A ideia de experimentar este relativamente recente restaurante de sushi havia surgido há já algum tempo mas, entretanto, outros se lhe sobrepuseram e só muito recentemente acordámos em ir experimentar o que havia neste espaço, numa perpendicular à Brito Capelo, em Matosinhos – onde, espantem-se, cerca das 20h a um dia de semana é facílimo estacionar mesmo à porta (e só por isso já havia pontos a favor, mesmo antes de ter pisado o chão do Bushido).

[adrotate banner=”11″]

A ideia foi da RV, que de algum modo havia tido notícia da existência do Bushido, e eu e o TD, que somos fáceis de convencer (sobretudo se a argumentação incluir sashimi e arroz com peixe cru), alinhámos de imediato, mesmo porque havia a certeza de que, ao jantar, teríamos direito ao serviço em modo de festival (mais ou menos um come-o-que-te-apetecer-que-pagas-sempre-o-mesmo), que é coisa que nos apraz sobremaneira, já que temos apetites consideráveis e sempre muita vontade de experimentar o que é novo.

Comecemos pelo espaço que, não sendo grande (diria que albergará uns quarenta convivas – mas estou a fazer contas de cabeça, sem qualquer rigor), é simpático e acolhedor: as mesas estão bem dispostas (embora a nossa, por acaso, ficasse demasiado próxima da que estava junto dela – de tal modo que tive alguma dificuldade em entrar, por estar um casal já instalado, e eu nem sequer sou volumosa) e variam entre as quadradas e as redondas, para números diversos de comensais.

Quisemos ver a lista só porque sim, mas antes disso já encomendáramos o festival para três (e em boa hora o fizemos porque, meia hora mais tarde, o estaminé estava absolutamente cheio). Com as bebidas foi mais complicado: dispensámos as sangrias que nos disseram ser a especialidade da casa (estamos acostumados aos preços disparatados que se pedem por esses jarros de gasosa, bebida alcoólica e fruta) e quisemos cerveja – sendo que não a há servida a copo, a de garrafa é exclusivamente Heineken e, para piorar as coisas, só tinham duas no frio: quando passámos à segunda ronda, estivemos uma meia hora à espera que o líquido refrescasse minimamente.

De resto, o serviço é o calcanhar de Aquiles do Bushido: os funcionários (primeiro só um, mais tarde, dois) são simpáticos, prestáveis e bem-intencionados mas têm (sobretudo o primeiro) ainda muito a aprender em termos de atenção aos clientes – aconteceu por diversas vezes passarem por nós e nem repararem que tínhamos acabado uma etapa ou, pior, que estávamos de mão levantada a tentar chamar a atenção (e estamos a falar de um espaço pequeno, relembro). Isto torna tudo mais enfadonho e, sobretudo, pouco eficaz – o que nunca é boa ideia.

Quando veio o primeiro tabuleiro de sushi (já depois de termos ingerido, como entradas, uns crepes de legumes que não marcaram positiva ou negativamente), disposto com gosto e muita cor (o sushi tem esta vantagem de parecer quase sempre bem), a primeira coisa que reparámos foi que o acto de flamejar algumas peças que o pediam saiu, claramente, ao lado, tendo atingido o sashimi ao de leve – o que não é bonito e soa a descuidado. No que toca ao peixe cru, tudo bem menos o atum, que não era do melhor que já comemos; as outras peças eram banais mas saborosas e só uma coisa desiludiu em absoluto: o gengibre, amarelo e tão fibroso que se tornou impossível de degustar, em certas ocasiões.

[adrotate banner=”11″]

Fizemos questão de mandar vir uma segunda rodada, evidentemente que porque ainda não estávamos satisfeitos (alguma vez estamos?!), mas também para aferirmos a criatividade do sushiman e a potencialidade do Bushido (que, até ali, ainda não convencera). O tempo de espera não foi exagerado, embora tenha ultrapassado o da primeira vez (o que não espanta: agora a casa estava cheia) e a percepção de que a criatividade não morava ali confirmou-se: exactamente as mesmas peças, foi o que nos foi oferecido. Ora o conceito de um festival de sushi, em que o que é servido fica ao critério do que apetecer ao chef (e nós fomos muito claros: não, não tínhamos qualquer pedido especial para a segunda rodada, queríamos o que o sushiman quisesse dar-nos a provar) aponta para algo mais do que aquilo: peças banais e repetidas, sem ponta de criatividade ou originalidade (são coisas diferentes).

No final, e já a medo, não quisemos arriscar nas sobremesas; jogámos seguro e dividimos aquilo que nos pareceu um valor incontestável: bolo de chocolate servido com uma bola de gelado (nas palavras da funcionária, todas as sobremesas têm o mesmo acompanhamento, variando os sabores). E, na verdade, foi a sobremesa que mais me marcou: o bolo de chocolate intercalava mousse com suspiro e o gelado de tangerina era agradável, embora demasiado doce para o palato da RV, por exemplo.

Veio um café, apenas, e a conta: 23,50€ pareceu-nos manifestamente excessivo para o que o Bushido tem para oferecer. Nomeadamente, que se paguem 18,50€ por um festival pouco animado é absolutamente desadequado – não bastariam os dedos das duas mãos para que apontássemos, muito de repente, uma quantidade de sítios onde, no Porto e do nosso ponto de vista (que vale o que vale), se come melhor comida japonesa e manifestamente mais barata.

Bushido

Morada: Rua 1 de Dezembro 134, Matosinhos
Telefone: 914 233 603
Horário: Ter a Sáb – das 11h00 às 15h00 e das 19h00 às 23h30
Aceitam reservas? Sim

No Zomato
Click to add a blog post for Bushido on Zomato
Não Se Esqueçam de Deixar os Vossos Comentários
E vocês, já experimentaram o sushi do Bushido? Deixem-nos os vossos comentários no fundo da página. Obrigado!

Similar Posts

4 Comments

    1. Pode ser que entretanto o serviço se refine e o sushi se torne melhor (no sentido de distinto)…

Comments are closed.