Ok, ok, é verdade, andamos numa de brunches, já deu para perceber. Em nossa defesa, temos a dizer que esta incursão foi desencadeada pela Time Out, que trazia, na edição que saiu no final do mês de Fevereiro, vários vales, como é costume, para estaminés aqui da Invicta – de entre os quais um se destacou: justamente o que oferecia um brunch, na compra de outro, na Oficina – Café Criativo. Ora nem se pensou duas vezes: desafiou-se a mãezinha, que está a começar a descobrir as maravilhas desta refeição que junta pequeno-almoço e almoço e ligou-se a marcar, antes que a coisa esgotasse (porque a oferta era apenas para uma semana, a última de Março), com bastante tempo de antecedência.

[adrotate banner=”11″]

O espaço era-nos absolutamente desconhecido (mesmo passando naquela zona da Rua da Torrinha, já a chegar a Cedofeita, com alguma regularidade) e foi com alguma surpresa que percebemos que, debaixo daquelas arcadas, havia um local em que se cruzavam os comes e bebes com worshops vários (naquele dia, estava a acontecer qualquer coisa ligada à fotografia) e, mais claramente, um atelier, logo à entrada, de personalização e reciclagem de mobiliário (todo vidrado, para que se possam ver os trabalhos), uma galeria e uma loja onde se vendem produtos gourmet (e lá tive eu de enfeirar, pois com certeza, porque vendiam-se ali uns chás sobre que tinha lido há uns tempos, da marca Oh! Porto – e lá vieram meia dúzia para que se experimentem condignamente).

A Oficina
A Oficina

O brunch é servido entre as 12h e as 15h, ao fim-de-semana e, durante a semana, se por marcação e eu havia combinado com um dos funcionários que iria o mais tarde possível, o que era conveniente para ambas as partes: para mim porque odeio levantar-me cedo e, sobretudo nos dias de lazer, o despertador é banido; eles porque têm um maior afluxo de gente até às 14h e agradecem comensais tardios. Fiquei de chegar entre as duas e as duas e meia, sendo que só consegui chegar às 14h35: o estacionamento na zona é infernal e, porque era sábado e dia dos Centros Históricos, o centro do Porto estava cheiinho de gente por todos os lados.

Uma vez chegadas, tivemos de esperar uns minutos até que se aprontasse uma mesa, tempo que aproveitámos para observar o espaço, que tinha tudo para ser um armazém cinzento e chato, não fora a decoração com mesas e cadeiras todas diferentes umas das outras, a decoração das paredes, as almofadas feitas de lã trabalhada com uma agulha (daquelas das avós, sim), as caixas de fruta transformadas em bancos e armários… ali, faz-se jus ao nome do estaminé e respira-se criatividade por todos os lados e nos mais pequenos pormenores, ementa incluída.

Os Comeres
Os Comeres

Já na mesa, e perante pratos da Bordalo Pinheiro (lindos de morrer), fomos postas perante as condições da coisa: para além dos pratos que fariam parte do cardápio (não se trata de um brunch em regime de buffet, como os do Terrella e do Ipanema), tínhamos direito a uma bebida fria (que inclui sumos naturais), uma bebida quente e, naturalmente, o belo do café expresso no final. Começámos por aí e pedimos um sumo de maçã e um de maçã e laranja, sendo que eu, que sou garganeira, aproveitei para pedir, ao mesmo tempo, um chá (verde aromatizado com ananás dos Açores), só porque gosto de começar com um chá e passar aos frios depois (manias).

[adrotate banner=”11″]

A partir daí, procedeu-se ao banquete e foi um sem fim de coisas boas que nos foram dadas a ingerir: começámos por uma bela travessa (que era, na verdade, uma ardósia) com ananás, morango, kiwi e laranja (na mouche, para mim, que começo o dia sempre com fruta), após o que passámos ao pão (de milho e de mistura, tostado e ao natural) e acompanhámo-lo com três tipos de manteiga (cabra, vaca e ovelha, qual delas a melhor) e três compotas (pêssego, morango e framboesa) – tudo divino, saboroso, esteticamente apelativo, servido com gosto e oportunidade, no sentido em que o prato seguinte chega quando estamos mesmo a acabar o presente.  Passámos a nova ardósia, desta vez com queijos e fumados: havia fiambre do muito bom, presunto saboroso e cortado em fatias impossíveis de fininhas (como devem ser), queijo flamengo, de mistura e fresco – e enfardámos tudo, como meninas bonitas. Passámos à salada de cogumelos salteados, espargos e lascas de presunto em cama de rúcula, que soube que foi uma maravilha, e seguiram-se-lhe os canapés: sobre bolachas de água e sal quadradas (cream crackers, nem mais nem menos), repousavam pepino, queijo creme e salmão fumado, numa, e tomate temperado com azeite e pedra de sal, mais uma folha de manjericão – deliciosos e facílimos de reproduzir por casa, sendo que eu só substituiria a bolacha por uma tosta daquelas muito fininhas. Para rematar os salgados, e numa altura em que o estômago já estava satisfeito mas o apetite permanecia insaciável (quando a cabeça não tem juízo…), veio aquele que considerei o manjar mais original de todo o brunch e que me agradou particularmente (já a mãezinha não foi na conversa, porque não gosta de abacate): meio abacate com um ovo no lugar do caroço, umas pedrinhas de sal e forno com ele – uma delícia e, mais uma vez, a prova de que o que é bom não tem de ser complicado nem ter mil e um ingredientes.

photo_28-03-15-15_44_46
O Iogurte Grego

 

Para finalizar, faltava-nos a sobremesa, sendo que havia que escolher entre brownie, pastel de nata, fatia de bolo de chocolate, iogurte grego com granola e toucinho-do-céu (até uns minutos antes, havia também mousse de chocolate, que se esgotara entretanto). Tendo a mãezinha optado pelo iogurte que também constava dos meus planos, optei (que grande maçada) pelo bolo de chocolate, sendo que ambos agradaram muitíssimo e foram rematados com o belo do cafezinho, servido em chávenas e pires, também eles, cada qual de sua nação (o que não é original, bem o sabemos – a Casa de Pasto da Palmeira foi pioneira num género que depois alastrou e bem: é muito mais difícil construir um serviço de peças diferentes do que comprar coisas todas iguais).

No final, a conta: 14€ pelas duas, mas só porque tínhamos o tal vale da Time Out – o preço habitual deste brunch é mesmo de 14€ por estômago e parece-nos valor absolutamente justo, mesmo porque estamos a pagar também o serviço, que é simpático, descontraído, atencioso e sabedor. Ficámos ainda a saber que o menu é alterado, em média, de dois em dois meses, o que me leva a crer que voltarei, com toda a certeza.

Oficina Café Criativo

Morada: Rua da Torrinha 151, Porto
Telefone: 22 201 0009
Horário: Ter e Qui a Dom – 12H00 às 20h | Qua – 12h00 às 23h00 | Brunch – Fim-de-semana das 12h às 15h (à semana apenas com marcação)
Aceitam reservas? Sim

No Zomato
Click to add a blog post for Oficina Café Criativo on Zomato
Não Se Esqueçam de Deixar os Vossos Comentários
E vocês, já experimentaram a Oficina Café Criativo? Deixem-nos os vossos comentários no fundo da página. Obrigado!

Similar Posts