Brick Clérigos | Carapaus de Comida

Isto em termos de Carapauzadas tem agora uma organização um bocadinho diferente daquela a que vos habituámos entre 2012 e 2013: em vez de incursões semanais, temos uma apenas, mensal, em que o Cardume pega em si e nos amigos que o queiram acompanhar e vai conhecer uma chafarica nova, que lhe apeteça. Claro que, nos entretantos, esta vossa criada, que gosta bastante de tudo quanto seja do c’mer e do buber, sobretudo se não tiver de cozinhar, vai tratando de ir a mais um par de sítios e é por isso que vamos tendo aqui o estaminé com coisas novas semanalmente, mais coisa menos coisa e sem obrigações.

E serve o introito para vos dar conta de que a posta que hoje vos trazemos diz respeito à incursão mensal oficial do Cardume – o que, para vocês que nos lêem, não fará grande diferença (porque a equipa que constrói cada publicação é a mesma, sempre), mas faz para nós, porque a coisa é ainda mais divertida. Escolhemos como o restaurante oficial de Janeiro (agrada-me esta nomenclatura, dá uma aura solene a isto tudo) o Brick Clérigos, ali mesmo no Largo em frente à igreja dos Clérigos e ao Passeio com o mesmo nome A primeira vez que ouvi falar deste restaurante foi à mesa de uma das experiências gastronómicas mais extraordinárias que tive, porque os donos também lá estavam – e desde então fiquei com vontade de o experimentar.

Porque sabíamos de antemão que o Brick tem lugares limitados, ainda que de uma forma muito especial (há uma mesa enorme, de madeira possante, capaz de comportar uns dezasseis convivas, e uma outra, mais pequena, que levará uns cinco ou seis, bem aconchegadinhos), e ainda que fôssemos apenas quatro, tentámos a reserva, que não só é possível como se aconselha vivamente, já que este é um estaminé que tende a encher com a maior das facilidades (a RV já o havia tentado umas quantas vezes, sem reservar e sempre sem sucesso). Ou, em alternativa, vale tentar uma hora que não seja costumeira para as refeições principais, já que o Brick abre das 10h00 às 22h00, sem paragens, de terça a quinta-feira, sendo que à sexta e sábado o horário de fecho alarga-se para as 2h00. De salientar que tanto no Verão como no Inverno, nos dias em que não há chuva, o Brick tem uma esplanada que imagino muito simpática – mas nós apanhámos um dia  frio e de chuva parva, pelo que não desfrutámos dela.

Deixemo-nos agora de lérias e vamos ao que importa: o estabelecimento é lindo, ponto. Tem cores, quadros e objectos e potes e tudo no sítio certo (até o tecto, de madeira, e a casa de banho, de excelso gosto!), como se estivéssemos numa casa que adoraríamos que fosse nossa, porque a teríamos decorado idealmente assim. À chegada, espera-nos uma água com groselha e anis e mais uns pozinhos que foram inteiramente do meu agrado, mas não são, de todo, a praia da malta toda(a aferir pelos meus comparsas), bem como uma lista escrita em lousa, e carregada de tapas que se adivinham convidativas. E nós, que somos de poucas indecisões (apesar de termos dúvidas e de nos enganarmos umas quantas vezes) mandámos vir duas sopas de legumes (duas de nós prescindimos delas), que foram bestialmente aclamadas pelo sabor e consistência – eu própria, que não adoro sopas, provei e percebi o entusiasmo. Viemos a saber a posteriori que um dos segredos do maravilhoso sabor é a assadura prévia dos legumes. (A este respeito, uma nota: pouco antes de ser servida a sopa, estávamos indecisos sobre mandar ou não vir uma tábua de queijos e enchidos, sendo que acabámos por deixar cair a ideia porque o AV não gosta de queijo; ora a sopa de legumes vem com um par de cubinhos de queijo a meio, perfeitamente identificáveis e evitáveis mas, ainda assim, quem nos serviu propôs-se a levar a sopa para trás porque ouvira o AV falar do seu desinteresse pelo dito – ora se isto não é serviço do atento e bom, não sei o que seja.)

Para pratos principais, decidimos, por sugestão da casa, escolher quatro itens diferentes, que se propuseram a dividir em quatro porções, para que todos pudéssemos provar de tudo. Vieram, assim, de forma sucessiva e sempre no tempo certo, tosta de salmão fumado (colectivamente aclamada), tosta de frango (idem, com queijo e amêndoa e pinhões e tomate e rúcula), sandes de frango com pimentos e sandes de vazia – estas menos queridas, sobretudo pelo pão, já que as primeiras foram servidas sobre fatia de pão caseiro levemente tostado, enquanto as últimas vinham em pão de baguete, menos simpático (mas bem do agrado desta que vos escreve, não posso deixar de dizer, apesar de vos relatar a experiência colectiva). A carne da vazia também pecou por ser pouco macia, mas estava assaz saborosa.

Acompanhámos tudo a finos, pois com certeza, o que se revelou opção feliz, porque provámos um nadinha da sangria da mesa da IA, que curiosamente escolheu o mesmo estaminé na mesma data (o que foi ainda mais simpático), e nenhum de nós ficou fã – apesar de nos terem garantido que seria do dia, já que se trata de beberagem famosa, por ali.

Acabámos por optar ir comer a sobremesa a outro lado, não porque por ali a oferta não fosse apetitosa (entre crumble de maçã, mousse de chocolate e uma tarte de banana e caramelo, haveríamos de ser bem felizes) mas porque estávamos com ela filada e teve mesmo de ser: pagámos 12€ no Brick (quantia ínfima, para a qualidade do restaurante) e rumámos a outro sítio que nos é muito caro, a Spirito, que conhecemos em Braga enquanto Cardume – e que entretanto fez o favor de abrir no Porto. Não foi o primeiro contacto de nenhum de nós com esta casa que tem dos melhores cupcakes e brownies que me lembro de ter comido (gelados também, vá) mas, caramba, é sempre um prazer voltar, sobretudo porque o estaminé do Porto, não tendo os funcionários mais simpáticos (porque não tem de todo, há ali atitudes que chegam a roçar a falta de chá – vamos chamar-lhe assim que não ofende), tem um espaço bestial, dividido por dois andares mais meio, bem decorado e convidativo. E nós, entre brownies, cheesecake de nutela, gelados e milkshakes lá fechámos a noite com a boca bem adoçada (em média, um bolo e um café não chegam a 4€) e o estômago compostinho.

Voltamos em breve, sim? Tenham bons apetites e dias felizes, entretanto.

Brick Clérigos
4.3 / 5 Carapaus
{{ reviewsOverall }} / 5 Cardume (0 votos)
Positivos
  • o espaço
  • a decoração
  • a filosofia
  • a localização
  • Negativos
  • a sangria
  • o espaço (pequeno)
  • a disposição da mesa (nalgumas circunstâncias)
  • Resumo
    Original e de bom gosto, o Brick é um espaço único, onde se petisca bem.
    Serviço4.5
    Comida4
    Preço/Qualidade4
    Espaço4.5
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    Brick Clérigos

    Morada: Rua Campo Mártires da Pátria, 103, Porto
    Telefone: 223234735 | 914009857
    Horário: Ter a Qui – 10h às 22h | Sex e Sáb – 10h às 2h
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