Rosa et Al | Brunch | Porto | Carapaus de Comida

 

Há já muito tempo que aqui não dávamos conta de uma incursão brunchiana, pese embora tenhamos ainda um punhado de espaços com esta oferta que gostaríamos de visitar – a verdade é que se não tem proporcionado, pelo que foi com grato contentamento que esta vossa criada reagiu à sugestão da RV para, depois de uma manhã caminheira, irmos matar a larica ao Rosa et Al, que sempre ouvi bem recomendado.

Pelo sim, pelo não, uns dias antes havia procedido à reserva, mas foi fácil constatar, mal entrámos, que arranjar mesa não teria sido um problema. Também o estacionamento se revelou fácil: na zona de Cedofeita, ao domingo, está tudo fechadíssimo (não se percebe, francamente: com a afluência turística de que a cidade se gaba, onde querem que a malta gaste dinheiro, se não lhes franqueiam as portas?) e os lugares disponíveis na rua, normalmente pagos, também são grátis.

Demorámos um nadinha a perceber, mesmo tendo o número da porta na Rua do Rosário à nossa frente (na aplicação da Zomato), que estávamos perante o Rosa et Al: o edifício tem um daqueles cartazes que indicam licença de construção e a grande porta de madeira encontra-se encerrada (o que nunca é do nosso agrado, já o dissemos noutras ocasiões). Só um olhar mais atento nos deu a perceber o nome “Rosa et Al Townhouse” gravado em baixo-relevo a meio da porta e percebemos que tínhamos de tocar à campainha, o que levou a que a porta fosse aberta à distância, sem sequer confirmar a nossa identidade.

Talvez a razão de todo este “secretismo” redunde, afinal, no facto de a divisão onde se entra ser um espaço de exposição de produtos que imagino estarem disponíveis para venda e que o facto de terem pouco pessoal ao serviço, e ninguém de plantão ali, inviabilize a porta aberta, sob pena de desaparecerem misteriosamente os produtos (certamente de origem nacional, embora não tenhamos verificado, por nos terem conduzido imediatamente à zona de refeições) bem alinhados nas prateleiras.

Toda as zonas da casa que nos foram dadas a ver, nomeadamente o rés-do-chão, a cave onde estão as casas de banho e a cozinha e as escadas de acesso aos andares cimeiros, estão lindamente decoradas, de forma original e sem esforços bacocos de vamos-ser-diferentes: tudo é original e de bom gosto, o que imprime uma marca pessoal que nos agradou desde logo. A sala de refeições não é enorme e dificilmente levará mais de vinte e cinco pessoas (grosso modo, já se sabe, estou a falar de memória, porque, como sempre, esqueci-me de contar os lugares disponíveis), o que torna a coisa bastante acolhedora, a par com os sofás, almofadas e mantas de pelo falso. Pareceu-nos que, no Verão, o pátio/jardim traseiro pudesse adicionar uns lugares bem simpáticos à lotação.

Uma vez sentadas na mesa que nos foi indicada, contígua àquela que separa a sala da zona da copa, carregadinha de frascos com chás e outras coisas boas, ficámos indecisas sobre o que escolher: sabíamos haver um menu de brunch ao fim-de-semana, mas este pareceu-nos tão pouco generoso para os 20€ que custava que nos atrevemos a olhar para os preços do brunch à carta. A verdade é que rapidamente desistimos: que nos estivessem a pedir entre 10 e 12€ por um prato de ovos, 9€ por qualquer mini-sandes ou 13€ por panquecas com fruta pareceu-nos não só disparatado como um nadinha desajustado: há concorrência à altura com valores muitíssimo mais sensatos.

Acabámos, portanto, por nos quedar pelo menu fixo, que dava direito a um sumo do dia, água e café, um scone ou iogurte com granola, um prato de ovos (de entre dois à escolha) ou uma salado do chefe – e era tudo. Por mais 5€ (isto é, 25€) dignavam-se a servir um cappuccino, um porridge de aveia ou a sopa do dia. 5€?!? Ficámos absolutamente indignadas pela forretice e jurámos ali mesmo que o que a funcionária nos havia dito à entrada (“É a primeira vez? Garanto que não será a última!”) jamais se concretizaria, a menos que a gerência mudasse ou ganhasse juízo.

Dito isto, cumpre-me apreciar o que nos foi servido e, nesse aspecto, o Rosa et Al está de parabéns, se esquecermos o sumo do dia, que era supostamente de ananás e hortelã mas tinha tanta água que mal deixava percebê-lo. Já o iogurte (que escolhemos ambas), claramente caseiro e com compota de pêssego no fundo, era fantástico, e foi servido com uma das melhores granolas (também caseiríssima) que já me foram dadas a provar: completa e com mel em abundância, servida à parte, soube maravilhosamente. O mesmo aconteceu com ambos os pratos de ovos: o meu Ovo Ferdinand foi servido sobre uma fatia generosa de bacon de pato (saborosíssimo!) e molho hollandaise, tudo repousando sobre uma fatia de pão de sementes, arraçado de bolo (muito, muito bom); a Shakshuka da RV  vinha numa frigideirinha amorosa, e consistia num ovo refogado com vegetais vários, servido com fatias de pão barrado com beterraba – e foi também ele gabadíssimo.

Neste instante, e apesar de nenhuma de nós estar propriamente esfaimada, teria ficado bem um qualquer doce dos bons ou, pelo menos umas panquecas servidas com molho de ácer ou fruta ou sei lá. Mas não: veio o café expresso e adeusinho (claro que nos perguntaram se desejávamos mais alguma coisa, mas teria de ser pago adicionalmente): passem para cá 20€ e vão comer o doce a casa, porque na zona tudo está fechado – e nós bem tentámos ir saciar a fome de açúcar, mas fomos mal sucedidas.

De resto, o serviço foi-se tornando progressivamente mais descontraído e cúmplice, mas não chegou para colmatar a recepção fria e pouco amigável. Os períodos de desaparecimento das duas funcionárias da sala de refeições também eram, por vezes, longos e notórios.

Ou seja: gostámos muito do pouco que o nosso dinheiro valeu – e disso não gostámos mesmo nada.

Rosa et Al | Porto
4 / 5 Carapaus
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Positivos
  • A qualidade do que se come
  • a granola caseira
  • os pratos de ovos
  • Negativos
  • Os preços altos
  • o “desaparecimento” dos empregados por períodos longos
  • Resumo
    Quando nos perguntaram se era a primeira vez que íamos ao brunch do Rosa et Al e confirmámos que sim, garantiram-nos que não seria a última. Enganaram-se: não nos importamos de pagar mais quando o que é servido o justifica – o que não é, claramente o caso. Não que a qualidade não seja esplêndida, mas o que é disponibilizado por 20€ é manifestamente pouco, mesmo para estômagos pequeninos.
    Serviço3.5
    Comida5
    Preço/Qualidade3
    Espaço4.5
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    Rosa et Al | Porto

    Morada: Rua do Rosário, 233
    Localidade: Porto

    Telefone: 916 000 081
    Horário: Seg a Dom – 12h00 às 19h00
    Aceitam reservas? Sim

    No Zomato
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