Tasquinha do Caco | Hamburgueria | Porto | Carapaus de Comida

Pode parecer impossível mas era já a terceira vez que apontava para uma ida a este estaminé, sito em São Lázaro, com os mesmos companheiros de gula, a MJ e o HM. Infelizmente, das duas primeiras vezes, o facto de pretendermos jantar (ou cear, vamos ser rigorosos) a desoras, em dias úteis, não nos permitiu ir conhecer a Tasquinha do Caco: de terça a quinta e ao domingo, o horário de fecho queda-se pelas 22h – e só às sextas e sábados é estendido até às 24h. Acrescente-se o facto de, ao fim-de-semana, estarem abertos ininterruptamente entre as 12h30 e a hora de fecho e rapidamente se perceberá por que, para não corrermos riscos, optámos por um almoço tardio (não conseguimos outra coisa) a um sábado.

Chovia torrencialmente naquele dia e, talvez por isso, não nos foi difícil encontrar poiso para o carro, mesmo em frente à Biblioteca, o que deu lugar a apenas 50 metros a sermos fustigados peças rajadas de vento batidas a pingos grossos de água (de resto, nesse dia, molhei-me até à medula, umas horas mais tarde). De todo o modo, a zona dos Poveiros/São Lázaro não costuma ser pródiga em lugares de estacionamento gratuitos, havendo como alternativa os parques pagos e os parquímetros.

Quando entrámos, afogueados, no espaço, relativamente pequeno (levará umas 20 pessoas, nesta dependência da Baixa, aberta há cerca de um ano) e sobre o comprido, percebemos que rapidamente ficaríamos com a casa à nossa disposição: eram já umas 15h00 e os ocupantes da única mesa ainda com gentes preparavam-se para dar de frosques – o que, francamente, não deixou de nos agradar (às vezes somos muito sectários), porque nos asseguraria um serviço mais rápido (estávamos esganados de fome).

Recebeu-nos aquele que julgo ser o proprietário (ou gerente ou responsável) das Tasquinhas do Caco (recentemente, abriram mais um estaminé junto ao Campus São João – jogada inteligente, já que ali há muita miudagem universitária, das várias faculdades da UP e Universidades privadas) que, não sendo propriamente o mais afável e acolhedor dos anfitriões, mostrou-se eficiente e eficaz no serviço, também prestado por uma outra funcionária.

Para além das entradas, nos puseram à frente e não negámos, que a fome era negra (os croquetes de espinafres estavam uma especialidade), a carta é composta eminentemente pelos ditos hambúrgueres artesanais em número de doze, a que acresce o menu infantil e as estrelas da companhia: os hambúrgueres do mês e do ano (sendo que este, naturalmente, resultou de votação feita no Facebook pelos clientes e respeita a 2015). Também há um trio de bruschettas, meia dúzia de tostas, saladas e um par de lasanhas, para quem não alinha na cena do momento – mas nós somos dos alinhados e quisemos foi os hambúrgueres. De entre estes, predominam os de novilho (com direito a 160g de carnucha da boa), mas também os há de peito de frango e de salmão, para além de uma proposta vegetariana, em que o grão é rei.

E agora era justamente aquela parte em que eu vos apontaria e descreveria cada um dos hambúrgueres que cada um de nós escolheu, mas esta vossa criada tem dois defeitos (para além dos outros que agora não são relevantes) que, juntos, são uma catástrofe: já não vou para nova mas continuo a achar que tenho uma memória espantosa e que, só pelas fotografias, serei capaz de vos relatar, semanas depois da refeição (porque nem sempre a ponho por escrito logo depois), exactamente o que ingerimos.

Ora é tempo de confessar que não sou não senhora: olho para os retratos que tirei às iguarias e a única coisa de que sou capaz de me lembrar é que pedimos três hambúrgueres diferentes, todos de novilho, sendo que eu fui a única que troquei o bolo do caco comum pelo de alfarroba, e que todos adorámos o que comemos, embora eu tenha de ressalvar que o pão de alfarroba se apresentava manifestamente mais duro e menos fresco. Mas o que o pão encerra, isto é, o hambúrguer e aquilo com que cada um é servido, é de altíssima qualidade e gabámos cada uma das combinações escolhidas, que vieram servidas com dois molhos (maionese de alho e ketchup) e batatas fritas (numa rede daqueles de mergulhar no óleo, giríssima). Quanto a estas, poderíamos escolher entre batata normal, batata-doce (estas servidas às rodelas muito fininhas) ou noisettes – sendo que optámos pelas duas primeiras, que estas parecem-me sempre puré pré-congelado e frito.

Para beber, optámos pelo belo do fininho Super Bock e por uma Guiness para o cavalheiro, embora a Tasquinha do Caco tenha à disposição cervejas artesanais portuguesas, cocktails e uma afamada sangria – que, desta vez, passámos.

Claro que depois de termos enfardado um hambúrguer monumental, gritava o bom senso que tomássemos café e zarpássemos dali – mas a malta não tem juízo e mandou vir o “Doce de comer e chorar por mais”, que é coisa de comer à colher e tem pedaços de Oreos mergulhadas, e o “Brownie”, que é afinal um fondant de chocolate servido com chantilly. Ambos mereceram o nosso aplauso – de resto, tudo ali tem um quê de encantador, desde os objectos alusivos à Madeira como o caminho para a casa de banho e os próprios placards alusivos ao género; também o bolo do caco é confeccionado na Ilha, o que nos parece cuidadosos e assisado.

No final e depois dos cafés, cada um de nós pagou uns meros 13€, que nos parecem perfeitamente justos para os bons apetites que nos foram proporcionados e para a converseta da despedida, em que já tudo nos pareceu mais natural e descontraído.

 

ADENDA, um mês depois | Voltámos (perdoem-me a liberdade literária, já que o único elemento comum às duas incursões era mesmo eu) à Tasquinha do Caco, numa noite de Coliseu, sem marcação nem nada, mesmo à maluca. Por sorte, arranjámos uma mesa que estava reservada para às nove e meia (hora do concerto, o que nos garantia que nos púnhamos na alheta a tempo), já que a casa estava à pinha e muitos pequenos grupos, chegados depois de nós, viram-se obrigados a procurar outro estaminé.

Desta vez, achei o serviço muitíssimo amistoso e tudo correu muito melhor. As entradas foram as mesmas bolinhas de queijo (deliciosas, acabadas de fazer) e os croquetes de espinafres e pinhões (francamente divinos) e, para pratos principais, optámos por um Tasquinha e por um Puro (a MAA estava a sair de uma gastroenterite pouco simpática) e ambos estavam francamente bons; o mesmo não posso dizer da batata-doce, já que alguns chips estavam moles e sem graça, para além de que não estavam tão quentes como deveriam. Para variar, experimentei a sangria branca (a copo), que li valer a pena – mas, francamente, não posso concordar: achei-a sem graça, embora não má. As sobremesas encerraram a experiência com chave de ouro: tanto a mouse de lima como a minha tarte holandesa (base de bolacha digestiva, corpo de natas e leite condensado, topo de mousse/ganache de chocolate) estava perfeita e super fresca.

A conta foi surpreendentemente elevada, tendo em conta a experiência anterior: 17,50€ por estômago, o que me pareceu algo elevado, para o tipo de estaminé.

 

Tasquinha do Caco | Porto
4.3 / 5 Carapaus
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Positivos
  • Os hambúrgueres em bolo do caco
  • as sobremesas
  • o espaço
  • Negativos
  • O bolo do caco de alfarroba
  • o serviço algo distante
  • falta de estacionamento
  • Resumo
    Sim, trata-se de mais uma hamburgueria gourmet, mas esta tem a vantagem adicional de, por defeito, servir os seus hambúrgueres em bolo do caco, um pão madeirense de que somos irredutíveis fãs. As sobremesas são igualmente simpáticas e o espaço tem por menores de decoração interessante.
    Serviço4
    Comida4.5
    Preço/Qualidade4.5
    Espaço4
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    Tasquinha do Caco | Porto

    Morada: Passeio de São Lázaro, 51
    Localidade: Porto

    Telefone: 224 940 183 | 934 061 271
    Horário: Ter a Qui – 12h00 às 15h00 e 19h00 às 22h00 | Sex – 12h00 às 15h00 e 19h00 às 24h00 | Sáb – 12h30 às 24h | Dom – 12h30 às 22h00
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