortais). Fiquei muito agradada, desde logo, com o aspeto: as batatas pareciam as que a minha mãe fazia quando éramos miúdos (claramente desiguais, caseiras e clarinhas) e o hambúrguer era alto e com os ingredientes todos visíveis, que é coisa que aprecio deveras. Concomitantemente, os sabores distinguiam-se todos: a carne suculenta, a fatia de queijo de cabra de grossura assinalável (e como eu gosto de queijo), os cogumelos gordos e saborosos, a cebola bem caramelizada.
Evidentemente, tudo isto vem com talheres, porque seria impossível degustar uma torre desta magnitude sem passar um vergonhão (o que me parece evidente, mas há restaurantes que parecem não entender).
Gostei mesmo muito do Nook, sobretudo porque, mesmo com o couvert, a conta em pouco ultrapassou os 10€, pelo que me parece que será estaminé a que regressarei, mesmo pela conveniência da proximidade com o sítio onde labuto e, sobretudo, porque cada vez mais aprecio serviços simultaneamente afáveis e competentes, que só incrementam os bons apetites.
Nook Hamburgueria & Pregaria | Porto
4.6 / 5Carapaus
{{ reviewsOverall }} / 5Cardume(0 votos)
Positivos
O serviço rápido e simpático
Os hambúrgueres
Negativos
A dificuldade de estacionamento
Resumo
Mesmo ali juntinho à avenida da Boavista, o Nook é um espaço agradável, de ambiente arejado e eclético, excelente para um almoço rápido: os hambúrgueres são de muita qualidade.
Abriremos esta posta com uma declaração de intenções sincera: de entre meia dúzia de restaurantes, eu e a SVS acabámos por escolher este pela nomenclatura, não apenas do próprio estaminé, como também de todos os pratos que ali se servem. Não que se trate propriamente de uma novidade: já aqui trouxemos outras chafaricas (estou a lembrar-me do DeGema, assim de repente) que usam expressões tipicamente portuenses (ou nortenhas) para designar os seus pratos – mas a gíria da Invicta é tão rica que há sempre espaço para mais umas bojardas (cá está).
Deixámos os carros lá mais por Santa Catarina e decidimos que estava um belo dia para utilizar os calcantes (eu não digo?) e ir pondo a conversa em dia, por ali a baixo: Passos Manuel, Sá da Bandeira, Rua das flores, Largo de São Domingos e, num tirinho, estávamos na Rua de Belomonte, onde, a números 70, encontramos a Puorto Sandwich Shop: para lá de uma entrada discreta, assinalada somente pelo menu e uma fotografia, encontramos um espaço sobre o comprido, que as paredes de granito mantêm fresco (o que agradecemos, naquela tarde de canícula), de decoração simples mas com apontamentos simpáticos (adorei a bicicleta, a estante com livros e os catos), e inesperadamente vazio – só uma mesa, para além da nossa, esteve ocupada, o que me parece um desconsolo, pelos motivos que apresentamos de seguida. As mesas e os bancos são de pinho (e gritam simples-mas-com-pinta) e, ao fundo, duas portas-sem-porta separam a cozinha do resto do espaço.
Continuemos o nosso périplo abordando o serviço, assegurado, quer na cozinha quer nas mesas, por malta muito nova diria que na casa dos vintes (o que é sempre de aplaudir): é muito atento, sem ser sufocante, para além de eficaz e simpático, características que muito prezo. Trouxeram-nos a carta, que é composta apenas por sete pratos, para além dos acompanhamentos: há o Jabardo (uma francesinha em pão focaccia), o Andor Bioleta, o Dragão, a Sostra e o Morcom (hambúrgueres de vaca com conjugações diversas de sabores), o Pom Cum Pito (sandes de bife de frango) e o Num Puxa Carroça (a opção vegetariana, onde predomina o cogumelo Portobello).
A escolha não foi fácil, talvez porque quando os pratos são poucos fiquemos com a sensação de que tudo vale a pena, mas acabámos por ser pouco originais: a SVS porque vive fora do país e eu porque não ingeria uma há umas semanas (não muitas, talvez três, mas as suficientes para ter saudades) optámos pela francesinha, also known as Jabardo – mesmo porque quando mais teremos oportunidade de designar assim algo que queiramos mesmo ingerir? Quando comunicámos a nossa opção, foi-nos dito que costumavam servir o bife da francesinha mal-passado e se gostaríamos que o nosso viesse assim, ao que ambas batemos palminhas; para acompanhar, queríamos Cola Zero e um fino, mas tiveram de vir duas Pepsis Max, porque não havia Cola e cerveja só da de garrafa (que no verão só me apetece se for mini, bebida pelo gargalo).
Não demoraram muito os Jabardos, que personalizámos a nosso bel-prazer: eu quis batata frita e prescindi do ovo estrelado, a SVS optou pelo inverso – e tudo se apresentava harmoniosamente, junto de uma francesinha mais alta do que o costume: o ovo vinha em cima do Jabardo da SVS (os trocadilhos são invitáveis, deslarguem-me) e não mesclado com ela, como costuma acontecer; as batatas, caseiras, foram servidas com casca, em recipiente à parte. Já o molho, que rotulei como “demasiado líquido” mal lhe pus a vista em cima, estava saboroso e a puxar o picante, como a esta vossa criada apraz.
Quanto à francesinha per se, estava muitíssimo bem construída, sendo o bife, de facto, a sua mais-valia, por se encontrar quase cru (o que, obviamente, pode ser alterado de acordo com o gosto de cada um), o que torna tudo mais simpático. De todo o modo, o pão algo estaladiço (ao que sabemos, o próprio estaminé fabrica o seu pão, diariamente), o bastante queijo, a salsicha e a linguiça frescas e o fiambre formavam uma união de sabores muito bem conseguida.
Não quisemos sobremesa (nem sabemos se a haveria) e passámos logo ao café, ao mesmo tempo que pedimos a conta: menos de 12€ por pessoa parece-nos muitíssimo bem por tão bons apetites, numa zona tão simpática, e num estaminé que merece mais visitas.
Puorto Sandwich Shop | Porto
4.6 / 5Carapaus
{{ reviewsOverall }} / 5Cardume(0 votos)
Positivos
O serviço
O espaço
As francesinhas
Negativos
O estacionamento
A casa vazia
Resumo
Estaminé de ementa reduzida mas muito feliz, com pratos de nomes alusivos à Invicta e uma francesinha (de nome Jabardo) para lá de boa, com um bife para quem gosta de carne.
Já lá iam uns meses valentes desde que tivéramos o privilégio de conhecer um sítio novo, a convite da Zomato, pelo que, mal nos chegou às mãos e hipótese de ir ao RT-Bom Sucesso, agarrámos no telefone e tentámos proceder à reserva normalmente requerida. Foi nessa altura que ficámos a saber que não só não seria necessária a marcação, por se tratar de um estabelecimento-tipo-shopping, como também de que estávamos perante o irmão mais novo (e menos quitado – estava a ver que nunca teria oportunidade de usar esta expressão, por aqui) do Reitoria, na Baixa, de que já aqui falámos.
Aproveitámos o facto de estarmos perante um estaminé sem horários, como o são todos os do Mercado do Bom Sucesso, para proceder a um jantar arraçado de lanche, o que não só nos facilitou a busca de estacionamento (mesmo à porta, do lado de trás), como nos permitiu ser atendidas sem filas nem grandes tempos de espera.
A funcionária que nos recebeu foi inexcedível em todas as circunstâncias: não sabia de que convite se tratava mas foi saber (apesar de estar sozinha), sem descurar o atendimento dos outros clientes, aconselhou com segurança quando lhe pedimos a opinião, quis saber se estava tudo bem, despediu-se com afabilidade – e bem sei que este deveria ser o comportamento de todos os que lidam com o público, mas infelizmente é cada vez mais uma exceção (e um gostinho) encontrar quem tenha nascido para lidar com pessoas e o faça com prazer e sapiência.
Este Reitoria (RT, para os amigos) oferece o que, no Reitoria da Baixa, terá mais saída: as (re)conhecidas focaccias; para além disso, também há saladas, pré-embaladas, que imagino que sejam do agrado de quem, à hora do almoço, quer uma refeição rápida e leve. Nós cá nem hesitámos: focaccias seria, mesmo porque eu já as degustara e lambera os beiços.
Para os mais distraídos, a focaccia é petisco tipicamente italiano, que consiste numa base de pão de azeite e orégãos, semelhante à massa de pizza (e que ali é especialmente bom, porque leve e nada massudo), com os recheios que nos apetecer – e o RT/Reitoria tem combinações diversas, todas elas apetecíveis, o que também dificulta a escolha.
Nós, podendo escolher dois menus, optámos dividir duas focaccias: a de Rosbife II (com rosbife, tomate seco, pecorino picante e rúcula) e a de Salame Picante (com salame picante, creme de ricotta com chalotas e cebolinho e rúcula), sendo que ambas viriam acompanhadas por batata frita ou palitos de cenoura e por uma bebida à escolha (de entre refrigerantes diversos, sumos naturais e vinho). Quisemos as batatas, porque eu já as conhecera e gabara, e fomos nos sumos: um de ananás, o outro de melancia e lima, sendo que ambos estavam ótimos, levezinhos e sem açúcar. A limonada também não era má (permitiram-me que a provasse) mas estava um nadinha açucarada demais para o meu gosto (só porque a prefiro sem doce algum).
E pronto, tratou-se depois apenas de confirmar o que já sabia: o segredo do Reitoria e do Rt está mesmo nos ingredientes, que são de suprema qualidade, fresquíssimos e carregados de sabor – e, quando assim é, até a confeção se torna fácil. Ainda assim, há que gabar a combinação (simples mas ganhadora) de sabores, que torna a degustação qualquer coisa de muito bom. Por uma questão de gosto pessoal, preferimos a focaccia de rosbife, só porque estava mais picantezinha – mas ambas são de aplaudir.
Evidentemente que, para uma refeição com amigos, prefiro largamente o estaminé da baixa, mas este tem a enorme vantagem de estar próximo de casa e do trabalho, e longe da confusão do centro, pelo que se me afigura como sítio onde voltarei mais do que uma vez.
RT Bom Sucesso | Porto
4.4 / 5Carapaus
{{ reviewsOverall }} / 5Cardume(0 votos)
Positivos
O serviço
A qualidade dos ingredientes
O espaço (num shopping)
Negativos
A falta de estacionamento (?)
Resumo
Ter uma espécie de irmão mais novo do Reitoria no Mercado do Bom Sucesso é um privilégio, sobretudo porque ali moram as suas focaccias, que serão certamente das sandes mais bem conseguidas da cidade.
Não vou mentir: o fator que mais me impressionou em relação a este estaminé sito no Centro Comercial da Foz foi mesmo o efeito-surpresa. Na realidade, eu e a RP estávamos em brainstorming para decidirmos onde iríamos jantar num quinta feira ao fim da tarde, sendo que havia alguns critérios a considerar: estávamos limitadas de tempo, o que significava que, para além de janota, o sítio escolhido tinha de ser rápido e ali nas redondezas da Católica; se fosse sítio novo (para mim), tanto melhor, que sempre havia motivo para mais uma posta; se pudesse ser baratucho, era ótimo; ser bom era critério essencial. E foi a RP que se lembrou do A Tua Prima, onde já tinha ido umas quantas vezes, porque o “espaço da alimentação” da CC Foz tem ecrã com Sport TV, porque se pode fumar ao jantar (o que será menos bom para uns mas simpático para outros) e porque ali se servem petiscos simpáticos.
Evidentemente, se não fosse uma amiga a dizer-me que a coisa valia a pena, dificilmente a escolheria: o Centro Comercial da Foz não é propriamente um espaço de sonho e a concorrência (mesmo ali na zona) oferece opções mais acolhedoras. Mas a descrição agradou-me sobremaneira: a ementa do A Tua Prima é composta de uma série de petiscos “inspirados” nos best-sellers de outros estaminés do Porto, localizados na Baixa – e agora concentrados num mesmo espaço, na Foz.
Quando chegámos, cerca das 19h30, o espaço estava absolutamente vazio: só um punhado de mesas e cadeiras vazias ali jaziam, abandonadas. Mas havia uma surpresa boa: do lado direito, num banco largo de madeira, encostado às janelas, moravam uns almofadões coloridos e confortáveis, que tornaram tudo muito mais aconchegadinho. Ali nos instalámos, depois de um intrigado funcionário me ter questionado sobre a quantidade insana (mas não tanto como de costume – o Cardume não me deixa mentir) de fotografias que estava a tirar.
Escolhemos três coisas: A Tua Prima da Beira Alta (prego da alcatra em pão, com queijo amanteigado da Beira Alta, a remeter-nos em tudo para o do Venham Mais Cinco ou do Portu’s), A Tua Prima da Batalha (cachorrinho de salsicha e linguiça fresca em baguete crocante e molho especial – absolutamente idêntico ao do Gazela), A Tua Prima de Florença (picata de frango e especiarias e duo de dips aromático – e a este não reconheci a origem) e a bela da Batata Gremolata, que consistia afinal em batata caseira (ou “rústica”, no dizer d’A Tua Prima) aromatizada com salsa e alho desidratado e duo de dips aromáticos – os mesmos da Prima de Florença, o que não nos ralou nada, porque a combinação do molho de maionese com o molho agridoce é coisa para lá de boa.
E que dizer? Estava tudo ótimo, soube-nos tudo que nem ginjas e, não fora a racionalidade e os horários limitados e, muito provavelmente, ainda agora lá estávamos, a beber finos, a experimentar o resto dos petiscos (eu, porque a RP já os conhece a todos e teria de os repetir) e a dar à língua.
Claro que não pude deixar de experimentar uma sobremesa: o resto do menu era tão bom que o doce não poderia ser medíocre. Para além disso, se há um item com a palavra Nutella na carta, descrito como sendo um Fondant de Nutella com base de Oreo, servido com gelado de nata, a pessoa nem sequer hesita: manda vir, prova e delicia-se – como foi o caso.
Em conclusão: é fantástico ter um estaminé destes, ali a minutos do trabalho, algo distante do sítio onde tudo acontece (a Baixa); e, depois, quem é que resiste aos trocadilhos proporcionados pelo nome? (Queres ir à Tua Prima? Sabes que fui jantar à Tua Prima? Gostei muito da Tua Prima… Ok, ok, eu paro, não fechem já a janela.)
Tenham bons apetites, sim?
A Tua Prima | Porto
4.1 / 5Carapaus
{{ reviewsOverall }} / 5Cardume(1 voto)
Positivos
A diversidade da ementa
a sobremesa de nutella
as almofadas
pode-se fumar
Negativos
O espaço de centro comercial
Pode-se fumar
Resumo
É absolutamente inesperado encontrar um espaço destes num espaço tão desinteressante como o CC da Foz. E, no entanto, ali se reúnem alguns dos melhores petiscos no Porto, sem ser preciso ir à Baixa.
Foi num fim-de-tarde de muito calor, depois de um dos melhores dias de praia do ano, que se empreendeu esta incursão dupla não planeada: havia teatro e, já que se ia para a baixa, a ideia era tirar mais um estaminé da nossa imensa lista dos “a visitar”.
Escolhemos o Ó Maria, não apenas porque era um dos inclusos nessa enorme lista de intenções, mas também porque somos fãs assumidos desta nova vaga de restaurantes de fast-food-gourmet (categorização de nossa inteiríssima responsabilidade e sem qualquer rigor) e do que neles vamos apreciando. E o conceito deste, em particular, chamou-nos a atenção: a ideia é servir mini-sandes, para que se possa provar de mais do que uma, todas elas com nomes de Marias famosas e, ainda por cima, há menus que tornam a coisa mais baratinha (ao almoço, com certeza, mas também no resto do tempo).
O Ó Maria não nasceu, enquanto tal, há muito tempo (é de 2016) e situa-se na Rua da Conceição (mesmo na esquina com a Rua das Oliveiras/Rua General Silveira), tem na vizinhança próxima inúmeros outros estaminés que estão a dar brado (assim de repente, o Élebê, o Sins ou o Flow) e ocupa o espaço generoso daquilo que foi, em tempos, uma loja de móveis, de que herdou um aspeto algo industrial e despojado que lhe dá um charme especial. Gostei particularmente do pormenor de terem mantido a parede do fundo com um ar inacabado, com o cimento a não cobrir todo o tijolo, bem como da cave, onde se situam as casas de banho, que é tal qual um armazém cinzento – no melhor dos sentidos.
Marquei mesa, ainda da praia, porque não tinha a noção do afluxo de clientela num dia como aquele mas vim a verificar que, porque decidíramos jantar ainda antes das 19h30, tínhamos quase todas as mesas (lá dentro e mesmo na esplanada, que tem duas frentes) por nossa conta. De todo o modo, é sempre preferível prevenir, mesmo porque acredito que, umas horas mais tarde e/ou noutro(s) dia(s), fosse bem diferente.
Rapidamente nos foi dada a escolher uma mesa pelo, àquela hora, único funcionário de serviço à sala e esplanada (haveria de chegar outra, pelas 20h); dentro do balcão, uma rapariga e dois rapazes (estes dois, claramente dedicados à construção das sandes, sendo que há um espaço de cozinha na cave, de onde chegam algumas coisas, por via de um mini-elevador) compunham o ramalhete de staff disponível às 19h15. Trazido o menu, a escolha não foi complicada: queríamos duas trilogias (três Mariazinhas + sopa ou batatas), sendo que uma viria com sopa e outra com batatas e, para beber, uma maracujada (para mim) e um fino.
As bebidas vieram de imediato e foi com gáudio que verifiquei que a limonada de maracujá não continha açúcar e a mescla era agradavelmente fresca e saborosa. A sopa tardou mais um bocadinho e as Trologias de Mariazinhas foram francamente morosas, sobretudo se tivermos em consideração que o restaurante estava praticamente vazio – ou seja, fiquei curiosa com a eficácia em dias de casa cheia. Bem sei que se trata de arranjar seis sandochazinhas diferentes, todas com o seu requinte, mas ainda assim achei o serviço demorado – e, contudo, cordial e descontraído, sempre, como gosto em estaminés do género.
Mas enfim, lá vieram as Mariazinhas: para o outro lado da mesa, vieram a Maria Albertina (coração de alcatra, queijo cheddar, rúcula e molho de mostarda, em bolo do caco), a Maria Pia (lombo de javali, queijo de cabra, tomate confit e pesto em bolo do caco) e a Maria Guadalupe (frango confit, amendoim, molho de tomate e especiarias e rúcula, em pão de alfarroba); para mim, para além de umas batatas fritas às rodelas fininhas, acabadas de fazer, temperadas com ervas e servidas com molho de maionese (divinas, também pelo modo como são servidas fisicamente), vieram a Maria Madalena (hambúrguer de alheira, queijo de cabra, espinafres em alho e cebola caramelizada em pão de alfarroba), a Maria Callas (cogumelos shiitake, queijo philadelphia, ratatouille de legumes e tomate confit em vianinha com sementes) e a Maria Eduarda (lombo de salmão, cogumelos shiitake e legumes salteados em molho teriyaki, em vianinha com sementes).
E devo dizer, meus amigos, que estas seis Marias, sem exceção, fora, vivamente gabadas durante todo o ato de degustação: os nacos de carne e de peixe são mesmo nacos (grossos e suculentos), os legumes imensamente saborosos, as combinações vencedoras, os recheios muitíssimo generosos e o pão… oh, caramba, o pão (de todos os tipos provados) é de outro mundo de tão fresco – e eu sou uma esquisitinha com o pão (que adoro), em casa como fora: só gosto do que é claramente fresco.
Vai daí, a visita ao Ó Maria é recomendadíssima por nós, sobretudo para quem gosta do tipo de comida: a localização é estupenda, o preço é amigo (sobretudo se optarmos pelos menus, que só têm vantagens: pagámos pouco mais de 11€ por pessoa) e o que lá se come é francamente bom.
Não provámos as sobremesas porque estávamos de olho na Amorino, gelataria já conhecida do Chiado, em Lisboa, mas que apenas naquela semana havia aberto portas, no Porto, na Rua de Santa Catarina (ali quem chega ao cruzamento com a Rua Formosa). Sempre gostei desta gelataria, não só pela variedade e originalidade de sabores como (e sobretudo, devo confessar), pelas waffles que servem, que são leves e crocantes, absolutamente deliciosas. Claro que a imagem de marca é o gelado servido em forma de flor, lindíssimo, mas desse nunca desfruto, porque nunca o peço servido em cone.
A afluência era assinalável, naquele princípio de noite de sábado: não seriam ainda 21h00 e o espaço, bastante pequeno e com dois punhados de lugares sentados (entre as mesas e um balcãozito) estava um bocado à pinha, pelo que a nossa ideia foi ir para a esplanada que, apesar de ser pouco apelativa (na verdade, são quatro mesas e umas cadeiras ali prantadas, em plena Santa Catarina, sem nada que delimite o espaço), sempre era mais arejada.
Infelizmente, o pessoal de serviço, embora certamente bem-intencionado, não é muito experiente, pelo menos no que toca ao produto da Amorino, o que levou a uma confusão com o caixa, que registou algo que eu não pedi: eu queria um waffle de caramelo salgado com uma bola de gelado e o tipo registou-me um waffle com duas bolas de gelado, alegando que “o topping é grátis e pode ser o que quiser”. Não era e não podia – mas salvou-me uma outra funcionária, que claramente dominava a cena (tanto no que toca ao serviço como à comunicação com os clientes e, sobretudo, em termos de conhecimento do produto) e que fez o favor de me servir o que eu pretendia (claro que paguei mais uns cêntimos, mas não é por aí que o gato vai às filhoses).
Depois de sentada, só tenho elogios a fazer ao que comi, mas quer-me parecer que, por exemplo, no Inverno, a Amorino será preterida em favor de muitas outras gelatarias que abriram na Baixa (apenas no último ano e meio, porque antes disso havia a Sincelo e pronto) e que têm lugares sentados e abrigados. Por outro lado, os seus preços também não são dos mais amigos, mas são os praticados pela marca em todo o lado: foram quase 9€ por um gelado de uma bola (que pode ter vários sabores, caraterística que adoro na Amorino) e um waffle com molho e uma bola de gelado.
E foi esta, minha gente, a crónica (já longa) de uma dupla incursão que nos proporcionou, como não poderia deixar de ser, excelentes apetites.
Ó Maria | Porto
4.5 / 5Carapaus
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Positivos
As Mariazinhas
as batatas fritas
o espaço
Negativos
O serviço um nadinha demorado
Resumo
Mais um estaminé que oferece a nova-fast-food, daquela que dá gosto.
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Ó Maria | Porto
Morada: Rua da Conceição, 106
Localidade: Porto
Telefone: 223 295 805
Horário: Ter a Qui – 12:00 às 16:00 e 19:00 às 00:30 | Sex Sáb – 12:00 às 16:00 e 19:00 às 02:00 | Dom – 13:00 às 00:30
Aceitam reservas? Sim
No Zomato
Amorino | Porto
Morada: Rua de Santa Catarina, 222
Localidade: Porto
Telefone: 222 010 219
Horário: Dom a Seg – 10:00 às 24h00
Aceitam reservas? N/A
Era noite de Coliseu e apeteceu-nos variar: não haveria Santiago, nem Santiago F, e muito menos Santa Francesinha que, infelizmente, parece ter encerrado de vez. E, no entanto, não haveria como fugirmos muito da zona: a chuva estava bravíssima, a temperatura também não ajudava e queríamos assegurar-nos de que não veríamos o concerto molhadas até ao tutano e paralisadas de frio, pelo que a opção pelo Venham Mais 5, depois de uma breve busca na Zomato por estaminés mesmo ali ao pé, eliminado aqueles de que já havíamos feito posta.
Fomos cedinho, o que nos permitiu não ter de esperar no corredor que nos conduz da primeira sala, com um balcão frio e pouco acolhedor, onde se cozinha a carne dos pregos e se fazem contas (ou se come ao balcão, em pé, para quem gosta da mística), a uma outra, com pormenores de decoração absolutamente inesperados (mas muito agradáveis), pelo menos para um estaminé que, visto de fora, parece um daqueles tascos onde não se janta, apenas se come e a correr muito. No mesmo corredor, onde rapidamente se formou longa fila de pequenos grupos, estão as “montras” com a sobremesa mais famosa da casa, o bolo de merengue de chocolate, o que nos permitiu imediatamente definir como acabaríamos a refeição.
Há mais uma sala lá fora, no pátio, sensatamente coberta (e também cheia) e, pareceu-me, um espaço qualquer num primeiro andar, embora o movimento me parecesse diminuto para lá (e, francamente, não me apeteceu ir investigar). Na sala principal, onde ficámos, as mesas estão tão coladas umas às outras que é impossível conversar sem ser ouvido e, pior ainda, sem estar ao corrente das estórias da vizinhança – mas ok, aquilo também não é restaurante onde estar muito tempo, mesmo porque a pressão dos olhares de quem espera em pé é fortíssima. Aliás, fossem alguns dos funcionários tão sensíveis a isso como nós e despachariam mais clientela no mesmo período de tempo.
Calhou-nos em sorte um empregado que, não tendo sido desagradável connosco (a não ser nos modos pouco polidos, que eu cá não acho que só os restaurantes de gama alta tenham de ter funcionários afáveis), era mal-encarado e foi desagradável com uma das mesas ao nosso lado, o que me parece sempre mau cartão-de-visita. Concomitantemente, como veremos, foi negligente com a forma como nos serviu, o que me desencorajou de lá voltar.
Em termos de oferta gastronómica, há alguns pontos em comum com o Portu’s, que aqui trouxemos recentemente, nomeadamente no que toca aos pregos e aos camarões em molho de alho e limão. Infelizmente, não provámos os últimos e prometi-me que voltaria para lhes aferir o travo (embora, como já expliquei, tenha mudado de ideias a este respeito). Já no que toca aos pregos, tanto o pão, bem fresquinho e sem miolo, como a carne, estupidamente mal passada, tenra e saborosa, são similares. O queijo, dito “da Serra” até poderá ser produzido numa serra qualquer, mas em nada se assemelha, quer em paladar quer em consistência, ao tipo de queijo assim registado – o que só me incomodou porque a designação ilude, já que o queijo simples servido (mais tipo flamengo ou coisa que o valha) é bastante agradável.
Com os pregos, pedimos batata frita e uma salada de tomate – infelizmente, só esta veio. E estava boa, não me interpretem mal, mas acho sempre má política que não se venda o que os outros estão dispostos a comprar. Não insistimos no pedido e aguardámos, para ver até onde iria a atitude desleixada, mesmo porque nos apercebemos de que teríamos de pagar no balcão à entrada e quis ver se nos pediriam que pagássemos o que não comemos.
Já muito depois de termos acabado os pregos, e com uma enorme fila de gente para ser sentada, lá consegui que o homem nos desse atenção: pedi-lhe dois bolos de merengue (e fui estupidamente simpática, aviso já, para não condicionar o mau humor do senhor: a ver se assim se tornava mais atento) e os belos dos cafés. Esperámos uma enormidade (felizmente estávamos com tempo), tive de o relembrar da coisa e, passado mais um bom bocado, lá vieram as sobremesas (o bolo é muito bom, devo dizer, antes de mais) – mas sem cafés.
Esperámos ainda uns bons quinze a vinte minutos antes de desistir: pedimos a uma outra funcionária o nome da nossa mesa (que deveria estar inscrita no mobiliário, para facilitar o processo de pagamento, já que não temos outro modo de nos identificar, para que nos tirem a conta) e dirigimo-nos ao balcão, sem dar cavaco ao nosso amigo.
E parece que sou bruxa: lá estava, as batatas e os cafés facturados. Felizmente, quem nos atendeu não teve dúvidas em retirar da conta os elementos que lhes dissemos estarem a mais (mesmo porque o empregado entretanto apareceu e confirmou a ausência dos cafés – das batatas já nem se lembrava), o que indicia um comportamento costumeiro que não considero profissional.
Vai daí? A conta foi curta, mas também não comemos grande coisa: 9€ a cada e pronto – o que faz do Venham Mais Cinco sítio ideal para ir numa corridinha trincar qualquer coisa, mesmo porque o que se come não é mau e a localização é privilegiada. Já aquele serviço precisa de melhorar imensamente, é pena que tenhamos de o dizer.
Venham Mais 5 | Porto
3.6 / 5Carapaus
{{ reviewsOverall }} / 5Cardume(0 votos)
Positivos
Os pregos
o bolo de merengue de chocolate
a decoração da sala interior
Negativos
O serviço desatento e pouco competente
as mesas demasiado próximas umas das outras
o estacionamento
Resumo
É sempre bom descobrir mais um espaço, na Baixa do Porto, onde se comem belíssimos pregos; se a isso se juntar uma sobremesa original e bem acabada e uns preços muito simpáticos, num espaço decorado de forma interessante, parece termos encontrado uma pérola rara – mas não, e só porque o serviço macula tudo.
Foi uma noite de promessas cumpridas: de uma só vez, tratei de eliminar da lista de “estaminés a visitar” dois espaços que queria conhecer – e isto pode parecer coisa demasiado singela para merecer referência mas a verdade é que, numa cidade em que há tanta coisa nova a abrir, semana após semana, é cada vez mais difícil conseguirmos acompanhar-lhe o ritmo. Read more
Um destes dias, assim num impulso (que a malta é jovem e espontânea), resolvemos ir almoçar ao Stash: de resto, esta auto-cognominada “The Sandwish Room” estava-nos nos planos deste que o Chef Pedro Lemos, recentemente premiado com uma estrela Michelin pelo seu trabalho no restaurante homónimo, ali na Foz do Douro, resolveu abrir esta “tasca contemporânea” de sandes, em pleno centro do Porto (ali mesmo frente à Leitaria da Quinta do Paço e à Ribeiro – que belíssima vizinhança), gerida pela mulher, Joana Espinheira. Read more