Ora vamos lá a despachar isto bem depressinha que a coisa vai ser penosa – e conta-se em meia dúzia de linhas. Antes de mais, permitam-nos que vos situemos: o Furusato fica onde outrora existiu o Delicious Wok, a que sempre chamámos “armazém de comida asiática” – a coisa era monstruosa de grande, ficava de facto num antigo armazém e perdia por isso. A comida, no entanto, não sendo brilhante, era agradável, e havia uma oferta de quentes muitíssimo generosa.
[adrotate banner=”11″]O Furusato tem três qualidades que lhe possamos apontar: passou de armazém-frio-e-sem-ambiente a uma coisa-mais-aconchegadinha-e-simpática, tem funcionários amistosos, que falam e percebem português e, sobretudo, um genial gestor ou gestora de conteúdos na página de Facebook, que tira fotografias óptimas e não se esquece de nos recordar que existe, muitas vezes ao dia. E pronto, de qualidades é isto.
O choque começa, desde logo, quando passamos de uma espécie de salinha de estar que existe à entrada (e já lá estava no tempo do Wok) e entramos na sala de refeições: a imensa mesa com o buffet que imagináramos a partir (lá está) das tais fotografias publicadas no Facebook resume-se a duas coisas mínimas, uma com compartimentos de frutas (e azeitonas e salada russa, a despropósito), outra com comida oriental (massas, chop suey, porco agridoce, crepes e tal). A meio de ambas, uma mesa mínima, com aquilo que nos pareceu uma anedota em termos de quantidade de peças de sushi e um dístico genial, a solicitar que cada cliente use apenas um par de pauzinhos (?!).
Como se imagina, quando as peças de sushi são repostas, voam – ao menos numa primeira visita à mesa do buffet, porque nem a mim, que sou perita em comer nos Sabor Frescos e Tokyos (da Senhora da Hora) desta vida, aquilo agradou de forma a que me apetecesse repetir. Repare-se: percebo perfeitamente que não posso esperar uma qualidade extrema de um espaço que me cobra 7,50€ por 30 peças, como o Tokyo – onde, de resto, tenho sido muito feliz com o que como. Mas o sushi no Furusato é anedótico de mau: até o arroz é péssimo e mal cozinhado, com goma em excesso. A diversidade praticamente não existe e originalidade é termo que não mora ali.
Normalmente, quando se trata deste tipo de sítios, a malta tem sempre a hipótese de se virar para a comida chinesa, mas nem isso. Os crepes eram maus, tudo quanto implicava polme (o porco agridoce ou as rodelas de lulas) era mole e desenxabido, os dois pedaços que tentei comer de porco eram nervo puro (devem comprar as aparas dos talhos, só pode), as massas estavam passadas e não tinham personalidade e até o arroz chao chao foi uma desilusão.
Como se trata de coisa em regime de buffet (cafés e bebidas à parte mas sobremesa inclusa), atirámo-nos às fritas e afins, com a esperança de que talvez ali pudéssemos ter alguma experiência boa. Não aconteceu: as líchias eram de lata, os morangos estavam saturados de açúcar (!), o abacaxi sabia a água e o que parecia ser um leite-creme era apenas um pudim de pacote, de que só consegui comer uma colher (e eu sou uma papa-doces, assinale-se). Quando quisemos café, não só tivemos de levantar o rabo para o ir tirar da máquina Nespresso, como depois percebemos que estávamos a pagar 1,50€ por unidade.
[adrotate banner=”11″]Ou seja: fomos conhecer e adorávamos poder voltar a um sítio onde comer o que nos apetecesse por 7,90€ (fora as bebidas) fosse um prazer, ainda que não um êxtase. Não só não foi como a experiência se revelou penosa e não voltaremos nem aconselhamos, de todo (de resto, estava um casal de cinquenta e tal anos a provar sushi, pela primeira vez, e só me apetecia levá-los pelo braço dali para fora). Mas continuamos a bater palmas ao gestor de conteúdos contratado – é que sim senhores, ele convence a malta de que ali vai mesmo haver bons apetites.
Boa tarde.
Após ler o comentário acima informo que lamento o sucedido. Iremos verificar se o mesmo se está Mesmo a passar no restaurante. Obrigado
Olá, Miguel.
Não sei se estamos a falar com um responsável pelo restaurante mas agradecemos o cuidado.
No dia em que lá fomos, as coisas foram tal qual as descrevemos e não nos agradaram minimamente.
Fazemos votos para que o serviço e a oferta possam melhorar, todos ganharíamos com isso.
Obrigados nós.
E logo aqui tão perto! Mais um que não me apanham!!
Claúdia
Não vale sequer a intenção, digo-te.
Era para lá ir, assim já não vou, obrigada. Quanto ao tokyo, não me parece que estejamos de acordo, já comi lá e a apesar de não ser mau para o preço, existe bem melhores dentro desse mesmo valor, o problema é mesmo a esquematização do espaço e a variedade que não é nenhuma, mudar os toppings que cobrem o sushi para mim não é variedade. Obrigada gosto imenso do vosso projeto!
Não sei de que Tokyo estamos a falar, Diana.
Se for do da Av. da Boavista, a nossa experiência já é muito antiga e aconteceu num dia determinado.
Não fazemos ideia de como está agora, sendo que deixámos de lá ir (mesmo ao take-away, que dava um jeitaço) porque a qualidade decresceu e os preços aumentaram sobremaneira.
Acredite (como verificará por outras postas sobre estaminés de sushi de que fomos dando conta) que o conceito de variedade, para nós, também não é esse. :)
Obrigada, volte sempre!