Mais uma posta de quinta-feira, só porque esta vai ser coisa tão curta, tão curta, que quase não mereceria o destaque. Mas nós somos, já se sabe, atrevidotes e, porque não almejamos contar mais do que aquilo que vivenciamos, temos a lata de vir relatar uma experiência que demorou pouco mais de quinze minutos e que, ainda assim, deixou uma impressão que merece registo.
Na verdade, soube que iria à República dos Cachorros, espaço duplo (há uma sala de cada lado da rua) que abriu há uns anos mesmo ali nos Poveiros, consta que pela mão de um ex-empregado do Gazela, onde meio mundo já entrou e se deliciou com os originais cachorros, quando saí do parque de estacionamento e percebemos que tínhamos cerca de 25 minutos antes da hora da peça a que iríamos assistir no Teatro Nacional de São João (a cinco minutos de distância, em passo rápido) e que a fome apertava.
Não foi tarde nem cedo: porque pouco passava das seis e meia da tarde, tínhamos a sala só para nós e sabíamos que o serviço iria ser rápido. Sugeri que nos sentássemos ao balcão (apesar de haver uma dúzia de mesas junto às duas frentes que dão para a rua) porque tenho esta alma de tasqueira/petisqueira e boas memórias de infância, sentada no balcão da Cufra ou de uma qualquer cervejaria de Matosinhos, com o meu irmão e os meus pais, a comer coisas boas.
Pedimos dois cachorros simples e sem batata, uma cola para o cavalheiro e um fino para esta vossa criada e, em pouco mais de cinco minutos, tínhamos a sandes à frente: em pão estreito e comprido, recheado de salsicha e queijo, ligeiramente tostado e barrado com um nadinha de manteiga, foi capaz de nos adiar as fomes e de nos agradar, em simultâneo.
O total não chegou a dez euros – e eis uma boa alternativa, nos dias em que vamos à baixa desejosos de nos enchermos de cachorros do Gazela, mas sonhamos com um espaço mais limpo e menos confuso, com assentos e sem empurrões e, sem sombra de dúvida, com um atendimento muitíssimo mais afável e educado.
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