Juntam-se uns amigos em dia de concerto duma banda que nos faz recuar no tempo e tem-se a fórmula perfeita para uma noite excelente. Adiciona-se ainda uma incursão a um restaurante regional e aproveita-se para se fazer mais uma Posta de Pescada extraordinária. Houve road trip até Guimarães e encheu-se o bandulho na Adega dos Caquinhos, conforme nos havia sido sugerido uns dias antes. A trupe desta vez era composta por mim (Carapau de gema), a JSC, o AG, o MS, o RFM, a MCM e a AD, todos eles repetentes em carapauzadas.
Situada bem perto do Largo do Toural, numa viela escondida, a Adega dos Caquinhos pode não ser fácil de encontrar: só lá fomos com GPS à antiga (perguntando a alguém na rua). Quando se entra, depressa se percebe a razão do nome dado ao estaminé: as paredes da sala da frente estão pejadas de cacos antigos, bem como a grande chaminé da cozinha, que preenche grande parte da sala de trás, onde ficámos instalados.
O que se espera dum restaurante regional, no Norte do País pelo menos, é mesa farta, cheia de enchidos, entradas quentes e frias, a preparar o caminho para a estrela da noite, o prato principal. Pois na Adega dos Caquinhos não houve nada disto, infelizmente. Bem tentámos e pedimos mas foi-nos sempre dito “Não temos nada.”, o que estranhámos bastante e nos desiludiiu sobremaneira. À falta de de melhor, demos-lhe no pão e na manteiga que entretanto haviam aterrado na mesa. Pedimos também vinho (verde tinto e maduro tinto), para que não morrêssemos à sede, já que de fome pereceríamos com certeza, enquanto esperávamos por comida a sério.
Todos escolhemos Vitela. Não havia lista e, das opções (reduzidas) disponíveis que nos foram declamadas, aquela pareceu a mais apetitosa. Assim que chegou a carne à mesa, quase não houve tempo (nem vontade) de tirar fotografias, tal o breu criado pela fome. Todos atacaram as duas travessas que nos largaram à frente dos olhos e da barriga. Diga-se que a Vitela, estufada, acompanhada por batata frita aos quadrados e arroz branco (ainda pedimos salada mas a resposta foi “Já não temos.”, o que, por volta das 20h, é no mínimo caricato), estava deliciosa e tenra. Os nacos eram bastante generosos e suculentos, as batatas bem fritas e o arroz mal cozido (o que não agradou a todos). As duas primeiras doses desapareceram num ápice e não demorou a que pedíssemos uma terceira, que nos foi prontamente trazida e, embora com carne de qualidade diferente, também ela estava muitíssimo boa.
Já saciados, demos lugar à guloseima e pediram-se as sobremesas: abacaxi para uns e bolo de bolacha gelado para outros, ambos bons o suficiente para que saíssemos satisfeitos. De salientar que, por esta altura, já a Dona Augusta (ex libris da chafarica) tinha soltado a língua e nos brindava com linguagem, digamos, pitoresca, faz parte da experiência e ninguém leva a mal, já que a simpatia da senhora, genuína como as palavras que lhe saem, esclarecem os menos atentos de que aquilo não é, de todo, mal-intencionado.
Houve ainda tempo para o café e para a inevitável conta, esta última na forma oral já que recibo ou factura, nem vê-los. A olho, foi-nos dado o total que, feita a divisão, deu 15€ a cada comensal, o que, devo dizer, me parece exagerado quanto àquilo que se comeu e ao espaço onde o comemos. Não havia tempo para lamentar que a hora do concerto chegava a passos largos e demos por terminada a incursão.
Obrigado por este bocadinho.
Abreijos para todos.
A visita à adega dos caquinhos,via Fernando Alves, TSF, correu muito Bem. Obrigado.