Diz o povo que “quanto mais alto se sobe, maior é a queda” – e tem toda a razão. A verdade é que tinha grandes expectativas no que tocava ao brunch no Grande Hotel do Porto, aquele local emblemático ali a meio de Santa Catarina: sou uma apreciadora deste tipo de refeição que junta pequeno-almoço e almoço (não sou uma “morning person” e, se puder degustar uma primeira refeição tardia e farta, agradeço) e, felizmente, com alguns altos e baixos, a oferta na Invicta tem vindo a tornar-se bastante simpática. Quando se tratou de escolher um local para, a um domingo, tratarmos de ir encher o bandulho, nem hesitámos: o Grande Hotel do Porto é (re)conhecido pelas suas refeições-buffet (almoços e jantares são muitíssimo gabados) e o seu brunch foi destacado pela revista Visão como sendo um dos dez que merecia a pena conhecer, aqui pela Invicta. Infelizmente, a experiência não correspondeu ao que eu esperava, como se relata seguidamente.

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Marcámos com antecedência bastante (umas duas semanas, talvez), passo que se aconselha sempre (de resto, logo à entrada, um funcionário parecia disposto a não nos facultar a entrada, se não o tivéssemos feito – e, se não tivéssemos reservado, provavelmente nem insistiríamos, dada a pouca delicadeza da abordagem): a imensa sala do Grande Hotel é magnífica (bem como todo o caminho que nos leva até ela, com salas e salinhas à direita e à esquerda) e enorme, mas a afluência consegue fazer com que ela pareça pequena – o que denotará o sucesso da casa mas não agradará a quem prefere espaços sem barulho de cantina e criancinhas a chorar ou a rejubilar audivelmente com a equipa de pinturas faciais que havia à disposição (e a que demasiados adultos recorreram, para nosso espanto). Em resumo: gente com filhos, isto é espaço para levarem os petizes, sem sombra de dúvida – se não se incomodarem com a vizinhança barulhenta.

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O ambiente é, por isso, uma das características mais marcantes deste espaço: quem gosta de estaminés sossegados, sem filas para poder servir-se e de um repasto calmo, sem preocupações sobre se se vai conseguir apreciar a iguaria x ou y, este talvez não seja o sítio ideal. A verdade é que marcámos para as 13h30, justamente para evitar as confusões, mas não fomos bem-sucedidas e nem sempre a equipa responsável pela reposição das comidas logrou garantir que pudéssemos servir-nos do que pretendíamos. Chegou a haver cerca de um quarto de hora sem água à disposição e foi preciso chamar a atenção de um funcionário que, quando repôs as garrafas, teve a delicadeza de se dirigir à mesa para dizer que cumprira a sua função mas não foi capaz de trazer um copo de água, para colmatar a má impressão.

O serviço não é, de resto, o mais afável no trato, o que provavelmente faria esquecer a confusão com o resto (no fundo, somos uns fáceis): é que nem os quentes nem as saladas nem as sobremesas estiveram alguma vez completas – apenas os frios (quase nada: apenas queijo, fiambre, compotas e uns quatro tipos de pão, bem como manteiga empacotada) e salgadinhos (rissóis, croquetes e chamuças – este sim, magníficos, todos eles!) se mantiveram sempre disponíveis (e os últimos, em miniatura, quentinhos e estaladiços).

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Havia também um balcão em que um chef preparava ovos vários (mexidos e Benedict vi eu, mas assumo que houvesse mais), levando-os à mesa de quem os solicitara, depois – o que nos pareceu simpático, mas acabámos por não aproveitar, só porque escolhemos dar primazia ao resto e deixámos de ter estômago. As zonas de comida, situadas em duas das faces da enorme sala de decoração sumptuosa (de finais do século XIX, belíssima – como aferirão pelas fotografias que fomos tirando): havia a zona dos quentes, que disponibilizava crepes de peixe (saborosos, mas não avassaladores), os habituais bacon (que não havia e fora substituído por dispensáveis salsichas de cocktail), ovos mexidos (secos e nada macios) e feijão em tomate (muito british), espetadas mistas (que nem vimos, a não ser em prato alheio) com tagliatelle, uns mini-hambúrgueres cujo aspecto ganhava, definitivamente, ao sabor (pareciam de plástico, os pobres, e o pão era demasiado denso), e sopa de espargos (que não provámos). Depois, a zona de frios (e sim, a ordem é estranha), com o já descrito, e a das bebidas, com sumos “de pacote”, água e chás. Seguidamente, a zona das saladas, que era sem dúvida a mais rica e apetecível: havia salada de feijão frade, de tomate e mozarela, salmão fumado (maravilha!), uma mescla de cogumelos (infelizmente de lata) pimentos e coisas boas, bem como alface, tomate e cebola (em recipientes separados), com temperos à parte (molho do cocktail, maionese e uma vinagreta). O único senão aconteceu aquando da segunda visita: estava tudo rapadíssimo e a reposição tardou, pelo que desistimos.

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Já a zona das sobremesas era, mais uma vez mais bonita do que outra coisa: o elemento ganhador era, sem dúvida, a mousse de chocolate – servida em copos, como quase todos os doces de colher (de que provámos também as natas com ananás, que tinham um sabor estranho que não agradou, e uma espécie de creme de baunilha sem interesse), bem como o bolo de laranja, bem húmido e saboroso. Tudo o resto era absolutamente banal e não marcou pela positiva.

Ou seja, nada no brunch do Grande Hotel do Porto é definitivamente mau – de todo! Mas também não é sítio onde apeteça voltar, isso é certo. Pagámos 16€ por estômago (o preço fixo é de 15€ e os cafés expresso são pagos à parte), o que não é mau, mas é sem dúvida demasiado, por comparação a outros estaminés, onde já degustámos brunches bem mais do nosso agrado (e trata-se de uma questão de gosto pessoal, mais uma vez e apenas).

Brunchem muito e bem, sim? Bons apetites!

Grande Hotel do Porto

Morada: Rua de Santa Catarina 197, Porto
Telefone: 22 207 6690
Horário: Seg – Dom 12h30 às 15h (Brunch apenas ao Domingo)
Aceitam reservas? Sim

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