Podemos ser quatro, oito ou quinze e aparecemos sempre sem marcar. Se há coisa que poderia definir este (meu) grupo de amigos é as idas às francesinhas do Café Encontro. Sempre ao fim de semana, geralmente ao sábado e antes da saídinha, que passa pelo Piolho, pode ou não seguir para a Ribeira, o Candelabro já foi paragem obrigatória (agora substituído pelos bares [ou pela rua, gostamos mais da rua, faça a temperatura que fizer] da Praça Filipa de Lencastre) e acabamos, por regra, na Tendinha dos Clérigos. Arriscaria dizer que, em cerca de quatro anos, pelo menos 60% das vezes em que jantámos juntos (e note-se que, durante dois anos, o fazíamos todas as semanas, sem excepção) terá sido no Encontro. E foi porque, no passado fim de semana, houve reeencontro (e, naturalmente, Encontro), que nos decidimos por mais uma posta extraordinária do Cardume, apesar de só um terço de nós (esta vossa criada) estar presente.

E se é este o nosso restaurante de eleição, garanto-vos, cara freguesia, que não o é pelo ambiente requintado (porque o epíteto não poderia ser mais desfasado): a fauna que por ali pára não é propriamente um chamariz, a temperatura da sala (comprida, enorme, com um balcão comprido, onde está sempre alguém à comversa com o G. ou o senhor Z.) é muito desagradável no Inverno (e lá fora na esplanada, onde se fuma, só se pode estar em pleno Verão) e, normalmente, para além de nós, não está ninguém – já aconteceu partilharmos o restaurante com jantares de amigos (de faculdade, de uma equipa qualquer ou, como nós, só porque sim), mas é cada vez mais raro. Ao que parece, o Café Encontro terá sido ponto de referência para a estudantada (universitária) da década de 90 e daí ter ficado no coração dos rapazes (o M. e o F.,  o C., o Q. e quem mais se vai juntando, esporadicamente, a nós), mas hoje em dia está fora da rota dos jantares de curso, vá-se lá saber porquê.

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O que ali nos leva, para além do hábito de muitos anos de quem fez a faculdade pela Invicta e da recepção sempre calorosa por parte do Sr. Z. (quando algum de nós está algum tempo sem aparecer, não deixa de perguntar se está tudo bem, apesar da ausência), são mesmo as francesinhas – que, para todos os deste grupo, exceptuando eu própria, são “as melhores da cidade do Porto”. E arredores, acrescentariam, se me estivessem a ler agora. Ora eu, enquanto Carapau e mesmo antes disso, não consigo rotular nenhum dos sítios onde vou comer esta ou outras iguarias como “o melhor” (felizmente, os outros Carapaus também não), gosto muito das do Encontro, sim senhores (o  molho é divinalmente picante, as carnes tenras e saborosas, o queijo em quantidade e, sobretudo, a companhia, que é determinante, é sempre boa) mas, por exemplo, não posso deixar de lhes apontar o enorme defeito que, a meu ver, constitui substituir as batatas caseiras por pré-fritas – o que, segundo os meus convivas, terá sucedido de há uns anos para cá (ainda houve um retrocesso, depois de uma chuva de reclamações dos habitués, mas parece agora ter ficado estabelecido que as batatas congeladas vieram para ficar e já ninguém reclama). De resto, são muito boas, feitas na hora (com ou sem ovo, com batatas em meia lua ou à parte para os mais esquisitos) e com molho-extra em abundância.

E do resto há pouco a dizer: raramente comemos entradas (quando a fome é muita, a bôla de carne é boa opção)e nunca pedimos sobremesas (francamente, nem sei se as há, para além dos gelados Olá); a cerveja é Super Bock e os finos bem tirados e o Licor Beirão é o digestivo mais pedido. O repasto aqui nunca nos sai caro: a francesinha à Encontro vale 7,50€, o fino 1,05€, e mesmo o Licor (bem servido, diz quem não passa sem ele no fim destas nossas incursões) não ultrapassa os 1,90€, pelo que é raríssimo algum de nós deixar ali mais de 15€. A mim coube-me a magnífica quantia de €11,30: um luxo.

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O Café Encontro é, portanto, bom sítio para quem vai à procura da tradicional francesinha e não tem pachorra para os tempos de espera dos sítios da moda. Aconselha-se a opção por incursões com grupos grandes: pode fazer-se barulho à vontade, sem incomodar quem quer que seja (no máximo, haverá outros grupos a fazer o mesmo barulho), e o serviço é rápido, eficiente e simpático.

E depois… depois é deixar o carro por ali, seguir a pé até ao Piolho e aproveitar a cidade e o facto de estarmos juntos.

(Curiosidade: este jantar ocorreu no passado dia 27, em dia de protesto de grande parte dos bares mais populares do Porto; para quem desconhece o sucedido, ver aqui.)

Café Encontro

Morada: Rua do Rosário 291, Porto
Telefone: 222 059 347
Horário: Seg a Sex – 08h00 às 02h00 | Sáb e Dom – 08h00 às 01h00
Aceitam reservas? Sim

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