Não somos bichos de ligar extraordinariamente ao Natal mas, se a época  servir para juntar à mesa gente de quem gostamos, venha ele, ou o Carnaval , a Páscoa ou o Halloween, que nós tornamo-nos de repente os mais acérrimos fãs. Assim foi na passada quinta-feira: à dupla residente juntaram-se os habitués MAA, AC, DB e RC e os extraordinaríssimos IAB (vinda de Londres), PA e MJF (vindos de Lisboa, a caminho de Léon), sendo que o estaminé escolhido para a reunião quase familiar foi o Restaurante O Pombeiro, na Rua Capitão Pombeiro, ali mesmo junto à Antero de Quental.

Não se tratando do meu primeiro contacto com a cozinha (quase) tradicional do Pombeiro (havia jantado no Pombeiro de Cima, entretanto fechado, há pouco mais de um ano), desde a formação dos Carapaus que falamos em regressar: as fotografias que à época mostrei aos confrades, designadamente da célebre francesinha em massa folhada (o prato que é porta-estandarte da casa), motivaram-nos a uma (re)visita(ção).

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Na página d’O Pombeiro, lêem-se testemunhos de figuras públicas nacionais, dos quais se destaca o do malogrado Raúl Solnado, que afirma ali se comerem as melhores tripas do mundo. Na verdade, não chegámos a confirmá-lo: chegados ao restaurante e uma vez identificada a mesa que havíamos reservado (e convirá fazê-lo, dada a grande afluência a que assistimos), fomos quase unânimes no pedido do prato principal: Francesinha Em Massa Folhada À Pombeiro para oito e apenas um Bacalhau Crocante para a MAA.

Restaurante O Pombeiro | As Bifanas
As Bifanas

Entretanto, as entradas iam chegando sem as pedirmos: cestos com pão de mistura e com chouriço (deliciosos), azeitonas pretas temperadas (viciantes!) , cubinhos de queijo com oregãos e uns pratinhos de bifanas cortadas tão fininhas que pensávamos serem tripas (e ninguém lhes pegava), puxadinhas no picante e absolutamente divinais. Apareceram ainda uns fritos recheados de camarão como deve ser (e não uma qualquer pasta esquisita, como é costume) e com polme acabadinho de sair do lume, que voaram num instantatinho. Enquanto isso, os finos ajudavam à deglutição e distraíam-nos da demora do serviço que, não fora o facto de estarmos demasiado entretidos a pôr a conversa em dia uns com os outros, ter-nos-ia incomodado muito mais – mesmo apercebendo-nos da grande discrepância entre o número de empregados de mesa em acção e aqueles que seriam necessários para servir uma freguesia que não parou de chegar e partir e chegar, mantendo o estaminé sempre cheio, durante as quase quatro horas em que por lá estivemos.

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Restaurante O Pombeiro | Francesinha
Francesinha em massa folhada

Mas eis que, finalmente, chegou o bacalhau, desfiado com legumes, envolto em massa folhada e acompanhado de uma opípara salada, bem como as oito francesinhas, ainda sem molho (que chegou depois, em púcaros de alumínio, vulgo leiteiras, para que nos servíssemos a nosso bel prazer) e em pratos fundos de barro, quentes de irem ao forno.A recepção e primeiras degustações (tal como as seguintes) foram unânimes, tanto a respeito do bacalhau crocante, que se apresentou saboroso e em quantidade para além da que um estômago “normal”  (diferente dos da dupla residente, portanto) consegue comportar, como no que concerne às originais francesinhas, que reuniram consenso. Não, evidentemente, que algum de nós tenha a veleidade de afirmar que  preferirá, doravante, a massa folhada ao tradiconal pão de forma, mesmo porque o recheio (que constitui o verdadeiramente determinante, a par com o molho) é similar ao que encontramos por aí (fiambre, enchidos e bife) e falta-lhe as fatias de queijo derretido por cima. Mas a originalidade da experiência é muito positiva e o molho, picante de provocar calor, não aconselhável a estômagos mais frágeis, fez as nossas delícias (e venham mais finos fresquinhos!).

Restaurante O Pombeiro | Sobremesa de Chocolate
Sobremesa de Chocolate

Comemos tudo, todos, até ao fim, como meninos bonitos (não ficou nada, no prato de ninguém) e agora colocava-se a questão das sobremesas, na medida em que ficámos todos desiludidos perante a oferta da carta: uns doces conventuais e arroz doce (acabadinho de fazer, segundo informação daquele que nos pareceu ser, se não o dono, pelo menos o responsável máximo pelo restaurante), apenas, e nada com chocolate (!). Resolvi arriscar: aquando do meu primeiro contacto com as delícias da cozinha da Senhora Dona Emília, comi, a conselho dos habitués com quem estava, uma espécie de mouse de chocolate coberta de chantilly, em recipiente de bolacha baunilha coberta de chocolate – fora disso que fizera publicidade aos restantes comensais e era nisso que pensava desde que decidíramos vir a’O Pombeiro. E se a resposta imediata do dono/gerente foi vaga, não dizendo que sim nem que não, o que se seguiu fez as nossas delícias: primeiro um exemplar (para mim) e depois mais cinco puseram-nos a todos a proferir interjeições de gáudio com aquela cereja em cima do bolo. Ou bomba de chocolate no topo da francesinha – é mais isso.

Vieram os cafés e era tempo de partir, que a conversa estava boa e o ambiente era de festa mas a verdade é que o dia seguinte era de trabalho para a maioria e de viagem para outros.

Acrescente-se, a propósito  da afluência, que a clientela d’O Pombeiro é maioritariamente constituída por fregueses com mais de trinta anos, não havendo por ali miudagem a festejar férias de Natal ou estudantes universitários em magote a emborcar vinho barato – e não será pelo preço, já que cada um de nós pagou apenas 18€, o que constitui praticamente uma pechincha, dado o que comemos e bebemos.

Bons apetites são coisa que não falha, no Pombeiro, pelo que tem o certificado de qualidade de dos Carapaus.

Restaurante O Pombeiro

Morada: Rua Capitão Pombeiro 218, Porto
Telefone: 225 097 446
Horário: Seg a Sáb – 09h00 às 15h00 – 19h00 às 23h00
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