Casa de Pasto Canastra Azul | Carapaus de Comida

Após três semanas de interregno nas incursões ordinárias, os Carapaus decidiram começar a Segunda Temporada de Carapauzadas com uma visita à Casa de Pasto Canastra Azul. Este estaminé já nos havia sido recomendado por mais do que uma pessoa e não hesitámos na hora de escolher onde iríamos nesta abertura de Temporada. O cardume foi composto pelos carapaus AA e AV e carapaus honorários IP, BC, DB, RC, IAB e os mini-carapaus LC e JC.

Casa de Pasto Canastra Azul | As Entradas
As Entradas

As boas impressões da Canastra Azul começaram logo aquando da reserva de mesa efectuada por telefone. Quando perceberam que seria a nossa primeira vez, houve entusiasmo redobrado do outro lado da linha, que deu lugar a explicações: foi-nos dito que não haveria cardápio, que deveríamos considerar esta experiência como uma ida a casa de alguém, para uma refeição e, como tal, comeríamos o que nos fosse trazido para a mesa. Foi-nos também dito que fosse qual fosse o prato, todos seriam à base de peixe e conservas portuguesas.

Foi por volta das 20h de Quinta-Feira que chegámos ao número 17 da Rua das Taipas. O estacionamento é feito na rua e parece haver lugares suficientes para que não se passe muito tempo à procura de um. O aspecto antigo do edifício onde fica situado o Canastra Azul, deixa adivinhar o que este estaminé tem para oferecer em termos de ambiente: as várias salas (são três) são decoradas com elementos que nos dão uma sensação acolhedora e nos fazem lembrar, alguns deles, da nossa menininice.

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A mesa que nos havia sido reservada estava numa sala que nos agradou sobremaneira: um espaço à parte das outras duas salas de jantar, onde estaríamos (e estivemos) apenas nós. A mesa estava posta e enfeitada com elementos rústicos, já com as entradas a darem o primeiro sinal gastronómico da noite. Esperavam-nos tacinhas com queijo, pimentos padron, azeitonas, cenoura e paté (de grão de bico e salsa), tudo bom o suficiente para entreter bucho de carapau.

Demorou bastante tempo até que se seguisse para a próxima fase deste jantar. Entretanto foi-nos explicado que aquela casa já servia refeições desde 1936 e que era, simultâneamente, casa de habitação. Acabou por chegar, após  bastante tempo de espera, uma terrina de sopa, com aspecto antigo, daquelas que as avós tinham. A sopa, de legumes, estava saborosa (embora não convencesse a carapaua AA) e este vosso criado, com medo que a quantidade do que viria a seguir não chegasse ou a qualidade não convencesse, até repetiu.

Casa de Pasto Canastra Azul | A Sardinha
O Trio de Sardinhas

Seguiram-se os pratos principais. O primeiro, um trio de sardinhas, cada uma delas aprimorada por temperos e acompanhamentos diferentes que, estando bom, não maravilhou nenhum dos comensais. O segundo, um peixe em base de tosta e frutos cristalizados, que lhe davam um contraste forte de salgado e doce, também não deslumbrou. O terceiro, a estrela da noite, truta em pão escuro, que foi definitivamente o prato mais saboroso. Tudo isto em modo gourmet e, dentro do possível, feito com ingredientes em conserva, não se esqueçam. O empreendedor deste negócio, que por esta altura já nos havia visitado um par de vezes, não se coibiu de nos servir mais quantidade, assim o pedíssemos. Toda a refeição foi regada a sangria branca, vinho verde branco e água (para os mini-carapaus). Aliás, estas (Sangria, Vinho e Água) são as únicas opções em relação às bebidas. Quem quiser cerveja ou qualquer tipo de refrigerante, terá uma verdadeira decepção.

A sobremesa, uma tarte de chocolate (em alternativa havia pêras bêbedas), cumpriu bastante bem, concentrada em tamanho (não nos importaríamos que a fatia fosse maior, embora se pudesse repetir quantas vezes se quisesse, que o diga a IAB) e em sabor, riquíssimo em chocolate.

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Seguiu-se o café e a…”conta”. Uma das inovações da Casa de Pasto Canastra Azul é a de jogar com as emoções da clientela (o proprietário, o Zé Carlos, chama-lhe “economia emocional”) não apresentando conta no final do repasto (fomos surpreendidos com uma caixa vazia), deixando assim ao critério de cada um, valorizar e pagar a refeição conforme possam/queiram. O cardume decidiu-se por um total de 155 EUR, cabendo uma média de 17.22 EUR a cada comensal, não esquecendo que comeram connosco dois mini-carapaus, que a IAB apenas se juntou a nós para a sobremesa e que cada pessoa pagou o que bem entendeu. Saliente-se o facto de que, não existindo conta, também não há lugar a factura, o que, a nós, nos fez alguma confusão, embora tenhamos optado por não confrontar a gerência com a situação, pela especificidade da conversa havida com o responsável máximo.

Em jeito de conclusão, a Casa de Pasto Canastra Azul é um espaço acolhedor, que efectivamente nos faz sentir como se estivéssemos em casa, com um conceito inovador de gastronomia. Reeconhecendo a qualidade da comida, a minha opinião enquanto AV, é que voltaria sim pela experiência mas que dificilmente voltaria pela comida. O balanço da noite é no entanto bastante positivo e recomendaria uma ida a este estaminé a toda a gente, mesmo que apenas por uma vez.

Obrigado por este bocadinho.

Abreijos para todos!

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