Domingo, tradicional dia de dolce far niente, ida ao teatro marcada há que tempos, lá fomos nós, os Carapaus e uma fabulosa trupe, gargalhar para abrir o apetite.

Findo o período de cultura, metemos pés e papilas ao caminho, rumo a Massarelos, onde nos esperavam a D. Isabel Gesta e a Taberna do Cais das Pedras.

Chegado ao destino, deu-se um episódio caricato. Ida à casa-de-banho e, querendo lavar as mãos, abeiro-me do lavatório, procuro torneira e não encontro. “Modernices”, penso eu, tentando activar o cada vez mais comum sensor, que liberta o jorro desejado, sem sucesso. “Só faltava não haver água. Começa bem…”, precipito-me eu. Numa última tentativa plena de desespero, espreito debaixo do lavatório e eis que lá está o mecanismo que me dará a vitória sobre este mísero lavabo: um pedal! Não, não sonhei. “Começa bem!”, concluí eu.

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A decoração do espaço não surpreende nem decepciona. Algumas antiquidades, quadros decoram a parede que lhes serve de montra (estão à venda e tenho pena de não ter registado o nome do artista). As cadeiras têm aspecto algo frágil e são, de facto, pouco confortáveis. Gostei das várias antiquidades espalhadas pela sala e do ambiente rústico moderno do espaço.

Na mesa já nos esperavam uns chouriços com óptimo aspecto, que o MS habilmente assou no tradicional recipiente de barro, visto que esta é uma tarefa reservada ao cliente. Havia também pratos com queijo feta e azeitonas, que me escuso comentar visto que, nem um nem outro, me fazem tilitar o bucho.

Seguiu-se então um pão recheado com queijo (não sei qual) que, não estando mau, me deixou saudade de um outro que como habitualmente. Um camembert acabado de sair da fornalha enfeitou também a mesa.

Faço uma pausa nos comes para falar nos bebes. Comecei por provar a sangria, servida em jarro rústico de barro, com gelo e sem fruta. Gostei! Bem fresca e não muito doce (embora com sabor agradável), como é do meu agrado. Seguiu-se a cerveja. Realço que a partir da segunda rodada, foi-nos pedido que nos servíssemos do barril e apontássemos o que fossemos bebendo. Já havia sucedido o mesmo na Taberna do Barqueiro (local onde a D. Isabel servia os seus petiscos antes de se mudar de armas e bagagens para Massarelos), facto pelo qual estou eternamente agradecido, visto ter sido então que aprendi a tirar finos. Até aí, embora já os sabendo sorver feroz e correctamente, dependia de alguém que os tirasse em condições por mim. Houve até quem pedisse a última cerveja preta (não havia mesmo mais nenhuma).

Voltando ao que se trinca, chegaram entretanto alheiras, infelizmente, bastante queimadas. As partes que não estavam, eram bastante saborosas. Veio também um paio que fez excelente companhia ao pão que ainda restava nos cestos.

A esta altura já a malta apresentava sinais de preocupação: tudo tinha muito bom aspecto e estava mais ou menos apetitoso, mas…então e o substrato, aquilo que nos iria deixar a ansiar por uma próxima visita (já para não dizer, satisfeitos naquela tarde/noite)?

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Gostava de vos dizer que esse elemento preponderante fez a sua aparição. As moelas ameaçaram sê-lo. Bem cozinhadas, tenras e saborosas (não sendo eu um apreciador de moelas, devo dizer que estas foram a estrela da tainada). Se o molho estivesse mais apurado e picante não lhes causaria dano algum, mesmo assim. Ainda tivémos direito a pimentos padron e cogumelos apresentados numas frigideiras de tamanho mini, a fazer lembrar brinquedos de outros tempos. Dada a panóplia de pratos e recipientes espalhados pela mesa, é bem pensada a utilização destes deste tamanho. Gostei bastante do pormenor.

Para compor o ramalhete, foram servidas umas pataniscas, pequenas, fofas e bastante saborosas, acompanhadas por arroz de feijão, não tão conseguido.

A D. Isabel ter-se-á apercebido da nossa vontade de comer só mais um bocadinho e sugeriu-nos rojões com tripa enfarinhada. Os primeiros estavam algo secos, embora com bastante sabor. De seguida veio também uma morcela, também ela assada na mesa, por um dos membros da trupe.

Para completar o (que podia muito bem ter sido um) banquete, foi-nos dito o que havia para sobremesa. Embora fosse tentado pelo pudim (e nada tentado pelo crocante de maçã, por gosto pessoal), optei pela tarte de limão, que já havia experimentado na incursão à Taberna do Barqueiro, e que tão boa impressão tinha deixado. Não decepcionou e foi um excelente remate para a refeição. Fomos ainda surpreendidos por uma oferta plena de simpatia (e calorias) da D. Isabel: um prato com brigadeiros de chocolate, que não ficam a dever em nada ao divino.

O momento por que ninguém ansiava chegou, pela boca da anfitriã. Por 18€ cada um, evitávamos que alguém ficasse para trás a lavar louça. Pena foi que não soubéssemos o que custou quanto, visto que o total nos foi apresentado numa calculadora, à antiga, sendo que também não nos foi oferecida factura.

De referir ainda que alguns dos tainantes mais próximos da janela sentiram algum frio e que o cheiro a comida no pós-incursão era algo incomodativo.

Como conclusão, não deixaria de aconselhar uma visita à Taberna do Cais das Pedras, embora, voltando, o faça talvez durante a tarde, em jeito de lanche reforçado.

Obrigado por este bocadinho.

Abreijos para todos!

Taberna do Cais das Pedras

Morada: Rua de Monchique 65-68, Porto
Telefone: 913 164 584
Horário: Ter a Dom – das 15h00 às 02h00
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