Foi a primeira vez em que a tradicional incursão das quartas-feiras foi alterada para uma sexta. E a verdade, caros fregueses, é que até o apetite está dorido, no final de uma semana de trabalho.
Somos, todavia, um cardume empenhado, e jamais nos negamos a uma comezaina, por mais que o corpo nos peça sopas (blergh!) e descanso – Nada temos contra sopas ou caldos ou cremes, note-se! Ficamos é fraquinhos e de barbatanas murchas, se não tragamos mais qualquer coisinha.

E por falar em qualquer coisinha, a crónica de hoje não tem nada a ver: tratou-se de coisa muita, como verificarão.

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Colocámos o primeiro visto numa das muitas entradas de estaminés que nos têm vindo a ser recomendados por amigos dos Carapaus com uma ida ao Meia Banana, na Avenida Infante D. Henrique,  178, em Vila Nova de Gaia, paredes meias com a Escola Secundária de António Sérgio. O restaurante (um snack bar, dos muitos e bons que pululam pela Invicta e arredores), que nos foi sugerido pelo JP (rapaz muito dado a esta arte do bem comer) é pequeno de área e grande em afluência: uma vez chegados, e porque cometemos a imprudência de não marcar mesa, tivemos de aguardar cerca de 15 minutos até que houvesse espaço para sete (a formação original dos Carapaus, mais o JC, o RC e DB, já repetentes, e sempre bem vindos, na companhia que nos fazem).

O staff é simpático e diligente mas não consegue impedir que as mesas estejam demasiadamente próximas umas das outras, de tal modo que as conversas acabam por se misturar e é difícil manter um tom de voz socialmente adequado, numa mesa com mais de quatro pessoas.

Mal nos acomodámos, foram-nos servidos dois pratinhos com rissóis de carne e camarão, bem como chamuças, todos de paladar agradável e recheio substancial (mais os primeiros do que as segundas), que voaram à velocidade dos nossos maxilares gulosos. Para beber, mandámos vir príncipes, que se mostraram arraçados de reis (40cl, em vez dos vulgares 30) e, quando se tratou da escolha do prato principal, e ainda que soubéssemos serem afamadas as francesinhas e os cachorros especiais, houve unanimidade: bife à Meia Banana (27,50€). Listado que estava ser em quantidade suficiente para duas pessoas, fomos advertidos de que cada dose serviria quatro, pelo que resolvemos mandar vir duas doses, com o acordo (já tácito entre nós, a aferir por incursões passadas) de que, se não satisfeitos (como de costume, de resto), pediríamos um qualquer forra-estômago.

Vindas as travessas, que já conhecíamos de fotografia, a fanfarronice dos nossos estômagos retraiu-se: para duas pessoas, aquilo?! Arre, que não éramos Carapaus nem éramos nada se não lhes tratássemos da saúde!
E vieram os acompanhamentos: batatas fritas, caseiras, sequinhas e num ponto de fritura óptimo; salada mista (alface, tomate e cebola, tudo bem temperado, e umas azeitonas retalhadas divinas) e, a pedido (que o JC e também o AV não o dispensam), arroz branco. Na travessa, com o bife alto e tenro (mediamente passado, que é como o servem se não houver solicitações especiais – e connosco não houve), havia de tudo: ovos bem estrelados (apenas dois, tivemos de pedir mais) fiambre, queijo, gambas grelhadas, alheira (soberba, sem pele, partida no sentido do comprimento), linguíça, presunto (neste ninguém tocou, uma vez que se tratava não de fatias mas de pedaços de corte grosso e pouco convidativo) e, talvez para desenjoar, banana grelhada (partida como a alheira – talvez daqui derive o nome do restaurante – e surpreendentemente saborosa, naquele registo grelhado), ananás, kiwi e laranja.

Foi um festim.
De bem comer, entenda-se.
Confessamos ter sido com alguma dificuldade que conseguimos que nada sobrasse (à excepção do presunto e um ou outro pedaço de fruta) e, pela primeira vez, ninguém ficou com a impressão de que “era capaz de se aviar mais qualquer coisita”: éramos sete e comemos o que, na realidade, corresponde a quantidade para quatro (que não serão Carapaus, com certeza, mas baleias e das granjolas) e olhem que somos meninos daqueles que não se percebe para onde vai a comida, dizem as más línguas.

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Passámos às sobremesas. Ou melhor, dois de nós (em sete) passaramos às sobremesas, que um Carapau (ou dois) nunca brinca em serviço. O Meia Banana não prima pela oferta de doces, todos eles feitos fora mas, ainda assim, resolvemos arriscar (o itálico prende-se com o facto de um doce nunca ser um risco mas sempre uma necessidade, para dois de nós; só a RV consegue resistir e, muitas vezes, a sua sobremesa é fruta, veja-se a loucura!): o AV pediu natas do céu, a AA (esta vossa criada) profiteroles (nos quais tinha o olho preso desde que entrara no restaurante). Quanto às primeiras, não agradaram: sensaboronas e de consistência desadequada, foram o elemento mais negativo da noite; já os profiteroles, ainda que distantes dos tradicionais, eram saborosos, com recheio de chantilly, cobertos com chocolate e pedacinhos de amêndos e com creme a rodos, à volta.

A dolorosa conta não o foi, de todo: 15€ por estômago, já com gorjeta, é quantia ínfima se pensarmos que fomos tão bem servidos que, uma vez na rua, tivemos de ficar à conversa, de pé, por cerca de uma hora, a ver se a digestão se processava mais celeramente (a factura foi-nos entregue, a pedido).

O Meia Banana é local a visitar por toda a freguesia que goste de comer bem (e muito, senhores, mesmo muito!), em ambiente descontraído e informal: como cervejaria que se preze, para além dos pratos mencionados, dispõe também de mariscos vários, com muito bom ar (mas que não provámos). Não será aconselhável a grandes grupos, apenas pela dificuldade de comunicação entre todos, pelas razões acima expostas – ainda que o JP, o responsável pela escolha do restaurante desta última incursão, o visite religiosamente, uma vez por mês, com um grupo muito maior do que o nosso e não se queixe (muito pelo contrário).
Como disse o Carapau AV, “não será, com certeza, a última vez que cá venho”. Apoiado.

Snack Bar Meia Banana

Morada: Avenida Infante Dom Henrique 178, Porto
Telefone: 223 792 953
Horário: Seg a Dom – 08h00 às 24h
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