Sempre que o fazemos concluímos que não há como marcar um jantar para quarta-feira: começamos a semana entusiasmados com ele, o que faz com que os dias de trabalho sejam menos penosos (mesmo para quem gosta muito do que faz, a perspectiva de umas horas à mesa, entre amigos, afigura-se sempre como coisa muito boa), e acabamo-la no rescaldo daquelas horas, que nunca são más, mesmo quando a comida não ajuda – o que não foi, de todo, o caso, devo adiantar.

O Peebz já nos estava nos planos há algum tempo: da primeira vez que quisemos marcar, verificámos que isto é casa para fechar à segunda-feira (de resto, o primeiro dia útil da semana é, em Portugal, o mais escolhido para as pausas semanais, nos estaminés que as praticam), pelo que tivemos de optar por outra coisa e adiar este. Quando se proporcionou novamente, um par de semanas depois, nem hesitámos e tratámos de nos assegurar de que teríamos uma mesa à nossa espera (como, aliás, é nosso costume), mesmo porque ouvíramos dizer que este espaço, sito na Rua Nossa Senhora da Luz, mesmo junto ao vértice com a Avenida Brasil, na Foz, enche frequentemente.

Não é difícil encontrar estacionamento por perto, às oito da noite (que ainda era dia) de uma quarta-feira, o que é desde logo ponto a favor. A entrada para a chafarica está discretamente assinalada na parede lateral (visível no sentido Ribeira-Foz) do edifício antigo onde se instalou o Peebz  e, à entrada, um espelho enorme à esquerda enganou-nos a todos (por todos entendam esta vossa criada, AA, mais a carapaua-fundadora RV e o carapau-esporádico-mas-assíduo TD) e dá a sensação de um espaço enorme, quando se sobe a meia dúzia de degraus que nos conduzem ao piso do restaurante.

Uma vez sentados, a primeira coisa em que reparámos foi no espaço: okay, estávamos em mais uma hamburgueria-artesanal/gourmet , o que não é de todo original (e isso não me incomoda nadinha, como já tive oportunidade de dizer: gosto de hambúrgueres como deve ser e agora não me falta escolha), mas a decoração, por uma vez, não incluía ervas de cheiro na parede nem menus escritos a giz numa lousa qualquer. Em vez deles, o apontamento que servirá como imagem de marca é um painel de azulejo que inclui o nome do restaurante, em tons de castanho – aplausos, por isso, que a cópia descarada e a falta de imaginação incomodam-me sobremaneira. Lá fora, ao fundo, uma esplanada simpática acolhe os fumadores e os apreciadores de ar livre, bem como as casas de banho, também elas patenteadoras de um bom gosto discreto.

Nesta altura, o Peebz ainda não estava cheio, pelo que os nossos pedidos não tardaram: optámos todos por hambúrgueres no pão com batatas fritas (a alternativa é serem servidos no prato com batatas fritas e salada), sendo que eu escolhi o Peebz (carne de novilho, cheddar, queijo da serra, presunto, alface iceberg, cebola balsâmica e molho da casa; neste caso, as batatas servidas são as com parmesão e azeite trufado), o TD optou pelo Helmmann’s (carne de novilho, bacon, queijo cheddar, maionese Helmmann’s e alface iceberg) que, tal como o hambúrguer do mês, são uma edição à ementa fixa, e a RV quis experimentar o de Salmão com molho de iogurte e hortelã (composto por posta de salmão grelhada, misto de alfaces, rúcula, tomate cherry confitado e o dito molho).

Estava tudo boníssimo no interior: os hambúrgueres vieram tal como os pedimos (estupidamente mal passado para mim, bem passado para o TD), o salmão exactamente no ponto (o que significa que a RV fez bem em solicitá-lo pouco cozinhado, porque de outro modo ficaria seco), as batatas fritas são caseiríssimas e servidas em quantidade ideal (a atirar para o muito), as conjugações de sabores são felizes e o molho servido para imergir as batatas (de maionese com ervas e alho) fantástico. O único “senão” é mesmo o pão, que se apresenta excessivo, tanto na densidade quanto na quantidade de miolo – nem mesmo o topping de parmesão o livra desta característica, que é queixa de muitos dos que lá vão e connosco partilham as suas opiniões. Claro que isto não macula o resto, mas certamente não permite que elejamos o Peebz como a melhor hamburgueria da cidade (se nós tivéssemos a veleidade de fazer pódios do género, que não temos – ou raramente temos, vá).

No capítulo das sobremesas, a oferta é reduzida: dois doces fixos (musse de chocolate com suspiros e pannacotta com coulis de frutos vermelhos) e uma sugestão do chefe, que naquele dia era banoffee. Para que nada se perdesse, pedimos os três, para que todos pudéssemos provar tudo – e em boa hora o fizemos, porque tudo mereceu elogios rasgados, ainda que não universais, porque temos palatos diferentes: eu achei a musse boa mas pouco amanteigada (o que fez as delícias da RV, como faria as do carapau-especialista-em-musse AV, não presente), adorei o banoffe (servido em copo), o que não costuma acontecer e, não sendo de todo fã de pannacotta, senti esta como de qualidade (o coulis estava de facto muito bom).

O repasto, a que se acrescentaram quatro finos, uma coca-cola e um café, ficou pela módica quantia de 12,20€ por estômago, o que nos pareceu proporcionador de ainda melhores apetites, pelo que aconselhamos vivamente o Peebz, que beneficia ainda de se situar numa das minhas zonas preferidas da cidade, paredes-meias com o mar.

Peebz

Morada: Rua da Senhora da Luz 448, Porto
Telefone: 226 104 004
Horário: Ter a Sáb – 12h00 às 15h00 e 19h00 às 23h00 | Dom – 12h30 às 16h00
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