Casa de Pasto da Palmeira

Para a última incursão do mês dedicado à petiscada, os Carapaus tinham falado de algumas possibilidades, porque há muitos estaminés a visitar e um mês não dá para tudo. No entanto havia que decidir e se, estávamos inclinados para um deles, na última incursão decidimo-nos por outro que até então não tínhamos referenciado, a Casa de Pasto da Palmeira. E que bela escolha, já vão poder verificar que o foi!!

Ligou-se antecipadamente para o restaurante com o objectivo de efectuar marcação mas tal não foi possível pois não aceitam reservas. Foi-nos, no entanto, garantido que se aparecêssemos cedo, cerca das 19h30, não teríamos problema em arranjar mesa para cinco pessoas (os três carapaus, bem como a IP e a AB, que nos têm acompanhado noutras incursões), ao que acedemos. Fomos recebidos pelo dono, que nos indicou a sala interior, junto à cozinha (o que, na Casa de Pasto da Palmeira, contrariamente ao habitual, é uma benesse, não uma contrariedade), porque a esplanada já se encontrava cheia e não tardou a ficarem compostas as salas interiores, manifestamente pequenas para tanta procura.
[adrotate banner=”11″] Esperava-nos uma mesa junto à porta das traseiras, o que, em noite de Verão, não só nos soube que nem ginjas (nada como o ar condicionado natural) como serviu de porta de saída a cada um de nós, quando tivemos de ir levantar dinheiro ao multibanco mais próximo, por não ser possível pagamentos com cartão.

Logo à entrada pão, broa e azeite com flor de sal, trazidos para a mesa antes de qualquer pedido: quer a broa quer a regueifinha eram de boa qualidade e sabor que agradou aos membros do Cardume, já que os pedaços voaram dos cestos de silicone colorido, enquanto bebíamos os primeiros finos e analisávamos a ementa, trazida dentro de um livrinho do tipo Moleskine, onde constavam também impressões de clientes, escritas à mão.

No que toca aos “pratos principais” (pratinhos, todos cerca dos 8 ou 9€), decidimos pedir um prato por pessoa,na medida em que, apesar de a cozinha ser aberta e estarmos a ver sair os primeiros pedidos, não sabíamos exactamente a quantidade seria servida em cada prato e, guardando para mais tarde a decisão sobre ulteriores pedidos.

A Bochecha de Porco

As escolhas recaíram sobre os queques de alheira com grelos, cevadotto de gambas e tomate confitado, preguinho do lombo, frango tuga e bochecha de porco confitada. A alheira e os grelos foram servidos num rolo, envolvidos numa massa super estaladiça e regados por um molho doce que fazia toda a diferença. O bife do lombo do preguinho era de excelente qualidade e estava extremamente bem grelhado, no ponto! Foi servido com fritos de mostarda, que se vos parece uma combinação estranha é porque ainda não a experimentaram. Achei a aparente substituição das tradicionais batatas fritas do prego em prato pelos fritos de mostarda divinal! O peito de frango merece especial destaque. Se estão a imaginar uma carne seca desenganem-se! O frango estava extremamente suculento, servido no seu topo com um crocante de pão ralado de pimentos e tomate e na base, um puré de escabeche de legumes e um pedaço de linguiça. O cevadotto também surpreendeu, uma espécie de massa, com forma que se encontra entre a do grão de arroz e grão de café, envolta num molho consistente e macio guarnecido com 5 camarões dos bons e sem casca (cinco? terá sido coincidência ou terá havido o cuidado de servir um camarão por pessoa? Aposto na segunda hipótese.). A bochecha também não manchou o pano, tenra e muito bem confitada, com um sabor fenomenal servida com a mesma massa do cevadotto mas sem guarnição.

A curiosidade acerca dos restantes pratos da lista era grande e nos estômagos ainda se acomodava mais qualquer coisa por isso pedimos o bacalhau fresco a baixa temperatura e a açorda de espargos verdes e setas. As expectativas já eram altas e não foram defraudadas: tanto os sabores como a apresentação e originalidade são, de facto, marca de casa, e estão presentes em tudo quanto é servido. Realço a açorda que estava com uma consistência e tempero muito bons.
[adrotate banner=”11″] Para beber e para não variar, que equipa que ganha não se muda, optamos pelos finos, que nos foram sendo trazidos com celeridade e atenção cuidada da menina que ficou responsável pela nossa mesa.

A esta altura comentávamos a originalidade da decoração (dos candeeiros aos quadros, dos identificadores de géneros dos WC’s aos sofás carregados de almofadas, tudo é original e carregado de bom gosto) bem como na utilização de talheres e loiças variadas, sendo cada prato, cada talher, cada marcador e cada guardanapo de uma nação diferente. Uma opção muito interessante e que transpira a preocupação em definir a personalidade da Casa de Pasto da Palmeira, que nem por um momento soa a forçado. Notámos também a boa relação existente entre a equipa que ali labora: dono do espaço, pessoal da cozinha e empregados de mesa funcionam como um todo onde é clara a boa disposição e ambiente descontraído, sendo que isso também faz a casa.

O Bolo de Chocolate

As sobremesas eram variadas e os carapaus não lhes resistiram! Contudo, as opções recaíram apenas em duas delas, o bolo de chocolate da Sandra para quatro e a sobremesa do dia, mousse de côco com granizado de manga, para um. Nas palavras de quem o provou, o bolo de chocolate é divinal! A carapaua AA fê-lo subir ao primeiro lugar do pódio do melhor bolo de chocolate do mundo (porque nestas coisas, a auto-denominação não vale, há que haver a validação de quem prova): trata-se de um cruzamento entre bolo e mousse, com o choque de texturas a ser viabilizado pelos pedacinhos de suspiros que intercalam o resto e um sabor incomparável. A mousse era agradável e a combinação com a manga resultou muito bem.

Realçamos a relação qualidade/preço deste restaurante, na medida em que, contas feitas, 22,30€ a cada pareceu-nos barato, tendo como termo de comparação as anteriores incursões – resta saber se é a Casa de Pasto da Palmeira que cobra menos do que deve (o que não é, de todo, verdade, porque nem sequer pode ser considerado barato) ou outros, a que fomos (não todos), que incrementam os preços (touché!).

O estacionamento é fácil nas redondezas e, como já referido, o restaurante não permite pagamentos com multibanco, no entanto há uma caixa ATM muito perto. A esplanada é pequena mas deve ser muito agradável quer de Verão quer de Inverno pois tem aquecimento exterior.

Tratou-se da verdadeira petiscada gourmet: fomos surpreendidos pela originalidade e combinação fantástica de ingredientes que frequentemente não experimentamos conjugados desta forma. Um estaminé onde voltar: com amigos, com o/a mais-que-tudo, com a família ou até (por que não?) sozinhos, só de passagem, para regressar ao bolo de chocolate da Sandra – que, seja ela quem for, merece um lugarzinho junto aos deuses da gastronomia, rodeada por todos os outros que fazem dos pratos da Casa de Pasto da Palmeira sabores a recordar.

Casa de Pasto da Palmeira

Morada: Rua do Passeio Alegre 450, Porto
Telefone: 22 616 8244
Horário: Seg a Dom – 12H00 às 24h
Aceitam reservas? Não

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